lendas, historietas e vivências

EM HOMENAGEM AO SENHOR NATALINO
…Mas quem é, quem era o Senhor Natalino? Era um cidadão que há cerca de quinze anos ficou parado no tempo, como acontece a inúmeros seres humanos, até que partiu… Contudo a sua mente tinha sido desejosa do SABER…e, não sabendo, procurava respostas para aquilo que a sua preparação académica não facultava e foi por isto que, há cerca de quarenta anos, eu o conheci…


O SENHOR NATALINO… era um jovem que, de entre outras coisas que fazia, cuidava das suas terras lá pelas bandas de Guimarães de Tavares. E nesse remexer da terra encontrava num determinado lugar “coisas” que o faziam cismar e para as quais gostava muito de encontrar respostas. Certo dia soube que na sede do concelho, mais concretamente no anfiteatro da Câmara Municipal, iria ter lugar uma palestra sobre achados romanos, patrocinada pela ACAB. Não sabendo concretamente do que se iria tratar tinha uma certa esperança em encontrar as respostas para as suas interrogações. Naquela entrada de noite lá veio de Guimarães de Tavares à sede do concelho para assistir à tão desejada comunicação, que era apresentada pelo grande estudioso da época romana em Portugal, Doutor Jorge Alarcão. Nesta sessão foram apresentadas um sem número de imagens que documentavam a ocupação romana em Portugal. O senhor Natalino exultava de satisfação… ali estavam! Tantas “coisas”…. tal como as que encontrava na sua terra!!! Não pôs qualquer questão… tinha medo de se enganar e ficar malvisto…! À saída… À saída…
………. À saída vi que um jovem se dirigia a mim! – Desculpe-me a Senhora, mas depois disto, eu preciso de falar com alguém que me esclareça….. chamo-me NATALINO e… apresentou-me as suas dúvidas. Esclareci-o. A partir daqui ficamos grandes Amigos e durante algum tempo fizemos pesquisas no seu terreno as quais revelaram a existência nesse seu terreno, de fortes vestígios de uma FORJA ROMANA. Sempre que nos cruzávamos na cidade… era aquele abraço ! O JOVEM NATALINO constituíra família, já tinha os seus filhotes, sempre com a curiosidade, a ânsia de saber, quando nos encontrávamos lá vinha o pedido de esclarecimentos acerca de qualquer coisa que não estava nos seus anais de trabalho… Depois nunca mais o vi! Soube que ele já estava a perder-se num tempo que durou quinze anos! Porém o SENHOR NATALINO continua por aqui. Está no grupo dos que não se esquecem… até nós partirmos.