Quando o sol nasce é para todos…

fátima tavares cds
Ou será apenas para os que podem pagar mais IMI?!
O decreto-lei n.º41/2016, publicado no passado dia 1 de Agosto, introduz uma alteração ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, no coeficiente de “localização e operacionalidade relativas”, um dos elementos que influenciam o cálculo do valor patrimonial tributário, base à qual é aplicada a taxa de IMI.
Sendo prática, quer isto dizer que agrava o imposto para casas com maior exposição solar e boas vistas.
De facto, assistimos com frequência, a medidas assimétricas impostas democraticamente por quem elegemos para nos governar, que não passam pela cabeça de mais ninguém. Iluminados vá se lá saber por que teorias, decidem o que lhes apetece, contando que daí resulte o aumento das receitas que os farão sentir-se mais e melhores governantes da “coisa” alheia. Não me parece que seja razoável promover-se o equilíbrio financeiro à custa da mais tributação. Só do lado da receita, aumentando ainda mais carga fiscal? E que tal cortarem do lado da despesa, começando por cima, ou não seja a técnica do exemplo, um exemplo a seguir? Estou convicta de que, qualquer um de nós, bons e obedientes portugueses seriamos fies seguidores de tão ilustre medida a implementar pelos nossos governantes, ao vê-los deixarem de lado algumas das excessivas mordomias a que se habituaram e sem as quais viveriam lindamente.
Senhores iluminados e cabeças pensantes!! Por favor apliquem o vosso tempo a procurar medidas que na verdade justifiquem os ordenados que ganham e cumpram as promessas eleitoralistas de melhor qualidade de vida prometida aos portugueses. Todos nós estamos cansados de mais uma medida do tipo “coelhinho tirado da cartola”. Como se resolvessem os verdadeiros problemas da nossa sociedade e dessem um valioso contributo para a estabilidade económica do país.
Já temos austeridade bastante, deixem-nos gozar aquilo que a natureza dá e permitam lá que efetivamente, o sol quando nascer, nasça com o mesmo brilho para todos.