Arquivo diário: 2 de Julho de 2020

Febre dos fenos, sem sair de casa…

Ana Cruz
Lembro-me de quando era mais pequena, a televisão era um entretimento rico em histórias e aventuras que estimulavam a criatividade e a imaginação! Numa altura em que os comandos eram pouco difundidos e para mudar de canal televisivo (que seria considerada atividade física de hoje!) era necessário mobilizar os músculos das pernas e nádegas e não tão somente os músculos na mão, logo ver anúncios era uma obrigação prazerosa e humorística! Assim, havia um anuncio que valorizava um sabonete devido aos aromas primaveris das flores dos campos de Portugal, onde aparecia uma jovem a imaginar-se nas planícies a cheirar toda aquela panóplia de flores selvagens como se estivesse no paraíso. Claro está acompanhada com uma música vibrante e feliz: “Feno de Portugal, Aroma da Natureza!”!
Portanto quando a D. Elvira dizia para a minha mãe: “Ai que estou outra vez com a febre dos fenos!” - com voz rouca e nariz inchado, logo pensava “Olhe compre outro sabonete!”. Pois…O que dá a ingenuidade lógica das crianças de outrora! Mal eu saberia que também eu seria uma vítima dessa febre!
Mas hoje que tanto se fala em espirros, tosse associado ao COVID-19, também pode ocorrer ser uma Rinite ou em última instância uma Sinusite, sendo um processo alérgico quando entramos em contato com pólens, poeira doméstica, fungos ou outras substâncias que nos provocam alergia.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, cerca de 22% da população portuguesa padece desta patologia inflamatória. Infelizmente, é desvalorizada e tratada tardiamente por ser difícil discernir os sintomas, ou diferenciar de um resfriado comum, ou tecnicamente falando “Infeção respiratória das vias superiores”.
É evidente que afeta uma via aérea superior (nariz), mas isso não significa que seja uma infeção e tenha logo que tomar antibiótico para aliviar os sintomas! Se nem tiver febre associada aos espirros e tosse, o processo inflamatório da mucosa do nariz será a resposta mais indicada. Isto ocorre porque algo (é muito importante a própria pessoa reconhecer o que aconteceu antes de surgir os sintomas. Por exemplo: se sentiu algum odor intenso, como perfumes, tabaco, amoníaco, lixívia. Ou se reconhece que teve estes sintomas durante a transição das estações) provocou a libertação de uma hormona chamada Histamina. A histamina tem várias funções no nosso corpo, mas quando o nosso organismo considera uma substância como estranha, lança um alerta para o sistema de defesa (sistema imunitário) entrar em ação. No local em que a substância (alérgeno) entrou em contato, é gerada uma dilatação nas artérias e veias para que os glóbulos brancos\ leucócitos possam mais facilmente passar e impedir a passagem da substância, surgindo um edema\ inchaço e um prurido\ comichão intensa no nariz devido à mudança do volume da mucosa, que pode aumentar de volume2 a 3 vezes!! Claro está que isto promove a famosa congestão nasal e o corrimento nasal de cor límpida ou mucosa, também denominada por coriza, para quem é mais técnico. Tal resposta é tão desconfortável que prejudica a concentração e até prejudica o sono, para não falar de dor de cabeça\ cefaleia.
Se desvalorizar este quadro de sintomas, pode surgir uma sinusite ou até uma otite! Tudo porque a resposta da histamina é constante e o corrimento nasal pode ficar mais espesso alojando-se nos espaços do crânio da face, denominados por seios perinasais, cuja uma das suas múltiplas funções é humidificar o ar inalado e aquecer para não existir grande diferença de temperatura ao chegar aos pulmões. Isto sendo uma exposição simplista do processo! Enfim, a inflamação dos tecidos\ mucosas do nariz podem ser um trabalho difícil de solucionar, porque podemos não conseguir erradicar na totalidade as substâncias\ alergénios ou até saber quem são! Por isso existem testes de sensibilidade, como é fácil de perceber são testes realizados em ambiente seguro (clínica ou hospital) onde se expõe o organismo a várias substâncias que poderão provocar alergia. Sim! É isso mesmo já não basta no nariz, provavelmente irá sentir a fantástica sensação de inchaço e comichão no antebraço ou costas! Será registada a sua reação pelo profissional de saúde para ter conhecimento o que deve evitar!
Quanto a tratamento imediato, deve ser um médico a prescrever após uma boa avaliação dos sintomas. Mas para quem já sabe reconhecer a sua condição existem medicamentos anti-histamínicos (controlam a libertação da hormona supracitada), mas devem sempre informar ao farmacêutico as doenças crónicas que tem e medicação que consome, para não existir efeitos adversos. É mundialmente confirmado o efeito de sonolência provocada pelos primeiros anti-histamínicos comercializados, sendo muitas vezes prescritos em casos de insónias ou ansiedade, no entanto também podem afetar a tensão arterial para além de outros efeitos secundários.
Bem, está bastante claro que a prevenção cabe a pessoa que sofre as consequências! Logo, neste momento de desconfinamento do COVID-19, já deveria ter arejado a sua área de habitação, porque a poeira doméstica (pele que descama, pêlos de animais ou penas entre outros) é uma das principais causas do aumento excessivo de ácaros! Para quem pensa que é a reação dos portugueses aos preços dos legumes, estão equivocados! Este microscópico bichinho alimenta-se da matéria orgânica que se aloja nos tecidos em contato com o nosso corpo, ou seja, pele que descamou do nosso corpo. Mas atenção eles sempre existiram, apenas quando há um acúmulo da sua “matéria orgânica”, também denominada por detritos\fezes, desenvolve-se uma reação alérgica! Por isso uma boa higiene doméstica com arejamento das divisões onde permanece mais; aspiração frequente dos tapetes e chão, assim como uma lavagem dos lençóis e toalhas a 60º ajuda bastante a prevenir rinite.
Já os pólens, deixe a rapariga cheirar as florzinhas e imagine-se numa praia a inspirar aquele vapor salgado, melhor ainda é realizar limpezas nasais com água do mar ou soro fisiológico!

Fagilde- A homenagem devida e merecida

Foto
Escrevi por diversas vezes e em várias épocas, no Jornal Renascimento, que se deveria colocar uma placa na casa do Dr. Maximiano Pereira da Fonseca Aragão, em Fagilde.
Em 28 de Maio de 1853 Maximiano Pereira da Fonseca Aragão nasce na aldeia de Fagilde na casa propriedade de seu pai António Agostinho da Fonseca Aragão também nascido em Fagilde em 17/12/1787 e que foi Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa,instituída pelo nosso Rei D. João VI e que tem hoje como Grão Mestre D. Duarte Pio de Bragança.
Sua mãe, Albina Augusta Pereira Ribeiro de Figueiredo, natural do Vinhal, concelho de Tondela, irmã de meu trisavô Luís Herculano Pereira Ribeiro de Figueiredo, vem para Fagilde onde nasceram os seus cinco filhos, Maria Delfina, Ludovina, Maria do Rosário, Adriano e Maximiano.
Maximiano, estuda as primeiras letras em Fagilde; vai para Mangualde para fazer os estudos rudimentares da língua latina; aos doze anos entra em Viseu para frequentar os estudos secundários e eclesiásticos e termina o seu curso deTeologia e Direito na Universidade de Coimbra.
Regressado a Viseu dedica-se ao professorado, é Reitor do Liceu de Viseu, ocupa diversos cargos politicos e dedica-se à investigação. Durante mais de cinquenta anos escreve as mais importantes obras para a história de Viseu.De realçar os estudos sobre o Mestre Pintor Grão Vasco, de que se torna o seu grande biógrafo.
Em Março deste ano de 2020, foi encontrado lá em casa, em Fagilde, um manuscrito intitulado “ Liquidação de uma Dinastia”, com 90 anos e que eu publiquei para que se não perdesse um documento tão importante.
O livro vai ser apresentado oficialmente, logo que passe esta situação desagradável da pandemia. Porém , já foi distribuído pela Bibliotecas Nacionais e por muitas figuras das nossas letras.
Foi aqui que me veio de novo à ideia de colocar uma placa na casa onde nasceu em Fagilde, que seus herdeiros doaram à Câmara Municipal de Mangualde. Outro tanto aconteceu com a casa onde nasceu sua mãe e meu trisavô Luís Herculano, no Vinhal, igualmente doada à Câmara Municipal de Tondela.
Resolvi enviar um email ao Dr. Elísio Oliveira actual Presidente da Câmara Municipal de Mangualde para marcar um encontro e tratar deste assunto. Dias depois recebi um telefonema do Dr. João Lopes, Vereador do Pelouro da Cultura, com quem combinei encontrar-me na próxima vez que eu vá a Mangualde, já que resido na cidade do Porto, embora nascido em Fagilde, o que muito me honra.
Concretamente, o que eu e a família pretendemos é prestar uma merecida e justa homenagem a um notável escritor, investigador e politico.
A palavra “Homenagem” define retribuição, agradecimento, tornar público um acto de gratidão, um agradecimento aos seus méritos. E acima de tudo respeito pela sua memória.
O Dr. Maximiano Pereira da Fonseca e Aragão merece isto tudo e muito mais.
Espero que desta vez se faça este gesto, que há muito devia ter sido feito.
Mas, como diz o Povo, sábio, mais vale tarde, que nunca!

MULTAS POR INCUMPRIMENTO DAS PRÁTICAS SOCIAIS COM VISTA COMBATER A PANDEMIA DA COVID-19

Em nota remetida à comunicação social, no passado dia 26 de junho, o Ministério da Administração Interna dá conta da entrada em vigor no passado sábado, dia 27, da aplicação das contraordenações por incumprimento das práticas sociais que visam conter a pandemia da Covid-19.
O valor das coimas varia entre os 100 e os 500 euros para pessoas singulares. No caso das pessoas coletivas, situa-se entre os 1.000 e os 5.000 euros.
Este quadro sancionatório decorre do facto de a maioria dos novos contágios estarem associados ao incumprimento, em locais e eventos com aglomeração de pessoas, das normas de distanciamento físico decorrentes das situações de Alerta, Contingência e Calamidade declaradas ao abrigo da Lei de Bases da Proteção Civil.
Cabe à GNR, à PSP, à Polícia Marítima, à Autoridade Nacional de Segurança Alimentar e Económica e às Polícias Municipais fiscalizar o cumprimento dos deveres estabelecidos.
Entre as várias regras de ocupação, permanência e distanciamento físico nos locais abertos ao público, destaque para:
- a obrigatoriedade do uso de máscaras ou viseiras nos transportes públicos; em espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços; edifícios públicos ou de uso público; nas escolas e creches ou salas de espetáculos;
- a não realização de celebrações e eventos que impliquem a concentração de pessoas em número superior ao limite permitido por declaração de situação de alerta, contingência ou calamidade, declaradas ao abrigo da Lei de Bases de Proteção Civil;
- a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública;
- o cumprimento das regras de fornecimento e venda de bebidas alcoólicas;
Note-se que os infratores podem pagar a coima de forma voluntária e imediata após serem notificados, o que corresponderá ao valor mínimo previsto.

JLS – Transportes Internacionais S.A., empresa de referência na região de Viseu

Na sequência de ações de dinamização empresarial, a JLS - Transportes Internacionais S.A., empresa de referência na região de Viseu, adquiriu cerca de 80.000 m2 em Mangualde, na estrada Mangualde - Nelas, em frente à empresa de granitos Ibergran, visando investimentos futuros. A JLS tem cerca de 350 trabalhadores, 300 camiões, várias estruturas de apoio logístico em Portugal e no estrangeiro e um nível de faturação de 26 milhões de euros.
“É de registar a colaboração dos diversos proprietários dos terrenos que viabilizaram esta operação”, começa por explicar o Presidente da Câmara Municipal de Mangualde. Elísio Oliveira explica ainda que “Mangualde reforça-se assim como potência na área dos serviços de transportes TIR e no acolhimento e desenvolvimento de serviços de apoio a este setor. Este sector de atividade é uma fileira com grandes potencialidades de absorver serviços de maior valor acrescentado”. O autarca sublinha ainda que “estamos muito gratos à empresa JLS, na pessoa do seu fundador e Presidente do Concelho de Administração, José Lopes de Sousa, bem como aos proprietários dos terrenos que viabilizaram esta operação.”

GRUPO DESPORTIVO DE MANGUALDE

20200629_201842
Conflitos com os dirigentes dos escalões da formação originam momento menos bom no Grupo Desportivo de Mangualde.
Renascimento ouviu Ricardo Lopes, Presidente da Direção sobre este ou outros temas, entre eles, a sua recandidatura para mais um mandato.

RENASCIMENTO - Esclareça-nos, se fizer o favor, do seguinte. Na opinião publica surgiu a informação de que o Grupo Desportivo de Mangualde iria acabar com os escalões de formação. O clube, contudo, continua com os referidos escalões abertos. O que é que se passou, verdadeiramente, Sr. Ricardo Lopes?
RICARDO LOPES - Eu, sou presidente do GDM há 13 anos e estava convencido no final desta época que era o último. Que estava a fechar um ciclo, porque há cansaço, desmotivação de alguns elementos que me acompanharam desde o início neste percurso e pensávamos que seria o momento indicado para sair. Até porque a próxima época futebolística, na nova conjuntura desportiva, terá, obrigatoriamente que existir grande motivação, grande trabalho, perante a incerteza que se vive na sociedade e vive ainda muito mais no mundo futebol. Eu transmiti essa ideia a quem de direito. Ao presidente da assembleia geral, do conselho fiscal e aos restantes membros da direção. Dei conhecimento, de igual modo aos dirigentes da formação, para que não assumissem nenhum compromisso para o futuro, uma vez que eu ia terminar o mandato durante este mês, junho. As pessoas, a quem eu transmiti a minha mensagem, estavam motivadas, a dar continuidade a este projeto, que é um projeto que começou em 2007. Este constituiu-se com coisas boas, coisas más, mas que teve um crescimento exponencial nos últimos anos, em termos de número de escalões de formação e do número de atletas. Perante a vontade dos diretores da formação em avançar para a liderança do GDM, eu predispus-me a ajudá-los desde o início. E disse-lhes duma forma aberta que podiam contar comigo para fazer uma transição suave, para apresentarem em assembleia um projeto que passasse por ser um projeto semelhante ao que tem sido nos últimos anos. Este projeto tinha de ser alicerçado nos seguintes aspetos: grande respeito pela história do clube; pelas pessoas que fizeram a história do clube; por uma equipa sénior competitiva; e por uns escalões de formação que têm de ser sustentáveis do ponto de vista económico.

RENASCIMENTO - O que é que pode acrescentar mais, neste assunto, para esclarecimento dos nossos leitores?
RICARDO LOPES - Com base no referido, expliquei a minha situação em relação ao Grupo Desportivo de Mangualde. A partir daí, imagine qual é o meu espanto, passado alguns dias, ter conhecimento de que estavam a ser tomadas decisões, nomeadamente a contratação de um novo treinador para equipa sénior, a substituição de algumas pessoas dos atuais órgãos sociais que me acompanham desde 2007, sem que lhes tivesse sequer sido dada uma palavra. Naturalmente, não gostei dessa situação e como não gostei, fiz questão de transmitir às pessoas que se era por ali que queriam ir, eu seria contra e que assumiria isso em assembleia. Estaria contra o projeto deles, porque não era o projeto com o qual eu me identificava e não era o projeto que julgo que o Desportivo necessita para o futuro. Tenho que esclarecer que o Desportivo não é nem só a equipa sénior, nem só os escalões de formação.
O Grupo Desportivo de Mangualde vai fazer este ano 75 anos de história, foi campeão em todos os escalões de formação, escolas, infantis, iniciados, juvenis e juniores, conquistou vários títulos no futebol sénior. Eu próprio, enquanto presidente, conquistei 10 títulos, 6 no futebol sénior e 4 na formação. É nesta simbiose, numa harmonia, entre jogadores, dirigentes e adeptos, que o clube tem que viver. Não pode haver fraturas entre o futebol sénior e o futebol de formação, pois, o Grupo Desportivo de Mangualde tem que ser um todo. O atleta que tem hoje 13 anos e que passa seis ou sete horas por semana nas instalações do Desportivo de Mangualde, tem que ser olhado da mesma forma que um atleta da equipa sénior que passa as mesmas horas. Todos vestem a camisola do GDM, e, por isso, todos têm de ser tratados da mesma forma. Assim, eu, quando sinto que há um sobrevalorizar de um atleta da formação e um desvalorizar daquilo que é um atleta do futebol sénior, serei sempre contra. Estou hoje e estarei no futuro sempre contra qualquer pessoa que tente implementar no Desportivo um projeto desses, simplesmente porque choca de frente com a história do Desportivo de Mangualde.

RENASCIMENTO - O Senhor Presidente não considera estranho estarem a viver uma situação destas, quando, neste ano, atingiram uma plenitude na formação dos jovens. Não considera que atingiram um nível de formação excelente e, por esse motivo, o atual momento não é o mais oportuno para se gerar um conflito interno?
RICARDO LOPES - Acho, estou perfeitamente de acordo consigo. Contudo, face ao que atrás referi, no tocante ao surgimento de um grupo, o qual produziu um comunicado, que estava a assumir posições de gestão contrárias às da Direção do Clube, eu só quero esclarecer , e aproveito esta entrevista para o fazer, de que , não citando nomes, transmiti a essas pessoas que ia avançar com uma lista candidata, novamente, ao GDM, com um projeto que passava por ter escalões de formação sem haver quebra nenhuma com aquilo que é a história do clube, porque os escalões de formação no Desportivo sempre existiram. Não foram estas quatro pessoas que assinaram o comunicado, que inventaram os escalões de formação.
Estas quatro pessoas que assinaram aquele comunicado fraturaram, digamos assim, a história do clube, ou seja, o comunicado que por elas foi feito, está ferido de veracidade. Os próprios foram convidados, por mim, para integrar e dar continuidade a este projeto. Essas quatro pessoas sabiam perfeitamente aquilo que estava a ser feito. Inclusive deslocaram-se à Câmara Municipal para falar com o Sr. Presidente da Câmara, na passada sexta feira, 22 de maio, que antecedeu o comunicado que foi lançado no domingo, 24 de maio. Na sexta feira citada, falaram, como já referi, com o Senhor Presidente da Câmara, apresentando-lhe a sua preocupação sobre a orientação do clube, no tocante aos escalões de formação. Ele, entretanto, disse que ia agendar uma reunião com a direção do clube, porque há um documento escrito, que é um contrato programa do desenvolvimento desportivo, que obriga o GDM a ter todos os escalões de formação. Nessa reunião, o Senhor Presidente da Câmara pediu-lhes para não fazerem nada publicamente, enquanto não falasse com a direção do clube, o que viria a ocorrer na segunda feira, dia 25 de maio. Mesmo assim, as pessoas, no domingo, lançaram um comunicado de enorme gravidade, porque lança atletas jovens contra atletas seniores. Eles referem, no citado comunicado, que 85% do orçamento do GDM é canalizado para o futebol sénior, o que é falso. Eles sabem que é falso. Depois, mais grave que isso, desdobraram-se em contatos telefónicos e em mensagens a oferecer jogadores do GDM a clubes, aqui, nossos vizinhos. Eu, felizmente, tenho algumas dessas mensagens guardadas para, em reunião de Assembleia do Clube, mostrar quem tentou lançar o caos no clube. Uma de exemplo: “O Mangualde vai acabar com todas as camadas jovens, menos os juniores”. Face a essa situação, eu perguntei: quem disse isso? As pessoas diziam que foram esses quatro elementos, os que assinaram o comunicado e mais algumas pessoas ligadas à formação do clube.

RENASCIMENTO - Sente que houve uma tentativa de lançar o clube no caos?
RICARDO LOPES - Sim, quero dizer que houve uma tentativa, a partir do momento que eu assumi que seria candidato, de lançar o caos no clube, oferecendo jogadores, fazendo contactos para pais, transmitindo a ideia de que o clube ia acabar com a formação, quando isso nunca esteve em cima da mesa, nem pode estar, porque o clube assinou, em janeiro do corrente ano, um documento com a autarquia onde se compromete a ter todos os escalões de formação. Por isso, ninguém, mesmo o atual Presidente do GDM, pode, porque lhe dá na real gana ou porque um dia acorda maldisposto, acabar com os escalões de formação dos jovens. As coisas não são assim. Até poderei levar a uma Assembleia do GDM um projeto que conte só com dois ou três escalões de formação e equipa sénior, mas tem que ser legitimado pelos associados. Terei todo o direito de o propor, e mesmo de o implementar, se ele for aprovado em Assembleia, mas, neste momento, enquanto presidente da direção, isso não faz sentido. Não fez no passado, não o faz no presente, nem fará no futuro, algo que seja contra a vontade dos associados. Quem manda no clube, ao contrário do que essas quatro pessoas quiseram fazer parecer, no comunicado que emitiram, não são os diretores, quem manda no clube são os associados. E é em assembleia geral, que se devem apresentar os resultados dos atos de gestão e os projetos para o futuro do clube. É isso que eu irei fazer. Submeter à votação dos associados um projeto de gestão do clube para os próximos dois anos. Se for votado favoravelmente, continuarei a servir o GDM, mas se os sócios o rejeitarem, se quiserem outro projeto, então, afastar-me-ei, mas nunca deixando de seguir e estar atento ao clube.

RENASCIMENTO - O que referiu, explica os motivos que estiveram na origem de alguns jogadores dos escalões de formação do clube irem para outros clubes, por exemplo, de Viseu?
RICARDO LOPES - No presente momento, não lhe posso dar essa informação, ou resposta, porque a nova época desportiva inicia-se no próximo dia 1 de agosto. Nesse dia, o GDM inscreverá na Associação de Futebol de Viseu todos os escalões de formação. Repito, todos os escalões de formação. A partir daí, os pais são livres. Falo neles, não falo em atletas, porque muitos deles são menores. Por essa razão, vão para onde os pais pretenderem, ou seja, dêem a sua autorização. Os pais são livres de escolher os clubes que lhes dão as melhores condições de formação aos seus filhos. Sobre isso, não há dúvidas. A mim, enquanto presidente da direção do GDM, cabe-me defender o clube e por essa razão, desde já informo que o GDM não passará qualquer carta de transferência. Se o clube tiver direito a ser ressarcido, não vai ser esta direção a libertar livremente os atletas. E também isto será colocado a decisão dos associados. Jamais irei pactuar com atitudes que sejam contrárias a um projeto dos sócios para o GDM. Neste último fim-de-semana, de 24 e 25 de maio, eu e a minha direção preparámos um projeto para o clube, com os patrocinadores, com as entidades responsáveis, que são, atualmente, dos maiores financiadores do clube. Preparar um orçamento, hoje, não é a mesma coisa que preparar um orçamento há um ano atrás. Preparar, presentemente, um orçamento é viver com uma grande incerteza. Teremos de dar passos muito seguros, sabendo antemão que terão sempre elevado grau de incerteza, em consequência da situação social que vivemos.

RENASCIMENTO - Esclareça-nos, por favor, essa situação?
RICARDO LOPES - Sem problemas. Recordo o seguinte: eu não tive problema nenhum em assumir, quando cheguei ao GDM, que o objetivo passava pela componente financeira, a redução do passivo e a aposta nas infraestruturas. Foi esse o projeto que apresentei na altura aos associados. Esses objetivos foram conseguidos. Se eu, hoje, perceber, que a prioridade tem que ser a parte financeira deixando um bocadinho de lado a vertente desportiva, irei fazê-lo e apresentarei essa proposta aos associados, porque este clube não pode voltar a cair numa situação que caiu em 2005, 2006… Quando chegámos em 2007, o clube tinha um passivo de 250 mil euros, o Campo Conde de Anadia penhorado pela segurança social, três ou quatro de escalões de formação, cerca de 60/70 atletas. Hoje, 13 anos depois conquistámos 10 títulos, temos quase duzentos jogadores, o Campo Conde de Anadia com um relvado sintético, um passivo residual, uma equipa de futebol sénior na Divisão de Honra. No entanto, para sustentar tudo isto é preciso um projeto credível. É preciso que as pessoas tenham muita responsabilidade, nas palavras e nos atos. Quando pessoas que trabalham no GDM, emitem um comunicado contra a atual direção do clube, fazem contactos diretos com pais, (farei questão de mostrar isto, pois, as informações transmitidas e recebidas, felizmente, ficam guardadas nos telefones) a oferecer os nossos atletas ao Académico de Viseu, ao Repeses, ao Lusitano, ao Viseu United e por aí fora, demonstram não ser as pessoas certas para o clube e isso explica, em grande parte, as razões do meu volte-face. Prestaram, na minha opinião, um mau serviço ao GDM e também à Cidade de Mangualde.
Agora, volto a repetir, não é o Ricardo Lopes, enquanto presidente da Direção, que decide o que deve ser feito ou não no GDM, quem decide são os associados, todas as atitudes que o Ricardo Lopes toma estão legitimadas pelos associados. Foi sempre assim. Todas as medidas estruturantes do clube, como a que retirou o GDM da 3ª Divisão Nacional e o recolocou na 2ª Divisão Distrital, permitindo dessa forma a requalificação do Campo Conde de Anadia, foram colocadas a votação em assembleia.

RENASCIMENTO - Como é que se verificou, ou aconteceu este caso em pormenor?
RICARDO LOPES - Recoloquei o GDM na 2ª Divisão Distrital, na época, num escalão inferior ao Santiago de Cassurrães e do Moimenta do Dão. Provavelmente só a minha mulher e a minha família sabem o que passei, porque era um jovem com 20 e poucos anos e estava prestes a tomar a decisão mais difícil da história do clube. Retirar o GDM da 3ª Divisão Nacional e colocá-lo abaixo de clubes, que respeito, mas não têm a história do GDM. A situação desportiva referida foi concretizada, porque os associados concordaram com esse caminho. No próximo mês, se for legitimado no meu projeto e naquilo que eu acho que deve ser realizado, o GDM no futuro fará ruturas com pessoas, ruturas com instituições, porque as mudanças provocam obrigatoriamente ruturas, quer queiramos quer não. O futebol não vai ser o que era há um ano atrás, porque a sociedade não será, e o futebol, de igual modo, não o poderá ser. Nós, atualmente, temos um orçamento de 100 mil euros por época, no futuro vamos ter que contar com grande incerteza, se calhar, vamos ter que preparar uma diminuição de 20%, 25%, porque não sabemos se vamos ter capacidade para angariar receitas como habitualmente fazíamos. Isto é gerir com responsabilidade, e quem pensar que pode fazer o GDM uma rampa de lançamento para se projetar no mundo do futebol, para se projetar na sociedade de Mangualde, está enganado. Eu serei sempre contra essas pessoas garantidamente, no presente e no futuro. Não colherão, julgo eu, grandes apoios junto dos associados, porque os associados do GDM, felizmente, conhecem o percurso do Ricardo Lopes, conhecem o trabalho que as direções do Ricardo Lopes fizeram e estarão sempre atentos a estas manobras menos claras.

AUTARQUIA APROVA CONTAS DA GERÊNCIA 2019: MANGUALDE COM RESULTADO POSITIVO DE UM MILHÃO E MEIO DE EUROS

DÍVIDA DA AUTARQUIA CAI 13%, MENOS 1,1 MILHÕES DE EUROS
O VALOR MAIS BAIXO DOS ÚLTIMOS 16 ANOS.
A autarquia de Mangualde aprovou no passado dia 16 de junho as contas da gerência, relativas ao ano de 2019. A autarquia continua a demonstrar boas práticas na gestão orçamental e financeira, que contrastam com a pesada herança recebida em finais de 2009. O exercício de 2019 traduz equilíbrio e boa execução orçamental municipal, obtendo um saldo positivo e colocando a dívida global do Município nos 7.405.617€, menos 1.106.652€ do que a dívida registada no início de 2019, que era de 8.512.269€.
“As contas relativas ao ano de 2019 exprimem o rigor da gestão municipal, a sustentabilidade financeira da câmara e a ambição de progresso do executivo camarário. A dívida foi reduzida em 1,1 milhões de euros, ou seja, menos 13%, o resultado líquido foi positivo em 1,5 milhões de euros e os indicadores de liquidez e solvabilidade testemunham, objetivamente, as boas práticas da nossa gestão autárquica”, começa por explicar o Presidente da Câmara Municipal, Elísio Oliveira. “A estrutura financeira e as bases de exploração da atividade municipal da autarquia são o garante para promover a execução do maior investimento público de sempre no concelho, de forma sustentável e duradoura. Obras como a ETAR Poente Mangualde, Chãs de Tavares, Cunha Alta e Freixiosa, Lobelhe do Mato, Tibaldinho, Abrunhosa a Velha e Gandufe, bem como os projetos de regeneração urbana em desenvolvimento, são o exemplo de obras em curso no âmbito do maior plano de investimentos de sempre no concelho e que requalificam o nosso território“, sublinha o autarca.
As contas da gerência 2019 apreciadas pelo órgão executivo serão submetidas para deliberação e aprovação da Assembleia Municipal, que se realizará no próximo dia 25 de junho.

PLANTAÇÃO DE MAIS DE DUAS CENTENAS DE ÁRVORES E PLANTAS

Plantação de árvores (3)
O Município de Mangualde promoveu uma ação de plantação de mais de 200 árvores e plantas ornamentais, no perímetro da cidade. Foram plantadas árvores na saída da A25 para a rotunda 2CV. Foi ainda plantado um parque de cerca de 80 árvores, na parte abaixo da rotunda, em frente à Mazur, Brico-Azurara e Ferro-Mangualde. A autarquia reforçou ainda com dezenas de carvalhos o parque em frente ao cemitério. Na entrada para Mangualde, no cruzamento da Roda, no entorno da primeira rotunda da avenida da Sra. do castelo e no entorno da rotunda do pastel de feijão, foram efetuadas outras plantações.
“Com esta operação estamos a promover um espaço urbano mais arborizado, mais convivial, mais atrativo e mais sustentável, compensando antecipadamente alguns ajustamentos de árvores que por vezes têm de ser efetuados em consequência do desenvolvimento e otimização de projetos de regeneração urbana”, contextualiza Elísio Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Mangualde. O edil agradece ainda o apoio da Patinter, porque “para esta ação obtivemos um significativo e importante patrocínio de 10 mil euros da empresa Patinter”.

MINISTRA DA AGRICULTURA VISITOU MANGUALDE

agricultura 3
Na tarde do passado dia 15 de junho, a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, visitou a região do Dão, com a Direção da CIM Dão Lafões e a Direção do Turismo Centro de Portugal, sob o tema “Turismo e Agricultura na Região do Dão”.
Para o efeito, a Ministra visitou a Queijaria Vale da Estrela, em Mangualde, onde foi recebida pelo empresário Jorge Coelho, acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal, Elísio Oliveira, pelo Vice-Presidente, Rui Costa, pelo Deputado pelo círculo eleitoral de Viseu, João Azevedo e pelo Presidente da União das Freguesias Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta, Marco Almeida.
O Presidente da Câmara Municipal de Mangualde sublinhou a importância na “aposta nos sectores da Agricultura e do Turismo, em muitos aspetos complementares, numa altura tão crítica como a que vivemos atualmente. É fundamental o governo, e nós autarcas locais, estarmos todos atentos e disponíveis para intervir nestes sectores tão essenciais à nossa região”. “Além de alavancaram a nossa economia, valorizam a cultura identitária e o património de toda a região do Dão”, rematou ainda Elísio Oliveira.
Maria do Céu Albuquerque passou ainda em Viseu e Castro Daire.

TRIBUNAL ILIBA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE MANGUALDE DE PAGAR INDEMNIZAÇÃO DE 100 MIL EUROS

A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE MANGUALDE foi absolvida de pagar qualquer indemnização no processo que se arrastava há cerca de dois anos nos tribunais, relativo ao encerramento do restaurante “Ermitão” pelo arrendatário HISPANUS– RESTAURANTE LDA, com a alegação de falta de condições para exercer a atividade. Em causa estava um valor de 100 mil euros de indemnização.
O acórdão agora proferida pelo Tribunal da Relação de Coimbra confirma o que já tinha sido julgado na 1.ª instância e que ditou a absolvição da SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE MANGUALDE em todos os pedidos  e a  condenar solidariamente os AA RICARDO FILIPE HENRIQUES PESTANA e ANDREIA CRISTINA DA SILVA HENRIQUES PESTANA a pagarem à Misericórdia de Mangualde a quantia de €6.000,00 (seis mil euros) a título de rendas fixas devidas e não pagas, e ainda nos juros que à taxa legal para as operações comerciais se vencerem desde a citação até integral pagamento.
Nesta Ação, que decorreu no Tribunal Judicial da Comarca de Viseu, a Misericórdia de Mangualde foi representada pelo Dr. Luis Loureiro, da sociedade civil de advogados denominada “Luís Loureiro, João Gomes & Associados - Sociedade de Advogados” e a HISPANUS– RESTAURANTE LDA contou com o patrocínio da Dra. Cristina Lopes, ex. vice-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde.

GNR – rede de tráfico de droga desmantelada

A GNR de Mangualde deteve seis pessoas, com idades entre os 30 e os 39 anos, por suspeita de tráfico de droga. A detenção foi feita em colaboração com outros destacamentos da força policial.
A operação resultou de uma investigação que tem vindo a ser desenvolvida há cerca de um ano e culminou no desmantelamento de uma rede que se dedicava ao tráfico de droga nos concelhos de Mangualde, Nelas, Coimbra, Amadora e Anadia.
“A investigação decorreu cerca de um ano. Tivemos conhecimento de que haveria uma suposta venda de estupefacientes na zona de Nelas, Carregal do Sal e Mangualde. Apurámos que o material vendido era obtido de Lisboa e do distrito de Aveiro”, explicou ao Jornal do Centro o comandante do Destacamento Territorial da GNR de Mangualde, Capitão Batista.
“Com a investigação, conseguimos fazer cinco buscas domiciliárias e quatro não-domiciliárias e deter seis indivíduos”, acrescenta.
Entre os detidos, estão três homens naturais de Nelas, um de Lisboa e outro de Aveiro, bem como uma mulher de nacionalidade norte-americana que vivia em Nelas.
Além das detenções, os militares também conseguiram apreender 1.100 gramas de haxixe, 800 de cannabis, 190 de cocaína, 170 de crack e 100 de LSD, bem como um gás pimenta, dois bastões extensíveis, uma viatura e 18 mil euros em dinheiro.
in Jornal do Centro