Os dias do fim do governo de António Costa


Depois de um ruidoso “habituem-se” em Dezembro no ano passado, muita coisa mudou no Governo de António Costa. O tom arrogante e autoritário da entrevista com que o primeiro-ministro de Portugal nos presenteou, foi a forma que a maioria absoluta socialista encontrou para nos dizer que são os “donos disto tudo”.
De facto, “o que hoje é verdade, amanhã é mentira” esta frase é hoje a bíblia do Executivo de António Costa. Mentem todos os dias, mas na manhã seguinte inventam uma verdade. O caso dos pareceres, ou de toda a embrulhada do caso TAP, que fundamentaram o despedimento da CEO da companhia aérea deve ser estudado nas universidades portuguesas como um exemplo cristalino de falta de moral de alguns dos ministros de Costa. A mentira tornou-se a verdade oficial do Governo de António Costa, pelo menos em alguns gabinetes. 
Recordam-se do ministro que não sabia de nada do que se passava na TAP e que pediu à companhia aérea para esclarecer os portugueses? Lembram-se que foi esse mesmo ministro que instruiu um secretário de Estado para explicar à CEO da TAP o que haveria de dizer no Parlamento?
O festival de incoerências e trapalhadas só à volta do caso TAP é tanto que é caso para dizer que este Governo parece um castelo de cartas a desmoronar-se. A central de comunicação do PS já nem consegue sintonizar os seus Ministros na mesma narrativa. António Costa, bem ao seu estilo, ao ver a casa a arder, mantêm-se calado, olhando para a Europa à espera que de lá venha um cargo honroso para fugir do caos que ajudou a criar. Já os seus putativos sucessores, esturricados e envolvidos em tantas polémicas, demonstram toda a sua incompetência na gestão da causa pública. Veja-se o que foi dito no ano passado sobre o iva zero nos produtos básicos e o que fizeram agora!
São tantas as verdades das mentiras que não vale a pena estar a chover no molhado. É provável que Santana Lopes não consiga dormir com pesadelos ao recordar-se que foi demitido de primeiro-ministro por muito menos do que estes escândalos. As “trapalhadas” de Santana Lopes, como na altura foram designadas, são episódios menores comparados com a sucessão de escândalos do costismo pós-geringonça que se sucedem a ritmo imparável!
Acredito que Marcelo Rebelo de Sousa não queira fazer nada até 2024, pois até lá o país precisa de alguma estabilidade, já que não podemos desperdiçar os fundos comunitários, além de que irão ocorrer outros acontecimentos importantes como a Jornada Mundial da Juventude. Em consequência, vamos ter de aguentar com este (des)Governo mais uns tempos, a não ser que o Ministro das Finanças seja constituído arguido ou a sucessão de escândalos não tenha um fim rapidamente.