Até Já…

frederico

Como todos sabemos a vida é um conjunto de episódios que se encadeiam de forma contínua. São momentos, opções e decisões. São comportamentos e formas de agir que se vão entrelaçando, dando origem a um caminho e a um percurso. O percurso de uma vida.
A vida resume-se a isto. A este conjunto de decisões que podem ter como ponto de partida o mais variado dos construtos, numa teorização não observável que vai desde a personalidade, pelos sentimentos e pela razão. É na convergência destes construtos que se tomam decisões, moldadas sempre pelo contexto que as envolve.
Brevemente vão realizar-se eleições para a Comissão Política de Concelhia do Partido Social Democrata. Como o próprio jornal faz questão de o referenciar, sou o presidente da atual comissão política. Uma comissão política da qual me orgulho, composta por diversas pessoas com imenso valor e que, ao longo dos últimos anos, deram o melhor de si em prol de um PSD mais forte e mais coeso.
Nestes últimos dois anos (o tempo de duração do atual mandato), vivemos vários processos eleitorais. Numa perspetiva concelhia, perdemos as eleições europeias de 2014, vencemos as eleições legislativas de 2015 e já em 2016 o candidato presidencial por nós apoiado também conseguiu uma esmagadora vitória. É também importante realçar que em todos estes momentos eleitorais referenciados, obtivemos uma percentagem de votos amplamente superior aqueles que foram os resultados nacionais.
Como já referi, a vida é um conjunto de decisões. Uma conjugação de construtos, devidamente condicionados pelo contexto em que se inserem. Assim, decidi que não me recandidataria a um novo mandato como presidente da comissão política de concelhia do PSD.
Foi uma decisão pensada e muito, mas mesmo muito ponderada. Por uma questão de lealdade (traço de personalidade ao qual dou imenso valor) já a tinha transmitido internamente no seio da comissão política, bem como, no ultimo plenário de militantes.
O abraçar de um novo e motivante desafio profissional foi o que fez desequilibrar de forma decisiva os pratos da balança. Um desafio profissional ao qual terei de dedicar praticamente todas as minhas forças e que me consumirá a quase totalidade do tempo útil do meu dia a dia.
Perante este cenário, não posso ter outra opção. Não posso ser egoísta para com o meu próprio partido quando sei que não lhe posso dedicar o tempo e a energia que os próximos desafios eleitorais exigem. É certo que, dentro destas minhas limitações, estou inteiramente disponível para todo o tipo de colaboração que me seja solicitada, mas sempre num caminho balizado pela ética e pela responsabilidade.
Agradeço de forma sincera e sentida todos os incentivos que tive para me voltar a recandidatar mesmo depois de ter afirmado internamente que não o faria, explicando os porquês da minha decisão e a dificuldade com que também a estava a tomar. Se por um lado a razão me indica um caminho, o coração diz-me que tudo seria compatível. Contudo, a decisão está tomada e a razão é, para já, a melhor das conselheiras.