Arquivo diário: 15 de Julho de 2020

EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DO FABRICO DO ÚLTIMO 2CV

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Numa organização da Câmara Municipal de Mangualde em conjunto com o Clube 2CV de Mangualde e o Clube Citroen Portugal, terá lugar na Biblioteca Municipal de Mangualde, pelas 18H00 do próximo dia 27 de julho, a inauguração de uma Exposição Comemorativa do fabrico do último carro 2CV na fábrica de Mangualde.
A anteceder a inauguração da exposição, realizar-se-á uma receção, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Mangualde, aos representantes dos Clubes e associados que participem no evento.

EDITORIAL Nº 780 – 15/7/2020

DIRETOR
Na edição de hoje, apresentamos dois temas que consideramos importantes, pela sua natureza e função, no contexto concelhio de Mangualde. O primeiro, o acordo firmado ente as Câmaras Municipais de Mangualde, Viseu, Nelas, Satão e Penalva do Castelo, para a criação da empresa intermunicipal “Águas da Região de Viseu”. O segundo, a liderança da exploração dos mirtilos pela COAPE.
O primeiro tema aborda um assunto fulcral para este concelho, que é o da água. A sua carência foi, ao longo dos tempos, uma dificuldade com que os cidadãos de Mangualde sempre se depararam. Recordo-me dessa situação desde criança. Era mais acentuada nos meses de verão, quando a sua escassez provocava carências com múltiplas influências nas vivências das pessoas. Abrir a torneira e não correr água, quando a temperatura está elevada, é uma recordação que não se esquece. Esse problema, com a dimensão que sempre teve, foi objeto de várias tomadas de posições e deliberações pelas diferentes edilidades camarárias. Contudo, o problema nunca foi resolvido. Foi diminuído, sem ser subestimado pela grandeza que assumiu e assume na vida das pessoas. A sua ausência foi diminuída com o surgimento da barragem de Fagilde, mas com as alterações climáticas que aconteceram nestes últimos anos, ela própria não conseguiu dar resposta às necessidades reais. Foi mesmo necessário utilizar os bombeiros para despejarem água na barragem. Imagem tremenda, que não é esquecida pelo atual Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Dr. Elísio de Oliveira que a recordou, quando em 2 de Julho, pelas 16h, na barragem de Fagilde, participou na comunicação publica da criação da empresa intermunicipal “Águas da Região de Viseu” com os presidentes das Câmaras Municipais de Viseu, Nelas, Sátão e Penalva do Castelo. Esta empresa intermunicipal tem como objetivo estabelecer condições de uma maior captação, retenção e tratamento de água para consumo humano. O desafio assumido, face à insuficiência de água, nos concelhos referidos, levou ao desenvolvimento de estratégias proporcionais às suas competências e exigências físicas e humanas, no sentido de superar a citada carência.
O segundo tema que trabalhamos, nesta edição, está relacionado com a exploração dos mirtilos, no nosso concelho, e na qual a COAPE tem tido um papel ativo na liderança deste projeto. Essa liderança foi previamente assumida pela instituição citada onde temos que destacar a direção do seu Presidente, Dr. Rui Costa. Realizámos uma entrevista, da qual demos conta neste jornal. A ideia com que ficamos é a de que foi criada uma riqueza, que partiu do nada, pois, há dez, quinze anos os mirtilos não existiam em Mangualde.
Estes dois trabalhos são exemplos de apostas humanas, que partiram do zero, e que surgiram porque foram criadas novas perceções, novas formas de entender os problemas, as realidades existentes. Os impossíveis em cada uma delas tornaram-se possíveis e reais.

Mário Centeno

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Mário Centeno saiu de fininho de Ministro das Finanças, num altura pandémica e em que já existia uma taxa de 10% de desemprego. Saiu por força das circunstâncias e porque não sabe governar sem dinheiro, por isso, quer ir para um lugar de dinheiro – o Banco de Portugal.
Portugal está já novamente à beira do abismo (Banca Rota) e ninguém diz nada, quiçá ainda bem. O COVID-19 veio camuflar este abismo. A situação económica do país já em maio deste ano era parecida com a de 2009, Marcelo Rebelo de Sousa está já a pensar na sua reeleição, logo, problemas desta gravidade não interessam nada, há que camuflar. O Primeiro Ministro, idem, alinha no mesmo diapasão. A oposição, não existe, faz fretes, assim, o país parece ir de vento em popa, todos os políticos a rapar o Zé Povinho.
Sim, estamos em tempo de emergência, pois a pandemia obrigou o governo a gastar em ajudas a famílias e empresas, mas temos todos de olhar para o futuro. Portugal vai receber 15,5 milhões em subvenção, dizem, a fundo perdido, mais 10,8 milhões de euros através de empréstimo concedido pela União Europeia, tudo vai ser pago pelo contribuinte, você e eu.
Em 2009, alguém disse que as dividas não eram para pagar, que isso era um pensamento de criança, por isso, duvido que a justiça obrigue a devolver os milhões ao governo, ou seja, a nós todos. Era tudo do amigo. A verdade é que andamos todos os portugueses a pagar com suor, sangue e lágrimas. Temos a maior carga fiscal de sempre. O PIB português vai acima dos 140 por cento mais de 270 mil milhões de euros. Foi mais ou menos com estes valores que a Grécia pediu a ajuda financeira.

REFLEXÕES

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PATRIMÓNIO CULTURAL (4)
CITÂNIA DA RAPOSEIRA
Depois da avaliação prévia, visual, da extensão dos vestígios romanos pelos terrenos da Citânia que por sua vez se enquadravam nas áreas das Quintas da Raposeira, Fonte do Púcaro e Campas às quais acrescentamos mais tarde a Quinta da Regateira, ficamos seguros da riqueza histórica daqueles lugares. E ficámos também preocupados quanto a uma pesquisa aprofundada num futuro que teria de ser próximo, sobretudo quando soubemos do projecto de abertura da Avenida que já citei atrás. Perante o conhecimento que agora possuíamos dos lugares mais sensíveis e a correrem perigo de destruição decidimos expor as nossas preocupações ao então Instituto Português do Património Cultural.
A primeira pesquisa no âmbito de prospecções prévias foi determinada pela aproximação dos trabalhos para a abertura da dita artéria. Perante o levantamento topográfico verificamos que o seu traçado estava a apontar para a destruição de um enorme penedo de eira onde se localizava um grupo de sepulturas escavadas na rocha, daí a designação Quinta das Campas porque era conhecida a área de diversos terrenos limítrofes. Aqui, já nada se poderia fazer a não ser tentar desviar o traçado da via. Solução impossível já que tudo estava determinado com expropriações. Então só poderíamos fazer sondagens em terrenos que se encontravam já delimitados na planta. E foi depois de algumas negociações com a Autarquia, ao tempo, e com os ainda proprietários das terras que foi possível efectuar algumas sondagens arqueológicas. Recordando estes tempos em que a compreensão e aceitação destas iniciativas pelos proprietários, pelos próprios poderes autárquicos e estatais não eram famosas, espanto-me como se consegue individualmente força para ultrapassar barreiras quando sabemos que a nossa luta e determinação é por um Bem que pertence a todos.
Com a Associação de Defesa do Património (ACAB) ainda periclitante o apoio desta era mais moral que material. E assim não havia equipa. Foi com um único jovem- Luís Filipe - ao tempo ainda estudante do ensino secundário que, assumindo eu as despesas, me propus abrir, segundo a planta, as primeiras sondagens num quintal que iria desaparecer sob a futura via. Foi uma verdadeira odisseia. Apenas quatro braços empunhando picaretas, enxadas, pás, vassouras…durante uma semana! Mas foi ali que encontramos os primeiros vestígios de algo que me aguçou o apetite – uma fossa larga onde teria sido depositada uma profusão de fragmentos de inúmeras telhas romanas. Ali nada mais havia, mas deixou-nos a certeza de que por perto algo particularmente importante estaria para descobrir. Depois deste achado na semana seguinte ainda continuamos pesquisas em sítios de terra branda para mais próximo do escadório. Trabalho inútil e estéril. Acabamos este período de trabalho limpando três ou quatro sepulturas as únicas que pela localização iriam ser poupadas à força das máquinas e da pólvora. Depois, os anos que se seguiram foram de grande azáfama nesta área. Lá iremos que há muito que contar
Julho 2020

PASSADO EM LEMBRANÇA

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A SOMBRA DO VENTO
Do tempo em que ainda as ruas não estavam iluminadas e das janelas se falava com a luz do luar e a claridade viva das estrelas. Nos pinheirais se ouvia o gemer do vento, o piar do mocho, e a noite a chorar. Noites negras como o corvo que Noé soltou no ar quando o dilúvio tumultuoso baixou e que nos causavam terror. Era noite, ainda vinha longe a madrugada, pairavam fumos de sobressaltos nevoeiros de vozes e rumores.
Noites de lendas, lubisomens e feiticeiras. E as sombras que batiam asas nos arvoredos e se projectavam com tamanha nitidez sobre as paredes e a terra e o frio agreste que por misterioso desígnio da natureza, quase fazia sentir as pedras a desmaiar. Lá ao longe o monte da Srª. do Castelo onde pelos vales e píncaros da serra, com nódoas de penumbra se ouvia a voz sonâmbula de pequenos ribeiritos extáticos vagueando o luar da imagem das raposas sedentas que neles iam beber. Superstições e lendas povoavam a mente das pessoas.
-Lá vai a tia Maria Carriça! ... É uma feiticeira .. ( comentavam os vizinhos espreitando pelo postigo, mal a viam transpor o umbral da porta)
- Vai pró “voanço”!...
- Eu já a vi transformada em cabra e a cavalo numa vassoura!...
- Estou aqui para ver se amanhã aparece toda esgadelhada!...
À meia noite numa encruzilhada qualquer bailavam e cantavam em roda em noites de lua cheia, tendo no meio um figura demoníaca um grupo de feiticeiras, mesmo chovendo em bátegas pesadas e o vento forte em turbilhões de choro galgasse outeiros, montes e quebradas, antes que surgisse a divina madrugada das estrelas, das nuvens e do vento voavam por cima de todas as folhas invocando a ordem de um ritual por elas expresso: - Voooa ... voooa por cima de toda a folha. Mas se se enganassem por fatalidade do destino o seu voo planado tomaria a direcção errada, transpondo densos silvados. Em noites alternadas cavalgava pela rua principal da aldeia, arremetido por uma matilha de cães frenéticos um lubisomem, esfinge de um «centauro», metade homem metade cavalo. Tamanha correria e galope, tão grande era o ecoar dos seus duros cascos na terra batida da rua que nos levava a esconder a cabeça debaixo dos cobertores. E para quebrar o seu dom ou encanto, teria que ser picado com uma aguilhada dos bois á sua passagem. Atormentavam-nos breves melancolias e tristes mágoas que eram como almas a voar. Mas de tal modo esse ar iluminado nos deslumbrava e dominava que a nossa crença se sobrepunha á nossa racionalidade como se descobríssemos fora de nós um sonho redentor. Era tudo uma ilusão vaga de luar.
Dias fantásticos que amei, de clarões e de silêncios, lembranças de alegrias amanhecentes outras mais tristes do passado, mas que o tempo foi levando.

SANFONINAS

dr. jose
Uma moedinha, por amor de Deus!
A princípio, fazia-me espécie: por que carga de água é que, de vez em quando, se encontravam moedas nos sítios arqueológicos? Tinham os Romanos os bolsos rotos? Uma aqui, outra acolá. Sim, não eram moedas de valor, ouro ou prata, moedas eram do quotidiano, uns trocos, dir-se-ia.
Para os arqueólogos, achar uma moeda constitui bom presente, porque a moeda apresenta elementos passíveis de uma datação e, por conseguinte, assim possibilita atribuir uma cronologia ao contexto em que se encontra.
Além dessas moedas perdidas, mais interessante se apresenta a identificação de um tesouro. Chama-se ‘tesouro’ a uma porção de moedas propositadamente escondidas, como hoje se fala em meter as notas dentro do colchão ou em esconderijo da casa a bom recato. O proclamado «pote das libras»! Não que, em tempo de Romanos, essas libras houvesse; a libra era outra, uma medida de peso equivalente a 327 gramas; mas porque, em tempo de nossos avós, o amoedamento privilegiava a libra de ouro, o hábito era – para quem podia… – oferecer uma libra ou meia-libra de ouro por altura do baptizo. Daí a expressão «pote das libras». Escondia-se o pote, os interessados morriam e o pote lá ficava!...
A aguardar séculos que os arqueólogos o encontrassem! Às vezes, com milhares de peças, de que são particularmente importantes, do ponto de vista histórico, a mais recente e a mais antiga, para nos darem a conhecer o período do entesouramento.
Pois todas aquelas ideias acerca do bolso roto me passavam pela cabeça, mormente quando, nas escavações, eu encontrava uma moedinha romana, até que o parque de estacionamento de terra batida perto de casa foi desactivado e eu, em passeio por lá com o Spike, dei em encontrar, todas as semanas, moedas de 1 cêntimo, 2 cêntimos, 5, 10 e, até, de 20 cêntimos! Terão sido os automobilistas que as deixavam cair inadvertidamente?... Até que me lembrei do rapaz, já falecido por sinal, que ali ajudava nas arrumações. Só podia ter sido ele, justamente porque as moedas apareciam no espaço em que mais se movimentava. Só podia ter sido ele! Deitava fora as moedas de pouco valor! Nos estabelecimentos comerciais, marcam os produtos a 19,99 euros, para nos darem a sensação de que não são tão caros assim; mas o João, que nunca estendia a mão «Uma moedinha, por amor de Deus!», achava que 5 cêntimos não davam para nada e só lhe pesavam no bolso!...
Não, no tempo dos Romanos, não haveria arrumadores de bigas ou quadrigas; não duvido, porém, que, de vez em quando, caísse das mãos uma moedinha dessas e o proprietário não estivesse com vontade de se agachar por tão pouco!...

“É gordinho, mas come poucos doces…”

Ana Cruz
Infelizmente é cada vez mais frequente a incidência de excesso de peso nas crianças e adolescentes. É um flagelo bastante evidente e estudado por profissionais nas variadíssimas áreas, desde medicina, nutrição, educação física e comportamentos sociais. Antigamente, era enaltecido essa imagem do bebé gordinho, da criança “bem constituída” como sinal de saúde e boas condições sociais e económicas por parte da família. Essa disposição está relacionada a uma distribuição económica desigual, própria de uma sociedade totalitarista, como ditaduras que podem versar idealismos de direita ou de esquerda. A política tem protagonistas de extremos, mas cujos os resultados são muito similares, cujas as metas são: cativar o poder do Estado e por sua vez controlar as massas, entenda-se o Povo. A fome era um instrumento utilizado para impor o controle nas famílias, especialmente as menos privilegiadas. Era vulgar a magreza extrema nos filhos dos “pobrezinhos”, era vulgar os excessos na família de quem os “pobrezinhos” serviam. De fato, quase toda a produção agrícola era sabiamente desenvolvida pelos “incultos” e “néscios” agricultores, de outrora, para que os insolentes proprietários de “punhos de renda” da altura usufruir do resultado agrícola de forma financeira, dando-lhes estatuto superior. Felizes era aqueles que tinham um patrão magnânimo e não professavam a avareza.
Assim a ideia da “Gordura é formosura!” era sinal de estatuto social, de casta superior, de carteira bem abonada! Ser gordo era reconhecido como uma pessoa sem preocupações na vida, por sua vez bem-disposta e sempre simpática. Ser magro tinha uma conotação relacionado com pobreza, pessoa necessitada e por sua vez doente. Quem nunca ouviu: “Estás tão magro! Que aconteceu estás doente?”.
Hoje em dia, os conceitos alteraram e é senso comum reconhecer o excesso de peso como um dos fatores de risco para futuras doenças, associadas a patologias nas articulações, de foro cardíaco e circulatório para além da mais divulgada, a Diabetes, associada a patologia de foro endócrino. Isso é confirmado com múltiplos estudos científicos, mas então porque continuamos a contornar a questão? Especialmente, na faixa etária mais jovem?
Existem vários métodos para estabelecer que uma criança\ jovem está com excesso de peso, sendo as curvas de crescimento e a correspondência com os percentis o método uniformizado para a avaliação do estado nutricional de uma criança\ jovem. A interpretação é bastante simples, no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil- BSIJ (o livrinho azul ou cor de rosa que o Ministério da Saúde criou desde 1981), existem umas tabelas com os parâmetros biofísicos que devem ser avaliados nas consultas do médico\ enfermeiro. O peso, a altura\ estatura, o perímetro cefálico e o índice de massa corporal (IMC) são registados nessas tabelas pelo profissional de saúde que avalia a condição física da criança, de preferência seria o médico. Nessas tabelas existem uns algarismos no lado direito (5,10, 25,50,75,90 e 95), que são os famosos percentis infantis. No fundo, trata-se de um exaustivo estudo estatístico, a nível mundial do desenvolvimento das crianças, incidindo na etnia, sexo e população onde a criança está inserida. Assim, por cada 100 crianças avaliadas, segundo esse estudo, irá existir uma constante servindo de referência para técnicos de saúde. Assim se uma criança estiver no percentil 5, significa que 5% da população de crianças com aquela idade têm aquele parâmetro igual. Logo, apenas 4 em 100 crianças têm valor inferior e 95 crianças têm valor superior. Confuso? Nem por isso, vou exemplificar: imagine que o seu pediatra após as medições todas regista no tal livro (BSIJ), e muito calmamente diz: “Pois temos de ver o que Rodrigo anda a comer porque está com o peso no percentil 95!”. Possivelmente, irá esbugalhar os seus olhos e questionar “O que ela disse? Não percebi nada”. E se tem algum receio de incomodar o médico com perguntas, sairá do consultório a considerar algo de errado se passa. Mas no fundo o que o médico quis dizer foi “O seu filho é aquele que, em cada 100 crianças na idade dele, só tem mais 5 crianças que têm mais peso que ele. As restantes 94 crianças são mais levezinhas”. E se tiver a sorte de ter um médico que não alarma ainda diz: “Mas isto é apenas uma referência, se mantiver este valor nas próximas consultas é que devemos de nos preocupar!” De fato percentis que devem gerar preocupação imediata são o 3 e o 97, porque pode indicar, sem certeza, de alguma alteração no desenvolvimento na criança.
Quando se trata de um bebé, qualquer pai, mãe, avós têm uma tendência de considerar que estão a fazer algo de errado e quase sempre consideram ser falta de algo… Falta de comida, falta de calor, falta de… Por vezes o bebé quer apenas afeto e calma, e umas massagens para aliviar as cólicas! Mas quando as crianças chegam aos 2\3 anos já sabem o que querem e por vezes manipulam e chantageiam os pais, avós e cuidadores com birras incessantes e choros excruciantes, que muitas vezes são compensados com alimentos processados, de fácil acesso e economicamente mais disponíveis. E aí surge o título deste artigo “…come poucos doces!”
A verdade é que a família é a única responsável para alterar os comportamentos e atitudes da criança, os profissionais de saúde colaboram fornecendo informações mais adequadas e orientar para o emagrecimento seguro e saudável. No entanto, todos na família devem ser coerentes no processo e estar a correntes das informações corretas. Porque no fundo a magreza não é sinónimo de beleza, assim como a gordura não é sinal de formosura, nos tempos que correm…

Fagilde- a fonte escondida

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Publiquei em Março deste ano o livro-”Liquidação de uma Dinastia” escrito há mais de noventa anos pelo insigne escritor e investigador Dr. Maximiano de Aragão, nascido na aldeia de Fagilde e meu parente directo.
O livro foi apoiado pelo Dr. Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, com quem tenho amizade e outro amigo o Vereador da Cultura Dr. Jorge Sobrado fez um magnífico prefácio. Por causa da pandemia a apresentação, na Biblioteca Pública de Viseu, foi adiada e vamos ver se será feita agora no mês de Julho.
Entretanto apareceu mais um manuscrito da autoria do Dr. Maximiano de Aragão, intitulado - O Pobre de Veneza, Florença, Nápoles e S. Lucar- onde conta a história triste de um italiano que se fez passar por D. Sebastião e que foi preso, enviado para Espanha e morto. Filipe II de Espanha e também Rei de Portugal, não gostou da peripécia e resolveu o assunto à sua maneira.
Na sexta feira, dia 26 de Junho, encontrei-me em Viseu, num almoço no “ Restaurante Cortiço” com o Dr. Jorge Sobrado, para tratarmos do novo livro que vai ser novamente apoiado pela Câmara de Viseu e por ele prefaciado.
Fiquei na minha terra, Fagilde, dois dias, a matar saudades, na companhia de minha filha Aida , do marido e dos meus três netos que há quatro meses se refugiaram na aldeia, para fugir à pandemia.
No sábado, precisando de uma fotografia da casa, hoje Cento Social, onde nasceu o Dr. Maximiano de Aragão (oferecida à Câmara de Mangualde pelos seus herdeiros) para figurar no novo livro, resolvi fazer um pequeno desvio, 100 metros, para visitar uma velha fonte.
Lá estava a velha fonte, abandonada, num recanto inacessível, junto às barreiras que protejem a aldeia dos barulhos da A25.
A fonte é um bonito monumento em granito, trabalhado, com duas bicas e uma estrela de cinco pontas na parte central. É encimada por dois pináculos. Muito bonita e conservada.
As nossas terras valem pela sua história e pelas obras que os nossos antepassados construiram. É isso que lhes dá valor e que as torna visitáveis.
Às vezes temos tão poucas coisas, mas belas e por isso não as podemos desperdiçar.
As Câmaras Municipais, as Juntas de Freguesia têm a obrigação de velar por esse património. Os lugares de chefia não são para benefício dos eleitos, mas sim para zelar, administrar o nosso património.
Aproximando-se as próximas eleições autárquicas, que são em 2021, era bom que se olhasse de outra maneira para as nossas aldeias e houvesse projectos de recuperação.
Aldeias, sem gente, não têm nenhum interesse. Um plano para recuperar as casas abandonadas, promover a sua ocupação, dar nova vida à povoação.
Sem gente e principalmente sem casais novos, que gerem filhos, não há escola, nem infantário. E passa tudo para a sede do Concelho, que põe um autocarro para levar os alunos, os pequenitos. E, assim, se vão esvaziando as aldeias, até desaparecerem.
Há imensos exemplos por todo o país. Fagilde, que é o que me interessa defender, tem uma situação previligiada, pouco mais de 3 Kms de Mangualde, 12 de Viseu, acessos fantásticos. Morar em Fagilde e trabalhar em Mangualde, ou Viseu, tem mais qualidade de vida e é muito mais barato.
Voltarei a este assunto quando começarem as campanhas eleitorais autárquicas.

CONSULTÓRIO

dr. raul
ESCOVAR OS DENTES, CORRECTAMENTE!
Agora, com a pandemia, toda a gente já se sensibilizou para o uso adequado das máscaras faciais e lavagem correcta das mãos!
Mas não devemos apenas preocupar com a lavagem das mãos! A escovagem dos dentes é, também, muito importante! E estes conselhos tanto são úteis para os miúdos, como para os mais graúdos.
A higiene bucodentária é indispensável desde a mais tenra idade para se terem dentes sãos para o resto da vida.
Miúdos e graúdos, o vosso ritual de lavagem dos dentes é o mais correcto? Fazem os bons gestos e têm os bons reflexos para bem escovar quotidianamente os vossos dentes?
O movimento da escova dos dentes
A não fazer:
Movimentos horizontais sobre os dentes.
A fazer:
A escovagem deve ser eficaz, não agressiva e, preferentemente, de forma vertical (em movimento continuado de cima para baixo e vice-versa).
É preciso, antes de tudo o mais, estabelecer um método: as mandíbulas devem ser tratadas uma a seguir à outra, a escovagem começa pelo último dente de um dos lados e termina no último do lado oposto. A escovagem dos dentes de cima deve ser feita separadamente da escovagem dos de baixo.
Faça a limpeza, de forma sucessiva e sistemática, dos dentes do lado da bochecha, do lado da língua e, no fim, as superfícies horizontais
As características da escova de dentes
A não fazer:
Escolher uma escova de cabeça grande e de cerdas duras.
A fazer:
Dar preferência a uma escova com cabeça pequena, mais maneável, e que permite atingir, com mais facilidade, os dentes molares do fundo.
Devem evitar-se as escovas de pelos duros e dar preferência a escovas de pelos médios ou, mesmo, macios. Estes, por serem menos agressivos, permitem, para além de escovarem os dentes, massajar as gengivas.
Para os mais pequenos:
Uma escova de cabo encurvado e flexível.
O dentífrico:
A não fazer:
Um só dentífrico para toda a família.
A fazer:
Para cada idade o seu dentífrico, a fim de se ter uma dosagem adequada de flúor.
A frequência da escovagem
Idealmente deve fazer-se duas vezes por dia durante dois minutos: de manhã e à noite antes do deitar.
É importante, também, escovar os dentes a seguir às refeições.
Os acessórios
A escovagem deve ser completada pela utilização do fio interdental.
Quantos às escovas de dentes eléctricas, elas permitem uma escovagem mais eficaz do que a manual.
Fonte de informação: Union française pour la santé buccodentaire, adaptado de Isabelle Esustache

Concelhia de Nelas do PSD

AS (MÁS) CONTAS DE BORGES DA SILVA
Borges da Silva, qual Rei Sol, confirmou, mais uma vez, que para ele os restantes membros do executivo nada valem e nada fazem, ao afirmar que as contas de 2019, apresentadas em assembleia municipal são só dele. Uma falta de respeito (aceite) para com esse elementos. A não ser que esteja a ilibá-los de mais um ano de contas de saldo negativo, falta de investimento, aumento da divida, ridículas taxas de execução das grandes opções do plano, provando que de bom gestor e boas contas Borges da Silva não tem nada. O relatório de gestão e contas de 2019 demonstra que foi mais um ano de muitos incumprimentos, nomeadamente nas freguesias, onde continuam, por fazer as obras necessárias para que o Concelho cresça de forma equitativa. Não se compreende como os Presidentes de Junta votam favoravelmente um documento que revela que nada continua a ser feito nas suas freguesias. Os Presidentes de Junta, que andam de chapéu na mão perante Borges da Silva, devem uma justificação aos seus Fregueses. Também o PS que (de baixinho) crítica a gestão de Borges da Silva, votou favoravelmente. Borges da Silva agradeceu com um ternurento ´´ Foi com o Partido Socialista unido em torno do seu Presidente de Câmara ´´ As (más) contas de Borges da Silva revelam que 2019 foi mais um ano de prioridades e decisões financeiras muito discutíveis que agravam o estado económico do concelho. Em 6 anos, Borges da Silva, de acordo com os orçamentos apresentados, gastou cerca de 107 milhões de euros e aumentou a divida contratada da autarquia em mais 1 milhão de euros. Não satisfeito, prepara-se para contrair novos empréstimos, comprometendo assim as receitas da autarquia dos próximos 20 anos e levando, seguramente, a Câmara e o concelho de Nelas, á destruição financeira, com todas as implicações que daí advêm. Foram gastos mais de 48 mil euros por dia nestes 6 anos sem que se veja onde foi investido esse dinheiro. Os investimentos realizados neste período foram quase sempre com apoio maioritário de fundos comunitários, da administração central, e dos empréstimos contraídos. O que o PSD e os seus Autarcas tem vindo a expressar é agora ainda mais evidente. Está a suceder uma degradação significativa das contas do Município nos últimos anos, conforme podemos constatar nos documentos anexos.
Julho 2020
A Comissão Politica Concelhia de Nelas