O RESPEITO

Com desejos de quimeras, assim cresci e aprendi a ouvir, a conhecer e a sentir a palavra “respeito”. Mas longe já vai a caminhada, e vários são os trilhos na terra batida em que esta impactante palavra se vai perdendo na sua longa travessia, ecoando por montes vales e serranias, por cidades, vilas e aldeias levada por ventos e ventanias de uma nova e modema sociedade, arrastada por chuvas e tempestades.
Entre dias de penumbra e claridade, pela noite e pelo dia, pelas ilusões e desilusões esta palavra de uma intensidade marcante se vai esvaindo.
O respeito começa pela forma de vida, como nós comunicamos com os outros. Para haver uma boa convivência precisamos de respeitar o próximo, suas ideias e opiniões, jeitos e gostos. Ter respeito consideração por cada pessoa. Na minha velha e clara idade, por cortesia os meus sentidos me levam a escutar atentamente sem interromper ou menosprezar as opiniões alheias. O respeito também se estende ao meio ambiente e a todas as formas de vida, com as quais compartilhamos o nosso planeta.
Num alvorar de sonho e de segredo, o respeito é a base de tudo o que nos impede de sermos ofensivos ou insultuosos. É ele que nos ensina a compreender as diferenças e saber conviver com elas, é o preceito fundamental para a vida em comunidade, é a base de qualquer relação saudável. E para cobrar respeito, é preciso primeiramente ser respeitoso.
É sublime e final revelação estar atento ás nossas próprias atitudes.
A base da vida não é o amor, mas o respeito, porque só existe amor onde predomina o respeito.
Por sensações e emoções nada existe na vida de cada um, sem que exista respeito por nós mesmos.
Por sonhos e pensamentos não existe liberdade sem que haja respeito. Mas ele nasce do berço e cresce na vida.
Cavalgando montes, encostas e fragas, penetrando corações confusos, também o desrespeito que se alastra na nossa sociedade é como um sentimento de arrogância, má educação, agir sem consideração pela outra pessoa, descortesia, são almas afligidas que têm nas asas máculas de lôdo.
Lembro a minha infância , lúcida e serena em que o “respeito “ era ínquestionável , sólido e suporte das famílias.
Na nossa sociedade globalizada se vão banalizando comportamentos e desejos.
Embrulhada no celofane de avanços e progressos, valores morais como o respeito são enxotados para ceder lugar a outros que compram coisa materiais. A ambição reina.
O respeito é um valor em decadência moral mas toda a gente o exalta sublima e grita:
“RESPECT”