Arquivo diário: 3 de Maio de 2022

SANFONINAS

Numa bola de sabão
Cuidou Umberto Maria Milizia do livro – quase catálogo de exposição – sobre a produção artística de Eugenia Serafini entre 1993 e 2003, publicado em Roma (2003) por Edizioni ARTE COM. Sintetiza Umberto, na nota introdutória, o currículo de -Eugenia e, no final, faz-lhe uma pergunta:
«Eu vi-te viajar numa bola de sabão. Eu vi! Quanto custa o bilhete?»
Não havia mais para ler; mas, se o houvera, eu me quedaria aí, a saborear o achado! Viajar numa bola de sabão – que bom seria!… Vêm-nos à mente as nossas brincadeiras de menino, tão bem retratadas, aliás, no célebre quadro a óleo de Edouard Manet, patente no Museu Gulbenkian, em Lisboa, em que é retratado o seu filho a fazer bolinhas de sabão. Escreve um dos entendidos nessas interpretações pictóricas que o pintor quis representar nessas bolas «o sentido da existência efémera».
Não terá pensado nisso Umberto Milizia, mas sim no enlevo que a contemplação das obras de arte amiúde nos desperta, nessa vontade de sermos leves e… ir por aí, à deriva, a saborear a vida que nos é dado viver, a paisagem que se nos oferece. Os concursos que fazíamos em pequenos: quem faz a bola maior? Quem consegue fazer mais? E uma dentro da outra? Mãe, compras-me uma daquelas coisas que dão para fazer bolinhas, compras? Sim, que hoje há «coisas para fazer bolinhas», outrora qualquer palhinha servia, mesmo de feno. E misturava-se sabão azul e branco num copo d’água. Estava feita a engenhoca. Para brincar até cansar!
Há, contudo, um senão a ensombrar Umberto: «Quanto custa a viagem?». O repentino contraste entre a elevação do conceito e os pés-na-terra a pesarem na escolha.
Não revela Umberto Milizia qual foi a resposta da minha Amiga Eugenia Serafini. Não nos custa, porém, adivinhar qual terá sido:
– Esta viagem é de graça, Umberto!
Sim, a partir da contemplação da Natureza e das obras de Arte que mui sabiamente no-la revelam, há viagens boas e gratuitas que importa aproveitar, a contrapor com urgência às imagens de ruinosa desgraça que a voracidade de alguns «homens» teimam em nos proporcionar.
Contemplo a tonalidade já verde dos campos de Castro Verde. No ar, planando, suaves, quais bolinhas de sabão, um casal de abetardas. Também esta viagem é de graça!

Serra da Estrela


A Serra da Estrela é o único destino turístico de Portugal Continental de neve e desportos de Inverno. Porém a serra da Estrela é muito mais do que isso. É um local de fenómenos geológicos únicos, que nos transportam para além da imaginação. Aqui se encontram a geologia, a fauna e a flora, a uma altitude de 2.000 metros em perfeita comunhão com a natureza.
O ar puro da Serra, local de sanatórios antigos para a cura da tuberculose, as suas lagoas de águas límpidas, as pedras de granito descomunais e a urze que cobre de azul os seus montes, fazem deste sítio um local paradisíaco.
No Inverno a Serra cobre-se de um manto branco de neve, convidando aos desportos de inverno. Depois vem a Primavera e a serra cobre-se de vida, de côr, locais surpreendentes e ocultos. Cascatas, piscinas naturais e covões com aspeto majestoso. A água escorre pela Serra, enche lagos e lagoas, dá início a rios que correm para sul e para norte. Dias de contemplação, de calma, de paz, de bom ar, de aproveitamento máximo da natureza. No Verão, os locais nevados dão lugar à frescura, longos passeios de bicicleta, caminhadas familiares e locais apetecíveis para uma boa pescaria. Com a chegada do Outono, a natureza transforma-se. As árvores vestem-se de tons amarelos, vermelhos e acastanhados e enche-nos a alma com a sua beleza.
A lenda diz que foi um pastor que lhe deu o nome, quando um dia decidiu seguir o nascimento de uma estrela de brilho intenso sobre uma serra. Ao chegar ao topo da serra, ficou fascinado com o que viu e chamou ao local Serra da Estrela, um dos nomes mais bonitos das serras de Portugal.
Mas a Serra da Estrela guarda ainda escondidos muitos outros segredos. É a gastronomia da serra, onde os seus pastos dão iguarias como o Queijo Serra da Estrela, um dos mais afamados queijos de ovelha de todo o Mundo e o sabor único dos seus enchidos.
Recordo viagens à Serra da Estrela na minha infância, o frio e a neve. A neve que faz as delícias da criançada. Os bonecos de neve, os trenós feitos de um qualquer pedaço de plástico. Há algum tempo que desejava lá voltar e agora com os meus filhos. Aguardava ansiosa por um nevão, nesta primavera de clima invulgar, depois de um inverno seco. A meteorologia dava previsão de neve, arriscamos e lá fomos serra acima. As escarpas imponentes, a lagoa, e finalmente a neve! Não era muita, mas o suficiente para cobrir de branco o topo da serra. Como nós, centenas de turistas visitavam a serra naquele dia. Foi uma viagem tranquila, sem percalços, sem enjoos e bastante animada. Com três crianças, há sempre uma que precisa de fazer xixi. Dirigi-me a uma instalação onde era vendido todo o tipo de artesanato típico da serra, incluindo cães da serra. Questionei o senhor onde haveria casa de banho e a resposta foi surpreendente: “ainda estão fechadas, só abrem às sextas, sábados e domingos”. Bom, era quarta-feira…

CONSULTÓRIO

CABELOS SECOS - AS CAUSAS E AS SOLUÇÕES
A existência de cabelos secos – quebradiços e baços – pode ser, apenas a consequência, muitas vezes, de maus tratamentos.
Para reencontrar uma cabeleira de boa saúde, deve ser feita uma escolha judiciosa dos produtos que deve usar e do modo como trata os seus cabelos.
Cabelos secos: uma natureza ou uma consequência?
O cabelo seco reconhece-se pelo seu aspecto baço e o seu toque áspero. Frágil, parte-se facilmente, com as pontas a ficarem rapidamente espigadas.
Esta secura capilar pode ser constitucional e devida a uma insuficiência de secreções sebáceas. No entanto, na maioria dos casos, o cabelo torna-se seco na sequência de gestos e tratamentos mal-adaptados, irritantes ou muito frequentes.
Em causa estão, principalmente, os champôs decapantes, os descolorantes ou as pinturas repetidas, a secagem com ar muito quente, o sal marinho, a água clorada das piscinas, etc.
Por vezes, igualmente, uma cabeleira seca testemunha uma alteração do estado geral, seja de uma doença, ou de uma carência, principalmente em ferro. Se isso acontece, se os cabelos se tornam anormalmente secos, não deve hesitar a consultar um médico que poderá remediar às eventuais causas, subjacentes ao problema.
Gestos e produtos adequados
Em todos os casos é preciso ter em atenção e banir ou limitar os gestos agressivos e, por outro lado, usar produtos adequados para melhor cuidar dos cabelos e lhes dar brilho.
A lavagem dos cabelos secos deve fazer-se ao ritmo de uma vez por semana, não mais, com a ajuda de um champô doce (à base de tensioactivos não iónicos).
Devem seleccionar-se produtos específicos para cabelos secos, ricos em vitaminas, elementos nutritivos, ceramidas, óleos e ácidos gordos essenciais.
De um modo geral, deve-se desconfiar dos champôs que fazem muita espuma: contêm, muitas vezes, agentes decapantes.
Depois de lavar o cabelo com champô deve fazer um tratamento com uma máscara capilar à base óleo de palma ou manteiga de “karité”, durante uns cinco a quinze minutos, de acordo com o tempo que dispõe.
Depois, deve sempre, passar por água.
Finalmente deve cobrir a cabeça com uma toalha quente e húmida de modo a permitir a entrada dos produtos activos nos cabelos.
Os cabelos devem secar ao ar ou com um secador na temperatura o mais baixo possível.
Cuidados no penteado
Ao pentearem-se os cabelos secos devem evitar-se produtos agressivos, sobretudo os que contenham álcool (que pode estar sob a forma de gel), o qual dissolve os ácidos gordos e seca, ainda mais, o cabelo.
Devem preferir-se produtos à base de espuma, a seleccionar dentre os especialmente concebidos para os cabelos secos.
Devem evitar-se, ao máximo, as colorações frequentes, assim como as permanentes e os “brushings” muito repetidos.
Por fim convém não esquecer que uma alimentação equilibrada é essencial para uma cabeleira bonita e saudável.
Também é aconselhado não fumar para manter os cabelos bonitos e com bom cheiro.

MANGUALDE RECEBEU OS SÍMBOLOS DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE LISBOA 2023


“Tal como Cristo andou de aldeia em aldeia… pelo seu próprio caminhar, agora, 2 mil anos depois continua a andar, mas desta vez com a ajuda de tantas e tantos que se tornam os seus braços, as suas pernas e os seus pés que são a materialização do Seu Amor por nós, patente em cada sorriso!”
Pe. Paulo Domingos
Na manhã do passado dia 23 de abril, foram recebidos no largo Dr. Couto os símbolos da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023. Os símbolos, em peregrinação pelo Arciprestado da Beira Alta, chegaram a Mangualde, vindos de Nelas e partiram depois para Penalva do Castelo.
Em Mangualde, os Párocos Pe. Nuno Azevedo, Pe. Paulo Domingos e Pe. António José Clementino, em conjunto com Escuteiros, Guias, Professores de EMREC e alunos, Grupos de jovens e Paróquias do concelho, estiveram presentes para acolher os símbolos da JMJ.
Após a receção, os símbolos foram transportados para o átrio do Complexo Paroquial onde, os participantes se conheceram melhor e retemperaram forças para durante a tarde realizarem a peregrinação dos símbolos pela cidade com 18 estações representativas das 18 Paróquias do Concelho de Mangualde. De salientar que, além das 18 estações, realizaram-se duas paragens em particular, à porta dos Lares de Mangualde, para que também os “jovens de mais idade” pudessem assistir a tão bonita manifestação de fé.
Ao fim da tarde, pelas 18h, foi celebrada a Eucaristia e após o jantar, pelas 20h30 teve lugar a Oração com cânticos de Taizé, onde também marcou presença, D. António Luciano, Bispo de Viseu.
No dia 25 à tarde, os símbolos ainda regressaram a Mangualde. Pelas 14H30 teve lugar uma Via Lucis e um Concerto com a Banda da Paróquia (Vencedores do Hino JMJ)

A CRUZ
A cruz peregrina é de madeira e tem 3,8 metros de altura. Foi construída a propósito do Ano Santo em 1983 e confiada por João Paulo II aos jovens em Domingo de Ramos de 1984. Desde essa data, a Cruz já percorreu os cinco continentes e quase 90 países.

ÍCONE DE NOSSA SENHORA SALUS POPULI ROMANI
Em 2000, ainda o Papa João Paulo II, introduziu o Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços.
Este ícone tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura. O seu original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Antes e depois de cada viagem apostólica, o Papa Francisco, visita o ícone onde reza e deixa um ramo de flores.

Juíz Desembargador Manuel Fernando Almeida Cabral é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde


Na sequência da demissão do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde, bem como, de outros 4 elementos da mesa administrativa, o Bispo da Diocese, D. António Luciano, nomeou no passado dia 28 de março, o Juíz Desembargador Manuel Fernando Almeida Cabral, natural de Cunha Alta para desempenhar as funções de Provedor.
Na Comissão Administrativa e a acompanhar o Desembargador Manuel Cabral estão o Coronel Fernando Morais de Almeida, o Eng.º António Almeida Barreiros, a Dr.ª Maria de Fátima Tavares e o General José Coelho Albuquerque.

Mangualde e a modernização da Linha da Beira Alta
Supressão temporária de comboios, substituídos por Rodovia

A Linha da Beira Alta, que passa pela Cidade de Mangualde, é a principal ligação ferroviária à Europa.
Faz parte da Rede Trans - Europeia de Transportes, integrando o Corredor Ferroviário de Mercadorias n.º4.
Esta importante linha de Caminho de Ferro, inaugurada em 1882, há 142 anos, liga a Estação da Pampilhosa, na linha do Norte (Lisboa / Porto) e Vilar Formoso, estação fronteira com a Espanha, numa extensão de 202 Kms. É uma linha de via única, alguns troços duplicados, de bitola Ibérica e últimamente electrificada. Ao longo da linha tem 12 túneis e várias pontes e a sua construção beneficiou uma Região de forte densidade populacional, um grande número de indústrias, fiação e tecelagem, mercadorias agrícolas, gado e vinho.

Mangualde deve o seu incremento ao caminho de ferro e ao escoamento para o País e para a Europa dos lanifícios reunidos nos seus inúmeros armazéns.
Passam nesta linha e com paragem obrigatória na Estação de Mangualde , os dois comboios mais importantes do País, o “Velhinho” “Sud Express”, que liga Lisboa a Paris e o “Lusitânea Express”, ligando Lisboa a Madrid.
Devido às obras de modernização desta linha, a circulação no troço Pampilhosa/Guarda foi suspensa no dia 19 de Abril e prevê-se o seu encerramento por um período de 9 meses. Durante este período serão disponibilizados transportes rodoviários alternativos.
As obras incluem a substituição das travessas de madeira, por cimento e os carris e é um investimento de cerca de 500 milhões de euros, que vai tornar esta ligação a principal a Espanha e à Europa.
Troço Pampilhosa / Santa Comba Dão ( 34Kms)- 80 milhões de Euros. Santa Comba Dão / Mangualde (40 Kms) - 112,2 milhões de Euros.
Alterações nas Estações de Mortágua, Gouveia e Fornos de Algodres para cruzamento de comboios com 750 metros de comprimento. Entre Mangualde e Celorico da Beira (34 Kms), modernização do troço ferroviário, com requalificação integral - (103 milhões de Euros).
Está prevista a supressão da passagem de Moimenta / Alcafache e construído um desnivelamento.
Com todos estes investimentos na melhoria da Linha da Beira Alta, pretende-se potenciar o transporte ferroviário nas ligações inter-regionais e Espanha.
O Concelho de Mangualde tem o que outros gostariam de ter, mas não têm. Mangualde, desde há muito que pode e deve ser, uma plataforma logística, da Região já que dispõe de infra-estuturas especiais para o poder ser. Uma Linha Internacional de Caminho de Ferro e uma Auto Estrada também internacional (A25).