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CONSULTÓRIO

ESTÁ A VOLTAR O TEMPO DAS CONSTIPAÇÕES
Começaram, finalmente, as chuvas, as barragens voltam a encher e o tempo mais fresco, principalmente no fim da tarde, durante a noite e no começo da manhã, traz consigo uma diversidade de pequenas afecções que se traduzem por um nariz que escorre, espirra ou se entope, por uma garganta que arranha, incomoda, dói ou fica irritada, e pelo aparecimento de tosse seca e irritativa ou acompanhada de expectoração…
E porque é que este tempo, mais húmido e mais fresco é, assim, tão propício às constipações, às bronquites, à gripe e às anginas ou amigdalites?
E o que devemos fazer para nos proteger?
É uma evidência: outono e o inverno são propícios ao aparecimento de constipações e infecções respiratórias. Mas porquê?
A explicação é relativamente simples. O tempo mais frio e húmido facilita a transmissão e contágio dos vírus respiratórios (são mais de 200 e os mais importantes são o da Gripe assim como, agora, o Covid) e bactérias, que vão passando de pessoa para pessoa. Mas nem todas as pessoas que entram em contacto com estes agentes infectantes vão ficar constipadas. Só as mais frágeis ou mais debilitadas é que vão ficar doentes. E o arrefecimento fragiliza as vias aéreas. Com efeito, ao provocar uma constrição dos vasos sanguíneos do nariz, as defesas imunitárias da mucosa nasal diminuem, facilitando a entrada dos vírus. Em resumo, este tempo é um agressor das mucosas das vias aéreas superiores, as quais se tornam menos eficazes no seu papel de barreira antiviral.
Primeiro conselho para limitar as constipações: evite os ambientes fechados e com muitas pessoas
Se no exterior o risco de arrefecimento aumenta, a verdade é que os vírus andam mais dispersos pelo ar (desde que não haja uma grande aglomeração de pessoas que vão aumentar o risco de transmissibilidade dos vírus). Ao contrário, os ambientes fechados podem transformar-se num verdadeiro ninho de vírus, porque estes se encontram confinados e se transmitem mais facilmente entre todos os residentes, não só por transmissão através da via aérea, mas também através das superfícies – daí a recomendação de voltarmos a usar máscaras nestes ambientes de maior risco-.
Convém arejar, com regularidade, a casa e renovar o ar, pelo menos, uma vez por dia. Não se recomenda sobreaquecer as divisões sendo, mesmo, conveniente humidificar as mesmas porque o ar muito seco agride também as mucosas nasais e torna-as mais sensíveis aos agentes infecciosos.
Segundo conselho para limitar as constipações: lavar as mãos regularmente
Lavar as mãos com frequência deve constituir quase um reflexo. É preciso também secá-las com uma toalha limpa e pessoal utilizando, de preferência, toalhetes descartáveis; o mesmo em relação aos lenços de assoar, assim como com os agasalhos.
E, se vier o frio
Convém relembrar os conselhos de base que revelam bom senso: evitar as exposições prolongadas ao frio e ao vento, as correntes de ar, manter-se aquecido, usar um impermeável para impedir que a humidade atravesse a roupa…
Em contrapartida, esquece-se, com relativa facilidade, que em caso de grande frio é preciso evitar o álcool, sob todas as formas (grogues, vinho aquecido, gemada com vinho do porto…). Contrariamente a uma ideia preconcebida o álcool não reforça o sistema imunitário, mas, ao contrário, fragiliza-o ao congestionar as vias aéreas e diminuindo a eliminação dos microrganismos. Em caso de tratamento medicamentoso, o álcool pode favorecer o aparecimento de efeitos secundários.
Os antibióticos não devem ser prescritos ou tomados de uma forma automática. Com efeito, como a maior parte das infecções das vias aéreas são de origem viral (constipações, rino-faringites, bronquites, bronquiolites…) os antibióticos não têm, aqui, qualquer cabimento. Apenas têm indicação no caso de haver uma infecção de origem bacteriana.
Também, outro preconceito errado, não aproveitar o frio para comer mais. O organismo não tem necessidade de mais calorias para passar o inverno. O único resultado será um aumento de peso, o qual irá aumentar a fadiga.
Finalmente, verificar o bom funcionamento dos sistemas de aquecimento e dos esquentadores, as braseiras, a limpeza das chaminés e promover uma boa ventilação das diferentes divisões da casa. Tudo isto para prevenir as intoxicações pelo monóxido de carbono, um gás mortal que todos os anos faz um número muito significativo de vítimas mortais. Uma razão de peso para que se areje, diariamente, cada divisão.

lendas, historietas e vivências

A CULTURA
DOS
“POBREZINHOS”

Eu coloquei pobrezinhos entre aspas porque na realidade não considero que existam lugares ou povos que não tenham uma CULTURA muito própria. De vez em quando detenho-me a reflectir sobre esta questão porque desde há largos tempos para cá, é uma expressão que está na ordem do dia quando há umas largas décadas, senão séculos, era um vocábulo só usado pelas pessoas eruditas. E entrou-me esta na cabeça motivada pela leitura de jornais. Desde que me conheço sempre me deu prazer fazer a leitura diária de um jornal que normalmente comprava, fruto de influências paternas. Isto poderá considerar-se um vício, já que não prescindo da leitura de um ou mais jornais diários e semanais preferindo comprá-los e lê-los no remanso do meu serão, do que cansar os olhos nas notícias que nos são transmitidas por vias electrónicas repetitivas e desgastantes. Então esta minha paixão pelas Beiras serranas, as chamadas raianas, pedregosas, não fáceis de lhes tratar as terras de modo produtivo, leva-me a semanalmente a adquirir o “Jornal do Fundão” que desde miúda me lembro ver nas mãos do meu Pai. Para lá das leituras de outros diários e semanários não há dúvida de que o meu deleite é absorver as notícias deste simpático jornal semanal da Cova da Beira e constatar que a chamada Raia e as suas populações não baixam os braços perante as agruras do clima e da sua posição geográfica afirmando-se, de ano para ano, como uma região de excelência. Não só nas produções agrícolas e industriais também fomentando com engenho actividades culturais – cada aldeia, cada cidade não descuram as vivências das suas tradições populares, como também das eruditas. Têm os seus cinemas, os teatros e museus com programas de excelente nível. O seu desígnio de terras do Interior, distantes de tudo o que era “civilização,” que ao longo dos séculos viveu quase num adormecimento nunca deixou afinal de se movimentar para sobreviver. Fosse de burro, cavalo, carroças e carros de bois faziam os seus percursos transportando os produtos que esforçadamente conseguiam pelo seu trabalho diário. Cá para o litoral, ou seja, na banda oeste da Serra da Estrela já a vida se processava de forma mais desimpedida de modo a criar riqueza. Eram os meios de transporte mais céleres e cómodos que possibilitavam outros contactos, outros negócios e outra Cultura. Estou a gostar de me passear pela Cultura da raia. Continuarei.

SANFONINAS

Luz vermelha
Cândido Ferreira já não pertence ao nosso mundo; deixou-nos em Fevereiro deste ano. Aliás, as suas intervenções nos últimos anos de vida poderiam já ser consideradas «do outro mundo», como foi o caso do livro “Covid-19 A Tempestade Perfeita”, sobre que o médico Rui Crisóstomo – em cerimónia de homenagem realizada em Cantanhede, sua terra natal, a cujo município mui significativamente Cândido Ferreira entregou parte do espólio histórico que foi reunindo ao longo dos anos – afirmou que as soluções aí apontadas, «por estarem sempre muito à frente no tempo, só muito mais tarde foram reconhecidas na sua justeza e validade», acrescentando: «Infelizmente, quando o foram, para muitos, era tarde demais».
Retomo a evocação da sua memória, porque dele guardei esta frase que me enviou numa das muitas mensagens que tivemos oportunidade de trocar:
«No entanto, três meses depois da apresentação da candidatura, bloqueado pela principal imprensa, que sobre mim só passava contrainformação, ganhei a certeza de que o melhor seria desistir. Pois se até entrevistas televisivas solicitadas foram alvo de apagão, enquanto jornalistas amigos me avisavam que sempre se acendia uma qualquer “luz vermelha”, quando o meu nome aparecia nas Redações».
Referia-se à candidatura à presidência da República.
Ocorreu-me agora a sua alusão à ‘luz vermelha’. Não, por encontrar, amiúde, quem, na estrada, passe a toda a brida e o semáforo já virara encarnado, mas porque a frequência dessas tais luzinhas vermelhas está a aumentar substancialmente.
Cândido Ferreira partiu, consciente de que, custe-lhe o que custasse, não obedecia ao eufemismo do «politicamente correcto» e, por isso, a luzinha acendia; nós, os que por cá ainda andamos e tivemos a experiência de aprender a escrever para a Censura, acabamos por, agora, recomeçarmos essa aprendizagem.
O perigo espreita, porém: o de nos acomodarmos, baixarmos os braços, quem vier atrás que feche a porta, para que hei-de eu ralar-me, eles são pagos para isso, albarde-se o burro à vontade do dono!…
O dono é que nem sempre domina à perfeição as técnicas do albardar e, quando menos se espera, lá vai a cangalha ao chão com tudo o que tem em cima e nada há que se aproveite depois. Chora-se sobre o leite derramado, mas só o canito que passe o tentará lamber…

25 de Novembro de 1975

Portugal viveu, há 48 anos, o 25 de Novembro, que opôs militares da extrema-esquerda e “moderados”, ditou o fim da revolução portuguesa iniciada com a revolução do 25 de Abril de 1974 e a normalização democrática do país.
A expressão “dramática aventura” relativa ao 25 de Novembro é do general Costa Gomes, o Presidente da República que, do Palácio de Belém, em Lisboa, foi negociando com todas as barricadas para evitar um confronto que poderia ter arrastado o país para uma guerra civil.
De um lado estava a esquerda militar, influenciada pela extrema-esquerda e comunistas, dividida entre “gonçalvistas”, próximos do ex-primeiro-ministro Vasco Gonçalves e do PCP, e “otelistas”, apoiantes do estratego do 25 de Abril e chefe do COPCON (Comando Operacional do Continente), adeptos da “via revolucionária”. Do outro estavam os “moderados”, congregando militares e forças à direita do PCP — incluindo o PS de Mário Soares e o PSD de Sá Carneiro — e que acabaram por ter o aval de Costa Gomes.
Um ano e meio depois da Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura mais antiga da Europa, de quase meio século, a revolução estava na rua outra vez. A banca e os seguros já tinham sido nacionalizados e a reforma agrária no Alentejo e Ribatejo estava no auge.
O ex-Presidente da República e “herói” do 25 de Novembro, Ramalho Eanes, teve um papel fundamental para travar a tentativa de golpe militar.
No livro “Abril em Novembro”, de Rui Salvada, nascido em Beja em 1943, que comandou a 21ª Companhia de Comandos na Região Militar de Moçambique, que teve participação relevante na Operação Nó Górdio, tendo sido agraciada com a Cruz de Guerra de 1º Classe, atribui o 25 de novembro à tentativa de criação de um “Portugal terceiro mundista” ao serviço das forças comunistas internacionais e realça o papel de Jaime Neves nos acontecimentos desse dia – foi o então coronel, à frente do regimento de Comandos da Amadora, que comandou o ataque que obteve a rendição das chefias da Polícia Militar, no quartel da Calçada da Ajuda, evitando uma guerra civil e contribuindo para a consolidação da democracia.
Lembrar o 25 de Novembro de 1975 é o garante do respeito pela promessa de uma democracia liberal que não é nem de esquerda nem de direita, mas de ambas e, face à sua importância, devia ser convenientemente celebrada na casa da democracia. Renegar a sua importância história seria um péssimo serviço ao país.

BUPI de Mangualde já ultrapassou objetivos de registo de terrenos


O Balcão Único do Prédio (BUPI) de Mangualde efetuou até 14 de novembro deste ano, quase 16 mil registos de prédios rústicos (terrenos), mais de 35% dos cerca de 45 mil terrenos existentes no concelho.
Estes resultados mostram que o Município cumpriu e já ultrapassou em 2% o objetivo de cadastrar, até 30 de setembro passado, 14.880 terrenos (33%), nos dois anos de vigência (2021 - 2023) da candidatura conjunta dos concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões.
“Estamos muito orgulhosos deste resultado, num território como o nosso, de minifúndio, de pequenas propriedades. Superámos os desafios, fruto do trabalho dedicado da equipa responsável por este serviço, mas também porque os proprietários compreenderam a utilidade e a importância de registarem os seus terrenos”, afirma o presidente do Município, Marco Almeida.
O BUPI de Mangualde está em funcionamento desde junho de 2021. Até 31 de dezembro de 2025, continuam a ser gratuitos a identificação e o cadastro de propriedades para efeitos de registo na Conservatória de Registo Predial.

A TERRA TREME


A Terra Treme, é um exercício nacional, realizado ontem, dia 14 de novembro, que tem como objetivo chamar a atenção para o risco, alertando para os comportamentos simples que os cidadãos devem adotar em caso de sismo por forma a minimizar os perigos e salvar vidas.
A iniciativa promovida pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, teve lugar às 11h14m, durou 1 minuto e convidou os participantes a executar três gestos que salvam: Baixar, Proteger e Aguardar.
Em Mangualde, a iniciativa foi realizada numa parceria da Escola Gomes Eanes de Azurara com a Proteção Civil Municipal, contando também com o apoio da GNR e dos Bombeiros Voluntários de Mangualde.
Apesar de Mangualde não ser um território muito propício a estas situações, é sempre útil alertar e incutir nas pessoas formas de agir, uma vez que estas situações são imprevisíveis.
As escolas e os mais jovens, são também aqueles que melhor recebem a mensagem e os ensinamentos que depois, em casa e no meio familiar, transmitem contribuindo assim, para que a população em geral adote medidas e se organize por forma a saber como agir em situação de risco.

Smart City Expo World Congress


Mangualde esteve presente no Smart City Expo World Congress (SCEWC), o maior evento internacional sobre a temática das Cidades e Regiões Inteligentes, que se realizou em Barcelona.
A Plataforma foi apresentada durante a conferência “Mobilidade Inteligente”.
“Tal como esperávamos, a Plataforma de Mobilidade Inteligente de Viseu Dão Lafões gerou bastante curiosidade entre a assistência, que encheu o Pavilhão de Portugal durante a conferência. As soluções que apresentámos suscitaram elogios generalizados, sendo certo que esta plataforma irá continuar a permitir melhorar os serviços públicos de transporte da região, juntando transporte publico de passageiros, serviço “Ir e Vir” e mobilidade suave. Trata-se de um novo paradigma na governança publica local, em que as pessoas e as suas necessidades são o centro da política publica”, considerou Nuno Martinho, Secretário Executivo da CIM Viseu Dão Lafões. “Em simultâneo, os municípios de Viseu Dão Lafões tiveram a oportunidade de conhecer as propostas apresentadas pelos seus congéneres nacionais e internacionais. Está a ser uma participação muito produtiva”, acrescentou.
Também presente em Barcelona, Paulo Almeida, Vice-Presidente da CIM Viseu Dão Lafões, confirmou o carácter inovador das soluções e projetos presentes na feira. “Muitas das propostas apresentadas nestes três dias de Smart City Expo World Congress são aplicáveis ao nosso território. Nesse sentido, a nossa presença em Barcelona foi muito enriquecedora para os autarcas, que levam para os seus territórios novas e inovadoras ideias para melhorar a qualidade de vida das populações. As cidades e as regiões estão a mudar em todo o mundo e a CIM Viseu Dão Lafões está a acompanhar essa mudança, como todos pudemos verificar neste evento”, sublinhou Paulo Almeida.
A participação da CIM Viseu Dão Lafões aconteceu no Pavilhão Smart Portugal, que tem uma área de 180m2 e onde decorreram múltiplas iniciativas ao longo dos três dias, numa organização da NOVA IMS. Esta é a segunda participação da CIM Viseu Dão Lafões na feira, depois de em 2022 ter apresentado o Sistema de Gestão de Pavimentos, um software, desenvolvido através de inteligência artificial, que monitoriza as estradas da região.
Uma Plataforma verdadeiramente Inteligente 
A Plataforma de Mobilidade Inteligente, apresentada na feira, permite obter métricas sobre a mobilidade na região Viseu Dão Lafões, integrando dados recolhidos de várias fontes. Uma delas é o serviço de transporte flexível a pedido “Ir e Vir”, uma solução que tem como principal objetivo alargar e reforçar a oferta de transporte de passageiros, garantindo cobertura em zonas de menor densidade demográfica. Outras fontes de dados são os transportes públicos da região, tendo em consideração os diversos operadores; a aplicação de navegação Waze, com base no estado do trânsito em tempo real e em alertas sempre atualizados; o movimento nas ciclovias; a utilização de bicicletas partilhadas; e os dados geográficos obtidos em parceria com as operadoras de comunicações móveis, entre outros.
Com esses dados, a Plataforma de Mobilidade Inteligente permite conhecer em detalhe os locais de afluência, a acessibilidade dos serviços e a evolução da bilhética, assim como analisar os congestionamentos, entre muitas outras métricas possíveis. Assim, é possível fazer uma leitura dos movimentos pendulares e perceber de forma mais precisa como as pessoas se deslocam na região. Desta forma, a Plataforma constitui uma ferramenta de grande utilidade para o apoio à tomada de decisões por parte das autarquias.

MAGUSTO DA PARÓQUIA DE MANGUALDE


Porque novembro é o mês de S. Martinho e das castanhas, muitos são os locais que acolhem os tradicionais Magustos convívio.
Celebrações que lembram uma tradição que apesar do passar dos anos ainda se vai mantendo e nesta época reúne muitas pessoas nas Associações locais.
Para assinalar a data, a Paróquia de Mangualde realizou ao fim da tarde do passado dia 11, exatamente no Dia de São Martinho, o seu tradicional Magusto Paroquial. E foram muitos os que aceitaram o convite e participaram no evento em salutar convívio e confraternização.
Apesar das muitas iguarias que adornavam as mesas, as castanhas foram as raínhas da festa e, claro está, sempre acompanhadas pela saborosa jeropiga.