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EDITORIAL Nº 710 – 15/6/2017

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Caro leitor,
Hoje vou falar de saudade. Saudade de ex-colaboradores meus, colaboradores que me ajudaram a ser o que sou hoje, para além da família direta. Nunca me esqueci deles, embora só de tempos a tempos os lembre, sempre com a mesma saudade. Como diz o ditado, “vale mais tarde que nunca”. O que despoletou em mim este estado de alma foi a memória de um deles, o António Miguel, que há poucas semanas nos deixou. Desejo muita paz à sua alma.
Muitos dos meus ex-funcionários, se os vir hoje, já não os reconheço. Que me perdoem se assim for, pois alguns deles não encontro há 30 anos. E com a passagem do tempo, mudamos todos nós. Crescemos e envelhecemos. A mim, sabem sempre onde me encontrar. Com muitos partilhei confissões, conselhos e desejos, mas sempre com a perspetiva de futuro. Quando era abordado para dar a minha opinião, sempre o fiz desprovido de interesse próprio, ou seja, contra mim falava se direta ou indiretamente me pudesse afetar. Todos sabem que sou assim, e sempre fui. É isso que faz de mim aquilo que sou: feliz, transparente, digno e verdadeiro, comigo e com os outros.
Partilhamos todos uma vida, um caminho a seguir. Falar do Miguel é falar de um amigo, um amigo que conheci aos seus 16 anos de idade. Namorou e casou quando ainda trabalhava na minha empresa. Comprou casa enquanto ainda trabalhava comigo, até que o vi partir para uma nova fase, onde foi trabalhar para os transportes internacionais. Mas sempre ficamos no coração um do outro. Já no início deste ano me disse que voltava e eu sempre lhe disse que as portas se encontravam abertas para quando assim o desejasse. Não imaginávamos o que ia acontecer. O homem põe e Deus dispõe. Um amigo que nunca se poupou a esforços em prol do amigo. Um amigo de todos. Vi pessoas a chorar na sua partida, que nada lhe pertenciam. Vieram pessoas de todos os lados, concelhos vizinhos, entre os quais até Sátão. Vieram dizer adeus a um amigo. Um amigo que continuará sempre a ser um amigo. Até um dia. Adeus.

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 709 – 1/6/2017

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Caro leitor,
Na recandidatura de João Azevedo à Câmara Municipal de Mangualde, esteve presente o Primeiro Ministro António Costa. A maior parte dos Mangualdenses estavam na expetativa de um grande anúncio de obra ou de milhões para o nosso concelho. Foi uma grande desilusão, serviu só para deslocar pessoas do distrito e fora dele ao Pavilhão Municipal com o intuito de o encher e que não aconteceu.
Os milhões esses, 574 mil euros adiantados, que foram aprovados pelo Governo em 27 de dezembro último, foram para as Câmaras de Proença a Nova, Arruda dos Vinhos, Penamacor e S. Pedro do Sul.
Mangualde para receber não faz parte do mapa. Até a Barragem de Girabolhos nos foi tirada por este Governo.
Não sou historiador, mas há 30 anos que faço história em Mangualde e por Mangualde, em contributo do crescimento do setor empresarial local. Aprendi, neste período, a ser rígido e gentil, na mesma medida que aprendi a ser empresário e comunitário. Nada veio do esforço, senão o trabalho. Peço-lhe agora que me ajude a ajudar Mangualde a ter um futuro mais risonho e garanto desde já que o mesmo ou mais esforço será empregue.
Não sou político profissional, nem frequentei a escola dos que o são. Quem alimenta o político profissional é o povo, leia-se todos nós, e é também aqui que se pode e deve marcar a diferença, optando pelo voto ponderado entre um político profissional e um político com praticidade e experiência profissional além dessa.
O povo não se dá conta, mas alimenta os que nada sabem da Vida. Os que tiveram almofadas, favores e e privilégios desde sempre. São apenas bem falantes e sedentos de poder, que muitas vezes tomaram e tomam decisões imorais em prejuízo do bem comum, porque nunca tiveram de aprender com a necessidade, a mesma de quem sabe o que custa a vida.
Diziam os meus pais, que só com trabalho se vence na vida. É assim que eu sou, embora muitos não possam ou não queiram entender.

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 708 – 15/5/2017

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Caro leitor,
França foi a votos e, com a eleição de Macron, disse sim à União Europeia. Foi uma lufada de ar fresco que se sentiu pelo mundo inteiro. Na realidade, um suspiro de alívio que ecoou além fronteiras.
Trouxe esperança e contrariou a corrente extremista e populista que tem vindo a ganhar adeptos na política europeia e também na política internacional. Falta agora, como sempre faltou, dar direção futura ao projecto europeu e cimentar as políticas que o definem. É esta a altura de trazer um plano claro e orientado à discussão do futuro europeu. Um plano que dê resposta às preocupações de ontem e de amanhã, hoje. Nomeadamente, que redefinam as políticas de acolhimento de refugiados, envelhecimento da população, declínio da economia europeia face a outras potências emergentes, orientações procedimentais para casos de saída da União Europeia, como o Reino Unido, discussão da Europa Federal e da União Financeira, etc. A Europa envelheceu e com ela envelheceu também a mentalidade Europeia. Terão de se modernizar as políticas para fazerem face às preocupações que o tempo trouxe.
É urgente garantir a consistência na atitude europeia, ainda que não sejamos 27 países iguais, dada a especificidade da história de cada um, da cultura e desenvolvimento económico e social. Mas é possível haver entendimento e futuro para a Europa, pois mesmo em Portugal sabemos tirar proveito de cada região, ainda que tenham diferentes tradições, saberes e contextos.
Já o disse e repito, não sou político de carreira, nem da escola deles, mas como todos nós, dou conta que muitas vezes faltam grandes líderes, ou seja, líderes decididos, visionários, que assumam a responsabilidade colectiva e se comprometam com uma direcção comum. Neste prisma, os partidos políticos são culpabilizados, pois servem os políticos e não os povos. Naturalmente, esta complacência resulta em taxas de abstenção elevadas, e crescentes, e no insucesso do sistema partidário como o conhecemos. Os políticos de carreira e o compadrio são os buracos negros da democracia, que alimentam a corrupção e o interesse próprio.
Já um político em tempos, no nosso país, defendeu a eleição de cadeiras vazias na Assembleia da República, como uma expressão da abstenção existente. Penso que seria uma ideia a adotar, tratando-se de uma ideia justa. Um grande senhor da política nacional disse um dia: “a má moeda expulsa a boa moeda” e falava de políticos profissionais.
António Guterres chegou a Secretário Geral da ONU, mas no seu país não pôde ser santo. Já assim aconteceu há 2000 mil anos atrás em que Jesus não foi ouvido na sua terra. Durão Barroso idem, isto porque os bons não aturam gravatas, vaidosos ou pseudo-doutores. Uma casa governa-se com trabalho, seja ela o concelho, o país ou o mundo.
Esperemos que a casta política se oriente e traga a lume decisões que verdadeiramente produzam resultados, para o concelho, país e para a União Europeia.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 704 – 15/3/2017

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Caro leitor,
Hoje vou dizer algo sobre o tema da sexualidade que, sendo agora discutido mais abertamente, na minha adolescência era tabu. Com a era da informação, ganhamos um melhor entendimento. Naturalmente que muitos dos problemas que perturbam a vida afetiva e a sexualidade de cada um decorrem da falta de informação, compreensão, verdade e comunicação.
Durante a infância e adolescência, muitos de nós recebemos mensagens confusas e contraditórias sobre o que é o sexo e a sexualidade, mas isso pode ser corrigido se os pais compreenderem as necessidades dos filhos e lhes derem as informações de que necessitam nas diferentes fases da idade. Quanto mais tarde se falar de assuntos sensíveis, mais difícil se torna falar dos mesmos. Enquanto que questões como a contraceção, a infertilidade e problemas sexuais em geral, tanto dos homens como das mulheres, podem ser solucionados de forma simples e aberta, outras questões são mais complexas de abordar. Como é que as pessoas se apaixonam? Porque é que o amor desequilibra a racionalidade? Quais as abordagens práticas para resolver problemas de relacionamento? Aqui, as respostas são individuais e dependem da vivência de cada um. Devemos ter sempre o fio condutor da verdade, sermos honestos com nós próprios e com os nossos e, desta forma, aprofundar as relações afetivas que são essenciais à nossa formação emocional enquanto seres humanos.
Estes valores devem estar presentes em todas as vertentes da nossa vida e assim serem a base formadora do nosso carácter. Citando o Papa Francisco no início deste mês, “é melhor ser ateu que um católico hipócrita”. Devemos praticar os valores que advocamos ou afirmamos praticar. Infelizmente, é bastante comum identificar pessoas com a vida dupla de quem afirma ser católico, mas não hesita em fazer negócios sujos ou aproveitar-se de pessoas que vivem sem maldade. A hipocrisia de ir à missa mas não estende a mão a quem precisa, dada a oportunidade de o fazer, que tece julgamentos alheios sobre os outros, ou pratica a imoralidade “cinzenta”. Ser católico consiste em praticar o bem, ser humilde e viver à luz do evangelho. Temos de honrar quem dizemos ser.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 703 – 1/3/2017

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Caro leitor
Há uns anos atrás veio a público pela comunicação social que havia corrupção no negócio do sangue, por meio da Octapharma, sendo que esta empresa contratou José Sócrates em Janeiro de 2013 como seu consultor para a América Latina. Estão de parabéns os autores desta investigação. O mesmo não acontece com a nossa jovem democracia. É impressionante ver como o polvo está no poder. Sai à rua e os tentáculos atingem instituições e industria. Amordaçam e degradam todos os setores. Mangualde não foge a este flagelo, a esta regra do poder político. São fiscalizações umas em cima de outras. Há que esmagar, amordaçar e atingir todos aqueles que de uma forma ou de outra são de outra cor e não estou a falar de racismo. Existe ainda uma frase dita em congresso por um grande político da nossa praça “quem se meter com o PS leva”. Onde está a nossa liberdade e a nossa democracia tanto apregoada.
Dizia Sá Carneiro, a política sem ética é uma vergonha. Ética na lealdade e na verdade, com que se tomam e apresentam decisões políticas e não só. Ética na humildade com que se assumem os resultados alcançados e infelizmente alguns políticos passam ao lado deste conceito.
O Ministro das Finanças mentiu no parlamento quando disse que não se tinha comprometido com António Domingos na dispensa de apresentação das declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional e o Primeiro Ministro veio em sua defesa em vez de se afirmar como Primeiro Ministro de todos os Portugueses – doa a quem doer – valha a verdade que estes posicionamentos não são novos no plano dos valores do Governo Socialista. Afinal de contas este Primeiro Ministro, sem ganhar eleições e este governo, são orgulhosos herdeiros da escola Sócrates.
O Presidente da República faz tudo pela geringonça. Falta saber se tem realmente sido bom para o País ou se se trata de meros golpes de publicidade enganosa.
Geringonça equivale a pouca estabilidade. Quem paga é sempre o Zé, como já é hábito. Os mercados assim o dizem. Custa saber que os sacrifícios que os Portugueses fizeram nos últimos anos estão novamente a ser esbanjados, enquanto se coloca de novo Portugal à beira do abismo. Quem vai aguentar tantos impostos? Quando poderemos viver se à data só nos têm permitido sobreviver?

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 702 – 15/2/2017

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Caro leitor,
Por entre aparições públicas e declarações defensoras, o Presidente da República tem desviado as atenções dos portugueses e assim protege a imagem deste Governo. Dizem que está a correr bem, que esta geringonça funciona, falta saber até quando.
António Costa, no início do mês, veio em defesa do Ministro das Finanças Mário Centeno. Face à polémica instaurada, que gerou muita incerteza e quebrou a confiança nas palavras de Centeno, António Costa optou por se atravessar e negar as acusações que Centeno mentiu. Que mentiu quando disse que não se tinha comprometido com António Domingues e cedido na dispensa de apresentação das declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional Da mentira nunca advém coisa boa e isto, todos os portugueses sabem.
Ora, não só tudo indica que de facto foi o caso, como o sendo, a mentira foi gravosa. Trata-se de um atentado à transparência e regulação que compete ao Governo em geral, ao Ministério em particular e a Centeno em pessoa. Todos desempenharam um papel na defesa de uma atitude que aparenta indefensível. Não fossem estes três passos em falso: as palavras não ditas de Centeno, a defesa cega de António Costa e a falta de transparência no Estado, temos ainda que assistir impávidos ao desenrolar do circo em pleno Parlamento. Porque se realmente mentiram no Parlamento, significa que mentiram a todos os portugueses, porque é o Parlamento que nos representa e é aí que os nossos interesses devem ser protegidos.
Falou-se ainda da dívida e dos juros. Portugal atualmente paga mais cerca de 30% de juros sobre a dívida, com tendência a subirem mais, comparativamente ao que o governo anterior pagava. Resulta que, nas duas últimas emissões de 8 de fevereiro de 2017, o montante traduziu-se em mais de 53 milhões de euros, porque os credores olham para a geringonça com desconfiança. A esquerda é como se estivesse a renegociar a dívida, mas para mais caro. Enquanto os governantes se divertem, os juros da dívida pública esmagam e assolam o país, mas dizem que tudo vai bem. Mais uma vez, pagaremos o desgoverno com suor, sangue e lágrimas.
Agora vem aí o imposto das chaminés, da sua casa, das nossas casas. E a seguir, o que virá mais pela calada?
O Governo utiliza a técnica da manta: a que cobre de um lado e destapa do outro. É uma geringonça.

Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 701 – 1/2/2017

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Caro leitor,
O Tribunal de Mangualde mantém a mesma inoperância desde que este Governo anunciou a devolução dos anteriores direitos.
A Junta de Freguesia de Real, do Concelho de Penalva do Castelo, procedeu e aprovou uma moção de retorno do Concelho de Penalva do Castelo, para a alçada do Tribunal de Mangualde. E enviou a mesma para a Ministra da Justiça, às Câmaras e Assembleias Municipais de Penalva do Castelo e Mangualde, Grupos Parlamentares e ao deputado do PAN na Assembleia da República, ao Provedor da Justiça e à delegação de Mangualde da Ordem dos Advogados. Embora pese a campanha eleitoralista que este governo leva a cabo, a verdade é que a Mangualde nada chega.
Veio a público que funcionários camarários poderiam vir a tratar de processos judiciais na reabertura de alguns tribunais. Não se pode brincar com a justiça pois é um pilar fundamental da nossa democracia e desenvolvimento do país.
Os portugueses sabem bem que tudo isto se deve às eleições autárquicas, mas sabem também que o governo é para governar e não para desgovernar. Recordemos José Sócrates, que antes das eleições, baixou o IVA com custos irreparáveis para o país. Ainda assim, ganhou sem maioria. Os Portugueses já dão conta destas facilidades ilusórias.
A reabertura de 20 tribunais contraria a posição do anterior executivo de José Sócrates que assinou o memorando de entendimento, e que previa a redução de instâncias, o que assim coloca em causa os sucessos obtidos com a entrada em vigor do mapa judiciário de 1 de setembro de 2014 e foram objeto duma análise positiva dos técnicos das instituições internacionais nas avaliações ao cumprimentos do programa de assistência financeira – Troika.
Perante críticas contundentes dos diversos agentes do setor, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, a Ordem dos Advogados e o Sindicato dos Funcionários Judiciais, a Ministra da Justiça recuou, reconhecendo que o recurso a trabalhadores das câmaras municipais constituía uma solução errada. Os Juízes ameaçavam não realizar julgamentos se os trabalhadores camarários se envolvessem diretamente nos processos, usurpando competências dos magistrados e funcionários judiciais. Todos estes fait divers são sinais de que o governo anda em campanha autárquica. Nada de novo portanto.
Um abraço amigo,

EDITORIAL Nº 700 – 15/1/2017

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Caro leitor
Os de mais idade são uma biblioteca, ou seja, uma fonte de sabedoria e a esperança média de vida tem aumentado ao longo dos anos. Mas, de que vale a pena os mais velhos viverem cada vez mais, se os mais novos os ouvem cada vez menos. Os mais velhos não têm sempre razão, nem sequer sabem tudo, mas viveram mais. Ao menos por nós devíamos ouvi-los.
Temos velhos a mais e jovens a menos. Os que são, os que querem ser e os que só são aceites se o forem. Geralmente a sociedade só aceita erros aos novatos, mas, do seu próprio interesse os mais novos deviam exigir o regresso ao tempo em que a importância era coisa que só se ganhava com a idade. Com a vida.
Com a idade sabe-se sempre muito mais, mesmo que se estude menos. E isso é muito mais do que todos os mestrados, cursos e pós graduações, alguns destes até duvidosos e outros que se deixam chamar de doutores, que nem sequer o são.
Por muito facebook, internet, por muita globalização e por muita ciência, os Homens são e serão sempre, o que foram. Sérios ou não, justos ou injustos, bons ou maus e tudo o resto que existe desde a nossa existência. Esta sociedade tem crise de valores e isto compreende-se mais com o passar do tempo. Todo o homem devia ter fé, pois mais de 50% dos seus problemas estavam resolvidos à partida.
Os velhos vivem cada vez mais, vamos ouvi-los por nós e para bem deste mundo, casa passageira.

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 699 – 1/1/2017

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Caro leitor
Felizmente ou infelizmente vou fala-vos de um caso triste mas real que se passou com o irmão mais novo que depois de vender a sua herança de meus pais e com o valor da mesma fez a casa onde hoje habita.
Meu pai dizia centenas ou milhares de vezes, “quem se deserda antes que morra, merece com uma cachaporra” e mesmo assim, ao fim de viúvo deu tudo a partilhas com o intuito deste filho mais novo ficar com a casa, pois era o único que não tinha casa. Toda a família assim concordou.
O pai passou a andar em casa de dois filhos, na minha e na de outro que Deus tem, uma vez que os outros dois estavam no estrangeiro e o mais novo durante três anos trabalhava e vivia comigo, ficando assim a sua casa desabitada.
Um dia alguém deve ter chateado meu pai, até este possivelmente, e disse aos filhos que queria ir para o lar da própria aldeia. Fui falar com o chefe do lar Sr. Silvério. Fiquei responsável pelo meu pai e lá ficou a passear a aldeia. Até aqui tudo bem, o pior é que, o filho mais novo e já sem trabalhar para mim, mesmo com a casa desabitada que era dos pais, troca-lhe as fechaduras para o pai nunca mais lá entrar, mesmo quando morreu o seu velório teve que ser em casa da filha emigrante na Alemanha, a 100 metros da sua. Nem aqui houve sentimentos. Imagino o desgosto de meu pai que se sentava nos degraus da sua ex casa e sem poder entrar na mesma, ao frio e à chuva, mas era lá que se sentia melhor que no Lar, pois era a sua casa.
A este irmão mais novo o último salário que lhe paguei da minha empresa, foi 180 contos em letra e ao fim da inspeção geral do trabalho, que ele chamou, e me obrigaram a pagar uma multa de 1300 contos pela diferença do ordenado mínimo até aquilo que eu lhe pagava, nesse momento pedi-lhe a letra e dei-lhe o valor da mesma. Convidei-o para irmos lanchar, porque éramos irmãos e fomos aos Galitos. No lanche, conversa puxa conversa e o mais novo diz “se não me pagasses a letra, já tinha pensado, ia à escola roubava-te a filha e matava-a”, digo-lhe eu compassadamente “quase a viste nascer, brincas-te tanto com ela, tinhas coragem de lhe fazer algum mal?”. Só esperava que o mesmo se desmentisse. Diz este Manel afirmando com uma gargalhada “ah, ah ah não se sabe!”.
Eu não quis porrada naquele lugar porque era o único a ficar mal como autoridade, pedi a conta e vi ali que aquele não é irmão mas sim um diabo. Não é pela traição, pela crueldade que se consegue encontrar Cristo, mas pelo Amor que devemos procurar a Deus.
Triste história, é a pura das verdades e não fica aqui tudo dito.
Peço desculpa ao leitor mais sensível, mas todos nós nos devemos precaver.

Neste momento quero expressar também a minha solidariedade aos familiares e amigos do Exmº Sr. Dr. Josué Rodrigues Pereira, Diretor do Jornal Noticias da Beira. Como diretor deste jornal de natureza cristã, sempre soube nortear estes designios não se deixando emiscuir em politiquices.
Mangualde ficou mais pobre com a perda deste nosso amigo. Um lutador de causas e defensor da verdade. Morreu um Homem bom, um Homem que muito fez pelo nosso concelho.
Paz à sua alma.

Abraço amigo,

EDITORIAL Nº 698 – 15/12/2016

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Caro leitor
Neste orçamento para o ano de 2017 fica claro que este governo utiliza a técnica da manta, cobre de um lado e destapa do outro lado.
Se o país não é competitivo e não produz como é que corta nos impostos e como dá aumentos? Claro que é mentira. Simplesmente tira de um lado e põe do outro e aproveita a comunicação social para transmitir só o que os Portugueses gostam de ouvir. O mal, que são os impostos, ficam pela calada.
Fala de ambiente porque é uma preocupação de toda a humanidade, mas só aqui corta 178 milhões. Ao Instituto de reabilitação urbana corta mais 46 milhões e os centros históricos estão velhos e velhos vão continuar. Na saúde, em aquisição de bens e serviços, corta 55 milhões. Na Agricultura, este governo com a redução orçamental em projetos de investimento do setor agrícola, deixa este ramo regressar à austeridade e com nova taxa nos refrigerantes com açucar, isto porque os políticos de agora só sabem pegar na tesoura da poda.
Este governo esquece o aumento a 1 milhão de Portugueses com pensões mais baixas; e nega a oportunidade a muitos jovens e trabalhadores desempregados com um corte de 158 milhões de euros no próximo ano em formação.
Na economia, a geringonça não fomenta a atração de investimento, mas penaliza os setores mais dinâmicos da economia com mais e mais taxas. Na justiça, sobre o registo de identificação há uma base de dados que já conta com mais de 6 mil entradas e depois da contestação parlamentar fica à vista a sua relevância na prevenção de crimes sexuais, nesta base de dados também faz parte Mangualde.
É por tudo isto que o governo não é capaz de preparar o futuro dos Portugueses.

Abraço amigo,