Arquivo diário: 2 de Dezembro de 2016

EDITORIAL Nº 697 – 1/12/2016

foto editorialfinal
Caro leitor,

Sabemos todos que o nosso concelho podia estar mais e melhor desenvolvido e apercebemo-nos por vezes que em Mangualde nada mudou ao longo dos anos. As ruas, os cafés e as empresas continuam praticamente as mesmas, com exceção de algumas que faliram. Os eventos comunitários melhoraram, com mais datas a dinamizar o antigo centro da cidade; monta palco, desmonta palco.
Por vezes faltam planos alusivos ao investimento e falta pulso às pessoas decisoras, assim como aos intervenientes que ditam o que se considera prioritário. Faltam planos articulados que impulsionem a economia local no médio-longo prazo.
Todos os mangualdenses têm direito a que a sua freguesia seja equacionada na agenda política de prioridades. Na Freixiosa, por exemplo, encontra-se ainda por pagar a dívida da escola primária, património da Câmara Municipal, resultado do anterior executivo que deixou esta junta em falência técnica.
O alto concelho também é esquecido. A rede rodoviária desde Chãs de Tavares, Torre de Tavares, Vila Cova, Pinheiro, S. João da Fresta, Casais, Travanca à Corvaceira e Matados é intransitável, mas continua a não ser prioridade.
Quintela de Azurara mantem-se a mesma decorridos tantos anos. Alcafache, Moimenta e Lobelhe e Abrunhosa-a-Velha também. A maior parte dos mangualdenses já desistiram ou, receiam... exigir melhorias. Temos e devemos de fazer por elas, porque o Presidente da Câmara Municipal já está a ver Lisboa e desejo-lhe muito sucesso na vida política e pessoal.

Um abraço amigo,

TEMPO SECO

663
A Feira do Tachos
Com as eleições autárquicas a um ano de distância, são já visíveis as movimentações das feras políticas locais, num desassossego geral e extemporâneo, prejudicando as actividades laborais, mais expostas a estas cíclicas ocorrências de desnorte colectivo.
É triste, que num país tão carente de bons profissionais, como este nosso Portugal, se pratique tão pouco a evolução do pensamento e do conhecimento tecnológico e científico, que é o caminho mais direto para o sucesso pessoal, livre de submissões partidárias e oportunistas, que tendem a arrastar jovens, politicamente analfabetos, para dependências pecuniárias provenientes do erário público e do sufrágio popular. Nada mais errado existe, para o futuro desses jovens, que depositarem a sua confiança naquilo que não merece confiança alguma.
Se é certo que alguém tem que exercer essas funções. Também é certo que elas devam ser exercidas, por quem de plenitude intelectual e idoneidade pessoal, se possa ajustar aos requisitos mínimos exigidos para essa missão. Se não é assim, pelo menos deveria ser.
Cada vez mais os eleitores se desligam do ato de votar, por considerarem, neste caso, que os candidatos que se perfilam, não possuem qualificações mínimas para as funções políticas a que se candidatam. Não basta ser um protegido do sistema implantado, para lhe conferir essas qualificações. Assim, como não basta estar ligado a uma colectividade de índole, cultural, desportivo ou ambiental, etc., para, e só por isso, merecer a atenção dos eleitores. A maior parte dessas colectividades, só subsistem pendoradas do subsídio do sistema, que as sustenta, e às quais exige a sua fidelidade. Bem analisada a situação dessas organizações: a maior parte delas, nem sequer deveriam existir, porque além de anularem a hipótese de um ou outro estabelecimento comercial poderem subsistir, na povoação em que estão inseridas, elas nada têm de cultural, ambiental ou desportivo, porquanto a suas actividades se resumem à venda de bebidas e uns petiscos, sem pagarem impostos, além, do jogo da sueca, da assistência televisiva e da apresentação e propaganda de candidaturas políticas, que por lei, até, lhes é vedado. Onde está a promoção da cultura, do desporto e da protecção do ambiente?... Têm um funcionamento sim, bastante contraditório, e muito semelhante ao de um desonesto taberneiro que, outrora, apregoava vinho e vendia vinagre.
Vê-se fazer de tudo para alcançar o pedestal da ignara competência. Autoproclamam-se detentores de toda a sabedoria e nada sabem. Evocam porta a porta aptidões que ninguém lhes outorgou. Perdem a vergonha e a dignidade. Idolatram a hipocrisia e a transparência rasteira Há uma banalização total daquilo que deveria ser uma das funções mais dignas da sociedade local, que pretendem representar. Em conclusão: é uma feira, onde todos pretendem adquirir o seu tacho novo e de longa duração, a troco da sua independência pessoal e da própria integridade moral. Que falsidade!… Não adquirem mais que um tacho velho e furado, que nem para substituir um provecto penico serve.
Dez. de 2016

A VINICULTURA DESDE A SUA ORIGEM

DR, JORGE
Foram encontrados na Gronelândia e outras regiões hiperbóreas os primeiros fósseis de plantas consideradas ancestrais das videiras que remontam ao Período Terciário.
Supõe-se que datam da Idade da Pedra as mais antigas vinhas da Terra cultivadas na Geórgia, região do Cáucaso.
O vinho chegou ao sul da Itália, através dos gregos, a partir de 800 a. C., mas etruscos que viviam a norte, na região da atual Toscana, já elaboravam bons vinhos e os comercializavam na Gália e, talvez, na Borgonha. Com a expansão de Roma difunde-se o comércio do vinho pelo Mundo. Os romanos dedicaram-se à viticultura, que atingiu o auge da sua expansão. O senador Catão foi o primeiro a escrever sobre o tema criando a obra De Agri Cultura. Mas a obra mais famosa foi escrita pelo cartaginês Mago, tendo sido traduzida para grego e latim. Nesta era aconselhada a plantação intensiva de vinhedos como forma de obter divisas1.
Por volta do ano 404 a. C., foi escrita uma das mais famosas peças de teatro sobre o deus Baco, ou Dionísio, pelo dramaturgo Eurípides, de Salamina, que passou a maior parte da sua vida em Atenas.
Uma descoberta recente evidencia como os gregos gostavam de vinho: a adega do rei Nestor, de Pilos, cidade da Peloponésia, no sul da Grécia, tinha uma capacidade que foi estimada em 6.000 litros, onde o vinho era guardado em grandes jarras denominadas “pithoi”.O vinho era levado até à adega dentro de bolsas de pele de cordeiro e de outros animais, o que certamente lhe emprestava um certo “buquê”.
Júlio César definiu uma lei agrária, que estará, porventura, na origem dos vinhos Borgonheses denominados “romanées”. Atualmente o Romanée – Conti é um vinho francês produzido em Vosne Romanée, na Côte de Nuits, no leste de França. É considerado um dos melhores de França. As vinhas remontam ao século XV, plantadas pelos monges de Saint-Vivant.
Depois de uma carreira no exército, onde chegou ao posto de tribuno na Síria, Lúcio Colunella, espanhol de Cádis, escreveu o Tratado “De Re Rustica” em 12 volumes (34 a. C.), a maior fonte de conhecimento sobre agricultura romana. O livro contém tudo sobre viticultura, desde a poda até à colheita das uvas.
Também Plínio o Velho (Caio Plínio Segundo) compilou ao longo de vários anos e publicou entre 77 e 79 d. C. uma enciclopédia, Naturalis Historia, composta de 37 livros. Cita os grandes vinhos de Roma, técnicas de vinificação e as qualidades medicinais desta bebida.
Galeno, que foi médico de Marco Aurélio, compilou todas as informações que conseguiu colher sobre vinhos da época em um Tratado que intitulou De Antidotis. Originalmente foi escrito com o objetivo de enumerar as misturas que se poderiam adicionar aos vinhos por forma a evitar o envenenamento do Imperador romano. O livro pode ser considerado a primeira compilação de vinhos do Mundo.
Carlos Magno promulgou leis agrárias, especialmente as ligadas ao vinho, com rígidas normas atinentes à sua produção. Ele próprio mandou plantar vinhas em locais especiais e o nome Charlemagne foi dado a vinhedos situados na Borgonha.
Omar Khyam, poeta, matemático e astrónomo persa do séc. XI e XII, foi um dos maiores cientistas da sua época, tendo elaborado um calendário mais preciso que o gregoriano. Apesar dos preceitos islâmicos proibirem a ingestão de vinho, rebelou-se contra tal proibição, sendo da sua autoria a obra Rubaiyat (em português, quadras) em homenagem à bebida.
Bernardo de Fontaine, também conhecido como Bernardo de Claraval expandiu a ordem de Cister por toda a Europa. Os monges de Cister deram grande incremento aos vinhedos de Borgonha. Desde a sua fundação se entregaram à viticultura após terem recebido o primeiro vinhedo em Meursault.
Como é consabido, a Igreja Católica defende o simbolismo do vinho na sua liturgia, o que estimulou certamente a vitivinicultura em todo o Mundo. A Igreja tornou-se proprietária de muitos vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas e ensinando a melhor forma de produção da bebida que representa o “sangue de Cristo”.
Em 1152, Leonor da Aquitânia, ex- rainha de França, casou-se com Henrique Plantagenet, que veio a ser Henrique II de Inglaterra dois anos depois. Este facto marcou de modo definitivo a história dos vinhos de Bordeaux.
A sede do Papado foi transferida para Avinhão em 1305 e aí se manteve por um período de 70 anos. Em 1348, o Pontífice Clemente VI adquiriu a cidade e integrou-a nos domínios da Igreja romana. Os vinhedos localizados na região situada em torno da sede do Pontificado, conhecida pelo nome de Chateauneuf du Pape deram origem a um vinho que ficou famoso até aos nossos dias.
A influência dos Monges de Cister foi determinante quanto aos vinhos de Borgonha. No começo do séc. XIV eles adquiriram o vinho de Clos de Vougeot, que se tornou o vinho mais famoso da região por séculos. Clos de Vougeot é uma vinha murada para a proteger dos furtos e também para melhorar o próprio ambiente climático. As terras foram compradas pelo Mosteiro ou foram recebidas em doação a partir do séc. XII e até ao séc. XIV.
Após os descobrimentos a vinha foi levada para as novas terras pelos colonizadores, pois o vinho não suportava a longa viagem a partir da Europa. Assim nasceram, por volta do ano 1550, as primeiras vinhas no Novo Mundo levadas por portugueses e espanhóis.
Em Maio de 1532, um fidalgo português de nome Brás Cubas, nascido na cidade do Porto em 1507, tornou-se o primeiro viticultor do Brasil. Depois de uma experiência pouco bem sucedida na cidade de Cubatão, procurou terrenos mais propícios próximos de Taubaté e conseguiu a produção de vinhos de qualidade.
O monge beneditino Dom Pérignon é considerado o pai do champanhe. Tendo sido nomeado tesoureiro da abadia de Hautvillers em 1668, procurou aprimorar a produção do vinho criando várias regras. Obteve sucesso quanto à efervescência do champanhe, mas era seu desejo evitar as borbulhas.
A qualidade do vinho também depende das castas das uvas. Cabernet Sauvignon teria aparecido acidentalmente em meados do século XVII devido ao cruzamento entre Cabernet Franc e Sauvignon blanc. No século seguinte esta casta já era considerada uma das variedades mais importantes de Bordeaux, na altura conhecida como Petite Vidure.
A primeira menção a um châteaux surge escrita em 10 de Abril de 1663, no diário de Samuel Pepys, um inglês de cerca de 30 anos, que relata que havia passado a noite a beber um vinho peculiar que designava por Ho Bryan. Era o Châteaux Haut Brion, o primeiro vinho de Bordeaux comercializado com o nome da propriedade onde havia sido produzido.
Como já tivemos oportunidade de referir, a maioria dos vinhos não suportava as viagens transatlânticas. Aconteceu, porém, que em 1770 um carregamento com destino às Índias voltou à Europa e, quando as pessoas julgavam que estariam estragados, aperceberam-se de que os vinhos fortificados, como o Madeira, haviam melhorado. Assim nasceram os vinhos de “Retours des Indes”, que foram muito apreciados.
Em 1775, numa abadia da Alemanha a colheita das uvas tinha sido autorizada pelo bispo com 14 dias de atraso. Algumas uvas já se encontravam podres, mas a vindima foi feita, embora sem grandes esperanças de que produzissem bom vinho. Verificaram, porém, que o vinho era muito melhor. Assim surgiu a ideia da vindima tardia.

1 Seguiremos essencialmente Marcio Bontempo, in A Saúde da Água Para o Vinho.

CONSULTÓRIO

dr. raul
HEMORROIDAS - POUCO SE FALA DELAS, MAS SÃO MUITO FREQUENTES!
Toda a gente sabe o que são as hemorroidas, muitas pessoas sofrem delas, mas raramente são motivo de conversa, provavelmente por causa da sua localização. O que não impede que a crise hemorroidária, apesar de ser uma afecção benigna, não seja particularmente dolorosa. Felizmente que existem tratamentos capazes de resolver o problema.
Quais são os sintomas das hemorroidas?
As hemorroidas não são mais do que varizes que, em vez de estarem localizadas nas veias das pernas, estão situadas à volta do ânus. E podem ser de localização interior ou de localização exterior e, neste caso, fala-se de prolapso hemorroidário.
As hemorroidas podem manifestar-se por dois ou três tipos de sintomas:
dores, por vezes violentas e intoleráveis, queimaduras, comichões, latejares e, também, uma sensação de peso ou de corpo estranho no ânus;
tromboses hemorroidárias (tumefacções externas, azuladas, arredondadas e duras, devidas à formação de um coágulo ou trombo nessas veias) – que são igualmente fontes de importantes dores;
sangramentos, mais frequentes na altura da defecação – estes sangramentos resultam de lesões da rede capilar adjacente à zona hemorroidária. São pouco abundantes mas devem levar a uma consulta médica a fim de excluir origens mais graves como um cancro, por exemplo.
Quais são os factores que favorecem ou desencadeiam as hemorroidas?
A aparição de hemorroidas é favorecida pela hereditariedade (algumas famílias são mais susceptíveis às hemorroidas do que outras), pela prisão de ventre e pela gravidez, em razão da hipertensão venosa que provoca.
Paralelamente existem factores chamados desencadeantes, como o sedentarismo, uma alimentação muito rica em gorduras, o álcool, as especiarias e o calor. Os factores que devem ser evitados são, globalmente, os que conduzem a uma estagnação venosa ou a um aumento da tensão venosa nos vasos do ânus, que originam dilatação das veias.
Para lutar contra as hemorroidas.
Compreende-se, assim, toda a importância e necessidade em modificar certos hábitos de higiene de vida para lutar contra as hemorroidas.
Para isso convém evitar:
os excessos alimentares e uma alimentação rica em gordura,
as especiarias, o álcool e os excitantes,
a prisão de ventre e os alimentos que a favorecem - ricos em fécula, chocolate… - e, ao mesmo tempo, privilegiar os alimentos que a combatem – alimentação rica em fibras,
o calor,
a prática de ciclismo, moto ou equitação, porque estas actividades agridem a zona hemorroidária.
Uma actividade física regular é de recomendar, porque aumenta o retorno venoso e evita a estagnação do sangue na zona hemorroidária.
A prática destes conselhos pode acalmar ou espaçar as crises hemorroidárias, mas nem sempre são suficientes. É preciso, então, recorrer a tratamentos medicamentosos ou, em recurso, à cirurgia.
Quais os tratamentos para as hemorroidas?
Para os problemas das hemorroidas, recorre-se aos tratamentos medicamentosos quando as medidas preventivas acima enunciadas se revelam insuficientes: laxativos não irritantes, anti-inflamatórios ou venotónicos. Existem, igualmente, cremes antissépticos e anestésicos para aplicar localmente sobre as hemorroidas.
Em cerca de 10% dos casos, a cirurgia anti-hemorroidária impõe-se: coagulação (injecções que provocam uma esclerose das veias hemorroidárias), plicaturas ou ligaduras (cerra-se a base da hemorroida, o que conduz à sua necrose) e crioterapia (pelo frio). Em último recurso, faz-se a excisão das hemorroidas.
Leitura de referência: Dr. Philippe Presles, Magazine santé, La santé au quotidien

E-mail: amaralmarques@gmail.com

SANFONINAS

dr. jose
Às três pancadas
Bolas, homem! Fazes tudo às três pancadas!
Gosto da frase, que é como quem diz: pancada dum lado, toque do outro, ajuste num terceiro e… zás! Tá pronto!
Meu pai usava boina basca, como era hábito nos anos 50; e mofava comigo sempre que eu punha a minha às três pancadas, sem jeito: «Põe-me a boina direita, môce!».
Significava a frase ‘desmazelo’ e utilizava-se muito em relação à indumentária, quando a pessoa não revelava cuidado consigo. Hoje, parece que temos sempre os segundos todos contadinhos, numa correria. E há, por isso, o risco de fazermos muitas coisas às três pancadas.
Pensava eu que a Internet, por exemplo, e, designadamente, essa maravilha que é o correio electrónico, pela sua eficácia e rapidez, acabaria por nos deixar mais tempo livre ou, pelo menos, nos ajudaria a fazer as coisas menos atabalhoadamente. Puro engano o meu! E o pior é que, nesse aspecto, o mau exemplo está a vir de cima, dando a ideia de que todos os senhores cultos andam que nem loucos e nem sequer vêem o que estão a fazer! Como aquele sábio grego que caminhava a olhar para o céu, a estudar os astros e – catrapuz! – espetou-se num buraco do chão!
Ora vejam-se estes exemplos:
– Recebo uma mensagem electrónica que tem como assunto «Eulalia» e traz o anexo «TARJETON PROGRAMA.qxp.MaquetacioÍn 1. pdf». Pdf sei o que é: a sigla de «Portable Document Format», «formato de documento portátil». E o resto, o que é?
– Um colega meu enviou-me um artigo intitulado ATT00599!...
– Um outro dizia: AAAd 84 Cresci Marrone – Cresci
– Outro ainda: 25_pdfsam_Turtas_interno – Mastino
E textos que recebo sem indicação da revista onde foram publicados ou ainda com as linhas de corte nas páginas!?...
Ou seja: aparentemente ou é ignorância e o pessoal não sabe como é que se muda o título de um anexo ou não está para se maçar e… faz tudo às três pancadas, meia bola e força!
Um sintoma triste, sobretudo por partir de quem parte: de pessoas cultas e de instituições de prestígio! Para quê correr tanto e não se aprimorar?
Lembro-me do anúncio daquele uísque:
«Todos os dias, milhões de pessoas se levantam do lugar antes de o avião parar os motores! Para quê tanta pressa?!... Uísque Y – para saborear sem pressas!...».
Pois.

UMA QUESTÃO DE SAÚDE

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LÍDIA
Lídia conheceu-o na escola. De boas famílias e com uma aparência irrepreensível, não muito mais velho que ela, tinha no olhar um brilho de felicidade e na pele juventude, saúde e vida. Sedutor, atraente, sorriso e palavras doces, humor refinado…
Naquela noite olhou um pouco mais para ela. Pelo menos ela achou que sim. Ela tinha bebido, ele também. Houve um momento em que ele disse que não tinha trazido preservativo, ela disse que deviam parar, mas não, já não dá para parar, ainda para mais ela nem se esqueceu de tomar a pílula…
No dia seguinte ele esqueceu o nome dela, meses depois ela esqueceu o dele.
Hoje Lídia tem 25 anos. Casou há 2. Está grávida. Não fez análises pré-concecionais e por isso não fez o despiste do VIH antes de engravidar. Descobriu hoje, grávida, que tem positividade para o vírus VIH.

No dia 1 de Dezembro, assinala-se o Dia Mundial de Luta contra a Sida.
“Testar, Tratar, Prevenir” é o lema da Semana Europeia do Teste VIH-Hepatites que entre os dias 18 e 25 de novembro chamou a atenção da população para os benefícios do rastreio de VIH (vírus da imunodeficiência humana) e hepatites virais. Criada em 2013 pelo HIV in Europe, esta iniciativa faz um apelo à comunidade europeia para reunir esforços durante esta semana de forma a sensibilizar as pessoas sobre as vantagens de conhecer o estatuto serológico para a infeção pelo VIH. Posteriormente, em 2015, a Semana Europeia do Teste alargou o seu âmbito de intervenção ao rastreio às hepatites B e C, prevalentes em alguns dos grupos mais vulneráveis à infeção pelo VIH.
Em Portugal, aproximadamente metade das pessoas que são diagnosticadas com infeção por VIH apresentam sinais e sintomas de doença avançada e, por isso, em alto risco de desenvolver complicações graves e potencialmente mortais.
Tal como a infeção por VIH, as hepatites C e B são um importante problema de saúde pública na União Europeia, incluindo Portugal.
Os vírus das hepatites C e B e o VIH transmitem-se através da partilha, com pessoas infetadas por estes vírus, de material utilizado para preparação e consumo de drogas ilícitas, de medicamentos (por exemplo esteroides anabolizantes em ginásios), injetáveis e de material não esterilizado para tatuagens e piercing; por via sexual, particularmente, as infeções por VIH e VHB (vírus da hepatite B) e, no caso da infeção por VHC (vírus da hepatite C) em algumas práticas sexuais com parceiro infetado; e da grávida para o recém-nascido em situações de gravidez não vigiada ou tratada de acordo com as infeções em causa.
Quanto mais cedo conhecer o seu diagnóstico de VIH, VHC e VHB, mais rapidamente poderá beneficiar do efeito dos tratamentos de VIH e de VHB, melhorar a sua qualidade de vida e longevidade e ser curado para VHC.
Saiba onde pode fazer o teste em www.pnvihsida.dgs.pt.
(fonte: dgs.pt)

UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA – SERVIÇO LOCAL DE MANGUALDE

AVISO
Água de fontanários públicos sem controlo não deve ser consumida
No âmbito das águas destinadas ao consumo humano no concelho de Mangualde, além das redes públicas de abastecimento ou outros sistemas controlados, existem também fontanários públicos com origens próprias de água, sendo sistemas alternativos que se encontram em funcionamento e que o Decreto-Lei nº306/2007 não obriga ao seu controlo.
Estes fontanários públicos não controlados, dotados de placa informativa de “água não controlada”, não são abrangidos pelas análises de água previstas naquele Decreto-Lei, necessárias para avaliar a sua qualidade. Sem estas análises laboratoriais, não se conseguem identificar problemas que possam surgir na água, para depois intervir e resolver.
A informação de “água não controlada” não significa que a água seja imprópria para consumo, mas também não garante que ela cumpra todos os parâmetros para que seja considerada própria.
Os fontanários públicos não controlados, não possuindo também tratamento adequado, em particular a desinfeção, são mais vulneráveis a uma contaminação e a outros riscos, por isso podem ser perigosos para a saúde não só pelo consumo direto da água, como também pela sua utilização na lavagem de alimentos, entre outros.
O desinfetante residual, vulgarmente conhecido por dar o “sabor a cloro ou a lixívia”, é a quantidade de desinfetante que permanece na água após tratamento, de modo a combater eventuais contaminações futuras da água, pelo que a sua presença constitui uma proteção contra o risco de contrair doenças infeciosas de origem hídrica.
Consumir uma água que possa estar contaminada no momento e não ficar doente não significa que a água possa estar própria para consumo – depende da quantidade, da época do ano (no verão há mais riscos) e, além disso, os organismos não reagem todos da mesma forma. São mais suscetíveis as crianças, idosos, pessoas com doenças ou com o sistema imunitário mais vulnerável.
Por outro lado, as águas provenientes das redes domiciliárias e outros sistemas controlados têm tratamento a alguns parâmetros, incluindo a desinfeção. São também analisadas sistematicamente e corrigidas pontualmente sempre que há alterações. Em caso de necessidade, são ainda emitidos avisos relacionados com a qualidade da água.
Pelo exposto, desaconselha-se o consumo de água de fontanários públicos sem controlo, mesmo que esta tenha sido consumida antes sem problemas de saúde visíveis. Deve ser dada preferência à água da rede pública ou outro sistema controlado e, se tal não for possível por ausência de distribuição, o consumo de água engarrafada. Por fim, se a água engarrafada ou da rede pública não estiverem disponíveis, aconselha-se que antes da utilização de outras águas, as mesmas sejam desinfetadas com produto adequado ou por fervura.
Nas habitações, pelo mesmo motivo, desaconselha-se a utilização de captações privativas de água para o consumo e na alimentação, podendo no entanto serem usadas para outros fins.

A Delegada de Saúde – Ana Margarida Almeida
O Técnico de Saúde Ambiental – Hugo Silva

Mangualde debateu a Participação Social e o Envelhecimento Bem-Sucedido

Na passada sexta-feira, dia 18 de novembro, Mangualde acolheu o I Seminário “Bons Velhos Tempos”, sobre a temática “Participação social e envelhecimento bem-sucedido”. Perante um auditório repleto, foram abordadas as temáticas ‘Desafios atuais em torno do envelhecimento bem-sucedido’ e ‘Práticas participativas, inovação e envelhecimento’. O seminário foi uma organização do Município de Mangualde e da Tempo XL e contou ainda com os parceiros: Centro Paroquial de Chãs de Tavares, Centro Social Paroquial de Abrunhosa-A-Velha, Centro Paroquial da Cunha Baixa e Universidade Sénior. O momento contou com a presença de João Azevedo, Presidente do Município de Mangualde.
 O encontro decorreu na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves e teve como oradores Maria José Coelho, Vereadora da Ação Social do Município de Mangualde; Sara Figueiredo, da Tempo XL; Lia Araújo, Investigadora, docente na ESEV; Teresa Martins, investigadora e docente na ESE-IPP; Cátia Azevedo, Técnica do Núcleo distrital EAPN da Guarda; José Carreira, do Centro de Apoio ao Alzheimer de Viseu; Maria João Amante, do projeto Café Memória de Viseu; Cláudia Cesário, com projeto de Yoga para seniores; Rúben Amorim, do Projeto Revista 4Senior; e Teresa Cruz da Universidade Sénior – Rotary Clube de Mangualde. Os moderadores foram José Machado, sociólogo e técnico do núcleo distrital EAPN de Viseu e Maria José Coelho, Vereadora da Ação Social do Município de Mangualde.
 O Programa de animação ‘Bons Velhos Tempos’ completa em 2016 o seu 5º aniversário e conta já com mais de um milhar de participantes e centenas de sessões realizadas em itinerância pelas instituições de apoio a idosos que não têm animador, no Concelho de Mangualde. Ancorado em metodologias participativas e propostas inovadoras de intervenção com o público sénior, o projeto dinamiza, desde 2011 várias iniciativas geracionais, intergeracionais e eventos junto da comunidade. Neste âmbito, faz todo o sentido para a equipa do projeto reunir vários técnicos, especialistas, profissionais da gerontologia/geriatria, animadores, empreendedores e outros agentes, no sentido de refletir sobre os desafios atuais em torno do envelhecimento e sobre o papel que a participação desempenha no bem-estar das pessoas idosas; de promover e partilhar as melhores práticas; e de estimular a inovação, rumo aos Bons Novos Tempos