FEIRA MEDIEVAL EM LOBELHE DO MATO


É sempre com muito agrado que visitamos, eu e a minha mulher, a terra onde nascemos, a aldeia de Lobelhe do Mato, do concelho de Mangualde, embora atualmente o não façamos com a frequência desejada. Residindo nós em Lisboa há várias dezenas de anos, não se torna fácil conduzir o carro durante os cerca de 300 quilómetros, que é a distância que separa as duas localidades. A possibilidade de efetuarmos a viagem de comboio está por ora afastada. Segundo informou o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, no dia 16 de Maio, ao visitar em Mangualde a obra de reabilitação da Linha da Beira Alta, em execução pela Infraestruturas de Portugal, a reabertura desta linha está prevista para o dia 12 de Novembro. Esperamos que a data prevista para a sua conclusão seja cumprida, embora tal cumprimento não seja usual no nosso País.
Desta vez, ao visitar Lobelhe, tivemos a possibilidade de encontrar na aldeia uma grande animação muito fora do usual, nos dias 9 a 11 de Junho, devido à organização de uma Feira Medieval. Este evento trouxe à localidade um grande número de visitantes, entre os quais muitos naturais de Lobelhe que já não víamos há muitos anos e que se dirigiram a nós, identificando a família da sua proveniência. Este é um dos principais motivos por que nos agradou especialmente esta visita. Por outro lado, a animação que a feira proporcionou tornou tudo muito mais agradável e atraente. A Feira Medieval, como o próprio nome sugere, destina-se a proporcionar aos artesãos locais e das áreas circunvizinhas a oportunidade de exporem para venda as suas mercadorias e, simultaneamente, criarem um ambiente medieval que contribuirá para facilitar a venda, proporcionando o ajuntamento dos possíveis compradores. Identificados pelos trajes medievais que envergavam, a organização não se esqueceu de trazer também vários elementos de atração, como, por exemplo, um rancho folclórico, músicos, bombos a emitir sons que se ouviam à distância, a figura de um homem de pernas artificiais longuíssimas que, conseguindo deslocar-se sem dificuldade aparente, causava a admiração de quem, devido à sua idade avançada, não conseguia caminhar com facilidade nas pedras da calçada. Havia ainda alguns malabaristas, entre os quais um indivíduo que, acompanhando os músicos, se deslocava com os pés assentes sobre uma enorme bola que fazia rolar pelas ruas.
Este ambiente agradável criava nas pessoas a disposição para visitar todas as ruas da aldeia e, colaborando na animação, dispunham-se a efetuar a compra de alguns dos artigos expostos, para gáudio dos vendedores, que viram assim escoados os seus produtos, não tendo motivo para se arrependerem por todo o trabalho despendido.
Com o passar do tempo, sentindo a necessidade de tomar uma refeição, as pessoas dirigiam-se às “tasquinhas” onde podiam saborear uns petiscos. No serviço às mesas era usual verificar a colaboração de toda a Família, incluindo alguns jovens bastantes novos que, mesmo sem preparação prévia, se adaptaram de modo muito satisfatório.