lendas, historietas e vivências

História Antiga. Pretensões modernas
E pronto. Aqui estou de novo, como prometi, a navegar nas minhas considerações acerca das “desconsiderações” que de repente detecto dirigidas à nossa histórica “riqueza” romana local. Já o disse, e insisto, se fosse bem explorada toda a área compreendida entre a velha estrada para Fornos de Algodres, os terrenos que se estendem para trás do Pingo Doce e todos os que agora ladeiam a nova Avenida, designada Vasco da Gama que melhor poderia ter sido apelidá-la “ via Imperador Augusto”, esta sim, era linda, e muito mais condizente com o valor histórico de toda aquela área, única no concelho, e que é sobejamente conhecida por investigadores de renome. Ora, Vasco da Gama deveria conhecer melhor os caminhos de mar, do que os de terra, estes mais a gosto das hordas romanas. Mas bem, dá-me para fazer estas cogitações, porque me parece que caiu uma maldição, ou um mal-querer sobre o que de bom tinha a história de Mangualde e parte dela sub - aproveitada caiu pelos caminhos da má vontade, da inveja ou da ignorância… não sei, nem vale a pena sondar as vontades ou “poderes” alheios. Mas que fazem e fizeram muito mal ao bom entendimento dum pedaço da longa história local, isso verifica-se, sim senhor. Agora procuram-se pretextos, e ainda bem, ao menos valha-nos isso – vamos de manter algumas das tradições promovendo dias em que se celebram figuras, crenças, hábitos rurais… enfim, sempre nos levam ao saco das recordações e tiramos de lá os sabores da nossa gastronomia – pratos de confecção ao calor em plena feira, ou restaurante tido por regional; a doçaria que já foi abandonando as receitas ditas antigas e ficamos com um triste punhado de farinha com muito fermento, mais uma suposta manteiga (gordura de quê?), açucar, bastante, para disfarçar… ai, ai…! São dias em que ainda dá para lembrar a tradição (qual? Claro uma tradição torcida, revirada e é evidente que já não há nada a fazer… Ou melhor, alguns teimozitos e teimozitas pegam nas receitas dos seus avós e esperam conseguir algo de bom paladar… o tal que nos levaria ao trabalho imenso que era o das nossas mães ou mesmo avós, para fazerem o saboroso “Bolo de Azeite” (tradicional) ou o Folar…. mas qual quê? As regras de “alimentos limpos” impostas pelas autoridades vieram estragar tudo… hoje qualquer receita tem de ser feita com os produtos limpinhos por dentro e por fora e ficamos felizes e contentes, não estamos a comer “porcaria”, lá isso não… mas eu preferia os ovitos das galinhas da minha avó, a farinha densa e cheirosa do moinho do Ti “Viola”, o açucar escurito do pacote da Mercearia Jardim. Chiii! Aonde é que eu quero ir ?
Simples, queria que a tradição e a verdade pura não fugisse à nossa frente, que a História da nossa terra fosse valorizada e respeitada… afinal até desejo muito pouco, se calhar… mas eu já ficava feliz…