Arquivo diário: 3 de Novembro de 2016

EDITORIAL Nº 695 – 1/11/2016

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Caro Leitor,
Não se pode contrapor a natureza do Homem e, especificamente, a natureza de cada indíviduo. Temos todos vontades próprias, qualidades inegáveis e defeitos persistentes, inquebráveis, que nos acompanham sempre dada a força do hábito; Vão traçando o nosso carácter.
Recordo-me que há uns anos, a comunicação social foi às ruas de Lisboa para reportar como era passado o Natal dos sem-abrigo. Nessa ocasião, um deles foi reconhecido pelos seus familiares. Seguiu-se um reencontro familiar capaz de comover as pedras da calçada. A família deu-lhe então abrigo e acolheram-no em casa. Imagino que tenha sido uma celebração única. Deram-lhe os bens de primeira necessidade e condições suficientes para possibilitar a sua reintegração na sociedade. No entanto, apesar de finalmente ter as condições e oportunidade de o fazer, este homem voltou para as ruas. O espaço público era a sua casa porque não queria abdicar dos laços de amizade que criara com outros; viver sem celeiro, porque os passarinhos também o fazem e todos os dias vivem.
Situações como esta, relembra-nos forçosamente da nossa condição privilegiada num Mundo que, sendo de todos, é diferente para todos. Relembra-nos que existem muitas pessoas numa condição sem ter escolha, e muitas pessoas que tendo escolha se mantêm numa condição.
Quando confrontados com outras realidades, não podemos também deixar de nos admirar com a importância desnecessária que damos a insignificâncias. Devemos agendar tempo para admirar o que temos e agradecer as oportunidades e sortes que tivemos. Devemos encarar a vida como um copo meio cheio e não meio vazio porque há pessoas que só têm um copo vazio.

Um abraço amigo,

IMAGINANDO

francisco cabral
Continuemos no imaginando
Enquanto aguardo algumas respostas ao meu primeiro texto, vou continuar a debruçar-me sobre este tema que é o nosso Princípio: O UNIVERSO.
Verifico numa noite de estrelas a beleza que esse vazio impera perante o meu olhar e fico rendido como tudo se conserva ao pormenor na perfeição da sua infinitude e penso: como é possível que vindo do nada me encontro aqui?
Logo vem a minha imaginação:
Será que nessa noite de estrelas comecei a construir e a perceber a manifestação da minha origem e sou um com o Universo?
Como o que é em cima assim é em baixo, e vice versa (Hermes Trismegisto) EU SOU o macrocosmo no microcosmo ou seja em mim (microcosmo) está a parte integrante do Todo (macrocosmo) e assim manifesto o Universo, porque sou Ele na Unidade, a mesma energia que ocupa o vazio na Perfeição que somos. Sintamos a grandiosidade do nosso poder. Basta Ser para obter.
O que eu IMAGINO é: Somos todos UM tal como a gota de água que apesar de separada, quando entra no Oceano passa a ser um com ele. Reparemos que a gota não deixou de ser água, como nós não deixámos de ser a mesma energia embora separada num processo de experiência. Precisamos ser e muito, conscientes nesta matéria.

VINHO É UMA BEBIDA ANTIQUÍSSIMA

juiz
Considerando que estamos no tempo em que os agricultores de todo o País estiveram ocupados na tarefa das vindimas não resisto a escrever sobre o vinho e a sua antiguidade.
Costuma dizer-se que o bom vinho melhora com a idade. Mas não é disso que agora nos iremos ocupar, mas antes da sua origem que se perde na noite dos séculos.
As mais antigas vinhas do Mundo datam da Idade da Pedra (7.000 a 5.000 anos a. C.) e situar-se-iam na Geórgia, na região do Cáucaso. Acredita-se que os vinhos tenham surgido também nessa época, embora certos instrumentos necessários à vinificação, como sejam a prensa e outros equipamentos só tenham sido encontrados na Arménia por volta de 4.000 a. C.
A epopeia de Gilgamesh, ou Gilgamech - que teria sido o 5º rei da primeira dinastia de Uruk (antiga cidade que se situava a 270 Km ao sul da cidade de Bagdade) - datada aproximadamente de 2.750 a. C., composta de 12 cantos com cerca de 300 versos cada um, refere diversas lendas e é provavelmente o mais antigo texto literário escrito pelo homem. Este texto foi redigido em sumério, com carateres cuneiformes. A epopeia de Gilgamesh foi encontrada numas ruínas na Mesopotâmia, preservada em placas de argila, por volta do ano 1890, altura em que foi decifrada. Em uma das lendas Giglamesh enfrenta e vence Aga, rei de Kish, consolidando a independência de Uruk. A tábua 10 contém um trecho que refere a fabricação do vinho.
O primeiro livro da Bíblia, o Génesis, conta que Noé se tornou lavrador e procedeu à plantação de vinhas.
O Talmude, livro sagrado dos Judeus, faz também referência ao vinho.
Voltando à literatura, não podemos deixar de citar Homero, famoso poeta grego que viveu por volta do séc. VIII a. C. Nas suas narrativas também alude à produção e consumo de vinho na época. Fá-lo não só a respeito da Guerra de Tróia, como também na Odisseia.
Na Ilíade, Homero fala dos vinhos da Ilha de Lemnos, no mar Egeu, como sendo a fornecedora das tropas sitiantes, sendo o vinho proveniente da Frígia. Este néctar ter-se-ia tornado fundamental para os soldados que passaram muitas noites em volta das fogueiras, ao longo dos supostos dez anos que teria durado o sítio. Se o vinho faltasse, talvez não tivessem ânimo para suportar tão longa espera. Por isso, quando o vinho escasseava, gregos e troianos faziam vista grossa ao intercâmbio clandestino dos comerciantes, que tinha lugar durante a noite.
Na Odisseia, Homero também descreve os vinhos gregos ao narrar as viagens de Ulisses. Refere então o vinho de Maro, doce e de elevado grau alcoólico, ao qual era adicionada água na proporção de vinte vezes mais. Quando Ulisses teria sido aprisionado pelo ciclope Polifemo, na Costa da Sicília, só teria conseguido libertar-se oferecendo-lhe o vinho de Maro, sem água. Polifemo teria caído em sono profundo, o que teria permitido a Ulisses extrair-lhe o olho, segundo a mitologia.
Pinturas egípcias, que datam de épocas que se situam entre 3.000 e 1.000 anos a.C., contêm detalhes da produção do vinho. Tumbas dos faraós mostram a colheita da uva, a prensagem e a fermentação e até cenas em que o vinho era bebido em diferentes recipientes e situações.
Na tumba do faraó Tutankamon (1371 – 1352 a.C.) foram encontradas, em 1922, 36 ânforas de vinho, algumas das quais com inscrições da região de origem, safra, nome do comerciante e até referências à excelência da qualidade1.
Estrabão, filósofo estoico, historiador e geógrafo (64/63 a. C.) refere-se à cultura da vinha na região do Douro.
Como resulta do que acima foi relatado, o vinho era guardado em ânforas. A palavra ânfora, em grego, significa algo que pode ser transportado por duas pessoas. Trata-se de um vaso cerâmico, bojudo, de gargalo estreito e base pontiaguda, com duas asas simétricas para facilitar o transporte por duas pessoas, como se disse. Foi usado por gregos e romanos. Certos historiadores atribuem a sua invenção aos cananeus, povo que habitava a região do Médio Oriente. Serviu por largos séculos, até quase à Idade Média, para guardar líquidos e cereais.
Por curiosidade, lembraremos, a propósito, que a ânfora panatenaica (séc. V a. C.) de base estável e grande valor artístico era atribuída aos vencedores dos concursos de Panateneias, que eram festas atenienses. Note-se a semelhança com o atual prémio ganho pelos vencedores de alguns jogos.

1Cfr. A Saúde da Água ara o Vinho, Dr. Marcio Bontempo

TEMPO SECO

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A Magia das Cinzas (III)
Para se alcançar uma solução prudente e racional, para os problemas que hoje assolam a nossa floresta, terá que se atentar, primeiro, numa ocupação compatível para o bando de parasitas que vivem à custa da sua destruição. Posto isto, e com parte dos recursos financeiros que são queimados todos os anos, no combate aos incêndios, está o caminho desbravado para implementar as mais variadas iniciativas de reorganização da floresta portuguesa.
Embora a legislação comunitária, obrigue cada estado membro a adoptar as medidas necessárias para o combate ao nemátodo (doença que ataca as coníferas com principal incidência no pinheiro bravo), Portugal não foi além da elaboração de uns quantos mapas com a localização, de maior incidência, da doença, quando ela já se propagou por todo o país. Protelar mais na sua erradicação, vai traduzir-se em graves prejuízos económicos e ambientais para todos nós a curto prazo.
A rentabilização da limpeza florestal é inadiável. O apoio à implantação de centrais e industrias de aproveitamento de resíduos florestais, é fundamental para o incentivo à remoção da biomassa que todos os anos se avoluma dentro e fora da floresta. A sua diversidade permite um sem fim de aproveitamentos energéticos, diretos e industrializados, assim como na produção de fertilizantes agrícolas.
Asseguradas a sustentabilidade da remoção da biomassa e a saúde da floresta, a abertura de novos acessos e a manutenção dos existentes, fica, também garantida. Aqui, um papel preponderante para as autarquias, que devem zelar por aquilo que até agora tem sido negligenciado. Porque não, em detrimento daquelas actividades de entretenimento, de pouca ou nenhuma utilidade, que nos últimos anos têm vindo a pulular por este país fora, custeadas pelo erário público? Um país em contenção financeira, com os salários mínimos e as pensões mais baixas, da comunidade económica e monetária em que está inserido, não se pode dar ao luxo de esbanjar dinheiros, em eventos acessórios e sem imaginação. Esta é a luta com a qual todos devem estar comprometidos, nas mais variadas frentes que ela comporta.
Com a diminuição do risco de incêndio, é preponderante a tendência para a área da floresta aumentar substancialmente, em quantidade e qualidade. incremento, das espécies existentes ou a introdução de espécies novas, ou rejeitadas, há longo tempo, da nossa floresta, deve obedecer a critérios de adaptação às condicionantes resultantes: da composição dos solos, das condições climatéricos e da localização geográfica; bem como da sua rentabilidade. Não haja ilusões!... A floresta só vingará, se dela resultarem dividendos, para quem com ela trabalha.
Já nesta rúbrica a designei de: “o nosso único petróleo”. Contudo, ela é bem mais que isso. Ela será, cada vez mais, a nossa autonomia energética, o possível aumento do nosso rendimento per capita, a recuperação da nosso pequeno ecossistema e, consequentemente, a nossa contribuição para a melhoria global das condições climatéricas e ambientais. Indo mais longe: é o único e fiável, grande, projeto com futuro assegurado em Portugal. Não sei, é se haverá vontade e idoneidade para levá-lo por diante. Embora tarde, está na hora de acordarmos desta vergonhosa apatia nos caracteriza e na qual nos acomodamos há demasiado tempo.
Novembro de 2016

CONSULTÓRIO

dr. raul
As costas podem ser a causa de muito sofrimento – as célebres “dores nas costas”! Tenham o nome que tiverem – lombalgia, lumbago, dorsalgia ou, ainda, hérnia discal ou ciática – são dores que são motivo de queixas em muitas das pessoas que nos rodeiam ou, mesmo, em nós próprios.
Calcula-se que cerca de oito em cada dez pessoas sofrem, podem vir a sofrer, ou já sofreram de dores nas costas!
Vamos tentar reconhecer cada um destes tipos de dores e dar uma achega sobre a sua prevenção e tratamento.
Reconhece-se uma ciática pela irradiação da dor pela parte posterior da coxa.
Esta irradiação da dor é devida ao facto de estarem atingidas uma ou mais raízes do nervo ciático, nervo este que parte da coluna vertebral e segue na direcção da perna.
O lumbago dura geralmente uma semana.
Mesmo que a dor imediata do lumbago (à volta dos rins) seja intensa, ela não se prolonga por muito tempo e cede, de uma forma rápida, ao fim de alguns dias. Pelo contrário, se a dor tem uma duração mais prolongada, às vezes alguns meses, a designação de lumbago não se aplica e a dor passa a chamar-se lombalgia crónica.
A ansiedade e a depressão agravam as dores nas costas.
As perturbações psicológicas, como uma depressão ou um estado se ansiedade, jogam um papel, não negligenciável, no aparecimento ou passagem ao estado crónico das lombalgias. Daí o suportar-se menos bem uma dor quando se sofre de um humor depressivo ou ansioso.
Mesmo que sofra, frequentemente, de dores nas costas a actividade física é, quase sempre, aconselhada.
A actividade física previne o aparecimento de dores nas costas e, igualmente, o seu agravamento. Mas, durante o período de dor aguda, não é recomendada a prática de actividade desportiva. Também o bom senso aconselha que se devem praticar exercícios que não provoquem constrangimento para as costas, agravando as suas dores.
O que é uma cruralgia? Uma dor lombar específica.
A cruralgia é uma dor da parte inferior das costas que irradia para a parte anterior das coxas. Esta dor é devida a uma perturbação de uma ou mais raízes do nervo crural, também chamado nervo femoral.
Pelo facto de sofrer de lombalgia não é necessário fazer, sistematicamente, uma radiografia.
Uma radiografia apenas mostra os ossos e as vértebras (que também são ossos), não mostrando os discos intervertebrais, os músculos, os ligamentos, os nervos ou os vasos, que não são visíveis numa radiografia. Por isso, quando não há suspeita de outra coisa que a lombalgia, a radiografia não será muito esclarecedora.
Quando se sofre de dores nas costas o período de repouso deve ser o mais curto possível.
Antigamente os médicos aconselhavam longos períodos de repouso a quem sofria das costas. Hoje em dia só se aconselha o repouso durantes os episódios de dor aguda. Mal passe a fase aguda recomenda-se o recomeço das actividades físicas o mais rapidamente possível e, mesmo, a prática de uma actividade física ou desportiva, regulares.
A dorsalgia provoca uma dor localizada ao nível das omoplatas.
A dor da dorsalgia concentra-se no meio das costas, ao nível das omoplatas. A dor pode dificultar os movimentos respiratórios.
A dor nas costas não é hereditária.
O facto de as dores nas costas atingirem várias pessoas da mesma família não tem a ver com a hereditariedade mas, antes, pelo facto de ser uma afecção muito difundida.
Contra as lombalgias prescrevem-se, por vezes, antidepressivos
Os antidepressivos exercem uma acção sobre a transmissão da mensagem dolorosa. É por isso que se utilizam, por vezes, em maior quantidade que os analgésicos ou anti-inflamatórios. A dose utilizada é, habitualmente, mais baixa do que a prescrita em casos de depressão. É por isso que muitas vezes os antidepressivos podem ter um efeito apreciável nas situações de depressão associada a dores nas costas.
Fonte: Isabelle Eustache, www.rhumatismes.net.
E-mail: amaralmarques@gmail.com

SANFONINAS

dr. jose
MARCAR O TERRITÓRIO
O canito vai com o dono a passear. E nem sempre alça a perna por necessidade, mas sim porque cheira e acha que deve marcar o território. Os cães do meu vizinho ladram sempre que passa um cão, que é a forma de dizerem «não te atrevas a tentar entrar, este território é nosso!».
Na juventude, li muitos livros sobre os costumes dos animais, quando ainda não havia os documentários que há hoje nem existia a National Geographic com esses espantosos programas. E uma das informações que me deliciou foi saber que, antes de se instalar num recanto da floresta, a família de castores, marca o território com um líquido de cheiro bem activo (seria almíscar?).
Diariamente os noticiários nos informam dos bombardeamentos e correspondentes mortandades por questões de domínio territorial. «Nunca mais se entendem!» – desabafamos nós. Os outros castores respeitam o território daquela família que ali se instalou; os homens não lhes seguem o exemplo. E até se matam parentes por meras questões de partilhas!...
Ao longo dos tempos, sempre o Povo se ergueu em Cortes contra a prepotência das classes dominantes – os nobres e o clero – por causa do território. Quiçá também precisasse de se erguer, agora, contra outra classe dominante, os gestores municipais, quando ocupam baldios ou quando, por obscuros (ou evidentes…) interesses imobiliários, deliberam transformar em aedificandi uma área que secularmente o não era… E quando, por toda a parte, se apropriam, sem tir-te nem guar-te, do espaço público para – através das taxas de parqueamento automóvel – usurparem dinheiro aos contribuintes! O esquema é o mesmo do da Idade Média, com a diferença de que já não há Cortes onde o Povo possa reclamar os seus direitos, nem os detentores do poder (ao contrário dos reis d’outrora) se preocupam em mandar instaurar inquirições ou exigir confirmações, porque, aliás, dessa exemplar governação medieval terão certamente uma vaga ou mesmo nenhuma ideia…
Antecipando o Lisbon Web Summit, previsto para este mês de Novembro, o número de Outubro da UP, revista de bordo da TAP – Air Portugal, escolheu para seu tema genérico Portugal Connected, a fim de se demonstrar, no fundo, que, mediante as novas tecnologias, acabamos por verificar que… não há limites!
E não há mesmo! E o Povo que se submeta!

UMA QUESTÃO DE SAÚDE

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Prepare-se para o inverno mais frio dos últimos 100 anos!

Segundo alguns meteorologistas, o próximo inverno será mesmo o mais frio dos últimos 100 anos na Europa. É sabido que é quando as temperaturas caem que doenças como a gripe, pneumonia ou bronquite começam a aparecer, sobretudo em pessoas mais vulneráveis: crianças, idosos, pessoas com doenças crónicas, com alcoolismo, mobilidade reduzida, que vivem mais isoladas ou em habitações degradadas. O frio traz também infelizmente um aumento da sinistralidade rodoviária, quedas, queimaduras, incêndios ou intoxicações por monóxido de carbono provocados pelo uso incorreto ou mau funcionamento dos equipamentos de aquecimento.
A prevenção da infeção é fundamental. A vacinação contra a gripe é recomendada se tiver mais de 65 anos, doença crónica, se estiver grávida ou lidar com pessoas doentes ou idosas. Deve ter muita atenção à higiene das mãos que deve ser feita com água e sabão várias vezes por dia. Em caso de tosse ou espirros deve colocar em frente à boca e nariz um lenço de utilização única ou em caso de indisponibilidade do mesmo, o braço ou antebraço e não as mãos. As mãos e as gotículas respiratórias são o principal veículo de contagiosidade destas infeções. Se tiver sintomas de gripe, o seu primeiro contacto com o sistema de saúde deve ser feito através da linha de saúde 24.
Relativamente ao vestuário, é preferível usar várias camadas de roupa, em vez de uma única muito grossa, não usar roupas demasiado justas que dificultem a circulação sanguínea, proteger as extremidades do corpo (com luvas, gorro, meias quentes e cachecol) e usar calçado adequado às condições climatéricas. Os bebés não devem sair de casa nos dias de frio intenso, mas em caso de necessidade agasalhe bem o bebé, principalmente a cabeça e as extremidades (mãos, orelhas e pés), utilizando várias camadas de roupa em vez de uma única peça grossa. Dê de beber regularmente ao bebé e evite as mochilas porta-bebés pelo risco de enregelamento dos membros.
No que respeita à alimentação, deve fazer refeições mais frequentes, consumir sopas e bebidas quentes, como leite ou chá, aumentar o consumo de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais e antioxidantes (ex. frutos e hortícolas) porque contribuem para minimizar o aparecimento de infeções. As bebidas alcoólicas provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.
A prática de exercício físico deve ser mantida no Inverno, mas em situações de frio intenso evite fazê-lo ao ar livre. Caminhar sobre o gelo aumenta o risco de queda. Beber água antes, durante e depois da atividade física é importante em todas as estações do ano.
Prepare também a sua casa para o frio. Pode calafetar portas e janelas para evitar a entrada de ar frio e a saída do calor acumulado. A temperatura no interior da habitação deve ser mantida entre os 18 e 21ºC. Se não for possível aquecer todas as divisões da casa, tente manter a sala de estar quente durante o dia e aquecer o quarto antes de se ir deitar. Por outro lado, o aquecimento da casa também traz alguns perigos, de intoxicação, incêndio ou queimadura. Para os evitar, verifique se os equipamentos utilizados para aquecimento estão em condições de ser utilizados e retifique o estado de limpeza da chaminé e da lareira. Ao utilizar lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos a gás, deve manter uma boa ventilação das divisões de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde e acidentes por monóxido de carbono que podem ser causa de intoxicação ou morte. Fogão a gás, forno ou fogareiro a carvão e equipamentos de aquecimento de exterior em espaços interiores são desaconselhados. Evite dormir perto dos equipamentos de aquecimento e apague-os antes de se deitar ou sair de casa, de forma a evitar fogos ou intoxicações. As botijas de água quente são uma causa frequente de queimadura.
No caso de estar prevista a ocorrência de um período de frio intenso ou neve forte, assegure-se de que dispõe dos bens necessários para 2 ou 3 dias de modo a evitar as saídas para o exterior. Atenda às necessidades de bens alimentares, água potável e medicamentos.
Se vai viajar de automóvel convém informar-se sobre a previsão meteorológica, sobre problemas de circulação, assegurar-se de que dispõe de um mapa e observar o tubo de escape para ver se não está obstruído, evitando o risco de intoxicação por monóxido de carbono. Se a previsão meteorológica incluir a queda de neve leve roupas quentes e mantas bem como comida e bebidas quentes, tendo em conta que poderá ficar bloqueado, evite viajar sozinho de automóvel ou em situações de reduzida visibilidade, ligue o aquecimento do veículo 10 minutos em cada hora e baixe os vidros uns milímetros para arejar. Se o carro bloquear, coloque uma manta colorida presa na janela ou na antena do veículo para chamar a atenção.
Uma palavra final de solidariedade social para com as pessoas idosas a viver em situação de isolamento social. Se é familiar, amigo ou vizinho, faça um telefonema ou uma visita pelo menos uma vez por dia, para prestar ajuda e verificar o estado de saúde e conforto destes idosos, cuja situação conhece.

Para mais recomendações consulte www.dgs.pt (http://saudesazonal.min-saude.pt).

Grupo Parlamentar do PCP Requer ao Ministério da Educação Unidade Especializada para Alunos com Perturbação do Espetro do Autismo ou Multideficiência

Dando encaminhamento à solicitação da Assembleia Municipal de Viseu, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, questionou o Ministério da Educação, sobre a inexistência de resposta nas escolas secundárias da rede pública, no concelho de Viseu, de uma Unidade Especializada destinada a alunos com Perturbação do Espetro do Autismo ou Multideficiência, garantindo a resposta a estas crianças e jovens em toda a escola obrigatória.
Os alunos que têm Necessidades Educativas Especiais e que terminaram o 9º ano de escolaridade, não têm nenhuma resposta no concelho, o que os limita ou mesmo impede de frequentar o ensino secundário.
A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência determina, no seu Artº 25º, o direito das pessoas com deficiência à Educação, definindo que o Estado deve garantir “um sistema de educação inclusiva a todos os níveis e uma aprendizagem ao longo da vida”.
O PCP reafirma a necessidade de se concretizar medidas que garantam a plena e efetiva inclusão das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais em todo o ensino obrigatório.
Com esse objetivo e sobre a situação concreta do concelho de Viseu, o GP do PCP na AR, dirigiu ao Ministro da Educação um conjunto de perguntas, nomeadamente: “Se o governo tem conhecimento da situação descrita e da angústia dos pais destes jovens? E se: “Reconhece o Governo a necessidade de criar, com urgência, uma Unidade de Apoio Especializado para alunos com Multideficiências, numa das escolas secundárias do concelho de Viseu?”
Abaixo pode verificar a cópia integral do texto e das perguntas formuladas ao Governo pelos deputados do PCP.

“Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Chegou ao conhecimento do Grupo Parlamentar do PCP o facto de não existir nenhuma resposta nas escolas secundárias da rede pública, no concelho de Viseu, que ofereça uma Unidade Especializada destinada a alunos com Perturbação do Espetro do Autismo ou Multideficiência, no ensino secundário, garantindo a resposta a estas crianças e jovens em toda a escola obrigatória.
Com efeito, o município de Viseu possui quatro Unidades de Ensino Estruturado, destinadas a alunos do ensino pré-escolar e do ensino básico, 1º, 2° e 3º ciclos, com Perturbação do Espetro do Autismo, bem como de duas Unidades de Apoio Especializado que acompanham crianças e jovens com Multideficiência ou surdo-cegueira, também do pré-escolar até ao término do 3° ciclo do ensino básico.
Contudo, os alunos que têm Necessidades Educativas Especiais e que terminaram o 9° ano de escolaridade, não têm nenhuma resposta no concelho, o que os limita ou mesmo impede de frequentar o ensino secundário.
A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência determina, no seu Art° 25º, o direito das pessoas com deficiência à Educação, definindo que o Estado deve garantir um sistema de educação inclusiva a todos os níveis e uma aprendizagem ao longo da vida”.
Porém, ao longo dos anos, sucessivos governos foram responsáveis pelo desinvestimento na escola pública, não garantindo a todos o acesso, em condições de igualdade, o que, no caso de alunos com deficiência, se torna particularmente grave, já que não é efetivada uma verdadeira inclusão, como também se pode verificar na escassez de professores e técnicos de Educação Especial, de psicólogos em número adequado, de assistentes operacionais e outros técnicos ou na inexistência de Unidades de Ensino Estruturado, destinadas às diferentes necessidades destes alunos.
O PCP reafirma a necessidade de se concretizar medidas que garantam a plena e efetiva
inclusão das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais em todo o ensino obrigatório e, ao abrigo das disposições legais, regimentais e constitucionais em vigor, solicita ao Governo, por intermédio do Ministério da Educação, que sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1. O Governo tem conhecimento da situação descrita e da angústia dos pais destes jovens?
2. Que análise faz da situação descrita, referente ao concelho de Viseu?
3. Reconhece o Governo a necessidade de criar, com urgência, uma Unidade de Apoio Especializado para os alunos com Multideficiência, numa das escolas secundárias do Concelho de Viseu?
4. O Governo reconhece a necessidade de criar, com urgência, uma Unidade de Ensino Estruturado para alunos com Perturbação do Espetro do Autismo, numa das escolas secundárias de Viseu?
5. Que medidas pretende o Governo implementar para dar resposta a esta situação de premência no concelho de Viseu, de forma a garantir que os alunos com necessidades educativas especiais e que terminaram o 3º ciclo, possam prosseguir os seus estudos no ensino secundário?

Palácio de São Bento, sexta-feira, 21 de Outubro de 2016
Deputado(a)s
ANA VIRGÍNIA PEREIRA(PCP)
DIANA FERREIRA(PCP)”