Arquivo diário: 15 de Março de 2023

EDITORIAL Nº 840 – 15/3/2023

Caro leitor
É com mágoa minha que digo, este Governo governa em contra ciclo.
Vejamos o porquê. Em tempos de crise nacional, na Europa e quiçá no mundo, os empresários não investem tanto como em alturas mais seguras, portanto compete ao governo assegurar o emprego. Assim, este deve investir em obras públicas, ou seja, o governo, deve fazer o contra balanço.
Que faz este governo? Não investe! Pior ainda, está a pagar juros a 3,5% para assim conseguir dinheiro para a dívida pública. Verdade! E qualquer pessoa o pode saber indo aos correios. Assim vai o país.
Nem o governo investe, nem o privado investe, pois sabe que tem um rendimento, sem trabalho e sem chatices.
Será que só eu vejo isto ou penso errado?
O buraco negro do nosso País é a TAP, o ex Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho privatizou a mesma para aliviar a carga dos portugueses.
O PS gosta do abismo. É Troika e TAP e não saímos disto. Crise após crise.
Agora, parece que já querem privatizar a TAP. Então, mas afinal quem tinha razão? Pedro Passos Coelho ou António Costa? Valha-nos Deus e nos livre de todo o mal.

Um abraço amigo,

IMAGINANDO

PARTE nº. 127
O mundo em que vivemos e as categorias em que nos dividimos
Quantas vezes nos perguntamos:
-Quem sou eu?
-Que faço aqui
-Donde vim
-Para onde vou
Uma maioria não tem uma noção clara daquilo a que chamamos EU.
Comecemos por dividir as diversas categorias da humanidade.
Podemos considerar, essa divisão por quatro grandes grupos:
Instintivos-Sensórios
São aqueles com desejo ardente de cobiçar o mundo, aproveitando-se dele ao máximo num mínimo de tempo. Focados apenas na sobrevivência pessoal, tendo como preocupação, reproduzir-se, comer e satisfazer-se
Estão concentrados num Universo limitado podendo em determinadas circunstâncias, alargar o seu egoísmo a um núcleo familiar bastante restrito, a um clube, ou clã que segundo sua opinião, há que defender até á morte física.
Anseiam um futuro imediato e no seu limitado ponto de vista, o próprio caminho não pode exceder, o dia seguinte, a semana ou mês e o prazo de um salário.
A este grupo, pertence 90% da humanidade.
Racionais Analíticos
São grupos cujo objetivo é servir o mundo, mas como recompensa, que seja o mundo servi-los em dobro.
São uma espécie de seres de troca e constituem os quase 10% da Humanidade
São pessoas com uma motivação acima do comum.
Possuem uma opinião formada, motivações de natureza superior, e potencialmente intelectualizados.
Centram-se na satisfação dos corpos emocional e mental inferior, fixando-se no domínio do sentimento e da razão para buscar o êxito.
Também estão integradas em comunidades mais amplas e consideram-se cidadãos de uma cidade e de um País.
Defendem ainda constituição de Empresas e hierarquia nas mesmas.
O seu objetivo é o planeamento de um futuro a médio prazo, ou seja, “semear hoje para colher amanhã”.
Intuitivos-Sintéticos
Seres com um nível evolutivo já elevado.
O seu propósito no planeta, é servir a humanidade, pouco esperando em troca.
Para eles o mundo é uma morada conjunta.
Modo de manifestação:
“Ou todos se salvam, ou todos se perdem”, dependendo do equilíbrio energético, através das ações de cada um.
Já ascenderam aos domínios do Corpo mental Superior.
A dedicação ao próximo é o principal objetivo.
A sua consciência de estar no mundo, dá-lhes uma responsabilidade global no Servir.
Não existem Países, apenas seres humanos, não interessando o credo ou religião, quando em dificuldade e a seu pedido, precisam ajuda.
Trabalham sem distinção de pessoas ou grupos.
Apenas uns escassos milhares, se enquadram neste grupo.
Místicos Unitários
Estão ao serviço no Planeta, mas não se envolvem no Mundo material.
A sua consciência já se elevou para os domínios do Corpo Espiritual.
São seres totalmente despreocupados, porque estão permanentemente em contacto com o Uno.
Não querem aparecer como manchete, e tão pouco desejam lugares de poder.
Apenas algumas centenas pertencem a este Grupo.
Com esta pequena explicação, concluimos que uma maioria vive um mundo inteiramente material, dando mais relevância ao ter.
O objetivo de uma maioria, não interessa como, é sentir-se realizada através do dinheiro, para alcançar grandes posses materiais ou poderes visíveis.
Estas situações, de natureza racional-analítica, registamos maioritariamente no Mundo Ocidental, onde se encontram os sequiosos comandantes do Planeta e a enorme quantidade de líderes de várias hierarquias.
Os Instintivos-sensórios, não têm alguma aptidão para a chefia, os Intuitivos Sintéticos estão mais ligados ao ensino e à Ciência e os Místicos Unitários não têm qualquer interesse por um comando.
É perante esta visão que privilegiamos o Estar ou Ter em detrimento do Ser.
O Ter é transitório e o Ser é eterno.
Mas mesmo assim preferimos prestar vassalagem ao transitório em detrimento do Eterno.
Quando nos ligamos ao transitório, normalmente conquistamos insegurança, porque ao dependermos de fatores externos e fora do nosso controle, a inquietação e o medo geram através da Mente Egóica, que assume o comando, uma situação de sofrimento, que normalmente e por atração, surge antes de alguma perda.
E se nos encontrarmos com aquele alguém que nunca perdemos?
Aquele “outro” que nos acompanha permanentemente, que segue todos os nossos passos, o nosso melhor amigo e de quem nunca nos separamos, seja qual for a situação.
Esse alguém “Somos nós mesmos”, que está sempre connosco.
Ao reconhecermos a sua presença, estamos em segurança e é fácil alcançá-la, se nos concentrarmos em nós mesmos.
Essa segurança só se alcança quando nos concentramos em nós mesmos em plena harmonia connosco próprio.
Significa Ser.

TEMPO SECO

Paradoxal Peritagem
Se a questão não fosse tão dramática até haveria razão para rir.
Integrados num contingente da EU, Portugal enviou para o Chile, o mês passado, 144 peritos de coordenação do combate a incêndios florestais. Destes “diligentes peritos” trinta não levaram o equipamento complementar de proteção ( proteção de última linha), embora esta dotação tenha sido previamente articulada com a famosa ANEPC - Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Todavia, o estranho, nem é o esquecimento do equipamento complementar de última linha, porque já sabemos como a nossa proteção civil funciona. Mas, a existência de tanto perito de “coordenação” do combate a incêndios, num país que deixou arder toda a sua floresta, restando o matagal de infestantes, que cresce agora nas áreas ardidas, e algumas fileiras de eucaliptos, que são protegidos, pelo pessoal afeto às empresas exploradoras.
A nossa proteção civil, que nunca serviu para nada de útil, além da desorganização que veio induzir ao combate aos incêndios, desde a a sua criação, e que tem servido de refúgio, aos clientelismos políticos, dos partidos da governação, não passa de uma organização trapalhona, igual a tantas outras criadas neste indigente país, cuja finalidade assenta na sustentação de inaptos boys, que nada sabem coordenar, além da angariação votos, em atos eleitorais, para os seus astutos fundadores.
Se existem, tantos e bons peritos de coordenação do combate aos incêndios, porque esperam para coordenar a necessária prevenção, em tempo útil: antes das primeiras ignições, que o tempo mais quente atiça?! Alguém os vê, providenciando qualquer ação, para o fim a que as suas capacidades de peritos suscitam? O tempo urge. É em tempo de tréguas, que se preparam as defesas. Só não o vê quem está incapacitado de o ver. Os nossos peritos e quem os articula, nada vêm, porque não são peritos de coisa alguma, além da peritagem que fazem mensalmente, às importâncias, do erário público, e que lhes caem nas contas bancárias.
Os verdadeiros peritos, existiram na meada, do século passado. Eram os camponeses que viviam nas proximidades do traçado da linha do caminho de ferro, de locomotivas ainda a vapor, que acorriam todos e imediatamente logo que vislumbravam qualquer indício de ignição, e apagavam com ramos e terra escavada do chão esses flagelos, antes de ganharem as proporções gigantesca como hoje, em que os peritos ficam a aguardar que uma barreira natural, caminho, estrada ou milagre os detenha, para, eles, então coordenarem, um exército de viatura e homens, depois de tudo arder.
Dizer que os incêndios não são uma questão política, é pura mentira. Nunca antes do 25 de Abril de 1974, se viveu este drama com tanta intensidade e com a devastação de vidas humanas, ambiental e económica dos 50 anos procedentes. Assim, a política de liberdades de alto risco, que se vive desde essa data, e a praga de chulos que se sustentam à custa deste drama, é a causa e o efeito desta dramática situação, por demais insustentável, e o preço de uma democracia sem regras, que se institucionalizou neste podre país, que jamais deixará de ser o “rabo da Europa”.

José Milhazes e o comunismo


No dia 9 de Março, tive o prazer de participar numa conversa com alunos do Agrupamento de Escolas de Vouzela e o historiador, jornalista e comentador José Milhazes. Num tom muito informal e quase familiar, o convidado foi abordando vários pormenores da sua vida bem como da (triste) atualidade da guerra que atinge a Europa, que agora partilho com o leitor.
José Milhazes nasceu e cresceu na Póvoa de Varzim. Em 1977, com apenas 18 anos, foi estudar para a União Soviética, por intermédio do Partido Comunista Português, com o sonho de ir para o “paraíso comunista” que depressa se revelou um verdadeiro pesadelo. Licenciou-se em História da Rússia e estabeleceu-se naquele país enquanto tradutor de obras literárias e políticas. Estava lá quando o lado leste da Cortina de Ferro caiu. Algures no meio, saiu do partido, que acusa, de “servilismo total e absoluto em relação à URSS, claro que a troco de dinheiro”.
Em 1989 começou a fazer trabalho jornalístico na TSF e depois noutros media portugueses. Em 2008, doutorou-se. Regressou a Portugal em 2015 com um conhecimento incomparável no panorama português sobre a sociedade, a política e a história russas.
Numa das suas reflexões constatou que por toda a Europa, os principais partidos comunistas ora desapareceram, ora diluíram-se em coligações parlamentares. O PCP é uma exceção. Para José Milhazes “O PCP está de tal forma formatado que nem consegue olhar para os pormenores. É um partido senil e que só não morreu mais cedo devido ao subdesenvolvimento português.”
De facto, o PCP tem vindo a perder força, quer nas urnas, quer no número de militantes. A rota ascendente que desde 2005 protagonizava encalhou em 2019. Chegados a 2022, o número de deputados comunistas desceu para o mais baixo de sempre: meia dúzia. Por toda a Europa, um fenómeno análogo vai acontecendo: os principais partidos comunistas ora mingaram, ora foram ‘engolidos’ por coligações. Portugal é um dos 6 países da União Europeia que ainda mantém representação parlamentar comunista. A perda de votos no PCP deve-se, em medida significativa, à mudança de gerações. Na era dos computadores e da internet, é muito mais difícil convencer os jovens a lutar por ideologias obsoletas e que só criam pobreza.
Para quem lê o jornal oficial do PCP, “Avante”, vê que não há maior defensor do Putin em Portugal do que os comunistas portugueses (e alguns generais Putinistas comentadores na televisões de Portugal!). Ora, os comunistas portugueses são um caso muito interessante. José Milhazes tem uma teoria de que Portugal está sempre cerca de 50 anos atrasado em relação à Europa, começando na Revolução de 1820, que ocorreu 31 anos depois da de 1789, em França. Já para não falar que é um partido retrógrado pois “o vocabulário que eles usam, a maneira como falam no proletariado e na luta e tudo o mais, é um vocabulário da década de 1930”. 
Para terminar Milhazes conta uma piada que escreveu no livro “As minhas aventuras no país dos sovietes”: qual é a diferença entre capitalismo e socialismo? O capitalismo é a exploração do homem pelo homem; o socialismo é exatamente o contrário!

lendas, historietas e vivências

AS VIAS HISTÓRICAS NOS ARREDORES DE MANGUALDE
Continuando a rebuscar o que ficou na memória de alguns mangualdenses em imagens de saudade muito sentida, vou começar por percorrer a Estrada da Estação. Esta via que teve por muitas décadas uma serventia indispensável à vida de incontáveis cidadãos. Lembro-me ainda de manhãs das feiras na vila em que a bela estrada ficava pejada de gente, de pessoal, como se dizia ao tempo, que tinha chegado no comboio das sete derreados com os carregos de várias mercadorias que iriam vender na feira. Contudo, ao saírem da gare teriam de percorrer a pé os 3 km e meio até atingir o seu lugar. Por grande sorte estaria um qualquer veículo motorizado ou puxado por animais, à saída da estação, o qual poderia por favor levá-los até à entrada da vila…sim, por favor, porque dinheiro para pagar o frete não havia…Depois da feira… talvez. Dependia do êxito na venda dos produtos. Eram tempos muito apertados e não havia os apoios e dádivas que agora há. A pobreza era a pobreza e… pronto! Quanto muito poderia haver ajudas pontuais de alguém um pouco mais abonado e de bom coração… Apanhando as consequências da segunda Guerra Mundial que ainda se encontrava demasiado activa para lá dos Pirinéus, o povo estava sempre com o coração nas mãos e a barriga vazia. Parte dos seus produtos em grãos, azeite, batatas e outros eram levados para fora do País, por compromissos estatais com as potências amigas. Por isso o povo não ficava, assim, com tanto para vender…aproveitava o que lhe ia restando para recolher alguns escudos na venda da feira já que negociantes não apareciam à porta. Digamos que a economia doméstica em que as mulheres eram o braço forte vivia de trabalho duro e privações. Os homens sempre conseguiam algum modo de ganhar a vida com um negociozito ou emprego em algumas oficinas, pedreiras, ou num comércio local, já que ao tempo não havia pronto- a- vestir a rodos, nem os grandes espaços onde tudo se vende. Era o tempo do pouco dinheiro nos bolsos.
Logo no começo da estrada de paralelos na área do Bairro da Estação havia uns poucos pequenos comércios onde se vendiam alguns produtos da terra – batatas, feijão seco, milho e alguma mercearia; também tinham a secção dos copos, quero dizer que havia o lugar para os homens beberem o vinho carrascão ou o cálice de aguardente. Normalmente eram os viajantes que tinham chegado no combóio e precisavam de uma ajuda líquida que os empurrasse estrada acima, galgando os quilómetros até à vila. Lembro a loja dos Azevedos frente à gare, mais acima a loja de tecidos do Beirão, seguia-se junto à curva a loja do Pimentel. Logo na pequena recta que se seguia estava a loja do senhor Almeida que vendia sobretudo material de construção e já na curva a loja do senhor Alfredo onde se compravam sobretudo tecidos e apetrechos de costura. Recordo-os aqui com muita saudade – para além de venderem variada mercadoria indispensável à vida dos cidadãos, eramos todos MUITO AMIGOS. Em qualquer situação de perigo todos acudiam. Saudosos tempos…

Água de poço é de confiança?


A saúde pública foi uma bandeira tão alardeada para o combate da epidemia gerada pelo Covid 19, mas está sempre presente, diariamente, pelas condições de salubridade que detemos. A garantia de ter uma quase ausência de doenças infeciosas, quer por um excelente plano nacional de vacinação, quer por um bom saneamento básico, faz cair nas brumas do esquecimento o sofrimento de perecer por uma poliomielite, ou agonizar por uma enterite. De fato, a omissão destes trágicos episódios, quase sempre descritos por uma avozinha no serão familiar, confirmam atualmente as frases entusiásticas na “penitência” da vacinação: “Oh Sôra Enfermeira, tem mesmo de ser?”.
Um dos benefícios dos cuidados de saúde, é ter confiança na água que é abastecida pela rede pública, devido à constante análise das bactérias e produtos químicos que a água pode conter, e consequente tratamento. Quem prefere consumir água de captação de poços ou furos, ou até recolha e acumulação de água de chuva, deve ter em conta os riscos que pode existir na água recolhida\ captada desta forma. A chuva absorve poeiras, gases ou outros produtos poluentes, para além da contaminação da existência de dejetos animais ou humanos no solo ou superfícies de recolha. Já os furos e poços, conforme a sua profundidade ou localização, podem conter pesticidas e até agentes infeciosos originados pelos dejetos humanos, devido a fossas sépticas construídas de forma insegura.
A pureza de uma água de um furo, muitas vezes ilude pelas suas características físicas, como a cristalinidade, gosto agradável e odor ausente, mas só uma análise cuidada previne patologias graves, tais como hepatites (A e E), gastroenterites, cólera entre outras. Como também, confirma a ingestão de químicos prejudiciais para o equilíbrio do corpo humano, tais como mercúrio ou chumbo, ou deficiência de iodo ou fluor, que provocam problemas da tiroide ou cáries dentárias, respetivamente.
Longe vão os tempos, dos alertas televisivos para a desinfeção ou desinfestação dos poços e furos artesianos do Sr. Engenheiro Sousa Veloso, como forma preventiva de problemas de saúde. Sempre cordial, o Sr. TV Rural, transmitia a humildade de um agricultor de enxada no ombro aliada um conhecimento secular da agronomia que valorizava o que de melhor Portugal tinha: as suas gentes e o que produziam. E sendo a água um bem de primeira necessidade, era muito estimada nessas décadas de esforço e provação. Como dizia esse grande Homem: “despeço-me com amizade.”