Arquivo mensal: Dezembro 2021

Associação Pais-em-Rede tem nova sede

“O município está a ir ao encontro da missão da associação Pais-em-Rede, a dar condições e a dar voz às famílias das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade, promovendo e apoiando a sua participação na defesa e garantia dos seus direitos e interesses e da sua qualidade de vida (…)” – Marco Almeida
Inserido na semana de atividades “No caminho da Inclusão”, que decorre de 29 novembro a 3 de dezembro, foi inaugurada, pelo presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Marco Almeida, e pela coordenadora do núcleo de Mangualde Pais-em-Rede, Cristina Azevedo, a nova sede da Associação Pais-em-Rede. O novo espaço localiza-se no antigo bar dos colégios S. José e Sta. Maria.
“É um dia muito feliz não só para a associação, mas para toda a comunidade mangualdense. Regozijo-me pelo apoio que o município dá a esta associação no sentido proporcionar à comunidade condições de interajuda promovendo a inclusão”, destacou Marco Almeida. “O município está a ir ao encontro da missão da associação Pais-em-Rede, a dar condições e a dar voz às famílias das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade, promovendo e apoiando a sua participação na defesa e garantia dos seus direitos e interesses e da sua qualidade de vida, dinamizar iniciativas que assegurem às famílias a plena inclusão seus filhos na comunidade, articulando e rentabilizando os recursos nelas existentes”, concluiu o Autarca mangualdense.
Estiveram também presentes na cerimónia a vereadora da Ação Social, Maria José Coelho, o Presidente da União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta, Carlos Gonçalves, o Presidente da Junta de Freguesia de Espinho, António Monteiro, o representante do Agrupamento de Escolas, professora Ana Beja e o representante do CLDS 4G Mangualde, Renato Pereira.
A semana de atividades  “No caminho da Inclusão” inclui a inauguração da sede Associação Pais-em-Rede, Núcleo de Mangualde; uma exposição itinerante nas empresas CBI e HR; o seminário “Trabalhar com a Diferença”, que visa informar e sensibilizar o tecido empresarial da região, as IPSS’s e instituições locais, assim como a comunidade em geral para a problemática da baixa taxa de empregabilidade de pessoas com deficiência no concelho e incentivar à contratação destas; e o espetáculo de teatro “O Enigma da Caetana”, dinamizado pela AMARTE companhia.

O momento político

Por Joaquim Patrício
Vereador da Coligação PSD/CDS-PP

“Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre" - Carlos Drumond de Andrade -
Com o mês de dezembro  aproxima-se o  Natal e  chega ao fim  o ano de 2021 e, mais uma vez, num contexto difícil.
Aproveitamos esta oportunidade para desejar  Boas Festas a todos e  com responsabilidade.
Neste Natal, potenciem o nosso comércio local.Façam compras no comércio local.
Assim, para todos,  um  Novo Ano de 2022  com saúde,  paz,  alegria e esperança. Temos, todos juntos, de   abraçar o futuro com muito  optimismo e correr atrás dos nossos objectivos.
UM FELIZ ANO NOVO de 2022

Na reunião ordinária realizada  de 18 de novembro de 2021 foram abordados e tratados os assuntos que a seguir se descrevem.
-No período de antes da ordem do dia apresentámos as seguintes questões/sugestões
Primeira - Realçar a importância da academia STEM de Mangualde, um projeto que iniciou com a câmara municipal de Mangualde, com a CIM Viseu Dão Lafões e que depois avançou em rede, estando a desenvolver um trabalho excelente a nível do concelho, da região, do país e mesmo a nível internacional. 
Segunda- No que respeita ao Jardim da Quinta D. Leonor, refere-se que foi feita a aquisição pela câmara municipal, pelo que gostaríamos de saber informação relativamente à manutenção, abertura, utilização e o que é que está previsto para este espaço;
Terceira - Uma sugestão relativa aos cabos aéreos, porque considera ser urgente avançar nesse sentido, pelo que, julga ser importantíssimo começar-se a inviabilizar os cabos aéreos no concelho, a exemplo de algumas obras que já existem em Mangualde, aproveitando as infraestruturas subterrâneas.
Quarta - Problemática relacionada com o procedimento concursal para o fornecimento de energia elétrica abordado na última reunião e o aumento exponencial-dos custos da energia,também, para as empresas, devendo todos estarmos atentos para esta situação dos custos da energia, que vai implicar os particulares e também o mundo empresarial;
Quinta -  Referimos a intervenção efetuada pela câmara municipal na ligação da rua Dr. Almeida com a avenida da Estação, contudo, alertando para o facto daquela ser uma zona crítica porque as águas pluviais, por vezes, tornam aquele espaço intransitável; 
Sexta - No que respeita à fatura da água há algumas queixas de cidadãos. Na conta corrente, surge o acumulado do mês anterior e do mês seguinte levando o cidadão a pensar que tem de pagar o dobro, porque em termos de documento o valor a pagar não aparece realçado/destacado, sendo algo que deveria ser melhorado; 
Sétima - Qualificação escolar – Nos últimos anos a grande maioria dos colaboradores da administração pública e também das empresas privadas têm apostado muito na melhoria da sua qualificação escolar, alguns concluem o ensino secundário e outros licenciaturas, sendo que muitos destes que estão na administração pública, e neste momento a câmara municipal tem responsabilidades acrescidas devido à transferência de competências, concluíram o ensino secundário ou licenciaturas, mas exercem as funções de assistentes operacionais ou assistentes técnicos, por isso sugerindo e lançando o desafio para que seja verificada e analisada com algum cuidado cada situação e esses colaboradores possam beneficiar das qualificações que adquiriram, incluindo o pessoal não docente do Agrupamento de Escolas, havendo mecanismos legais para o efeito e que a câmara municipal já operacionalizou em algumas situações; 
Oitava - Sinalética viária horizontal, dissemos considerar ser urgente efetuar alguma intervenção e evitar,em extensões muito grandes, a intervenção manual e recorrendo aos equipamentos específicos para este tipo de intervenções; 
Nona - No âmbito da alteração do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE), que já vai na sua 21.ª versão, e tendo o órgão executivo muita responsabilidade na decisão quando, na presença de algumas desconformidades a lei prevê que seja a câmara municipal a decidir, sugeriu que o Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Mangualde (RMUE) fosse também objeto de nova revisão, a exemplo do que já acontece com o próprio RJUE.
Décima - Relatório acústico da ETAR de Tabosa, com o qual se pode discordar, mas ficando provado que efetivamente quem avançou para o projeto de execução recolheu as informações necessárias para que eventualmente houvesse uma resposta técnica e concreta .

  • Na ordem do dia foram analisados assuntos diversos, para conhecimento, as Grandes opções do plano para o ano 2021 /alteração n.º 22  e 23.ª Alteração ao Orçamento.
    Neste ponto,  colocámos algumas questões sobre o financiamento durante o ano corrente, nas várias rubricas, reabilitação da EM646 e  alguns dos objectivos revistos, a saber,  Serviços Municipais, Software informático, Apoio aos Bombeiros Voluntários para despesas de investimento, Recuperação/adaptação de edifícios Pré-Escolares, Recuperação/adaptação de edifícios Escolares (Básico e Secundário), Reabilitação da Escola Gomes Eanes de Azurara,Remodelação e beneficiação de Estações Elevatórias de Água e Realização do Natal em Mangualde.
  • Aprovada a segunda adenda ao protocolo celebrado entre o município de Mangualde e o centro social e paroquial de Abrunhosa-a-Velha no âmbito do fornecimento de transporte escolar durante o ano letivo 2021/2022.
  • Relativamente à Empreitada de “reabilitação do cine teatro Império” – aprovação do plano de trabalhos do plano de pagamentos e do cronograma financeiro, ajustados à data da consignação – colocámos algumas questões sobre o  Plano de Trabalhos, Mapa de Mão de Obra, Mapa de Equipamentos, Plano de Pagamentos, Cronograma Financeiro e informação da fiscalização;
    Neste momento, verificam-se alguns atrasos na obra que terão de ser recuperados e evitar futuros constrangimentos.
    Para responder às questões colocadas foi solicitada a presença na reunião da chefe da Divisão de Gestão de Obras Públicas, Particulares, Urbanismo e Equipamentos Públicos, e que prestou todos os esclarecimentos.
    Quanto aos requerimentos e pretensões foi:
  • Aprovado o Pedido de averbamento ao alvará de autorização de utilização, retificação da morada devido à alteração da toponímia. Aprovado  
  • Aprovada a autorização de utilização -  considerada de escassa relevância urbanística 
  • Aprovado o pedido de licença administrativa para a construção de muro confinante com arruamento público.
  • No período para intervenção e esclarecimento ao público, foi presente uma ficha de inscrição de um cidadão que compareceu, pelo que a câmara municipal não se pronunciou sobre os assuntos objeto do pedido de intervenção.
    Consulte a ata de 18/11, na íntegra, e   no seguinte  link :
    https://www.cmmangualde.pt/wp-content/uploads/2021/12/ATA_2021_11_18.pdf

EDITORIAL Nº 811 – 1/12/2021

José Régio no seu”Cântico Negro” diz:
Sei que não vou por aí !
Não, não vou por aí!
Só vou por onde me levam meus próprios passos…
E nunca vou por aí !
Quando alguém se candidata a Presidente de uma Autarquia, por determinado partido e vencendo as eleições é eleito, nesse momento torna-se representante de todos os munícipes, quer tenham, ou não votado nele.
É assim que funciona a Democracia para bem de toda a Comunidade.
E, se o Presidente não despe as suas vestes partidárias e não tem como dever máximo o interesse do seu Concelho, como diz Régio, “ não deve ir por aí…”
Mangualde nos últimos tempos foi governado pelo Partido Socialista. Ao contrário Viseu pelo Partido Social Democrata.
E, dois Concelhos tão próximos, tão dependentes um do outro, quase nunca se entenderam.
Recordo com muita saudade o amigo Dr. António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, que alguns meses antes da sua morte prematura, por COVID, me dizia num almoço que tivemos :- “Vê, mudou o Presidente e já se fez o acordo”.
Referia-se ao importante contrato assinado a 2 de Julho de 2020 na Barragem de Fagilde entre os Presidentes da Câmaras de Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Satão que criou a Empresa Intermunicipal denominada “ Àguas da Região de Viseu”.
Acontecimento da mais alta importância para a Região, adiado vezes sem conta.
O Jornal Renascimento na altura deu alargada reportagem publicando a fotografia dos intervenientes, na Barragem de Fagilde, sobre este importante acontecimento para toda a Região de Viseu.
E, nessa reportagem feita na altura pelo Renascimento, Almeida Henriques, no seu discurso afirmou:- “ com certeza que se os intervenientes fossem outros não estaríamos aqui!”
Não se pode entender como se metem os interesses partidários e outros à frente dos verdadeiros interesses do nosso Concelho.
O Jornal Renascimento com os seus quase 95 anos é um Património de Mangualde. Um defensor da Liberdade e dos mais altos interesses do Concelho.
Por isso compete-lhe denunciar vivamente tudo o que é contrário ao progresso e desenvolvimento da nossa Terra e denunciará tudo o que não for condicente com estes princípios.
As Instituições têm de ser livres, funcionar segundo regras democráticas, para tudo e para todos, não por amizades ou partidarismos.
Infelizmente há coisas que não funcionam assim. Há uma mão escondida, que por vezes torce as coisas.
É preciso cortar essa mão!
“ Não, não podemos ir por aí…”

IMAGINANDO

Parte 102
ONDAS CEREBRAIS
Parte 4
Dando continuidade aos textos anteriores, podemos verificar à medida que a consciência se afasta do medo e das preocupações da Mente concreta, as Ondas cerebrais também se alteram, porque os vários caminhos neuronais estão sendo ativados, alterando o campo eletromagnético do cérebro. Começamos a sentir uma sensação de paz interior.
Obs: Os neurónios são células do nosso sistema nervoso cuja função é a condução dos impulsos nervosos.
Quando nossa consciência é perturbada pelo stress ou alguma preocupação, verificamos que nosso cérebro não está sendo coerente, razão porque as nossas criações também não estão em conformidade. Nossos cérebros não são capazes de pensar com clareza, por haver uma redução de cerca de 80%, que o impedem de pensar, devido à falta de oxigénio.
Mas quando nos libertamos desse stress e a ter pensamentos positivos na nossa consciência, começamos a tornar-nos coerentes. Neste estado, nossas mentes têm a capacidade de usar a sua criatividade no mundo físico.
Fazendo uma comparação, numa Coerência Cardíaca, regista-se uma redução de cortisol (substância produzida pelas glândulas suprarrenais) e expansão de amplitude de Ondas Alfa no cérebro, colocando também em coerência os outros sistemas orgânicos, como a digestão e circulação, estimulando ainda o Sistema imunitário.
Continua

“Se comer doce o bichinho da cárie pega, se não escovar ele come!”


O povo brasileiro tem uma leveza poética ao descrever um desaire, e algures um dentista abreviou a causa principal das cavidades dentárias. Torna-se cada vez mais persistente a existência de problemas dentários associados à tenra idade, sendo frequente surgirem crianças com 3\4 anos com dentes “estragados” que se caracteriza por alteração da cor dos dentes ou dentes partidos com cor escurecida. Antigamente considerava-se que a higiene oral era só pertinente na dentição permanente, visto que os dentes temporários- de leite- iriam ser substituídos pelos definitivos entre os 7 e os 12 anos. E mimar a criança com doces, ou alimentos açucarados era uma forma de cativar a sua atenção, descurando a importância de manter uma boa higiene oral. Ainda é frequente dar o biberão de leite ao deitar par facilitar o sono, o que promove o aparecimento de bactérias na cavidade oral e pode desenvolver cáries devido acumulo de alimentos açucarados nos dentes… Escusado será deduzir, que ao biberão de leite é quase sempre adicionado chocolate, mel para tornar mais apetecível ao petiz irritável que na sua fase birrenta acha que dormir é para tolos! Só quem não cuidou de garotos é que desconhece a sua teimosia noturna… E nós adultos cingidos pelas rotinas, acabamos por ceder!
Mas os dentes de leite cariados se não forem tratados, vão prejudicar os dentes definitivos por estarem em contato com a provável infeção no canal onde esteve o dente de leite. Mesmo que este caía, a infeção permanece no local existindo uma grande probabilidade de o dente definitivo “nascer” já com cárie!
Durante as consultas de Saúde Infantil, são introduzidos ensinos acerca da higiene oral desde os 6 meses. Quase sempre são valorizados estes ensinos com intuito de alivio da dor durante a erupção dos dentes, no entanto a escovagem após a presença dos mesmos é tão ou mais necessária para prevenção da dor provocada pelos problemas dentários, especialmente após ingestão de alimentos adocicados. As bactérias, beneficiam do açúcar para criar um ácido que destrói o esmalte do dente e só com a escovagem a sua atividade será reduzida.
Questione durante as consultas na sua USF\UCSP se já existe um dentista a pertencer à unidade, porque pode ter direito a usufruir dos serviços para o seu filho\a. Fazendo uma variante do “Vão-se os anéis, ficam os dedos”, o preferível é ficar com os dentes e livrar-se das cáries, evitando os custos avultados, especialmente nos tempos que vivemos!

PORMENORES E PARTICULARIDADES


CRAVELHOS , TRANCAS E TRAMELAS  
Graças à vida percorro ruas e ruelas da minha aldeia na sua santa solidão, à sombra de velhas arvores outonais e nem sequer reparo em particularidades e simples pormenores que nela existiram mas que fazem parte das minhas recordações e do nosso espólio rural. E hoje só num latejar desvairado e febril, só numa visível projeção dos meus sonhos os podemos imaginar como sombras crepusculares fazendo parte de uma memória coletiva das nossas aldeias. Os cravelhos, eram fechos em madeira, que antigamente eram muito comuns nas portas das palheiras e lojas do gado. Podiam localizar-se do lado esquerdo ou direito da porta, sensivelmente a meia altura, mas sempre no exterior. Muitas portas, além do cravelho, tinham no fundo um buraco para que os gatos pudessem entrar e sair livremente (as gateiras). As portas com cravelhos eram apenas fechadas no exterior. Portas e portões tinham rudimentares fechaduras, apenas fechavam o trinco, mas de um pequeno orifício pendia um fio ou um simples cordel que se puxava para abrir. As portas raramente eram fechadas à chave, eram tempos em que as pessoas se pautavam pelos valores da honestidade e da confiança, do espirito comunitário, da partilha e da amizade entre vizinhança. Mas numa verdadeira vida mais robusta ou singela para que resultasse um perfeito equilíbrio, trancavam-se as portas. A tranca era uma barra em madeira ou ferro que encaixava em covas escavadas nas ombreiras das portas. Colocava-se atravessada para a fechar quando esta era dividida ao meio. Ainda hoje se usa a expressão de quando as portas não tinham trancas e prevalecia o beneficio do alheio: “depois de casa roubada trancas à porta“. A tramela é uma tranca moldada em madeira , com um ferro ao centro pregada no batente da porta podendo ser girada . Existiam casa com portas em que a parte inferior era fechada , existindo na parte superior uma abertura para arejamento e entrada de luz para o interior da casa , eram as portas com postigo . E o povo sempre ufano quando o cravelho era ineficaz, não enjeitava o rifão: “cravelho que encravou, para abrir se arrombou “. Dir-se-ia que para os amigos do alheio não existiam entraves, houvesse cravelhos, trancas ou tramelas.

REFLEXÕES

PATRIMÓNIO CULTURAL

Recorrendo de novo a uma planta (Levantamento Aerofotogramétrico esc.1:2000 ) de toda a área das quintas da Raposeira e outras, continuarei a expôr aquilo que me parece importante para quem estiver interessado num conhecimento mais alargado e sério sobre a área da ocupação romana no sopé do Monte Senhora do Castelo. Resulta das pesquisas à superfície que enunciei no começo destes trabalhos. Mas mais fortemente quando, em cumprimento das directivas do IPPAR adoptadas na década de 90, segundo as quais, qualquer obra ou trabalho que implicasse remoção de terras em áreas do País onde se supunha haver vestígios arqueológicos ou, por um acaso fortuito, tivesse surgido um qualquer vestígio teria de, previamente, ser sujeito a pesquisas para evitar estragos ou mesmo o desaparecimento de possíveis ruinas importantes para a História do nosso País. E assim por conveniência da Autarquia e do IPPAR, acompanhei e pesquisei na abertura de valas em terrenos que iriam mais tarde ou mais cedo dar lugar à construção, já que a abertura da Avenida iria criar, futuramente, grande reboliço tanto a nível de urbanizações como da arquitectura. Foi na sequência desses trabalhos que se recolheu importante informação sobre muitos vestígios que infelizmente acabaram destruídos – uns por incapacidade de orientação das autoridades locais, outra pela inoperância dos serviços superiores… Enfim, má sorte se tem abatido na área histórica mais importante do concelho de Mangualde. Nesta planta está delineada a área que se presume ter tido ocupação de povos antigos estendendo-se da antiga estrada Mangualde / Fornos de Algodres até, sensivelmente, ao actual Pingo Doce. Com a numeração procurarei identificar os locais mais significativos.
LEGENDA:
1 - Monte Ermida Sra do Castelo (aonde, como já se disse anteriormente, se teria erguido um Castro ou uma citânia com posterior ocupação romana)
2- Avenida Sra do Castelo
3 e 6- Área em cuja superfície se encontravam fragmentos de cerâmica
4 - Via romana

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

O CASAMENTO E O DIVÓRCIO

Segundo os dados publicados pela Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, por cada 100 casamentos registados em Portugal no ano de 2020, verificaram-se 91 pedidos de divórcio. Este número traduz um aumento de 30% em relação ao ano anterior e coloca-nos no topo da média europeia. A explicação para o desenvolvimento da crise protagonizada pelos casais parece estar relacionada com o confinamento a que foram sujeitos. Estavam cansados da convivência permanente, durante 24 horas por dia, motivada pela dificuldade de sair e principalmente pela atividade profissional que passou a ser desenvolvida em teletrabalho.
Na verdade, quando os elementos de um casal já não se suportam um ao outro, a única solução consiste em pôr termo ao casamento. É preferível à prática de certos atos que se traduzem em violência.
Tempos houve em que o divórcio não era permitido. Era o que se verificava antes da implantação da República. Logo no Governo Provisório do Presidente Teófilo Braga, sendo Ministro da Justiça Afonso Costa, foi publicado o Decreto de 3 de Novembro de 1910, conhecido pela “Lei do Divórcio” que no seu artigo 1º determinava que o casamento se dissolve pela morte de um dos cônjuges e pelo divórcio. Entretanto, o regime sofreu uma modificação radical em 7 de Maio de 1940, pela celebração da Concordata entre a Santa Sé e o Estado Português, a qual veio abolir o divórcio para os casamentos católicos celebrados depois do dia 1 de Agosto de 1940. Partiu-se da presunção de que os nubentes, ao optarem pelo casamento católico, renunciavam a requerer o divórcio. Porém, na sequência do Protocolo Adicional à Concordata, assinado em 15 de Fevereiro de 1975, pelo Decreto-Lei nº 261/75, de 27 de Maio, foi reposta a possibilidade de divórcio também para os casamentos católicos.
A reforma do Código Civil de 1966 veio conceder a igualdade de direitos e deveres dos cônjuges e admitir duas modalidades de divórcio : por mútuo consentimento e litigioso. Esta modalidade podia ter por fundamento causas subjetivas (violação grave ou reiterada de um ou de vários deveres conjugais) e causas objetivas (separação de facto).
A Lei nº 61/2008, de 31 de Outubro veio introduzir profundas alterações no sistema jurídico do divórcio, sendo de salientar as que se referem ao divórcio litigioso. Desde logo na própria designação. Passou a ser designado “divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges”. A eliminação do vocábulo litigioso evidencia uma outra alteração, a eliminação da culpa quanto aos fundamentos.
Ao elenco das causas de rutura anteriormente previsto, foi acrescentada uma cláusula de caráter geral, em que é dada relevância a quaisquer outros factos que mostrem rutura definitiva do casamento, independentemente da culpa de qualquer dos cônjuges ou do decurso do tempo.
O divórcio por mútuo consentimento pode ser instaurado na conservatória do registo civil mediante requerimento assinado por ambos os cônjuges ou pelos seus procuradores, acompanhado de documentos que contêm diversos acordos.