25 anos de história, 100 anos de conhecimento


A Biblioteca Municipal de Mangualde faz 25 anos! Celebra-se também o centenário do seu patrono Alexandre Alves. É por isso um ano especialmente dedicado à cultura e ao conhecimento. A Biblioteca Municipal de Mangualde, que integra a rede Nacional de Bibliotecas de Leitura Publica, foi inaugurada em 22 Novembro de 1997. Em homenagem ao historiador Alexandre Alves, em 2001, por altura do seu 80º aniversario, a biblioteca municipal de Mangualde, passou a chamar-se Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves.
Quem era Alexandre Alves?
Alexandre Alves foi uma importante figura do século passado para a cultura do concelho e da região. Nasceu em Mangualde a 08 de Dezembro de 1921. Trabalhou como bancário em Lisboa, mas foi aprofundando sempre os seus conhecimentos como historiador, tendo tirado um segundo curso superior em Ciências Historico-Filosóficas em Coimbra. Foi durante a época que viveu em Viseu, entre 1957 e 1971, que passou a escrever regularmente na imprensa local, conciliando sempre a sua atividade profissional com a investigação. Após a sua aposentação em 1978, dedicou o seu tempo em exclusivo à investigação.
Durante a sua vida, recebeu inúmeras condecorações, colaborou com várias instituições mangualdenses, destacando-se a Associação Cultural Azurara da Beira da qual foi presidente da Assembleia Geral. Coordenou o Levantamento do Património Artístico do concelho de Mangualde, realizado entre 1982-1984 pela ACAB. Publicou inúmeras obras e artigos sobre a história e o património do concelho de Mangualde, tendo colaborado nos seguintes periódicos: Revista Beira Alta no qual foi diretor durante 40 anos, Renascimento, Noticias da Beira, Familia Paroquial, Terras de Tavares, Voz de Fornos do Dão e vários Boletins.
O seu espólio pessoal foi doado à biblioteca. É uma digna homenagem e não há melhor forma de eternizar alguém que se dedicou ao estudo e à publicação da nossa história, senão associa-lo à biblioteca municipal.
Guardar o conhecimento, a cultura, a produção científica das Civilizações é uma tarefa difícil. Torná-lo acessível ao publico em geral é de louvar. Por isso a importância das bibliotecas públicas, que propiciam à comunidade o acesso à informação, contribuindo para a inclusão social e digital.
As bibliotecas permitem aos seus visitantes, estudar, ler e consultar informação, chegando assim a todos os estratos sociais. Mas nem sempre foi assim. Na antiguidade o conhecimento era sagrado. Guardados em templos e palácios, as tabletas de argila, os rolos de papiro e os pergaminhos eram apenas acessíveis aos sacerdotes. Mais tarde, com o aparecimento do papel fabricado pelos árabes, formam-se as bibliotecas de papel e só depois as de livro propriamente dito. Mas é a partir do século XVI, com a fundação das universidades que se dá a verdadeira democratização da biblioteca.
As bibliotecas sempre acompanharam a evolução dos tempos, hoje as bibliotecas são híbridas, passaram a armazenar para além dos livros, também revistas, jornais, mapas, cartazes, filmes, discos e todo o tipo de publicações ou documentos, sejam impressos em folhas de papel ou no formato digital. É fundamentar continuar a dotar as bibliotecas de tecnologias de informação e rede wifi acessível a todos e sem custos.
As bibliotecas são fundamentais numa sociedade. Permitem o armazenamento da informação num local seguro, em condições que permitem a sua conservação e organização. Mas tão importante como a conservação dos documentos do passado é continuar a dotar-se, de uma forma continua, de documentos do presente.