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EDITORIAL Nº 672 – 1/11/2015

SR

Caro leitor

O dia de finados é um dia marcante para muitas famílias, com recordações dos seus entes queridos. Fazemos romaria até ao cemitério, onde muitas vezes só restam as cinzas de quem já amamos e é aqui que se chora a saudade. Muitos com uma fé inabalável enchem os túmulos de flores, alguns nem se lembram de quem lhes deu vida, outros decoram todos os ornamentos porque o vizinho assim fez. Estes vão só pelo ditado “na terra do bom viver, faz como vires fazer”, porque nestes casos não é pouco comum que na vida do seu ente querido e quando este necessitava de apoio, o coração estava duro. E duro continuou. Como disse alguém um dia “enche corações de amor e não túmulos de flores”. Se gostas de alguém diz-lhe em vida irmão, em vida.
A família não é como os amigos que são escolhidos por nós ou descartados se deles não gostarmos. A família é-nos imposta e temos o dever de olhar por ela porque é o mais próximo de nós mesmos que temos. A família é e deve ser a pedra, o esteio, onde se constrói a casa e tudo o que faz parte da vida. É em família que se resolve, que se afinam pormenores que mesmo parecendo insignificantes são grandes remédios para o caminho que a vida tão independentemente nos traça. Numa família bem construída, podem vir tempestades, inveja ou ódio que nada a demove de continuar com uma fé em si inabalável. Porque quem só pratica o bem, vive e continua a viver a dar valor às coisas importantes que é o que damos uns aos outros nesta vida, dando alma a nós mesmos enquanto damos a outros.
Neste período, temos a feira de Todos os Santos, mais conhecida como Feira das Febras. Vamos tornar Mangualde grande e celebrar-nos, recebendo bem os forasteiros como já é apanágio dos mangualdenses. Isto porque Mangualde bem merece e bem precisa. Uma cidade que está bem localizada neste planalto beirão e pode ser um centro de progresso. A localização é o primeiro passo, que facilmente mas com trabalho pode ditar o desenvolvimento local. É preciso tirar vantagem dela e apostar na radicação de empresas, que também querem estar bem localizadas.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 671 – 15/10/2015

SR

Caro leitor,

Passámos os últimos meses preocupados com os refugiados que foram chegando à Europa a fugir de uma morte anunciada nos seus países de origem.

Já nos anos anteriores se deu este influxo em massa de imigrantes. Quem não se recorda de Lampedusa e em particular do notório incidente de 2013.

Neste espaço, já no passado me pronunciei sobre o assunto e fiz menção da necessidade de alertar as autoridades competentes para a quantidade de Lampedusas que poderiam vir a surgir também no nosso país. Temos uma obrigação humana e humanitária de acolher os quem necessita mas temos, ao mesmo tempo, também a obrigação de assegurar a segurança, o bem-estar e o emprego de a quem chamamos nosso. Foi este o dilema que se apresentou em certos países da Europa, levando inclusive à adopção de políticas restritivas face à imigração para assegurar um equilíbrio em que a ajuda humanitária não se sobrepusesse à obrigação governativa de assegurar as necessidades dos nacionais.

Também nós, portugueses, temos um país de emigrantes e ao longo da história fomos habitando um pouco de todo o mundo. E nisto, gostamos de ser bem recebidos onde quer que seja. Em toda a nossa emigração, fomos à procura de pão e de estabilidade, mas principalmente de um trabalho que nos pagasse ambos. Somos também conhecidos pelo rápido ajuste e desenrrascanço, adaptamo-nos facilmente a leis e culturas externas com o único critério do bom senso. Mas há outros imigrantes distintos, que se focam nos direitos antes de se focarem nos deveres e exigem. Numa altura, em que os portugueses e a Europa perderam o luxo das exigências, ou fazendo-as há muito deixaram de ser minimamente correspondidas. Se a imigração for deste tipo, obriga a que os portugueses tenham a capacidade de ajuste como teriam imigrantes, mas desta dentro fronteiras. Infelizmente, estamos já numa altura em que a capacidade de ajuste dentro fronteiras está baixa em stock e a ajuda humanitária que obrigue a ajustes mais facilmente fraqueja.

Portugal já foi o porto de abrigo de milhares de refugiados e Aristides de Sousa Mendes ficou para sempre na história nacional e internacional por ter passado vistos para Portugal. Mas entre lutas e lutas, todos temos a nossa e a dos outros. Por vezes, a nossa luta ganha importância e luta contra as outras. Ou, por vezes, perdem ambas a luta.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 670 – 1/10/2015

SR

Caro Leitor
É já no dia 4 deste mês que somos chamados a escolher um novo Governo para levar mais à frente os destinos do nosso país.
Temos muitas alternativas, pois há vários partidos a concorrer, mas como todos nós sabemos a escolha vai recair entre dois partidos, um à direita, outro à esquerda.
Em minha modesta opinião, do lado do partido socialista gostava era do Dr. José Seguro, pois tinha cortado com o passado recente deste partido, mas possivelmente era duro demais para os duros e foi no que deu trataram de arranjar outro Secretario Geral e desta forma é mais do mesmo.
Mas vou lembrar um facto que passa por esquecido e é justo lembra-lo nesta hora: alguém mais ouviu falar na comunicação social de empresas a fechar dia após dia, sendo aos milhares. O caro leitor ainda se lembra de que eram mesmo muitas. Assustava mesmo e felizmente isso acabou. É bom sinal, é sinal que o país vai no bom caminho e a pagar a dívida herdada, pois pediram uns e têm de pagar outros, como é o caso. Quem não pediu foi o Zé e este é que paga sempre. Os milhões que outros esbanjaram com justiça ou sem justiça, os milhões já não voltam. Pobre país. Pobres de nós que também temos de lidar com tudo isto. Se tivesse havido seriedade e justiça Portugal passava imune a esta crise europeia ou mundial. Viviamos aqui no país das maravilhas, onde não faltava nada desde boa gente à cultura e ao clima aqui plantados à beira-mar.
Como já disse aqui, noutra ocasião, se a Alemanha tivesse o nosso clima, então sim era uma potência. Como se diz há muito “dá Deus as nozes a quem não tem dentes”.
A governar tem havido só vaidosos não sabem plantar uma couve nem como ela cresce, só sabem cultivar a língua e a gravata estas são plantação. Se não fosse o trabalho do Zé morriam de fome ou com o cheiro imundo que nem sequer disso sabem tratar. Vamos votar cientes de tudo isto, mas temos de votar, porque só pode criticar quem vota, por isso, vamos dar voz à nossa voz. Vamos dia 4 de outubro cumprir com o nosso dever cívico. Votar em consciência e não deixar que outros decidam por nós.

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 669 DE 15/9/2015

SR

Caro leitor,

No dia 11 de setembro de 2015 foram apresentados os projetos, pelo nosso Secretário de Estado Dr. Sérgio Monteiro, da rotunda da PSA (Citroen) e a tão aclamada rotunda em Chãs de Tavares na antiga IP5, dado que quem fosse para as Chãs teria de pisar o traço contínuo, para não ter de dar uma volta maior. Trata-se de tempo e custos que ao longo de uma vida se traduzem em milhares. Como o leitor se recorda, já em tempos neste espaço na edição de 1 de setembro de 2014 falei sobre mangualdenses que fizeram parte dos nossos governos e que em nada contribuíram para o desenvolvimento de Mangualde. O orgulho dos mangualdenses como pertença aos mesmos foi assim gorado, pois estes nunca puxaram dos galões para ajudar a sua terra natal.
Pois bem, desta vez estamos orgulhosos dessa pertença. O nosso Secretário de Estado Dr. Sérgio Monteiro, leva a cabo em Mangualde a sua primeira grande influência, e embora se tratem de obras de pouco relevo são de significada importância. Dá para acreditarmos que assim outras virão como a conclusão do IC12 Canas de Senhorim/Mangualde, a linha ferroviária Aveiro/Mangualde e a auto-estrada Mangualde/Figueira da Foz.
Com este sentimento de entreajuda todos nós nos sentimos orgulhosos de termos no governo um mangualdense e desta feita não se esquece das suas origens. Estamos orgulhosos que faça parte deste governo. Do governo que tirou o país do abismo, um governo que passou as maiores dificuldades desde o 25 de abril, um governo que contra ventos e marés levou a sua legislatura até ao fim, com tudo e todos contra o mesmo, incluindo o partido da coligação, aquando da demissão do Dr. Paulo Portas, mas em que o Primeiro Ministro afirmou e cumpriu com a seguinte frase: “eu não abandono o meu país”. São estes homens que não se medem aos palmos como diz o nosso povo.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 668 – 1/9/2015

SR

Caro leitor
Qual a diferença: comer do trabalho ou trabalhar para comer? Eis a questão. Há tempos atrás já falei dos meus tempos de miúdo quando chegava da escola a casa e antes de meter a chave. na porta, tinha primeiro de ler um bilhete com aquilo que tinha de fazer a seguir pois, era sempre trabalho.
Cresci e aprendi que tínhamos de trabalhar e muito para comer. Cheguei à conclusão que do céu só vem sol e água, o resto temos e devemos de fazer nós para não sermos acusados de deixar o Mundo pior do que o encontramos e terem outros de trabalhar para a nossa sobrevivência. Já diz a estatística que trabalham cinco para três que nada fazem.
Nos anos sessenta, na minha aldeia vivia-se do trabalho da lavoura de onde vinha o sustento para todo o ano. Grandes searas logo, muito trabalho. Grandes arcas de milho e centeio eram cheias para alimentação do ano inteiro, até chegar o tempo de deitar novas sementes à terra, nova colheita, para mais um ano após outro e assim sucessivamente. No tempo dos meus avós nasciam e morriam e o mundo em pouco mudava - até que chegou o 25 de abril de 74.
Da agricultura vinha o sustento do homem que era obrigado a saber dividir pelo ano inteiro o que tinha granjeado nas suas colheitas. Dizia minha mãe que Deus tem e com razão que “o relego é no cimo do saco”, pois quando chega ao fundo já há pouco a fazer e vem ao de cima o desespero. Para os dias de hoje, poupar é com a carteira cheia, vazia não tem solução mas, nos tempos que correm parece haver pouca gente que saiba aplicar estas práticas de bem viver e foram na onda de gastar mais que o que ganham com o seu trabalho e já que o banco empresta, vamos gastar que amanhã é outro dia, assim, muitos ficaram sem o dinheiro e sem casa, perderam o esforço de uma vida, porque ninguém dá nada a ninguém. Que explicações darão agora aos seus filhos ou netos. Será que pensam: se ao menos pudesse voltar atrás! O filho pródigo voltou, arrepiou caminho e viu que valeu a pena revestir-se de um homem novo, coisa que muitos não têm coragem e continuam no caminho que não os leva a lado algum.
Só o trabalho nos dignifica, pois feliz daquele que trabalha e trabalha com gosto, pois tudo o que se faz com gosto não custa na vida, passa bem o dia e dá lucro por tudo aquilo que faz mesmo sem o sentir.
Vou contar-vos um episódio, em 1950 foi construída a Igreja da minha terra e para além de muitos trabalhadores, andavam lá dois rapazes da mesma idade a carregar pedra para a construção da torre, que tem 20 metros de altura e chegou o benemérito que pagava tudo, Elísio Ferreira Afonso, e procurou ao primeiro, este que trabalhava sem vontade: “que andas a fazer” “eu ando aqui escorraçado, cansado, roto e cheio de calos a carregar pedra para colocarem umas em cima de outras”. Ao passar pelo outro da mesma idade que trabalhava com gosto faz-lhe a mesma pergunta e este responde-lhe: “eu ando a carregar pedra para construir uma torre que vai levar dois sinos e um relógio para bem de todos os habitantes da nossa aldeia”. Vejam bem a diferença dos que trabalham com vontade e dos que trabalham sem vontade.

Abraço amigo

EDITORIAL Nº 667 – 1/8/2015

SR

Caro leitor,

O Presidente da República falou ao país para transmitir a data das próximas eleições legislativas, que se irão realizar a 4 de outubro deste ano. Expressou, nesta ocasião, a sua preocupação face à possibilidade de um partido não obter a maioria absoluta, afirmando ainda que não permitirá a posse de um governo sem que a maioria parlamentar esteja assegurada. Ora, teremos inevitavelmente de concordar. Com a instabilidade económica, tolerou-se a instabilidade política. Por ela decorreram vários episódios, de nome Passos, Gaspar, Portas e afins. Não tivesse sido instaurada a urgência de resposta à crise económica europeia e nacional, a falta de maioria política teria conduzido a mais episódios políticos do contra, como parte de autênticas campanhas durante o mandato vigente. Como no passado. Não se querendo brincar aos governos, permita-se agora a posse em maioria. Quem quer governar, que assegure um governo.
Portugal não poderá agora tolerar de maneira alguma a instabilidade política que nos caracterizou na história. Os sacrifícios que nos foram impostos, não poderão agora perder valor no meio de discursos prometedores. A seriedade política terá de estar na boca dos candidatos e a sustentabilidade financeira das promessas terá de ser um factor de decisão. Votar é um dever cívico e é este exercício que nos dá responsabilidade partilhada pelo estado, e também ao que o estado chega. A abstenção é assiduamente a candidata com mais votos. Chega a ser um desrespeito face à democracia. Igual número de votos em branco seria uma posição muito mais vincada se e quando há descontentamento por parte do eleitorado. Não escreva no boletim estragando o seu voto, mas sim vote em branco. 50% de votos em branco seriam o maior altifalante de qualquer manifestação realizada até à data. Teria de ter implicações na tomada de decisão. Vamos todos votar com dignidade para um dia não termos de nos lamentar que a democracia está na mão de poucos. Sejamos participativos no futuro do país e das nossas comunidades. Demos valor à democracia que tanto tem sido abalada.

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os leitores, colaboradores, assinantes e anunciantes umas boas férias e bom trabalho aos que não as terão.
Voltamos no dia 1 de setembro.

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 666 – 15/7/2015

SR

Caro leitor

No dia 26 deste mês celebra-se o dia mundial dos avós, logo é sinal de família.
Eu próprio ainda não sou avô, espero um dia vir a sê-lo; mas recordo como meus pais e sogros tratavam os meus filhos, seus netos. O carinho, o cuidado o amor que lhes davam, como lidavam com eles é algo que eles não esquecem, nem eu.
Salvo exceções, na velhice sempre foram os filhos a amparar e a apoiar os pais e aqui como diz o povo e bem “temos cinco dedos na mão e nenhum é igual” e é aqui quando os pais mais necessitam dos filhos que aparecem as desigualdades na formação de cada filho. Isto é como numa empresa, os menos competentes são os que arranjam mais desacatos, dizemos nós - envenenam tudo por onde passam -.
Conheço um caso em que o pai dizia centenas ou milhares de vezes “quem se deserda antes que morra merece com uma cachaporra”, e mesmo assim, ao fim de viúvo deu tudo às partilhas com o intuito do filho mais novo ficar com a casa, pois era o único que não tinha casa. Toda a família assim concordou. O pai passou a andar em casa de dois filhos, uma vez que os outros dois estavam no estrangeiro, e ficou a sua casa desabitada visto que o mais novo trabalhava com o irmão semi mais novo.
Um dia, alguém deve ter chateado o Pai e este disse aos filhos que queria ir para o lar da própria aldeia. O penúltimo dos filhos falou com o chefe do lar, Sr Silvério, ficou responsável pelo Pai e lá ficou o pai a passear a aldeia. Até aqui tudo bem, o pior é que, o filho mais novo, mesmo com a casa desabitada que era do pai, troca-lhe as fechaduras para o pai nunca mais lá entrar, mesmo quando morreu o seu velório teve que ser em casa da filha a cem metros da mesma. Nem aqui houve sentimentos.
Como se isto não chegasse, o último salário que recebeu da empresa foi 180 contos, em letra, que ninguém lhe descontou, ao fim da Inspeção Geral do Trabalho obrigar o empresário a pagar uma multa de 1300 contos, o irmão deu-lhe também o valor da letra e convidou-o para irem lanchar. No lanche, conversa puxa conversa e o mais novo diz “se não me pagasses a letra, já tinha pensado, ia à escola, roubava-te a filha e matava-a”. Diz-lhe o irmão compassadamente “quase a viste nascer, brincaste tanto com ela. Tinhas coragem de lhe fazer algum mal?” Só esperava que o mesmo se desmentisse. Diz o mais novo, afirmando com uma gargalhada “há, há, há... não se sabe”. O irmão evitou a porrada, pediu a conta e viu ali que aquele não é irmão. Triste história, mas é a pura das verdades e não fica aqui tudo dito….

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 665 – 1/7/2015

SR

Caro leitor,
Entre os muitos, um dos melhores meses do ano consegue ser o mês de Junho. Por entre os inícios de calor e do retorno de alguns emigrantes, festas decorrem nas aldeias e as gentes reencontram-se. Em particular, há festas recorrentes que nos lembram da tradição portuguesa e do gosto que esta desperta de quando a quando. Típicas festas desta época são por exemplo o Stº António, o S. João Baptista e o S. Pedro.
Estes são três grandes Santos emblemáticos, sendo que estes e outros até inspiraram muitos dos nomes que existem em Portugal, na fé que nomes santificados abençoassem as pessoas que os têm.
Lembro-me, desde que era muito pequeno, que na minha aldeia surgia uma alegria inesperada mas pontuada, com os ranchos à ida e à vinda das sachas do milho, sempre ecoava uma música e, no dia que antecede o de S. João, ao fim da sardinhada, fazia-se à noite uma fogueira que queimava o rosmaninho e todas as pessoas saltavam por cima dela. Eram dias de alegria e convívio de toda a aldeia. Hoje em dia existem outros meios de convívio, mais distanciados, pelo que as pessoas podem saber muito umas das outras, mas se calhar nem se conhecem. O que acontece, é que a alegria agora é outra e o espírito de entreajuda e comunidade já não é de todo o mesmo que existia naqueles tempos de alegria fácil.
Os bons costumes nunca deverão acabar e devem-se manter ao custo de manter pelo menos o espírito que nos une nesses momentos. É com agrado que constatei que no dia 26 de junho o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde levou a cabo mais um convívio com a sardinha a reinar, nas instalações desta instituição e para todos os utentes e convidados. Apraz-me ver a alegria de todos mais uma vez, em particular os idosos, que dançavam já com idade avançada mas uma vontade muito jovem. Fibra desta vem da vivência e apreciação desses momentos. Foi um fim de tarde que bem valeu a pena. A multidão de pessoas não arredava pé para ver e aplaudir a marcha dos idosos, a primeira a desfilar. A segunda marcha foi de Tibaldinho, depois o rancho da Mesquitela, a marcha da Sta. Casa da Misericórdia de Penalva do Castelo que veio também abrilhantar esta festa e por fim a nossa marcha da Sta. Casa de Misericórdia de Mangualde, com o seu provedor à cabeça a ditar o passo. Também no largo da Câmara Municipal, houve um evento com uma fogueira de rosmaninho promovido pelos escuteiros, onde as crianças se encantavam a saltar por cima do fogo como há muitos anos atrás se fazia com a mesma alegria.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 664 – 15/06/2015

SR

Caro leitor,
Quando crescemos com os olhos postos no horizonte temos mais de meio caminho andado para o sucesso. Esta perspetiva é particularmente relevante quando é aplicada à coletividade da população. Uma das medidas que refletem esta atitude é quando as entidades públicas defendem uma indústria com abundância nos meios locais, pois é um convite direto ao emprego, endereçado a todos e sem nome no envelope. Assim, é garantido o enriquecimento local enquanto assegura o bem-estar coletivo, sem os grandes esforços que outros concelhos fazem na ausência desta postura. Ao longo de mais de meio século foi assim no concelho de Mangualde, onde tem proliferado a indústria. Neste planalto beirão foi sempre esta a alavanca da cidade e em segundo plano a agricultura. Nisto, ao longo de uma geração se viveu sem grandes receios do futuro e sempre houve espaço para as mais variadas opções de vida. Durante todos estes anos e chegados ao presente ouvimos falar da fábrica Citroen, agora PSA, alternadamente por bons e maus motivos, por vezes por rumores de que fecha. Esta empresa, com mais de meio século de existência, já conseguiu ficar marcada no coração de muitas famílias, que viram nascer muitos filhos que hoje também dão o seu contributo para a continuação da mesma. Por entre trabalhadores universitários e outros não, coloco a questão se o vencimento destes chega para sustentarem a formação dos filhos, caso estes tenham o desejo e vontade de seguir um curso académico. Será que têm a mesma capacidade de o fazerem que gerações passadas? Já dizia meu pai que “mudam-se os ventos, mudam-se os tempos” pelo que, se a resposta se confirmar um ‘não’, outras regalias terão de ser asseguradas, nomeadamente a efetividade dos trabalhadores quando mais devida. Tratam-se de vidas que dependem bastante da estabilidade que esta empresa oferece, de pessoas que não se especializaram e é aqui que dão o seu melhor, vivendo no curto prazo com esperança que seja o longo prazo. Ora, assim, não há condições para estabilidade emocional e pessoal. Quando nos queixamos da falta de natalidade são estas diferenças que contariam, pois em nada se criam condições para os casais terem dois ou três filhos, com a paz de espírito e sustentabilidade de os poder criar. Na falta do governo, têm de ser as grandes empresas a dar o primeiro passo, pois ao menos elas são apoiadas pelo governo. A PSA sempre foi e será um símbolo da cidade de Mangualde e a marca Citroen também é a marca de Mangualde, o que é investimento em Mangualde. Falar de Citroen é falar de Mangualde, pelo que foi com alegria que no passado dia 5 de Junho de 2015, assisti ao anúncio de mais um investimento de 50 milhões para renovar e preparar a PSA para um futuro mais longínquo e os nossos jovens poderem assim viver com olhos no horizonte. É evidente que nem tudo gira em torno da PSA, mas é ela que muitas vezes nos dá alento quanto ao futuro de Mangualde, muito graças aos seus trabalhadores que são competitivos e às suas gerências astutas. Parabéns a todos e ao governo por continuarem a apostar nesta fábrica de futuro.
Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 663 – 1/6/2015

SR

Caro leitor,
A Rainha do Mundo, no altar de Fátima, mensageira de Portugal e dos Portugueses e Mãe do Céu e da Terra, foi o foco de Mangualde no passado dia 23 de Maio pelas 9H30, onde uma multidão a esperou ansiosamente na rotunda da GNR. Foi um dia singelo, de paz e fé. Esta multidão acompanhou-a até ao Complexo Paroquial, onde durante o dia os Mangualdenses fizeram caminho a seu encontro, para que cada um desabafasse as suas mágoas enquanto ela ouvia as suas preces. Foi assim o dia inteiro. Num momento de nota, a neta dos Condes de Mangualde, que se casou nesse dia na Igreja da Misericórdia, fez questão de ir ao encontro dela e oferecer-lhe o seu ramo, com as suas orações e, possivelmente, com as suas preces para o futuro.
Mangualde foi palco de muitos eventos nesse dia, como noutros, mas a presença da Mãe do Céu será dos maiores eventos até à data. Não há memória de tantas pessoas na missa e na procissão das velas pelas ruas de Mangualde. A fé move montanhas e um movimento concertado como este faz-nos sempre reacreditar que ela existe. Ao mesmo tempo, em contradição com a tendência decrescente de assiduidade nas ocasiões de missa, estes movimentos demonstram que as pessoas sabem bem distinguir a fé e o Homem. Foi importante. Tenho a certeza que a presença da Imagem Peregrina veio iluminar alguns corações endurecidos. Quiçá o meu! Moldar línguas perversas, pensamentos de malvadez, construir o Homem e fazer de nós todos grafonolas do bem. Vamos ser terra fértil para produzirmos não a 50%, mas sempre mais do que o possível e assim deixar um mundo melhor do que o encontramos. Fazer justiça aos nossos pais e aos nossos antepassados que deixaram de comer algum pão para nos deixar fazê-lo e assim será até ao fim dos tempos.

Um abraço amigo,