
A linguagem formal coloca uma boa parte da população num limbo de desconhecimento acerca da prevenção da doença e promoção deste recurso tão desejado que é a Saúde. Muitos estudos, formações, recursos materiais e financeiros são investidos para a prevenção, mas ainda se mantém uma nítida incúria em chegar a informação à população em geral. Portugal tem um dos melhores sistemas de Saúde a nível mundial, mas ainda é evidente a forma intimidatória e indutora para aderir a comportamentos de promoção de saúde que se revela sob a forma de “Se o Sô Dôtor diz é porque deve ser assim” ou “eu não estudei para isto, se a enfermeira disser para fazer” ou “Só estou aqui porque sou obrigado!”
Claro está, que para os mais presunçosos, dignos de estatuto e de vincada opinião, estas atitudes são um beneficio para a sociedade porque demonstra uma confiança cega nos mais qualificados! Será? Porque se o Zé Povinho sorve ideias sem saber o porquê, o amargo de boca surge quando se sentem traídos. O “faz o que eu digo, mas não o que eu faço”, reitera o papel de manipulador de quem detém o poder, esquecendo que este é efémero.
Por estar desinformada, por sentir que é um tema complicado, uma cidadã recusou realizar um rastreio simples, que consumiria pouco minutos do seu dia. Um rastreio que, por ser mulher torna-se invasivo no conceito para íntimo da sua pessoa, um rastreio que deveria ser explícito no objetivo final de prevenir sofrimento e dor de ter um cancro. Podia ser um cidadão, cuja masculinidade ressaltaria em defesa de um rastreio que o faria sentir diminuído, e por estar ausente da informação também recusaria realizar um toque retal. Mas não… Isto é real, isto foi real! Mulher com mais de 30 anos, desvalorizou um rastreio que podia ter salvo a sua vida! Também podia ter realizado o rastreio e acabar por falecer por outro motivo, mas o que abala o comum mortal é saber que agonizou por uma doença que podia ter sido diagnosticada em fase precoce. Não foi mãe, não conseguiu pegar nos sobrinhos nos últimos meses, porque nem aguentava o esforço de respirar!
Conhecer os riscos, dá um poder de decisão para não lamentar o que perdemos! Aproveite cada oportunidade para estar mais dias neste mundo! Informe-se acerca dos rastreios existentes na sua área de residência, e não ouça o seu ego, ouça a sua consciência!