Arquivo diário: 2 de Março de 2021

Os Anteros


A Literatura Portuguesa teve no Sec. XIX dois grandes vultos com o nome de Antero.
Comecemos pelo mais velho, Antero Tarquínio de Quental. Nasceu em Ponta Delgada, nos Açores em 18 de Abril de 1842. Poeta e Filósofo morreu novo, aos 49 anos de idade, em 11 de Setembro de 1891.
Contemporâneo e amigo de grandes figuras, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, entre muitos outros, teve a Cidade de Coimbra como palco da sua actuação literária e política, onde constituiu uma lenda.
Poeta de grande qualidade, dizem os críticos, que os seus poemas igualam Camões e Bocage. Pertenceu a uma das mais ricas gerações de intelectuais portugueses. Pode ser considerado o pai do “ Pensamento da Geração de 70”. Um Poeta que viveu entre o sentimento e a razão, a sensibilidade e a vontade, o temperamento e a inteligência.
Das suas principais obras, destacam-se “ Sonetos Completos” , “ Odes Modernas” e “Sonetos Completos”,
Contestou sempre o papel da Igreja, atitude normal nos que estiveram ligados à geração de 70.
É, juntamente com Oliveira Martins o fundador do Jornal República.
O outro Antero, Antero de Figueiredo, é Beirão, nasceu em Coimbra no dia 28 de Novembro de 1866 e faleceu na Cidade do Porto em 10 de Abril de 1953. Viveu ainda na primeira metade do Sec. XX.
Conheceu e conviveu com o Poeta António Nobre, João Penha, Agostinho de Campos e Eugénio de Castro. Todos grandes figuras da Literatura e do Pensamento Português.
No Porto frequentou a Faculdade de Medicina, mas foi em Lisboa que se licenciou em Letras.
Foi um viajante, conheceu meio mundo e daí a sua linguagem policrómica, os seus ideais da Pátria e da Fé. Começou por ser agnóstico para se tornar num crente ferveroso e convicto.
A sua prosa é um exemplo, um requinte da linguagem e do seu purismo.
Um cultor da Língua Portuguesa, uma mistura de filógolo, linguísta e Poeta.
Dizia :- “ Eu amo tanto a nossa Língua…”. Usou a Língua Portuguesa como ninguém!
Das suas obras sobressai - “ Jornadas em Portugal” e “ Non Sun Dignus”.
Também não escapou ao Sebastianismo, escrevendo “ D. Sebastião, Rei de Portugal”.
Duas grandes Figuras da Literatura e do Pensamento Português.
António Fortes

Campanha Floresta Segura 2021 Fase de sensibilização


A Guarda Nacional Republicana (GNR) iniciou no passado dia 22 de fevereiro, a fase de monitorização e sensibilização da Campanha Floresta Segura 2021, através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), da Unidade de Emergência, de Proteção e Socorro (UEPS) e dos Comandos Territoriais, para prevenir comportamentos de risco com a finalidade de garantir a segurança das populações e do seu património e salvaguardar o tecido florestal nacional.
Esta fase, que decorrerá previsivelmente até ao dia 31 de março, pretende sensibilizar a população em geral, sobretudo as autarquias, agricultores, caçadores, produtores florestais e a comunidade escolar, para o cumprimento das faixas de gestão de combustível em terrenos confinantes com edificações e junto à rede viária e sobre o uso do fogo.
No ano de 2020, a GNR, em coordenação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), realizou 4 179 ações de sensibilização, que alertaram presencialmente cerca de 60 mil pessoas para a importância dos procedimentos preventivos a adotar, nomeadamente sobre o uso do fogo em queimas e queimadas, a limpeza e remoção de matos, a manutenção das faixas de gestão de combustível e a adoção de medidas de proteção dos aglomerados e de autoproteção. Para tal, destaca-se a realização de cerca de 53 500 patrulhas, que percorreram mais de 3,5 milhões de quilómetros.
Após a fase de sensibilização, seguir-se-á a fase de fiscalização. No ano passado, a GNR sinalizou numa primeira fase mais de 24 mil situações de incumprimento da gestão de combustível, sendo que 14 mil registaram-se em freguesias prioritárias. Numa segunda fase, por se encontrarem ainda situações de incumprimento, foram elaborados 6 257 autos de contraordenação no âmbito do Decreto-lei n.º 124/2006, de 20 de junho.
No que diz respeito aos incêndios rurais, a GNR registou 4 892 crimes de incêndio florestal, tendo resultado na detenção de 51 pessoas e na identificação de outras 379, realçando-se que cerca de 23% das ocorrências tiveram origem na realização de queimas e queimadas.
A proteção de pessoas e bens, no âmbito dos incêndios rurais, continua a assumir-se como uma das prioridades da GNR, sustentada numa atuação preventiva, com o envolvimento de toda a população e demais entidades públicas e privadas, na salvaguarda da vida humana e na segurança do património de Portugal e dos portugueses

FALECEU BERNARDINO AZEVEDO


No passado dia 26 de fevereiro, faleceu no Hospital de S. Teotónio em Viseu, com 75 anos de idade, o Sr. Bernardino António Azevedo.
Bernardino Azevedo foi presidente da Junta de Freguesia de Mangualde de 2005 a 2013 e presidente da União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta de 2013 a 2017.
“Uma figura ímpar e incontornável da nossa freguesia, que nunca se poupou à intervenção pública em prol dos seus concidadãos. Uma perda para todos.”, assim se pode ler na página da União de Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta.
A Câmara Municipal de Mangualde na sua página também apresentou “votos de condolências à família de Bernardino Azevedo, e deixa uma palavra de louvor e homenagem pela sua exemplaridade como Homem e pelo seu contributo para o progresso do concelho” enquanto presidente de Junta”.
Além das mensagens de homenagem atrás referidas, foram muitas, as que, após o conhecimento do seu falecimento começaram a circular pelas redes sociais. Mensagens sentidas e de reconhecimento, por tudo quanto Bernardino Azevedo deu a Mangualde.
Bernardino Azevedo, além de autarca, foi também sócio fundador da Associação dos Deficientes das Forças Armadas e sócio fundador do Centro Recreativo, Cultural de Santo André.

Apresentação do livro MANGUALDE – Patrimónios Municipais

Forçosamente o Jornal Renascimento faz parte da vida da Cidade de Mangualde e da de todos nós dada a sua longevidade- 94 anos.
O Jornal Renascimento deve a Mangualde e aos mangualdenses o carinho com que o acolheu ao longo de tantos anos e a Cidade deve-lhe a dedicação que lhe testemunhou e lhe dedicou desde sempre. Mangualde e o Renascimento estão e estarão sempre ligados.
Por tudo isto e pela importância que o Concelho de Mangualde adquiriu nos últimos anos, o Renascimento entendeu e bem, dedicar a sua atenção ao Património, tão abundante e tão significativo e às vezes tão pouco conhecido, publicando o Livro “Mangualde-Patrimónios Municipais”.
Obra onde procurou valorizar a riqueza Patrimonial, a sua riqueza histórica, que fazem jus a um passado e até a um presente recente, que tornaram Mangualde uma cidade com interesse e com valor.
Os Homens, às vezes podem mudar o futuro … mas, nunca o passado!
E é este passado que responde por nós. Como disse o Escritor Evelyn Wangh- “ As únicas certezas que possuímos são as do passado!” Um passado que tem que ser conhecido, divulgado e preservado! Amado, acima de tudo!
“A maior obra de Arte, a mais bela de todas, que com todo o nosso amor, oferecemos aos nossos filhos e netos, é o Mundo!”.
As cidades, as nossas terras , as nossas pedras, escurecidas pelo tempo, que têm história, são como livros.
Quem moldou estas pedras? Grossas mãos e um pico! O Pedreiro ao sol, à chuva, à neve, teve o condão de as transformar em cultura.
A pedra está ligada ao Homem, funde-se com a sua vida.
As pedras também falam, também são livros. Têm Poesias, Histórias esculpidas, uma linguagem perfeita – a linguagem das pedras.
É preciso saber ouvir, saber ler. As pedras têm muito para nos ensinar!
Foi a pensar na beleza das pedras, que brotou este livro.
António Fortes, Sub-Director do Jornal Renascimento

PLANO DE RECUPERAÇÃO e RESILIÊNCIA

O Plano de Recuperação e Resiliência foi apresentado na segunda feira, dia 22 de Fevereiro , em S. Bento aos Partidos com representação Parlamentar, para lhes explicar como é que o Governo pretende aplicar as Verbas Europeias no Plano de Recuperação e Resiliência, com o objectivo de alcançar um grande consenso em torno do Plano.
Na terça feira dia 23 o Plano foi debatido na Assembleia da República e foi contestado pela esquerda e pela direita.
Sobre o Plano, o fundamental é que as verbas que vêm de Bruxelas assegurem uma resposta de curto prazo, mas também de longo prazo.
Submetido a Consulta Pública, o PRR é um amplo documento estratégico, onde constam as reformas estruturais fundamentais para assegurar a saída da crise pandémica e garantir um futuro resiliente para Portugal.
O Envelope Financeiro, vindo de Bruxelas de 16.643M€, composto por 13.944M€ em subvenção e 2.699M€ em empréstimos.
O Plano assenta essencialmente em três áreas temáticas - Resiliência (61%), Transição Climática (21%) e Transição Digital (18%).
Sobre este Documento, a Câmara Municipal de Viseu emitiu o seguinte parecer:

“Plano de Recuperação e Resiliência de Viseu
Nota prévia
Através do presente documento, o Município de Viseu expressa o seu contributo para o parecer a emitir pela ANMP e da Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão Lafões no âmbito da consulta pública sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na sua versão de 15-02-2021.
Optou-se por um contributo sintético, não descritivo nem justificativo e que aborda apenas as questões consideradas como mais relevantes ou abrangentes sobre o conteúdo da proposta do Governo, não incidindo assim numa análise casuística sobre os 77 investimentos previstos no PRR.
Afigura-se-nos questionável a utilidade da presente consulta pública sobre um documento em que 46% dos recursos financeiros têm uma utilização pré-determinada e realizada a pouco tempo de ser submetido à Comissão Europeia, uma vez que o Governo assumiu o objetivo de ser dos primeiros a apresentá-lo. Não obstante esta dúvida, o contributo a seguir descrito é construtivo e centrado no êxito deste relevante instrumento programático e que consideramos indispensável para que Portugal possa superar as consequências sociais e económicas da crise iniciada pela pandemia do Covid-19.
Podemos estar hoje a analisar o PRR porque ele é a expressão da solidariedade europeia, porque desta vez o Conselho Europeu foi afinal capaz de decidir com oportunidade e dimensão, numa base de solidariedade a que já nos vínhamos desabituando. Uma resposta sem precedentes que se traduziu em decisões que atingem os 750 mil milhões de euros
para a recuperação da Europa e os 1.074 mil milhões de euros para o próximo quadro financeiro plurianual. O PRR exige por isso uma plena realização e, sobretudo, a obtenção de resultados claros e objetivos.

  1. O PRR deverá explicitar como vamos ter capacidade para assegurar a sua plena e oportuna realização física e financeira e justificar porque não está prevista a mobilização da totalidade dos recursos financeiros a que Portugal poderia aceder.
    A execução do PRR vai coincidir no tempo (até 2026) com três anos de execução final do PT 2020 e com quatro anos de execução inicial do próximo PT2030, coincidindo a pressão do encerramento do Portugal 2020 sem perda de fundos com o arranque do novo PT 2030, acrescendo ainda o PRR e os programas geridos diretamente pela COM, nomeadamente o Horizonte Europa.
    Nos próximos anos vai ser exigido um esforço de investimento que estimamos em 10.800 M€/ano. Desde o ciclo de 1986-1993, Portugal nunca assegurou um investimento apoiado com fundos de tal dimensão. No período com mais fundos disponíveis (2000-2006) o montante anual de fundos mobilizados foi de 2.420 M€/ano.
    Entretanto, de 2015 até final do ano passado, a média de execução anual dos fundos europeus estruturais e de investimento foi de apenas 1.780 M€/ano.
    Este enorme salto quantitativo no nível médio de investimento, nomeadamente no investimento público exigiria, para ser credível, uma explicitação no PRR sobre a estratégia e as medidas que o Governo prevê adotar para a sua viabilização.
    A dimensão do esforço de investimento e a credibilidade que o PRR exige justificam que fosse incluído um calendário de realização previsional anual, tanto mais que certamente os vários investimentos previstos não vão arrancar todos logo no início do plano. Tal cronograma constituiria o elemento central de escrutínio público sobre a evolução da realização do PRR a realizar pelos cidadãos que agora estão a ser convidados a emitir sugestões.
    Ainda no que se refere à dotação financeira global do PRR, é nosso entendimento que a opção rara, para não dizermos inédita, de não ser feito recurso à totalidade dos recursos financeiros que poderiam ser mobilizados, carece de uma justificação. Ou será que se pretende essa mobilização em momento posterior, opção que, a ser essa, exigiria em nome da transparência, a identificação nesta versão inicial do PRR dos investimentos a que seriam alocados esses financiamentos adicionais.
  2. O PRR não deixa claro como se articula com o PT2030, ou melhor, qual o critério base que preside à opção de canalizar os investimentos/componentes para um programa ou outro.
    Temos presente que o orçamento de longo prazo da UE, juntamente com o NextGenerationEU, o instrumento temporário concebido para impulsionar a recuperação, é orientado para uma visão estratégica comum: uma Europa mais verde, mais digital e mais resiliente. Temos também presente que os dois instrumentos programáticos, o PRR e o próximo PT2030, devem estar alinhados com aquelas prioridades e observar concentrações mínimas.
    Não obstante, espera-se que o PRR constitua a resposta estruturada às consequências da crise que inicialmente se supunha vir a ser uma crise de saúde pública e que evoluiu rapidamente para uma crise de valores, de causas, de modos de vida e de hábitos sociais, que por sua vez evoluiu para uma profunda crise social com efeitos avassaladores na economia.
    Esta resposta estruturada às consequências sociais e económicas da crise, imediata e de curto prazo (daí que que vigore até 2026), não se confunde com as respostas conjunturais (layoff, moratórias de crédito, etc.) que o Governo oportunamente adotou, nem se confunde, por outro lado, com uma intervenção mais estratégica para adaptar o país, a sociedade e a economia a um tempo pós crise que não vai ser igual ao que foi e, para essa resposta será certamente o PT2030. Ao percorrer a lista de investimento não se descortina uma lógica de abordagem, um critério objetivo de separação dos dois planos de resposta. Como entender a esta luz, por exemplo, os seguintes investimentos previstos no PRR:
  • Cadastro da propriedade rústica e sistema de monitorização da ocupação do solo; Expansão da Rede de Metro de Lisboa - Linha Vermelha até Alcântara; Expansão da Rede de Metro do Porto - Casa da Música -St. Ovídeo; Linha BRT Boavista – Império; Metro Ligeiro de Superfície Odivelas-Loures; Hidrogénio e gases renováveis; Modernização da infraestrutura do sistema de informação patrimonial da Autoridade Tributária; Sistemas de informação de gestão financeira pública, etc.?
    A inexistência de metas e de resultados esperados com o PRR, ausência que se estranha num plano com a dimensão de mais de 16,6 mi M€, apenas sendo apresentados alguns indicadores de realização, favorece naturalmente que cada um dos investimentos, no seu todo e de per si, sejam questionados quanto á sua pertinência e quanto a melhores alternativas. Por isso, consideramos que o PRR não se afigura focado no que deveria ser o seu desígnio: uma resposta robusta e estruturada às consequências da crise.
  1. O PRR não confere a atenção exigida pela crise económica em geral e das PME em particular e do desemprego que a mesma vai gerar.
    No final desta crise não voltaremos ao ponto de partida. O contexto futuro será seguramente muito diferente. A “bomba-relógio” da crise nas PME e no desemprego, adiada pelo efeito conjugado, mas apenas conjuntural, das moratórias no crédito e do layoff, vai exigir meios de intervenção e de resposta com uma dimensão muito superior ao que têm sido as clássicas linhas de apoio e de incentivos. Para relançar a atividade económica deverão ser previstos instrumentos de apoio para o retomar da atividade, para o reequilíbrio das empresas, para a manutenção e criação de emprego, em suma, para manter o tecido empresarial existente antes de avançarem para novos investimentos.
    Para isto, não se identifica nem vislumbra outro instrumento programático que não seja o PRR, por poder ser imediato e estar já apoiado num enquadramento de auxílios de estado favorável.
    Mas a resposta do PRR vai ser apenas de 7,5% (1.250 M€ para a capitalização de empresas e resiliência financeira através do Banco de Fomento)? E porque não é feito recurso a instrumentos financeiros aos quais se poderia associar o BEI e o FEI e aumentar assim a dimensão financeira da resposta?
  2. O PRR não pode acentuar as assimetrias regionais e a concentração da riqueza nas regiões mais desenvolvidas.
    A configuração dos instrumentos de resposta setorial à presente crise não poderá ignorar a visão dos territórios sob pena de a crise e a resposta a esta acentuarem as assimetrias regionais e a concentração da riqueza nas regiões mais desenvolvidas.
    Cerca de 70% da população residente no continente está hoje na faixa costeira (50 km), com uma densidade populacional média a rondar os 350 habitantes/km2. A densidade populacional média do interior é hoje de 90 habitantes/Km2. No decurso do século XXI a população residente no continente diminuiu em 0,5%; todavia nas NUTS III do interior diminuiu em 10,9% e na AM Lisboa cresceu 5,7%. Considerando um índice de poder de compra de 100 para o Continente, o interior apenas atinge o valor de 75. Mas a AM Lisboa ultrapassa 125. Os índices de dispersão do PIB pc revelam processos de divergência ao nível de NUTS II e de NUTS III. As “regiões convergência do Continente” pioraram a posição inicial que detinham face à média nacional.
    O reforço da coesão social só será efetivo se for acompanhado da redução da disparidade de rendimentos entre territórios, estimulando a coesão territorial e valorizando a sua competitividade.
    Como justificar nesta perspetiva os investimentos com a Expansão da Rede de Metro de Lisboa - Linha Vermelha até Alcântara, a Expansão da Rede de Metro do Porto - Casa da Música -St. Ovídeo, a Linha BRT Boavista – Império, o Metro Ligeiro de Superfície Odivelas-Loures, o equipamento nos hospitais do Seixal, Sintra e Lisboa, as operações integradas
    em comunidades desfavorecidas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto?
    Naturalmente, reconhece-se serem investimentos necessários. O que se realça é o acentuar das assimetrias regionais que resulta. Ou deveremos interpretar que estes investimentos se encontram previstos no PRR para evitar a condicionante da repartição dos fundos em função do diferente nível de rendimento das regiões a que o PT2030 não poderá fugir?
    Os municípios têm vindo a ser chamados sistematicamente para novas responsabilidades e novas respostas aos anseios, insegurança e expetativas dos cidadãos, que vão muito além das suas áreas de intervenção tradicionais. Este novo quadro alargado de exigências resulta do capital de confiança que os cidadãos neles depositam. Os municípios não se deverão limitar a reivindicar mais fundos para os seus territórios. Têm capacidade e legitimidade para reivindicar uma voz interveniente e autónoma, devendo participar, ativamente e desde início, na definição das políticas públicas e dos instrumentos financeiros para a sua concretização.
    Não obstante, o PRR prevê apenas a possibilidade de contribuição dos municípios em cerca de 18% do valor das medidas previstas. A reduzida dimensão desta contribuição acentua-se quando se encontram destinados a investimentos a realizar na Administração Central que estimamos em cerca de 72% do PRR.
  3. O PRR deve conferir uma maior relevância aos investimentos inadiáveis no ciclo urbano da água e que plenamente se justificam nas dimensões estruturantes da resiliência e da transição climática.
    São vários e conhecidos os casos de municípios confrontados com graves problemas de escassez de água para abastecimento público, em risco de sujeição da população a longos períodos de escassez de água e a significativas medidas de restrição ao seu consumo, nomeadamente por insuficiente resiliência dos sistemas de abastecimento de água.
    Nesta situação se encontram os concelhos de Viseu, Mangualde Nelas, Penalva do Castelo e Sátão que evidenciam grande insuficiência de água para o normal abastecimento das populações, obrigando frequentemente a onerosas soluções de contingência que incluem o transporte de água por camião, soluções que apenas permitem mitigar as restrições ao consumo e os efeitos da patente falta de capacidade de armazenamento de água.
    Não obstante o conhecimento alargado desta carência, o PRR confere apenas 2,2% dos seus recursos financeiros para a gestão hídrica no Continente e, nesta, exclusivamente para situações pré-determinadas: o plano regional de eficiência hídrica do Algarve e o aproveitamento hidráulico de fins múltiplos do Crato.
    Na ausência de um critério objetivo e concludente sobre a pré-determinação dos investimentos a realizar no PRR, não poderemos deixar de reclamar pela inclusão de outras necessidades de investimento igualmente urgentes.
  4. O PRR deve considerar o contributo do investimento na ferrovia para a mobilidade sustentável.
    Não se perceciona o motivo da omissão do investimento na ferrovia que permite dar um relevante contributo para a mobilidade sustentável. Esta omissão é de resto acentuada pela presença dos investimentos com a Expansão da Rede de Metro de Lisboa - Linha Vermelha até Alcântara, a Expansão da Rede de Metro do Porto - Casa da Música -St. Ovídeo, a Linha BRT Boavista – Império e o Metro Ligeiro de Superfície Odivelas-Loures.
    Não se poderá acolher como explicação o horizonte temporal de realização do PRR até 2026, uma vez que muitos dos investimentos a realizar na ferrovia são compatíveis com esse horizonte temporal e que vão além da mera aquisição de material circulante (aliás apresentado de forma equívoca com aluguer num sítio e aquisição noutro).
  5. O PRR deve prever o investimento nos meios de combate a incêndios florestais de forma não pré-determinada e incluir meios e infraestruturas em geral para as estruturas de proteção civil.
    Ainda que com uma redação algo ambígua, somos levados a concluir que o investimento nos meios de combate a incêndios florestais se encontra pré-determinado para um conjunto de entidades da Administração Central (ICNF, ANEPC, GNR e Forças Armadas).
    Consideramos ser esta uma forma muito redutora de dar resposta abrangente à carência de meios, devendo este investimento ser aberto às outras entidades que participam no combate aos incêndios florestais e que se confrontem com carência de meios, incluindo, de forma mais abrangente, as estruturas de proteção civil, ainda que na perspetiva do princípio da especialização que é referido.”

O Jornal Renascimento ouviu o Presidente da Câmara Municipal de Viseu Dr. António Almeida Henriques que sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, disse:
“O Município de Viseu já tomou uma posição pública sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o Governo vai apresentar em Bruxelas. Acima de tudo, considerámos que o PRR é uma verdadeira oportunidade para o país e para as regiões mais desfavorecidas, pelo se exige a sua plena realização e, sobretudo, a obtenção de resultados claros e objetivos. Nesse sentido, é lamentável que o plano se apresente excessivamente litoralizado, porque a esmagadora maioria dos seus projetos está no litoral. Por outro lado, o PRR não confere a atenção exigida pela crise económica e, em particular, pelas pequenas e médias empresas. Trata-se de um instrumento fundamental para o combate ao desemprego, mas a verdade é que não se vê um programa estruturante que consiga enquadrar os jovens quadros das empresas para estas retomarem a atividade e diminuir o desemprego. Não se vê um instrumento programático que permita recuperar a economia nos próximos anos.
Saudámos o investimento no setor das águas e a oportunidade para a construção da nova barragem de Fagilde, apesar de que esta infraestrutura até já podia estar feita se os municípios de Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo não tivessem saído do processo. Esperamos que esta não seja mais uma oportunidade perdida. Para o País e, especialmente, para o Interior de Portugal”.
“Em 2018, já estávamos praticamente em vésperas de criar uma empresa regional de águas com oito municípios e estes três concelhos (Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo) saíram do processo e prejudicaram o investimento do quadro comunitário de apoio. A Região perdeu mais de 14 milhões de euros de Fundos Comunitários do POSEUR neste ciclo do Portugal 2020. Se não existe hoje mais investimento feito, deve-se ao PS, que tem estes municípios”.
“Desde que iniciámos o processo de angariação (de concelhos para a anterior empresa Águas de Viseu) em 2016, a questão da Barragem sempre se colocou como prioritária e até já podia estar feita se os municípios de Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo não tivessem saído do processo”.

covid-19 PORTUGAL ENTRA AMANHÃ, DIA 2, NO 12º ESTADO DE EMERGÊNCIA


Em declaração ao país, no dia em que o Parlamento aprovou o diploma que dita o 12º estado de emergência, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desaconselhou o desconfinamento antes da Páscoa por prudência.
“Reduzimos significativamente o número de infetados e de mortes e o indicador de propagação do vírus atingiu os valores mais baixo do ano, o que é muito tentador defender que há que abrir e desconfinar o mais rápido possível, e as escolas seriam o setor mais proposto para o início dessa abertura”, referiu o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, que é preciso “ganhar até à Páscoa o verão e o outono deste ano”. Ou seja “a Páscoa é um tempo arriscado para mensagens confusas ou contraditórias, como, por exemplo, a de abrir sem critério antes da Páscoa, para nela fechar logo a seguir, para voltar a abrir depois dela. Quem é que levaria a sério o rigor pascal? É, pois, uma questão de prudência e de segurança manter a Páscoa como marco essencial para a estratégia em curso”, acrescentou.
Admitiu que o prolongamento do atual confinamento geral, com “mais umas semanas de sacrifícios pesados”, pode “significar mais mobilidade por saturação”, mas sustentou que “um sinal errado de facilidade mal entendida também pode, ou pode mais.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou ainda, que este é um momento em que tem de haver “a solidariedade institucional e a solidariedade estratégica entre o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo” e assegurou que “assim continuará a ser”.
EM MANGUALDE
No concelho de Mangualde, os números têm vindo a baixar e na última semana de 21 a 28 de fevereiro, há a registar 8 casos de infeção.
Os números, permitem aos mangualdenses uma certa serenidade, mas é necessário, manter-se a consciência que a evolução positiva continua a depender de cada um.
De acordo com os dados existentes, Mangualde passará na avaliação de hoje, para concelho de risco moderado.
Há hora de fecho da nossa edição os números de mangualde são os seguintes:
Confirmados - 1331
Recuperados - 1283
Óbitos - 25
Casos ativos - 23

VACINAÇÃO COVID-19 ARRANCOU EM MANGUALDE PARA POPULAÇÃO DEFINIDA PELA DGS


População com mais de 50 anos com as comorbidades, bem como utentes com mais de 80 anos de idade.
Desde o dia 18 de fevereiro, tem estado a decorrer o processo de vacinação Covid-19 à população com mais de 50 anos com as comorbidades definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), bem como aos utentes com mais de 80 anos de idade, em todos os concelhos que compõem o ACeS Dão Lafões.
Conforme havia sido anunciado pela Câmara Municipal de Mangualde, a vacinação decorre no Pavilhão Desportivo dos Bombeiros Voluntários de Mangualde.
O processo de vacinação é da responsabilidade da DGS e a população a vacinar é contactada pela USF de Mangualde.
As pessoas acamadas serão vacinadas em tempo próprio e em condições adequadas.
No passado dia 22, decorreu uma reunião na Câmara Municipal com os Representante da USF Terras de Azurara, USF Mangualde e UCC com o propósito de se avaliar o que correu melhor e pior na primeira experiência de modo a serem introduzidas melhorias no processo.

  • Os convocados devem cumprir o horário da convocatória;
  • Caso cheguem com muita antecedência, devem permanecer nos veículos e apresentar-se à vacinação na hora convocada;
  • É importante que o idoso seja acompanhado por alguém, prioritáriamente por um familiar ou cuidador que o ajudará a preencher o inquérito;
    Elísio Oliveira, Presidente da Câmara Municipal, deixou uma palavra de serenidade e confiança à população: “Tudo irá decorrer de acordo com o planeado e todos serão vacinados”. 

Utilizar a ansiedade a seu favor


Município de Mangualde publica guia de “Como lidar com a Ansiedade”  
Promover melhores condições de vida e responder às necessidades dos mangualdenses é a prioridade para a Câmara municipal de Mangualde. Devido ao isolamento social, a saúde mental tem vindo a desenvolver um papel essencial na sociedade. Consciente das consequências que esta situação pandémica trará para o futuro, pondo em causa a saúde mental, o Gabinete de Psicologia do município elaborou um guia para apoiar e alertar para esta problemática, a ansiedade.
“A saúde mental gerada pelos momentos que estamos a viver pode gerar ansiedade, pânico, medos, depressão e outras doenças associadas e poderão ter um agravamento nos próximos tempos. Devemos estar em alerta. O guia não dispensa uma consulta ao médico, ao psicólogo ou ao psiquiatra, mas pode alertar para determinados sintomas que as pessoas possam desconhecer e pode ser o primeiro passo para a ajuda. Para além disso, integrado no Plano de Apoio Municipal – Estamos juntos, damos a conhecer o nosso número de apoio psicológico do Município de Mangualde, a Drª Lúcia Amaral.” Afirma Maria José Coelho, vereadora da Câmara Municipal de Mangualde.
Pequenos gestos podem fazer a diferença, no guia disponibilizado no site do município, pode encontrar medidas de diagnostico e ajuda para esta fase mais complexa. Encare o futuro de forma positiva, procure realizar as coisas que mais gosta e cuide de si. Se sentir que os seus sintomas de ansiedade persistem não hesite em contactar a Linha de Apoio Psicológico do Município de Mangualde 969028411- Dra. Lúcia Amaral.