Arquivo mensal: Dezembro 2022

CONCERTO DE NATAL NA IGREJA PAROQUIAL DE CHÃS DE TAVARES

Inserido na programação de Natal que a Freguesia de Tavares tem vindo a oferecer, teve lugar pela 15h dos passado dia 11 de dezembro um Concerto de Natal com a presença do Grupo Coral S. José da Cunha Baixa, o Grupo Coral Abraveses e a Sinfonia de Tavares.
A Igreja Paroquial de Chãs de Tavares encheu para apreciar tão belo espetáculo.
De relembrar que além do Concerto, também nos dias anteriores (9 e 10) teve lugar um circo de Natal, esperando-se ainda a chegada do Pai Natal no próximo dia 23 de dezembro.

PAI NATAL CHEGOU A MANGUALDE

O Pai Natal chegou a Mangualde na manhã do passado dia 10 de dezembro.
Eram centenas de crianças que se encontravam no largo do Rossio onde ansiosamente esperavam o Pai Natal e seu duendes.
A animação chegou com cor, malabarismos e “neve” fazendo as delicias dos miúdos e também dos graúdos.
A chegada do Pai Natal, estava inserida na programação de Natal para animação desta época festiva.

Encerramento das Comemorações do Centenário do Dr. Alexandre Alves


No passado dia dia 8 de dezembro, dia de aniversário de Alexandre Alves, encerrou-se um conjunto de iniciativas culturais que decorreram ao longo do ano, no âmbito do Centenário de nascimento de Alexandre Alves, dos 25 anos da Biblioteca Municipal e do 80º Aniversário da Revista Beira Alta da qual este historiador foi diretor durante vários anos. Assim, teve lugar uma Missa de Ação de Graças na Igreja do Complexo Paroquial em memória do Dr. Alexandre Alves e um Concerto de homenagem ao investigador, pelo Ensemble de Sopros e Percussão da Orquestra POEMa, onde foi apresentada uma obra musical original intitulada “A Tribute Overture”, encomendada pelo Município de Mangualde ao compositor Andrès Alvarez.
Esta programação teve o objetivo de revisitar a obra escrita de Alexandre Alves sobre o património de Mangualde, dar a conhecer o fundo bibliográfico por ele doado ao Município e projetar a sua imagem ao nível da região Dão Lafões, sobre a qual desenvolveu investigação.

STAR INSTITUTE


Oficialmente reconhecido com Centro de Tecnologia e Inovação (CTI)
1- Fazemos história. O STAR Institute tornou-se o primeiro e único Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) oficialmente reconhecido no distrito de Viseu e numa ampla região do interior.
É um dos 31 CTI reconhecidos oficialmente a nível nacional. Uma grande honra para a sua equipa, para os seus associados e para a região. Um grande projeto a desenvolver nos próximos anos que visa apoiar a inovação, valorizar o ensino superior, promover a transferência de conhecimento para o tecido empresarial, atrair e fixar jovens e valorizar o nosso território. Tem instalações em Mangualde e no Instituto Politécnico de Viseu (IPV).
É formado por empresas, entidades do Ensino Superior, Associações empresariais e Centros Tecnológicos .
2 - STAR Institute na visita à Feira Formnext na Alemanha- Frankfurt, a maior feira mundial de manufatura aditiva.
3 - STAR Institute participa em evento sobre inovação na Universidade Católica de Viseu.

99º. CAMPEONATOS NACIONAIS 32º. CORTA-MATO DE AMORA


Isaías Peralta, Atleta Mangualdense, a correr pelo MCVC (Maratona Clube de Vila Chã ) de Seia, participou no referido Campeonato, no passado dia 27 de Novembro, no escalão M 75, classificando-se no 3º. lugar do Pódio, tendo percorrido a distância de 5000 metros, no tempo de 28’ 45”.
Na classificação geral de 237 atletas chegados à meta, na prova de mais de 50 anos, ficou em 218.

MANGUALDE E FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA CELEBRAM PROTOCOLO


Iniciativa pretende capacitar tecnicamente e assessorar o Município para a adoção de planos e estratégias de desenvolvimento sustentável local.
O Município de Mangualde celebrou no passado dia 30 de novembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, um protocolo de cooperação com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Realizado no âmbito do projeto “Transferência de Conhecimento entre a Universidade e os Municípios, para o Desenvolvimento Sustentável dos Territórios”, o protocolo visa capacitar e assessorar o Município para a adoção de planos e estratégias de desenvolvimento sustentável local. Para o efeito estiveram presentes Marco Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, e Luís Baptista, Diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável é uma exigência da modernidade e futuro patente em alguns documentos internacionais para o desenvolvimento sustentável dos territórios, nomeadamente na Carta Europeia para a Igualdade das Mulheres e dos Homens na Vida Local e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Neste sentido, o Município e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa celebram um protocolo de cooperação, no âmbito do projeto “Transferência de Conhecimento entre a Universidade e os Municípios, para o Desenvolvimento Sustentável dos Territórios”.
O projeto “Transferência de Conhecimento entre a Universidade e os Municípios, para o Desenvolvimento Sustentável dos Territórios” tem como finalidade a promoção do princípio da excelência na produção e transferência de conhecimento científico, promotor de políticas públicas orientadas para o desenvolvimento sustentável no Município de Mangualde, nomeadamente, através da realização de estudos de diagnóstico para a elaboração de políticas de intervenção local, da formação de técnicos e agentes locais, da elaboração de estudos de impacto da aplicação das políticas, da monitorização e acompanhamento da sua aplicação.
O protocolo de cooperação celebrado visa capacitar tecnicamente e assessorar o Município para a adoção de planos e estratégias de desenvolvimento sustentável local, capacitar os agentes locais envolvidos no projeto para a promoção da excelência no desenvolvimento sustentável, nomeadamente ao nível da cidadania, violência de género e igualdade.
Para além destes objetivos, visa, ainda, identificar, difundir e monitorizar as boas práticas locais e desenvolver modelos de avaliação do impacto, monitorização e acompanhamento da aplicação das políticas locais. Mas, também, produzir conhecimentos científicos sobre os vários fatores condicionantes do desenvolvimento sustentável no Município de Mangualde.

2023 no Decorrer do Tempo

Os anos do nosso calendário não são unidades temporais estanques, fechadas sobre si mesmas. O tempo é continuo, imparável e sem fronteiras. Cada Ano Novo herda toda a história e dá-lhe algum desenvolvimento que passa ao ano seguinte.
Embora fisicamente o ano de 2023 comece a 1 de janeiro, muitas são as entidades e as circunstâncias em que, sobretudo no último trimestre de um ano, se começa a preparar e a trabalhar o ano seguinte. Em que se começa a influenciar o futuro de acordo com os recursos disponíveis e com a melhor conveniência e perspetiva.
Desde logo os processos de elaboração dos planos de atividades e orçamentos, a definição de estratégias, o estabelecimento de objetivos, a assinatura de contratos. A elaboração de projetos, os planos de vida, entre muitas outras dimensões pessoais e corporativas.
Meter em perspetiva um ano é de certa forma antecipar, antever o que pode acontecer. Em geral os organismos necessitam de cenários de referências para suportar a sua atividade e orientação. Em todo o caso, por melhor que se perspetive, a realidade sempre surpreenderá, para melhor ou para pior. Flexibilidade e capacidade de ajustamento sobre o planeamento são sempre fundamentais.
A exploração de novas oportunidades, a antevisão dos problemas e a gestão do risco devem estar sempre presentes.
Como escrevi em artigo anterior, a atividade económica, nos últimos séculos, nunca foi linear. Tem tido altos e baixos, com ciclos de expansão e de recessão económica .
Neste contexto o ano de 2022 deixa uma má herança a 2023 : uma guerra em curso, alta taxa de inflação, decrescente crescimento económico, taxas de juro a crescer a uma ritmo que não se via há muito tempo. Problemas geopolíticos, volatilidade nos mercados financeiros, tendência crescente de cyber ataques.
A expansão da globalização está em desaceleração dando lugar a um modelo de economia com ciclos de fornecimento mais curtos, com mais tendência para a reindustrialização na europa com maior autonomia em áreas criticas e menor dependência da Ásia e da China em particular. De forma irreversível, ganha cada vez mais ritmo a transição digital e energética.
O mundo continua errante, sem uma coesão global, sem paz garantida, com assimetrias económicas e sociais avassaladoras, com arsenais militares gigantescos e perigos sempre eminentes. Uma ameaça climática não controlada e com alguns danos irreversíveis.
2023 será um ano difícil, mas não será o fim do mundo, e à semelhança de outros anos difíceis, há- de ser ultrapassado e abrir nova esperança aos anos seguintes.
Cumpra-se, pois, 2022 e enfrente-se com coragem e esperança 2023.

JÚLIO ANTÓNIO MENDES, O AUTARCA DO CONCELHO QUE MAIS TEMPO ESTEVE EM EXERCICIO DE FUNÇÕES


Júlio António Mendes, foi autarca na freguesia de Abrunhosa a Velha durante 38 anos e 8 meses. É portanto, o autarca que mais tempo esteve a exercer funções.
Para conhecermos um pouco mais do seu percurso e sabermos como foi esta vida dedicada à causa pública, Renascimento falou com o Sr. Júlio.

  • Sr. Júlio, como surgiu a entrada na vida autárquica? Como foi o início desta sua caminhada?
    Tudo começou em 1979, com o convite do Dr. Mário Videira Lopes e do Sr. Carvalho (já falecido), para integrar as listas do PS à Assembleia de Freguesia de Abrunhosa a Velha. Como era uma pessoa sem qualquer intervenção na política e independente ainda estranhei o convite, mas, atendendo ás pessoas em questão e ao projeto apresentado, aceitei sem exigir qualquer lugar. Vencemos as eleições e fui eleito Presidente da Assembleia de Freguesia, sucedendo a um grande senhor o Sr. Professor Quinzinho, de Vila Mendo de Tavares. Em 1982 a lista é encabeçada pelo Sr. José Luís, até aí, secretário da Junta, transitando o Sr. Carvalho para a Assembleia Municipal. O Sr. José Luís fez questão que eu o acompanhasse na Junta como secretário, tendo como tesoureiro o António Oliveira e, posteriormente o Sr. Lopes. E como Presidente da Assembleia de Freguesia o Sr. Zeca Almeida. Grande equipa!… Infelizmente já todos partiram. Foram 12 anos fantásticos. Foi para mim uma grande escola e uma grande honra trabalhar com o Sr. José Luís. O nosso passado, não merecia que no fim tivéssemos tido um pequeno problema, mas como pessoas sérias e sensatas, resolvemos com diálogo e elevação essa situação e continuamos com a mesma amizade e respeito até ao seu precoce falecimento. Seguiram-se 19 anos de Presidência, onde, com todas as virtudes e defeitos como qualquer ser humano, mas sempre com humildade, demos continuidade ao trabalho que vinha sendo efetuado, imprimindo-lhe o nosso cunho pessoal como é evidente, sobretudo uma Presidência de grande proximidade com a população. Nunca discriminamos ninguém, procurando ajudá-las a resolver os seus problemas, muitos deles fora do contexto autárquico, como aliás, ainda hoje o faço. Preparei a minha saída definitiva para 2013, ano em que, por limitação de mandatos, não podia recandidatar-me. No entanto, não fui capaz de resistir aos apelos e aceitei um lugar na lista que se seguiu, onde fui secretário até agosto de 2017, perfazendo um total de 38 anos e 8 meses consecutivos.
  • Quase 40 anos!? Um longo percurso, com muitas obras certamente. Quer enumerar algumas das obras que realizou na freguesia de Abrunhosa a Velha?
    Seria fastidioso estar aqui a enumerar todas as obras realizadas durante os meus mandatos, tantas elas foram. No entanto, porque se trata duma entrevista relacionada com a minha longa vida autárquica e, porque os mais novos não a conhecem, irei apenas mencionar aquelas que considero as mais emblemáticas, e assim, poderão verificar que nenhuma povoação foi esquecida. Se não vejamos:
    ABRUNHOSA A VELHA
    Aquisição de terreno, cerca de 4000 m2 e construção do polidesportivo e piscinas com bancadas cobertas, iluminação, balneários e armazém para arrumações; Parque com parque infantil, calcetamento, bancos de jardim, com candeeiros de ferro fundido, etc.; Requalificação da Casa da Cultura, cerca de 200m2 de cobertura com chapa sanduiche, ampliação da placa de entrada, janelas em alumínio, cozinha, balcão para bar, pintura, etc., investimento de cerca de 40mil euros; Alargamento, colocação de água, esgotos e pavimentação em betuminoso da Rua do Campo de Futebol (Rua D. Mª Teresa Sá e Melo P. Amaral); Colocação de lancis e calcetamento na Quinta do Salgueiro; Construção de refeitório na escola; Construção de sanitários, com a colocação de luminárias em ferro e chapa, floreiras e bancos de jardim, no adro de Stº António; Construção do Cantinho dos Poetas, com vários painéis em azulejo, mesa, bancos, iluminação e parque intergeracional; Aquisição do edifício dos correios, mantendo os serviços, requalificando-o e criando Biblioteca (devidamente equipada) e posto de turismo; requalificação da sede da Junta com substituição integral da cobertura, decapamento das paredes exteriores, janelas em alumínio, colocação de mosaicos e azulejos, etc; Demolição de casa em ruínas, pavimentação do espaço e colocação de um monumento aos ex-Combatentes; Demolição de várias casas em ruínas da Rua do Canto, com construção do Forno Comunitário, Varanda da Estrela, monumento ao Vinho e parque com jardim , mesa e bancos; Requalificação do Chafariz Velho; Construção do Parque dos Artistas; Construção do jardim D. Maria de Lurdes Martins e calcetamento do espaço fronteiro ao Centro Social e Paroquial; Alargamento da Rua dos Dois Beneméritos, com demolição de várias casas, construção de novo tanque lavadouro, criação de parque com bancos, candeeiros com chapa e ferro e pavimentação do ribeiro; alargamento e calcetamento dos Caminhos do Figueiredo, Vale da Serva, Ribeira e Juliana; Alargamento e pavimentação em betuminoso dos Caminhos dos Chões, Pias, Carvalha e Rio Mondego; Alargamento dos Caminhos do Valssourinho, Orgais e abertura de novo caminho com ligação à Srª dos Verdes; Alargamento e calcetamento da Canada do Chão da Palheira; Alargamento com demolição de casas em ruína, calcetamento da Rua João Martins; Demolição de casa e criação de largo na Rua do Ribeiro; Requalificação do Largo do Palhal, com lago, fonte luminosa, bancos e brasão; Alargamento e pavimentação do caminho do Brunhal; Criação do percurso pedestre “Rota da Srª dos Verdes”; Requalificação das Escadinhas da Saúde; Alargamento e calcetamento das Ruas do Eirô e Correio Mor; Alargamento da Rua José da Costa; Calcetamento da Rua Prof. Dr. Costa Sacadura; decapamento das paredes do cemitério e calcetamento das passagens interiores; Criação da secção de Bombeiros e colaboração na construção do quartel; Aplicação de lanternas em chapa e ferro no centro histórico e adro de Stª Cecília; Construção de dois abrigos para passageiros; Ampliação das redes de água, esgotos e eletricidade; Plantação e dezenas de árvores e muito… muito mais.
    VILA MENDO DE TAVARES
    Conclusão do saneamento básico; Calcetamento de todas as ruas, com exceção da Rua do Arco (já se encontrava calcetada), de uma só vez foram aplicados cerca de 5000 m2; Pavimentação em betuminoso da Rua da Escola; Arranjo urbanístico do Largo do Ribeiro, com cobertura da linha de água, colocação de mesa, bancos, floreiras e monumento a S. Domingos; Arranjo urbanístico de toda a zona envolvente ao Salão da Srª da Esperança e Capela de S. Domingos, com demolição de várias casas em ruínas, calcetamento, construção de muros, colocação de bancos, mesas, floreiras e candeeiros em chapa e ferro; Requalificação de todos os tanques lavadouros e espaços envolventes; Construção do polidesportivo e calcetamento de todo o espaço envolvente; Calcetamento do Caminho da Fonte dos Namorados; Arranjo urbanístico do Largo da Cruz e Calvário, com construção de muros, calcetamento, gradeamento, mesas, bancos, floreiras e pequeno monumento (nora); Requalificação do principal acesso ao cemitério com colocação de lancis, calcetamento, candeeiros em chapa e ferro e alargamento e calcetamento do caminho fronteiro ao mesmo e calcetamento do seu interior; Construção do circuito de manutenção, parque de merendas e parque infantil; Requalificação da escola e pavimentação do recreio; Abertura e alargamento de vários caminhos, sobretudo Galamparo, Poço Moirão, Montanha, Lameira, Qtªs do Gil, Arras, etc.; Colocação de placas personalizadas em azulejo nas entradas da povoação; mas a obra que mais prazer me deu, por aquilo que representa para o bem estar das populações, foi a exploração e captação de água. Talvez muitos não se lembrem, mas Vila Mendo e Gouveia Gare, chegaram a ter uma hora de água por dia e, pelo que sei, depois disso, nunca houve necessidade de recorrer a autotanques, a água chegou; Construção de dois abrigos para passageiros; Ampliações de redes de água e eletricidade; Grande revolução na rede viária, transversal a toda a freguesia, com a pavimentação da estrada entre Chãs de Tavares – Ponte de Cabra, Vila Mendo – Abrunhosa e Abrunhosa – Guimarães de Tavares, com construção de passeios nas três povoações;
    GOUVEIA GARE
    Substituição e toda a rede de água desde Vila Mendo; Construção do Caminho do Rio; Requalificação do largo junto à passagem de nível; Colocação de bancos e floreiras; Ampliação da rede elétrica entre Vila Mendo e Gouveia-Gare e colocação de placas personalizadas de azulejo na entrada da povoação;
  • Um percurso notável. Um percurso com obra feita! E a sua saída, Sr. Júlio, depois de tantos anos, qual o sentimento que ficou?
    Sabe que na política não há gratidão!… Eu entendo que ela devia ser exemplo perfeito de cidadania e encarada como um ato nobre de serviço público e não uma selva, onde por vezes, não se olha a meios para atingir determinados fins. Acho que não deve valer tudo… Eu não queria falar muito disto (embora conheça todos os detalhes). Apenas lhe digo, que me magoaram muito, foi muito feio o que me fizeram. Usaram a deslealdade e a ingratidão, como agradecimento a quem durante quase 40 anos se dedicou de alma e coração à freguesia e, não sendo militante, ajudou o Partido Socialista a obter grandes vitórias. É uma mágoa que irá acompanhar-me toda a vida, mas como costuma dizer-se “as ações ficam com quem as pratica”. Esqueceram-se que antes do autarca, está um ser humano, que é marido, pai e avô. Por tudo isto, e parafraseando em velho amigo, peço e exijo “já que não me trataram bem pelo menos não me tratem mal”. Mas, não posso colocar tudo na mesma bitola, encontrei muito… Muito boa gente. Grandes Presidentes de Câmara, Vereadores, Funcionários, Presidentes de Junta, etc. etc., com quem deu gosto trabalhar e conviver.
    Para terminar, devo dizer o seguinte: deitar-me e levantar-me consciência totalmente tranquila, e com a certeza, que fiz tudo o que estava ao meu alcance para colocar a nossa Freguesia no pelotão da frente e, colocámos. A freguesia de Abrunhosa a Velha era claramente reconhecida como uma das mais bem equipadas, evoluídas e respeitadas do concelho.
    Ter uma equipa, que durante 19 anos, sempre aprovou por unanimidade, tanto na Junta, como na Assembleia de Freguesia, todas as propostas postas a votação e, não se fez nada nesta Freguesia que não passasse por estes órgãos, também nunca ninguém, apresentou algum pedido de demissão por não concordar com as nossas ideias, é porque, se sentiam bem. Outra situação que muito me agrada, é continuar a ser respeitado pela grande maioria da população, poder andar de cabeça bem levantada por todo o lado, deixar, obra feita, toda paga e um saldo positivo de 8226 euros para o executivo seguinte.
  • Uma consideração final que queira deixar.
    Quero aqui deixar o meu sentimento de gratidão e agradecimento, ao bom povo de Abrunhosa, Vila Mendo e Gouveia Gare, pela forma como sempre me trataram e tratam. Foi um orgulho tê-lo servido. Devo acrescentar, que mesmo com oposição, nunca tive votações inferiores a 80%.
    Bem Hajam a todos, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.
    Os meus agradecimentos ao Renascimento por me per dado esta oportunidade.

EDITORIAL Nº 834 – 1/12/2022

As Promessas…
As promessas devem ser cumpridas!…
Em 1962 o Escritor Brasileiro, Anselmo Duarte, que mais tarde pertenceu à Academia Brasileira de Letras, escreveu um livro que serviu de argumento para o filme “O Pagador de Promessas”.
O filme teve imenso suceso no Brasil e no Mundo, conquistando a Palma de Ouro em Cannes.
A personagem o “Zé do Burro”, um homem simples, humilde fez uma promessa para salvar o seu maior amigo o burro chamado Nicolau.
Promessa muito difícil de concretizar, mas que quis cumprir a ponto de se envolver num confronto violento e ter morrido.
Este filme curioso, cheio de críticas sociais vai desencadear a Reforma Agrária.
Este “Zé do Burro” só não cumpriu a sua promessa porque foi perseguido, violentado, morto.
Hoje, há muita gente a fazer promessas, mas com a convicção de não as cumprir. Por isso, a fazer promessas falsas. O que é uma promessa falsa?
É a promessa que não é cumprida por quem promete. São promessas vazias. É o que em Filosofia se chama de falácia. Falácia vem do latim e significa enganar. São raciocínios aparentemente verdadeiros, mas que não têm concretização. Um argumento falso, um logro, um engano, em suma uma mentira.
Vivemos num mundo em que se perdeu a consideração pela palavra. Tempos houve em que a palavra tinha peso.
Temos visto nos últimos anos uma tal quantidade de promessas, que nunca se concretizaram. E últimamento assistimos a algumas, que a concretizarem-se só serão vistas e utilizadas pelos nossos netos ou bisnetos.
E quais são? Basta ler os Jornais, ver grandes títulos, grandes anúncios. Depois vamos ler o texto e não há nada de concreto. É para fazer, é para ser feito. Mas quando?
O Título serve para chamar a atenção, o texto para desculpar o incumprimento.Há sempre um “mas”!
Já houve Governos que prometeram o comboio de alta velocidade. Não era uma ligação a Espanha, nem duas, nem três, nem quatro. Eram cinco!
Com a pandemia como desculpa, hoje não há uma única ligação ferroviária, decente, a Espanha.
O velhinho Sud Expresso foi desativado há dois anos e o Comboio Hotel Lisboa – Madrid levou o mesmo caminho.
Novo Aeroporto em Lisboa, Comboio em Viseu, Barragem de Fagilde, tudo promessas.
O grande Economista Keines, figura notável do Sec. XIX, tem uma frase que diz tudo – “A longo prazo estamos todos mortos”.
Daqui se conclui, hoje, que os nossos territórios do Interior morrem todos os dias. Até não haver mais território para morrer.
Esquecem-se que um Território é um somatório de Gentes, com as suas crenças, as suas felicidades, amarguras, a sua solidão e esquecimento.
O Governo votou ao abandono as pessoas do Interior nas suas mais elementares necessidades básicas.
Há por parte do Governo um sentimento de esquecimento, distância e ausência de Estado.
É assim que está o Interior com as suas assimetrias regionais e sociais.
Só um Deus nos pode salvar!