Arquivo mensal: Novembro 2022

SANFONINAS

Uma hora de borla!
E logo apareceu a imagem do Primeiro a anunciar, sorridente, que, esta noite, Portugueses, ofereço-lhes uma hora de borla!
Perante, de facto, tantas promessas com que o Orçamento de Estado para 2023 se albarda, muitas das quais não vão passar disso mesmo, de «promessas», esta, em possível noticiário, no lusco-fusco de sábado, 30, até poderia apanhar alguém desprevenido. Cedo reconheceria, porém, que se não tratava de dádiva nenhuma, porque a mesma mão que ora a dava, em 26 de Março, sem alvoroço, no-la roubaria sem tir-te nem guar-te!
Talvez, no entanto, a gracinha não seja tão inocente assim, pois encarreira com milhentas outras que, mui serenamente, albardam também elas o nosso dia-a-dia.
A tua seguradora, sempre que vais a uma consulta médica e usas o cartão, rapidamente te envia uma mensagem:
– Já reparou que, ao usar o nosso cartão para a consulta, poupou 20 euros?
A mensagem vem de endereço que não permite resposta. É o que lhes vale, porque apetecia retorquir-lhes:
– E esses escassos 20 euros que ora poupei, os únicos que lhes gastei neste mês, que são em comparação com a mensalidade de 217,58 € que já lhes paguei? E é todos os meses que eu vou a consultas, é?
Também os senhores do supermercado de que tens cartão, logo após cada compra não esquecem de te dizer: «Com o uso do cartão já poupou 2315,90 €». E, em cada compra, lá vão mais uns cêntimos para o cartão. Pois, para o cartão. A descontar na próxima conta. Assim como pescadinha de rabo na boca…
E já que estamos em maré de compras, quão aliciante está a ser o 9! Não, isso não custa 5,00 €, custa 4,99 €! Não, esse molho de espinafres custa-lhe apenas 1,99 €! E um pão saloio fatiado de 850 g? 3,19 €! Nada de zeros! Nada de perniciosos arredondamentos, ná!
Outro dia, numa entrevista rápida de noticiário televisivo, uma velhota não teve pejo em proclamar: «Isto ninguém dá nada a ninguém!». Mesmo quando dás um beijo, a tua expectativa é que venhas a receber outro; se não, da próxima vez, não dás, pronto!…
E já os Romanos tinham a frase do ut des, «dou para que tu me dês!». Mesmo em relação aos deuses, imagine-se! – «Eu ofereceu-te isto, deusa, e agora o assunto fica do teu lado, ouviste?».

Uma janela para o futuro


A ciência evolui cada vez mais para encontrar respostas eficazes para solucionar a crise energética global. Grande parte da energia eléctrica consumida atualmente ainda provém da utilização dos combustíveis fósseis. Os cientistas continuam a desenvolver soluções para a produção de energia verde no mundo das energias renováveis. Novas ideias surgem todos os dias no campo da energia nuclear, energia eólica, energia ondomotriz e também na energia por células solares. A luz solar é uma fonte de energia limpa, renovável e eterna, mas o aproveitamento dos raios solares adequado às necessidades energéticas das sociedades, ainda é um desafio.
Nasceu uma nova geração de paineis solares fotovoltaicos transparentes, integrados em vidro, que transformam o que parece ser uma janela normal numa acumulador de energia solar. Uma tecnologia que aplica corantes nas células solares fotovoltaicas, de fácil produção e com baixos niveis de toxicidade, consegue converter a luz solar em electricidade e pode ter inúmeras aplicações práticas, como janelas e fachadas dos prédios, ecrãs dos dispositivos móveis, estufas, entre outras. Embora a sua eficiência seja ainda inferior às células à base de silício presentes nos sistemas solares tradicionais, a simplicidade de processamento e o baixo custo de fabrico, fazem com que esta tecnologia seja uma alternativa promissora à produção de energia limpa.
No sentido inverso, os cientistas também são capazes de desenvolver tecnologias capazes de reflectir a luz solar e assim contribuir para o arrefecimento global. A “tinta mais branca do mundo”, pode reflectir até cerca de 98% da luz solar e mantem as superficies tão frias, que reduzirá a necessidade de ar condicionado. Esta nova fórmula, mais fina e leve, abre a possibilidade para outras aplicações para além dos telhados e fachadas das casas, possibilitando agora a sua aplicação em carros, comboios e aviões. A utilização desta tinta, tem uma dupla vantagem: se por um lado, a redução do uso de energia para arrefecimento tem um menor custo económico e uma contribuição na redução das emissões de gases de efeito de estufa, por outro lado, a tinta reflete o calor para o espaço, o que refresca diretamente o planeta.
De uma maneira ou de outra, quer pela acumulação da energia solar, quer pela sua repulsa, dotar os edifícios de tecnologia que os transforme em geradores autossuficientes de energia vai simultameamente minimizar os impactos ambientais e limitar a dependência de redes externas. Este novo paradigma energético, contribuirá sem dúvida para o cumprimento das normas da União Europeia para o aproveitamento da energia solar e que recomendam a obrigatoriedade de instalação de painéis solares nos novos edifícios e nos edifícios renovados já a partir de 2023. Alguns estados membros foram pioneiros a adoptar esta obrigação, mas em Portugal dão-se os primeiros passos neste sentido, promovendo o modelo cooperativo de implementação e utilização de energias renováveis no território.

CONSULTÓRIO

CÃIMBRA
É um nome esquisito! Há quem escreva, também, Câimbras e quem chame Brecas às Cãimbras!
Esta noite acordei com uma “breca” na barriga da perna. E demorou a sair, a maldita!
Como e porque é que aparecem?
Raros são os que nunca tiveram uma cãibra. Mas o que é que se esconde por detrás desta brusca contração muscular, dolorosa e incontrolável?
O que é, na realidade, uma cãibra?
A cãibra é um fenómeno frequente e, contudo, pouco conhecido. O que se sabe é que a cãibra é uma contração forte de um músculo, que surge de forma brusca e se acompanha de uma dor bastante intensa.
As cãibras desencadeiam-se, muitas vezes, no quadro de uma actividade desportiva, impedindo o atleta de manter o seu esforço, tal o incómodo e dor que provocam. Para além deste caso típico, as cãibras são mais frequentes durante o período de crescimento, ou durante a gravidez; mas algumas cãibras aparecem sem alguma razão aparente, mesmo na cama, a dormir!
Porque é que aparecem as cãibras?
No caso das cãibras surgidas durante o esforço parece haver uma falha pontual da circulação sanguínea: o músculo é muito solicitado e não recebe a quantidade necessária de sangue às suas necessidades.
Outras causas podem, também, ser apontadas: como uma desordem metabólica (falta de cálcio, de potássio ou de magnésio) que influenciaria, de maneira negativa, a química que se desenrola num músculo durante o esforço. Mas, na realidade, os mecanismos precisos das cãibras permanecem ainda um mistério. Felizmente que, à custa de sofrer cãibras, os desportistas acabam por conhecer alguns meios de as evitar.
Como prevenir as cãibras?
Fazer um bom aquecimento antes do esforço, no mínimo de um quarto de hora, para aquecer todos os músculos. Assim, os músculos ficam melhor preparados e tornam-se mais eficientes.
Hidratar-se antes e durante o esforço. A falta de hidratação é um dos principais factores de risco de cãibras. Beba bastante água antes de iniciar o esforço e, tanta quanta queira, durante o mesmo.
Consumir, em quantidades suficientes, frutas e legumes. É a melhor maneira de assegurar as entradas de cálcio, potássio e magnésio.
Como reagir em caso de cãibra?
Se, apesar de todos os cuidados, a cãibra aparecer o que fazer?
Se está em plena actividade física, pare e dedique todo o tempo para se ocupar da cãibra.
CÃIBRA
Estire o músculo afectado, docemente, mas de forma continuada. É doloroso… mas eficaz.
Massajar a zona afectada. Se a dor for muito intensa, pode aplicar-se um analgésico de superfície para a atenuar e continuar com as manobras de relaxamento do músculo.
As cãibras são, regra geral, benignas. Se elas se tornam muito frequentes, não deve hesitar em consultar o seu médico, que melhor poderá aconselhar.

RESTAURANTE CORTIÇO
RANCHO À MODA DE VISEU

O Prato mais tradicional de Viseu, que vai ser certificado é o “ Rancho á Moda de Viseu”.
Após a sua certificação o “ Rancho à Moda de Viseu” vai ter um selo que terá de ser obrigatoriamente apresentado pelos Restaurantes de Viseu que o confeccionem e integrem nas suas cartas gastronómicas.
Cerca de 52 Restaurantes da cidade aderiram à confecção do prato típico.
Também aderiu o Restaurante Cortiço, onde a Direcção do Jornal Renascimento teve a oportunidade de o saborear no passado dia 11 de Novembro. Óptima confecção!
A história deste típico prato, tem origem no Regimento de Infantaria de Viseu , onde há muitas décadas nasceu.
Consta de um “Rancho” que leva grão, massa, várias carnes de porco e couves que lhe conferem características únicas, um sabor muito especial.
Convém acompanhar o prato, com um bom vinho do Dão. Um casamento perfeito!

Aquilino Ribeiro nas franjas de Mangualde


Teve lugar na Cidade de Mangualde, na Biblioteca Municipal, no passado dia 11 de Novembro uma Conferência sobre Aquilino Ribeiro “ nas franjas de Mangualde”.
Foi Conferencista o Dr. Jerónimo Costa, Licenciado em Filosofia, Professor Jubilado, Membro fundador da “Côa Cultura” (actual Soma), também fundador e primeiro Presidente (Regedor) da confraria Aquiliana e co-responsável pela transladação de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional em Lisboa.
Marcou também presença o Escultor Yuraldi Rodriguez, cubano, mas residente em Viseu e Autor da Estátua em Bronze colocada na Rua Formosa.
Abriu a Conferência, António Fortes, para apresentar o Conferencista e o Escultor.
O Dr. Marco Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, falou em seguida para cumprimentando os presentes, o Conferencista e o Escultor e tecer o papel importante da Cultura no desenvolvimento do Concelho de Mangualde.
Aquilino é hoje um Escritor que ultrapassou a sua Terra, Região e o País. Está traduzido em diversos idiomas.
Poderia ter sido Prémio Nobel da Literatura em 1960, mas faltou-lhe o apoio do Governo de então, a que era hostil.
Foi um Escritor Revolucionário, artífice da República, amante da Liberdade.
Caracterizou nos seus numerosos livros a sua amada Beira, inóspita e ao mesmo tempo amável; rude, mas gentil; canhestra, mas também caprichosa; uma Beira farta; farta de tudo…
Liga-o a Mangualde a sua destemida acção, esbracejando no meio da linha para parar o comboio, na Estação de Caminho de Ferro de Contenças, onde evita o descarrilamento de um comboio cheio de soldados revolucionários da Guarda e de Pinhel que se dirigiam a Lisboa para tomar parte numa revolução. Os carris tinham sido levantados pelo Governo.
Evitou a morte dos seus correligionários. Mas não a sua prisão. Aquilino é também preso outra vez.
Jorge Coelho, ex- Ministro, também de Contenças, prefacia o livro “ Cinco Reis de Gente”, uma obra autobiográfica de Aquilino.

FEIRA DOS SANTOS 2022

A Feira dos Santos voltou a Mangualde, depois do interregno de dois anos, devido á pandemia provocada pela COVID19.
A cerimónia de abertura teve lugar ao início da noite do dia 4 de novembro, no Mercado Municipal Dr. Diamantino Furtado e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Marco Almeida e da Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.

““…O principal objetivo, neste momento, é consolidar a qualidade da Feira dos Santos e iniciar o processo da internacionalização…””

O momento iniciou-se com uma arruada protagonizada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, à qual se seguiu a Sessão Protocolar e um momento musical.
Na cerimónia de abertura, Marco Almeida, referiu que «Falar na Feira dos Santos é falar numa Feira cosmopolita e de projeção nacional, pensada para os mangualdenses e visitantes, com uma elevada dimensão comercial, cultural e social.»  Acrescentando ainda que «O principal objetivo, neste momento, é consolidar a qualidade da Feira dos Santos e iniciar o processo da internacionalização. A Feira dos Santos é um local de encontro de gerações, num território muito unido que se quer internacionalizar. E é por isso que, neste fim de semana, recebemos um congresso de jornalistas de vários órgãos de comunicação social de toda a Espanha, que vão acompanhar o que de melhor se faz neste concelho e nesta região e projetá-lo para o resto da Europa». Saliente-se que, também, no caminho da internacionalização, a Feira dos Santos contou com uma delegação de Lempdes – França, vila geminada com Mangualde, na qual, entre outros, destacamos a presença da Vereadora - Danielle Misic e dos
coordenadores do Comité Jumelage Lempdes -- Vitor Cardoso e Philippe Martins.
A Ministra da Agricultura e da Alimentação, durante a sessão, indicou que o governo continua empenhado para que a produção agrícola em Mangualde, no distrito de Viseu e no interior do País, possa continuar a assumir um papel de liderança. Acrescentando ainda que «Este território tem para nós um potencial muito grande. Do ponto de vista agrícola, em Mangualde temos 185 projetos de investimento aprovados, num total de investimento de 24 milhões de euros, com um apoio de quase 9 milhões de euros».
A Feira dos Santos, que conta já com mais de 300 anos existência, animou assim, as ruas do centro da cidade de Mangualde, nos dias 4, 5 e 6 de novembro, destacando o que de melhor se faz no concelho ao nível da gastronomia, vinhos, artesanato, agropecuária, máquinas e alfaias agrícolas, indústria, entre outros, nos mais de 400 expositores presentes.
As freguesias do concelho tiveram lugar de destaque no Mercado Municipal, onde tinham os seus produtos em exposição e onde as noites de 4 e 5 lhes forma dedicadas.
Considerando-se uma festa para toda a família, o evento contou com exposições, showcookings e degustações, artesanato, gastronomia, vinhos, diversões e animação de rua. 
A par de toda a animação também a “Feira dos Santos à Mesa”, se desenvolveu nos restaurantes aderentes que proporcionaram uma ementa regional dedicada a esta Feira (com enchidos da região, rojões à moda de Mangualde, febras à Feira dos Santos, requeijão com doce de abóbora, queijo da serra e vinho do Dão).
Mais uma vez, a grandiosidade da Feira dos Santos foi transmitida em direto no programa televisivo “Somos Portugal” da TVI, a partir do Largo Dr. Couto. A emissão decorreu entre as 14h e as 20h, e contou com as atuações de vários artistas, bem como, com a divulgação e promoção do que de melhor Mangualde tem para oferecer e visitar.

QUEIJARIA VALE DA ESTRELA COM A MAIS ALTA DISTINÇÃO NA EDIÇÃO 2022 DO WORLD CHEESE AWARDS


Requeijão Serra da Estrela DOP foi distinguido como “Super Gold”, a mais alta distinção e o melhor entre os melhores em Portugal, tendo o Queijo Vale da Estrela Velho DOP sido igualmente selecionado entre os melhores do Mundo
Na primeira vez que concorreu ao World Cheese Awards, um dos concursos mais reconhecidos a nível mundial que conta com mais de 30 anos e um painel de especialistas no júri provenientes de 38 países, e com os queijos avaliados em prova cega, ou seja, sem identificação prévia da Marca, a Queijaria Vale da Estrela obteve a mais alta distinção possível pelo seu Requeijão Serra da Estrela DOP com a classificação de “Super Gold” na edição de 2022 que decorreu no País de Gales com 4.000 queijos provenientes de 40 países, dando sequência às medalhas de ouro recebidas em 2021 e 2022 no concurso nacional organizado pelo CNEMA. Foi ainda considerado o melhor dos Queijos Portugueses a concurso.
No mesmo certame, a Queijaria Vale da Estrela submeteu ainda a concurso o seu Queijo da Serra da Estrela Velho DOP, com o objetivo de dar a conhecer um produto menos conhecido a nível internacional, tendo o mesmo sido igualmente distinguido, neste caso com a medalha de Bronze.
A distinção atribuída ao Queijo Velho DOP produzido na Queijaria Vale da Estrela segue-se ao reconhecimento em 2019, em Paris, onde, pela primeira vez, um queijo da Serra da Estrela Velho DOP foi distinguido no Mondial du Fromage, um dos concursos internacionais de maior renome a par do World Cheese Awards, revelando a qualidade de excelência de um queijo produzido artesanalmente.
Para Anabela Fraga, responsável pela produção, “a atribuição da mais alta distinção atribuída ao requeijão Vale da Estrela DOP num concurso mundial é um motivo de orgulho para todos os que fazem parte da Queijaria Vale da Estrela, motivando-nos para a nossa principal missão que é a de assegurar a preservação da autenticidade do Queijo da Serra da Estrela DOP, e dando a conhecer a excelência do Requeijão e do Queijo Velho, que não sendo tão conhecidos internacionalmente, são produtos que se destacam pelo facto de serem produzidos apenas num período limitado no ano e exclusivamente com leite de ovelha bordaleira, raça característica da região, e alimentada nos pastos da Serra da Estrela, assim como o requeijão onde apenas utilizamos o soro extraído da produção de queijo DOP, tornando-o verdadeiramente único.”
Para José Pedro Freitas, Diretor Comercial da Queijaria, “receber esta distinção num ano tão marcante para a região pelos incêndios que agravaram a diminuição de leite disponível, é um reconhecimento da excelência da qualidade que muito agradecemos, mas sobretudo um estímulo num contexto muito adverso para continuarmos a dar sequência ao que vem sendo realizado desde a fundação da Queijaria, a qual tem um propósito muito claro que é o de dar um contributo efetivo para com o desenvolvimento da região da Serra da Estrela, uma missão a que Jorge Coelho, o fundador da Queijaria e originário de Mangualde, sempre se dedicou, e a que a sua família e todos os envolvidos neste projeto estamos a dar continuidade.”

DIREITO DE RESPOSTA


Ao abrigo do previsto pela Lei nº 2/99 de 13 de Janeiro, Capítulo V, Dos Direitos à Informação, Secção 1, Do Direito de Resposta e Rectificação, o Presidente da Junta da Freguesia de Espinho, António José Correia de Pina Baptista Monteiro, vem por este meio exercer o seu legítimo direito de resposta à publicação da edição de 15 de Outubro de 2022 (nº 831), do Jornal Renascimento, da responsabilidade de Raul Matos. Ao abrigo das disposições legais portuguesas que estipulam o direito do contraditório e a defesa do direito ao bom-nome venho requerer ao Jornal “Renascimento” que Vossa Exª dirige a publicação na íntegra da seguinte resposta ao artigo em epígrafe.
A publicação veiculada pelo jornal começa por assumir afirmações inconsistentes do ponto de vista científico, invocando o princípio que as crianças não precisam de equipamentos de lazer ou parques infantis porque têm meios digitais que os satisfazem e preenchem. Uma afirmação desta natureza revela uma profunda ignorância e insensatez, e constitui um insulto aos sucessivos especialistas na área da pedo-psicologia, psicologia do desenvolvimento e pedagogia que indicam que, as crianças precisam, urgentemente, de se afastar da alienação dos mundos virtuais e das tecnologias que preenchem os seus tempos livres. Ao contrário do que afirma o artigo sem qualquer sustentação teórica ou consubstanciada em estudos, o uso massivo da internet e redes sociais aumentou o sedentarismo e reduziu a atividade física com as múltiplas consequências tão conhecidas para a saúde. Recentemente, tem-se reconhecido a problemática da dependência destas novas tecnologias (videojogos ou internet e redes sociais), que constitui uma doença séria com consequências como isolamento social, depressão, perturbações do sono ou absentismo escolar. Algumas investigações referem que o uso excessivo das novas tecnologias pode provocar problemas emocionais e de desenvolvimento. Em função disso, existem cada vez mais crianças com sintomas de depressão, ansiedade ou PHDA. 
Recomenda-se a leitura de Carlos Neto, professor e investigador da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa que tem uma vasta literatura sobre o tema que tão, levianamente, foi levantado pelo autor do artigo. A título de exemplo refira-se que Carlos Neto reforça a importância do brincar ao ar livre no sentido de desenvolver “capacidades socioemocionais, cognitivas, de linguagem e de autorregulação que constroem a função executiva e um cérebro pró-social”. Sob os riscos do uso excessivo das tecnologias em crianças e o mesmo autor refere “Vamos criar contextos ao ar livre e retomar a rua como um espaço de autonomia, mobilidade, risco, cooperação e de sermos capaz de nos encontrarmos novamente”.
Usar de uma argumentação despropositada e hiperbolizada revela, apenas e somente, falta de argumentos credíveis.
A publicação continua na senda do ataque gratuito e, mais uma vez, desinformado. A Torre de Gandufe, condignamente requalificada com um pavimento à altura do monumento, no meu primeiro mandato está localizada no coração da aldeia. O facto de haver uma casa nas imediações em mau estado de conservação não pode, em abono da verdade, ser imputada à Junta de Freguesia. Entender que a propriedade privada é considerada um direito fundamental pela ordem jurídica nacional. O mesmo se aplica à referência da Fonte de Ricardina que se encontra em propriedade privada, e que pode ser alvo de visitas se for, previamente, combinado com os proprietários que, sempre que solicitados, acedem sem qualquer entrave tal como tem acontecido nos percursos pedestres organizados pelo Município ou visitas de estudo. Ao contrário do que afirma o autor do artigo a Fonte de Ricardina está bem conservada.
No que concerne ao, assim designado “parque desportivo” cumpre esclarecer que o campo de futebol pertence à Abadia de Espinho, pelo que a manutenção e gestão do mesmo não é da responsabilidade da Junta de Freguesia. O mesmo se reporta a um outro espaço desportivo gerido por uma associação.
À Junta de Freguesia compete apoiar atividades de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra de interesse para a freguesia e deliberar sobre as formas de apoio a entidades e organismos legalmente existentes, bem como à informação e defesa dos direitos dos cidadãos. Não lhe compete assumir responsabilidades, encargos ou incumbências que não lhe pertencem.
Cientes das nossas obrigações e responsabilidades estamos conscientes que há vias que precisam de ser requalificadas ou repavimentadas, e saneamento básico que deve ser completado. Tudo a seu tempo. Quem tem responsabilidades autárquicas sabe que nem sempre se consegue cumprir com a celeridade que uma certa opinião pública feroz exige.
O tom acintoso do texto pretende, claramente, induzir os leitores em erro de forma intencionalmente maldosa. A publicação expressa, uma falta de conhecimento que só se compreende na lógica de uma tentativa de criar instabilidade insinuando incompetência da Junta de Freguesia de Espinho à qual presido.
Recuso-me a alimentar retóricas estéreis. A tentativa de transformar a inauguração de um parque infantil num arremesso político. Se há coisa que não procuramos é protagonismo. Nunca nos servimos das redes sociais ou imprensa, para nos autopromover ou afrontar pessoas apenas porque professam ideias ou ideais diferentes.
A Junta de Freguesia agiu e agirá sempre, em prol da defesa da igualdade de direitos e deveres. Exigimos lisura e decência quando se reportarem à nossa Freguesia.
A liberdade de expressão é, de facto, a concretização suprema da cidadania. Não pode é ser um pretexto para notícias insinuantes.

Atenciosamente.
O Presidente da Junta da Freguesia de Espinho
António José Correia de Pina Baptista Monteiro

SÓCIOS FUNDADORES E CENTRO RECREATIVO E CULTURAL DE SANTO ANDRÉ HOMENAGEARAM BERNARDINO AZEVEDO


No passado dia 29 de outubro, foi promovida uma singela, mas sentida homenagem, com descerramento de placa comemorativa pelos cinco sócios fundadores ainda vivos em colaboração com o C.R.C. de Santo André, ao sócio fundador e principal impulsionador da construção deste Centro Recreativo e Cultural - BERNARDINO ANTÓNIO AZEVEDO  
Aos muitos presentes, que se associaram nesta homenagem, dos quais destacamos o Presidente da Câmara de Mangualde, Marco Almeida e o Presidente da União de Freguesias de Mangualde Mesquitela e Cunha Alta, Carlos Gonçalves, o senhor Carlos Rodrigues, também ele sócio fundador, deixou as seguintes palavras que expressam o sentimento de gratidão que todos têm pela construção deste Centro e para com Bernardino Azevedo.
“A nossa história é terreno fértil, narra e faz reviver um passado que não queremos esquecido, enaltece factos e ressalta obras de um passado, ora longínquo ora recente, que de alguma maneira terá influenciado a nossa vida comunitária. Relembramos também o fim de muita gente, muitos amigos, mas que foram eles que deram grandeza e sentido á nossa comunidade. A nossa história encerra os momentos mais marcantes do nosso povo e também daqueles que nos precederam. Por isso é sempre bom relembrar a herança, o legado, a relíquia, as recordações que as gerações passadas nos legaram. Boas ou más, serão sempre lembranças, e que com maior ou menor valor foram elas que fizeram de nós aquilo que hoje somos. A essência de um povo está nos seus costumes, na sua cultura e tradições, na forma como transforma aquilo que a Natureza lhe dá e utiliza aquilo que lhe é legado. Deu-nos uma terra generosa, por isso devemos oferecer o melhor que por cá se faz. Brindou-nos com uma paisagem maravilhosa, de montes e vales a perder de vista na linha longínqua do horizonte. Somos gente humilde, trabalhadora, empreendedora, e de muita iniciativa, amiga do seu amigo, sempre disposta a colaborar nas mais diversificada atividades populares, gentil e doce, que sabe receber como ninguém, mas também muito apegada e orgulhosa de um passado brilhante.
PASSADO QUE É A NOSSA HISTÓRIA. A história não é um cemitério, um lugar de mortos, terreno inóspito de sombras e penumbras, de esquecimento. Pela veneração, pelo respeito que sentimos pelos nossos antepassados que partiram, mas que a pulso construíram e nos deixaram tão vasto e rico legado, será justo recordarmos com carinho estes que humanamente tanto nos marcaram. Foram eles que escreveram a letras de ouro a NOSSA HISTÓRIA, talvez na esperança de verem perpetuado nas gerações presentes e vindouras o orgulho, o brilho, a raça da nossa comunidade e das nossas gentes, que nunca virou a cara ás dificuldades e á luta. 
É ESTA COM ORGULHO A NOSSA HISTÓRIA.  
Passavam os murmúrios dos anos, num fumo sentimental e contemplativo. Eram vários os movimentos desportivos, culturais e recreativos desta aldeia, mas não existia um espaço com dignidade e conforto para o acolhimento e desenvolvimento desses grupos. Sentia-se a existência de uma enorme lacuna. Mas paira no ar a ideia de construir um local digno e apropriado. Rapidamente criou raízes profundas e avidamente é absorvida pela população da nossa aldeia. Traçam-se diretrizes, agendam-se reuniões no largo do Outeiro e na escola primária. Estava em marcha o plano para a construção do C. R. C. de Stº André. A população dá-lhe corpo e um grupo de homens e mulheres de vontade férrea “de antes torcer que quebrar”, gente com alma, dá-lhe espírito. Vivia em nós o futuro porque já sentíamos a aurora que havia de vir.  
E aos dezassete dias do mês de Junho de 1985 pelas 22 horas, reuniu-se em assembleia um elevado numero de pessoas residentes e naturais desta povoação de Stº André afim de tomarem conhecimento da existência de um projeto para a construção de um Cento Social, com finalidades recreativas e culturais e definir a localização do local de implantação.  
Era o despertar de um sono brando que em nós ressuscitava a esperança, havia que transformar esse sonho em realidade. E no dia 2 de Março de 1986, realizou-se no largo do Outeiro em Stº André pelas 10,30 horas, com representantes de todas as comissões e direcções dos grupos existentes, para analisar a possibilidade do denominado baldio do campo de jogos, ser feita a doação ao C. R. C. de Stº André (era a única maneira de obterem subsídios) 
A vontade foi a força e aos 25 dias do mês de Junho de 1986, reuniram-se os 9 elementos da comissão eleita, com a finalidade de entre si distribuírem os respetivos cargos dos órgãos sociais. 
E assim : 
Assembleia geral 
Presidente - Maria Elisete Ferreira; 1º secretário - António Azevedo Amaral; 2º secretário - José Manuel Rodrigues;
Direção  
Presidente - Bernardino António Azevedo; Secretário - Pedro Pais Amaral; Tesoureiro - Adrião Pais Almeida e Silva;  
Conselho Fiscal  
Presidente - Jorge Adelino Coelho de Sousa; Relator - Carlos Alberto Santos Rodrigues; Vogal - Pedro Coelho Costa;  
Estava formada a 1ª direção do Centro Recreativo e Cultural de Santo André. 
Nasce a obra que de campos incultos irá lavrar a sua história e:  No dia 25 de Setembro de 1985 é feita a escritura do C. R. C. Stº André com a finalidade de promover atividades culturais e recreativas, agrupando todos os movimentos existentes e que viessem a existir. O homem sonhou e a obra nasceu. Quatro trabalhosos anos durou a sua construção: 1985/86/87/88. 
Mas a história por si é feita de pequenas e grandes histórias….. AAAhhh…. Como me lembram ainda aqueles longínquos dias 7 e 8 de Setembro de 1985, de muito muito boliço e confusão com a festa da Srª do Castelo em que toda a população se mobilizou para trabalhar numa “barraca” de comes e bebes que rendeu a avultada soma que ultrapassou trezentos contos (repito 300 contos em 1985 há 37 anos), que ajudaram a alavancar a construção e o avanço das obras. 
Mas os líderes são intemporais, e a liderança é a conquista da confiança, não há melhor modo de mandar ou ensinar do que através do exemplo, do saber persuadir sem impor, do convencer sem atrito. Bernardino Azevedo foi um líder de uma força inquebrantável, incondicionalmente um mobilizador das massas trabalhadoras, incansável nos seus propósitos, um homem que sonhava e tinha na fronte o destino que o fazia avançar. As obras não param com o trabalho esforçado do Pedro Pais Amaral, o querer prestimoso do Aurélio Rodrigues, a força inefável do Adrião Silva, o apoio logístico na organização documental do Jorge Sousa. Entusiasticamente toda a população aderiu a esta causa que reconheciam ser necessária nobre e justa, sempre impulsionados pela capacidade mobilizadora do Bernardino Azevedo, incondicionalmente apoiado pela sombra amada e inspiradora da sua excelsa esposa a D. Dores, e na sua essência humana apoiado por seu irmão Fernando (Náná) e muitos outros aqui não citadas mas de igual valor, enlevados de um sonho imorredoiro.  
Muitos dias aqui se passaram em saudável convívio… E a obra avançou…. E foi concluída. Foi feita a sua inauguração com pompa e circunstancia no 20 DE AGOSTO DE 1989, além de toda a população de Santo André, muitas individualidades e o Sr. Presidente da Câmara de Mangualde, Dr. Mário Videira Lopes. 
O Bernardino idealizou, trabalhou realizou e concluiu o seu sonho. 
Um louvor também aos anónimos que tanto e tanto trabalharam para que esta obra fosse hoje uma realidade e o nosso orgulho.  
É hoje esta a nossa casa, com uma história de muito trabalho, muito suor e algumas lágrimas.”  

ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE MANGUALDE

Teve lugar no passado dia 27 de outubro, a tomada de posse dos novos Órgãos Sociais da AEM para o triénio 2022-2024.
A cerimónia decorreu nas instalações da AEM e contou com a presença do Presidente do da Câmara Municipal de Mangualde, Marco Almeida. Em breves palavras Marco Almeida deixou o seu reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, em parceria com a AEM.
A associação empresarial de Mangualde existe desde o ano 2000 e no seu percurso tem vindo a fortalecer raizes e a traçar trajectórias em prol do desenvolvimento da região.