Pelo terceiro ano consecutivo, a Empresa Internacional de Certificação, SA (eiC) voltou a garantir a Certificação de Qualidade à Biblioteca municipal de Mangualde (BMM) Dr. Alexandre Alves.
Segundo a EIC, trata-se da única biblioteca, no distrito de Viseu, com esta certificação, atribuída na sequência de uma auditoria realizada no passado dia 27 de outubro.
Este título atesta a qualidade da instituição pública nas áreas da gestão documental e informação, promoção da leitura e da literacia e das atividades e eventos, incluindo o serviço de leitura presencial, serviço de referência, serviço TIC, empréstimo domiciliário, catálogo e atividades culturais e eventos.
Na prática, a biblioteca garante a melhoria dos processos da organização e, consequentemente, uma maior satisfação por parte dos utentes com os serviços fornecidos.
“É o resultado do empenho e trabalho dos nossos técnicos e da forte dinâmica da nossa biblioteca, que assinala 26 anos”, considera o presidente da Câmara de Mangualde, Marco Almeida.
A primeira Certificação de Qualidade foi atribuída à Biblioteca Municipal em outubro de 2021.
Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão deve potenciar o turismo e a economia local
O Presidente da Câmara de Mangualde defende que o Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, reaberto no passado sábado, 16 de dezembro, após obras de reabilitação, é uma oportunidade para potenciar o turismo e a economia local.
“As obras de reabilitação e estabilização,(…) rondaram um investimento superior a 660 mil euros…”
O edifício insere-se “numa estratégia de valorização de ativos turísticos existentes no concelho, enquadrando-se numa ótica mais vasta no desenvolvimento sustentável”, afirmou Marco Almeida, durante a cerimónia de inauguração das obras, que contou a diretora regional da cultura do Centro, Sofia Menezes.
“Celebramos o renascer deste grande espaço, que faz parte de um edifício grandioso e, por isso, esperamos ter lançado a semente de uma vontade comum, de o fazer reviver como um todo, num futuro próximo, ao reavivar costumes e tradições a ele ligadas”, afirmou Marco Almeida, perante a família, proprietária do mosteiro, classificado de monumento nacional desde 2002.
Para o autarca trata-se de “um desafio e de uma oportunidade” juntar futuros eventos à gastronomia, aos vinhos, ao queijo, mel, etc., já existentes no território, capazes de “agregar e criar sinergias que potenciem uma economia local tão importante no desenvolvimento destes territórios”, defendeu.
O presidente do município lançou ainda o repto ao diretor do Agrupamento de Escolas de Mangualde, Joaquim Loureiro, para que se associe à tarefa de conduzir os estudantes à valorização do património do concelho e da região.
“Que este monumento agora renovado seja um farol de cultura e renovação histórica, que inspire gerações vindouras que aprendam a nutrir um profundo respeito pela nossa herança coletiva”, concluiu Marco Almeida.
As obras de reabilitação e estabilização, promovidas pela Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), rondaram um investimento superior a 660 mil euros, dos quais 460 mil provenientes de fundos comunitários, no âmbito do Programa Operacional Regional Centro 2020, e o restante assumido pelos proprietários do imóvel.
Os trabalhos, que tiveram como principal objetivo evitar a continuação da degradação em que se encontrava e suster a ruína, centraram-se na igreja, alvo de uma intervenção na estrutura, com substituição do revestimento em telha, e respetiva estrutura de suporte. Foram ainda feitas ações de conservação e restauro de elementos pétreos, recuperação e consolidação de alvenarias e abóbadas e instalação de caixilharias.
Segundo a DRCC, a obras realizadas no Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão garantem que a igreja possa ser visitada em segurança.
1ª PÁG. DE 15/12/2023
MENSAGEM DE NATAL DE SUA EXCELÊNCIA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
EDITORIAL Nº 857 – 15/12/2023

É Natal!
Já entramos no espírito natalício e desta forma não vou lembrar a corrupção que assola o país, que fez com que o Primeiro Ministro se demitisse; vemo-nos, entretanto, com as compras e trocas de palavras festivas que têm lugar nestes dias.
Trata-se de um tempo de reflexão e de família.
Refletimos face ao ano passado e ao ano que se aproxima, ao bom e mau que nos caraterizaram estes doze meses de tantos outros.
Refletimos, também, em família e partilhamos também um pouco de nós com os nossos, valorizando o tempo que vivemos em reunião natalícia.
Temos agora um tempo de paz, que nos isola dos horrores e desgraças alheias, a que somos sujeitos e obrigados a assistir todos os dias, quando a outros aflige.
A Europa, nossa casa, tem sido palco de infortúnios nestes últimos anos. A guerra Rússia /Ucrânia, Israel/Hamas e outros, que pelo mundo, mais uma vez nos fazem lembrar a nossa fragilidade e a imprevisibilidade que acompanha as tragédias.
Faltam líderes, faltam valores, falta humanidade, falta comunhão e congregação de esforços. Não deixa de ser irónico, muitas vezes, que o grande berço das maiores religiões do mundo seja a religião com mais violência gratuita, ostraciza outros povos, incluíndo o seu.
João Paulo II, deu os primeiros passos para unir religiões e, conseguiu em alguns casos. É este o caminho. Não se podem deixar as pegadas de grandes intenções esquecidas no tempo.
A Fundação Champalimaud criou um desafio: “como será o mundo daqui a 100 anos?” Desconhecemos a resposta, na mesma medida que o dia de amanhã é uma incógnita, mas será essencialmente o reflexo do homem que, contra tendências, terá de mudar algumas das correntes nefastas que se têm verificado de ano para ano.
Neste Natal quero agradecer a todos os meus colaboradores, assinantes e publicitários, pois sem todos vós, este Jornal Renascimento não existiria.
Um Feliz Natal.
CENTRAIS 15/12/2023
NECROLOGIA
SAIBA COMO…

ARRENDAMENTO: DESMISTIFICAR QUESTÕES
Na edição datada de quinze de novembro, foi abordado o tema respeitante aos elementos que devem constar no contrato de arrendamento. Ora, nesta edição, e uma vez que nos últimos tempos temos assistido uma procura gigante no ramo imobiliário, tanto para comprar como para arrendar, importa ressalvar e desmistificar algumas questões no que tange ao arrendamento em geral.
Com a entrada em vigor, no dia sete de outubro, do presente ano, da lei 56/2023 que aprovou as medidas no âmbito da habitação, destaca-se o seguinte:
- Nos novos contratos de arrendamento que excedam os limites gerais de preço de renda por tipologia (o que no caso do distrito de Viseu são: T0- 250€, T1 -350€, T2-450€, T3-525€, T4-600€, T5- 675€ e T6 e seguintes – 675€ mais 50€ por cada quarto a mais), o valor da nova renda não pode exceder o valor da última renda praticada sobre o mesmo imóvel em anterior contrato celebrado nos cinco anos anteriores à entrada em vigor da lei, aplicado o coeficiente de 1.02.
Pode ainda ser acrescido do valor do coeficiente anual, estabelecido todos os anos em portaria do governo, desde que não tenha sido atualizada a renda com base nesse valor nos últimos três anos.
Ora, o legislador, com este normativo, pretende que deixe de existir a situação, que se tem tornado recorrente, de ter uma fração autónoma arrendada por um valor inferior e após oposição à renovação do senhorio e elaboração de um novo contrato de arrendamento este tenha um valor mensal de renda em triplicado ou quadruplicado, em face ao valor do anterior contrato.No que respeita também ao tema da oposição à renovação por parte do senhorio, importa ressalvar que os contratos de arrendamento para habitação, como vimos em edição anterior, podem ser celebrados com prazo certo ou indeterminada. No que tange aos contratos com prazo certo, no mínimo, deve ser celebrado o prazo de 1 ano ou máximo de 30, salvo determinadas exceções, como é o caso dos estudantes. No entanto, o legislador com a entrada em vigor da lei 13/2019, visou proteger o inquilino, na medida em que criou uma limitação à primeira renovação, estabelecendo que, nos contratos de arrendamento celebrados com prazo certo, se considera automaticamente celebrado por três anos, ainda que no próprio contrato diga que é por prazo inferior. Refere, ainda, que caso no referido contrato preveja a clausula da renovação, este renova-se automaticamente no seu termo por períodos sucessivos de igual duração ou três anos se esta for inferior, exceto se estiver previsto no contrato que após os três anos o contrato não renova.
Especial atenção para o facto de que este normativo aplica-se apenas a contratos celebrados após fevereiro de 2019, uma vez que, nos contratos celebrados antes da entrada em vigor do referido diploma, e em contratos celebrados entre 2012 e 2019, a lei que vigorava previa que as renovações automática eram por igual duração, ou seja, se o contrato previsse que renovava por um ano, era sempre de ano a ano a renovação e não se estabelecia prazo mínimo de contrato. Já nos contratos celebrados entre 2009 e 2012, as renovações automáticas eram, no mínimo, de três anos e o prazo inicial do contrato de cinco.
Assim, e face ao aduzido, alertar os leitores para o facto de que, quer sejam arrendatários ou senhorios, a forma como é redigido o contrato é crucial para garantir os direitos e deveres de ambas as partes. Por conseguinte, devem sempre recorrer a um profissional do foro jurídico, como o Solicitador, e não deixar os vossos direitos em mãos alheias.
IMAGINANDO

Os Essénios – Parte 4
Como podemos considerar a Tribo Essénia?
Os Essénios não gostavam de viver em cidades, devido à corrupção que havia entre as outras tribos.
Eles não se uniam por clã ou raça, mas sim por associações voluntárias, habitando em muitas regiões da Palestina e no deserto. Viviam separados das outras tribos. Fundaram várias colónias. Cada colónia tinha uma sinagoga.
Como pessoas serenas, praticavam a virtude e o amor entre os homens.
Segundo os manuscritos do Mar Morto, tinham uma visão diferente das outras tribos. Eram contra o regime de escravidão, pois achavam que ninguém estava acima de ninguém. Não existiam altos cargos, mas sim um grande respeito pelo seu semelhante.
Embora dando destaque aos Instrutores, exigiam que fossem rigorosos nos exemplos, costumes, direito, justiça e verdade.
O mesmo se aplicava aos Sacerdotes
Quando cada um falava, cedia a palavra ao outro.
Cumpriam a palavra e sustentavam a paz.
No caso de doença nunca ficavam sem cuidados.
O respeito pelos mais velhos era exemplar. Cuidavam como filhos gratos, mesmo que não tivessem com eles qualquer parentesco.
Como tinham uma vida saudável, atingiam normalmente os 100 anos.
A sua alimentação era frugal, não matavam animais, mas se algum deles ao cair num despenhadeiro tivesse morte certa, era servido como alimento.
O dinheiro era dispensável, porque se tratava duma tribo em que todos contribuíam para um bem comum e sempre que alguém se deslocava para outro local e da mesma tribo, havia sempre acolhimento, como dormida e alimentos.
O casamento era permitido entre os Essénios. Nas comunidades, cada membro tinha uma pequena casa com quintal. Como não havia empregados, cada um cuidava da sua própria casa. Os solteiros moravam em casas comunitárias.
Também eram respeitados por outras tribos, porque além de serem dóceis, tinham uma cultura bastante vasta e um progresso muito grande no campo da medicina.
Eram chamados de Terapeutas Peregrinos.
Percorriam as regiões maltratadas pelas epidemias, utilizando e estudando as plantas medicinais das montanhas como tratamento.
Continua
O NATAL QUE PASSEI COM O AVÔ ALBERTO

O avô de minha mulher, chegou ao Brasil, no início do século XX.
Era jovem e cheio de ambições. Estreara-se no jornalismo, em Portugal, num jornalzinho de bairro: “O Garnisé”.
Como o primo fosse editor de semanário de inspiração monarquista, passou a colaborar nele, mantendo coluna, que assinava com o pseudónimo de: Urbano”.
A razão de não usar seu nome nas crónicas, é simples de explicar: o jornal pertencia a movimento monárquico, e ele era republicano, de sete costados.
Seria? Creio que era apenas um jovem, apaixonado pelas “Letras”; o que queria, era escrever…
Empregou-se, no Brasil, no escritório de fábrica de produto alimentício.
Como colaboradora, tinha a filha do proprietário. Uma jovem bonita e simples. A idade; o convívio; o facto da mãe de ambos, terem sido amigas, na infância, tornaram-se íntimos.
Dessa amizade, resultou o casamento.
Numa das minhas estadias, a São Paulo – em véspera de Natal, – encontrei-o no jardim da sua bela casa de Alto de Pinheiros, junto ao canteiro dos junquilhos. Seus cabelos brancos lampejavam, batidos pelo sol morno da manhã.
Conversamos sobre a economia do seu querido Portugal.
De repente, encarando-me com os seus belos olhos verdes – verdes como formosas esmeraldas, – encrustados no rosto moreno, queimado pelo Sol, disse-me que ia revelar-me um segredo, que há muito vivia com ele; quiçá, pensando na minha condição de rapaz pobre:
- “Sabe por que deixei de passar a Noite de Consoada com meus cunhados?”
Aguardei a resposta. Certamente não esperava que lha desse: - “No início de casado – continuou caminhando pelo jardim, parando junto à porta da garagem, – todos os irmãos reuniam-se na noite de Natal. Era uma bonita festa! Ceávamos; conversávamos… e noite velha, chegava o Pai Natal, com saco repleto de presentes, para as crianças.”
Neste momento fez uma pausa. Silêncio prolongado. - “Tudo corria bem…até que certa vez, minha filha mais velha, interrogou-me muito agastada: “Não é justo! Papai Noel dá-me sempre roupinha, enquanto minhas primas recebem bicicletas!…”
Novo silêncio, ainda mais prolongado. - “Os meus cunhados tinham posses. Podiam distribuir prendas caras… fiquei tão triste, que resolvi, desde então, consoar só, com meus filhos e a Júlia…”
Neste momento a voz embargou-se, e uma lágrima envergonhada, aflorou, deslizando suavemente, pela face envelhecida.
Compreendi; e pensei: quantos irmãos se separam, por essa e outras razões, como tais?
Como é difícil, para quem vive folgadamente, entender as dificuldades dos outros! …
Quantas vezes, humilhamos, o próximo, sem o saber?
Assim se vão afastando, os irmãos… os primos…os parentes…