Arquivo diário: 1 de Fevereiro de 2017

CÂMARA DE MANGUALDE ATRIBUI BOLSAS DE ESTUDO A ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR

Inserida nas políticas educativas e sociais do Município de Mangualde, a autarquia atribuiu, pela primeira vez, 14 bolsas de estudo a jovens estudantes do Ensino Superior, residentes no concelho e que concluíram com sucesso o ano letivo anterior, mas que não dispõem de meios suficientes para suportarem os encargos correspondentes à frequência de cursos universitários. Com um valor global de 10.000€, estas bolsas podem ser renovadas de ano para ano, de acordo com as condições referidas em regulamento próprio.

EDITORIAL Nº 701 – 1/2/2017

foto editorialfinal
Caro leitor,
O Tribunal de Mangualde mantém a mesma inoperância desde que este Governo anunciou a devolução dos anteriores direitos.
A Junta de Freguesia de Real, do Concelho de Penalva do Castelo, procedeu e aprovou uma moção de retorno do Concelho de Penalva do Castelo, para a alçada do Tribunal de Mangualde. E enviou a mesma para a Ministra da Justiça, às Câmaras e Assembleias Municipais de Penalva do Castelo e Mangualde, Grupos Parlamentares e ao deputado do PAN na Assembleia da República, ao Provedor da Justiça e à delegação de Mangualde da Ordem dos Advogados. Embora pese a campanha eleitoralista que este governo leva a cabo, a verdade é que a Mangualde nada chega.
Veio a público que funcionários camarários poderiam vir a tratar de processos judiciais na reabertura de alguns tribunais. Não se pode brincar com a justiça pois é um pilar fundamental da nossa democracia e desenvolvimento do país.
Os portugueses sabem bem que tudo isto se deve às eleições autárquicas, mas sabem também que o governo é para governar e não para desgovernar. Recordemos José Sócrates, que antes das eleições, baixou o IVA com custos irreparáveis para o país. Ainda assim, ganhou sem maioria. Os Portugueses já dão conta destas facilidades ilusórias.
A reabertura de 20 tribunais contraria a posição do anterior executivo de José Sócrates que assinou o memorando de entendimento, e que previa a redução de instâncias, o que assim coloca em causa os sucessos obtidos com a entrada em vigor do mapa judiciário de 1 de setembro de 2014 e foram objeto duma análise positiva dos técnicos das instituições internacionais nas avaliações ao cumprimentos do programa de assistência financeira – Troika.
Perante críticas contundentes dos diversos agentes do setor, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, a Ordem dos Advogados e o Sindicato dos Funcionários Judiciais, a Ministra da Justiça recuou, reconhecendo que o recurso a trabalhadores das câmaras municipais constituía uma solução errada. Os Juízes ameaçavam não realizar julgamentos se os trabalhadores camarários se envolvessem diretamente nos processos, usurpando competências dos magistrados e funcionários judiciais. Todos estes fait divers são sinais de que o governo anda em campanha autárquica. Nada de novo portanto.
Um abraço amigo,

QUANTO A POLÍTICA JÁ DISSE NO PASSADO

foto editorialfinal
EDITORIAL Nº 681 – 15/3/2016
Caro leitor,
Todos os dias sou abordado por pessoas que me sugerem com incentivos que eu assuma mais responsabilidades na contribuição para o desenvolvimento de Mangualde, nomeadamente que me envolva mais na participação política. Respondo-lhes, no entanto, que como empresário não tenho tempo para esse tipo de devaneios. Gosto bastante de ser empresário, pelo que contribuo assim para o desenvolvimento local, com o que posso fazer e com o que faço por gosto.
Com vinte e dois anos fui admitido na Guarda Fiscal, na altura uma corporação honrada na medida de poucas outras. Ainda hoje tenho memórias bastante claras e saudades daquelas vivências. Felizmente, fiquei jubilado da mesma. Ficou ainda na bagagem, um louvor atribuído na quinta companhia de Aveiro que ainda hoje me enche de orgulho, assim como aos meus.
Nos seguintes anos 80/90, construí a minha própria casa, com os saberes que tinha aprendido aos 19 anos.
Por baixo dessa mesma moradia, no bairro da Imaculada Conceição, abri uma oficina de granitos. Os passeios do bairro cheios de pedra são uma imagem que quem lá vivia ainda guarda.
Depressa se tornou pequeno esse espaço e, crescendo, investi num pavilhão na Zona Industrial do Salgueiro, cujo emprendimento me parecia bastante moroso. No entanto, volvidos dez anos, a falta de espaço levou-me a adquirir mais terreno e um novo pavilhão, este com área coberta superior a 4000 metros quadrados. Desta vez com tecnologia moderna, para melhor continuar a fazer face às necessidades dos clientes, também agora cada vez mais exigentes, felizmente.
Em 2012, fui contactado para ficar com parte da empresa Jornal Renascimento. No início não ponderei sequer dizer que sim, mas à procura de um desafio, rapidamente aceitei, sabendo que os mangualdenses não podiam nem deviam perder este órgão de comunicação social, que em 2027 vai fazer um século. Infelizmente, outros marcos regionais não resistiram, como foi o caso da rádio voz de Mangualde. Subsistiu este jornal, feito com os contributos do povo, para o povo.
No final de 2015, aceitei um novo desafio, desta volta mais melindroso e de maior responsabilidade e dignidade. Com a compra de 50% da Ferraz e Alfredo, procuro agora manter o respeito, a dignidade e honestidade na empresa, a par com o trabalho.
Posto isto, não tenho de facto tempo para contemplar coisas ademais, e por vezes, a mim alheias. Prefiro manter-me com a seriedade de sempre, e assim continuar a dar-me no dia-a-dia com toda a comunidade, mais rica e mais pobre. Neste registo, tenho e terei a disponibilidade necessária para ajudar todos os que de mim precisarem.

Abraço amigo

EDITORIAL Nº 696 – 15/11/2016
Caro Leitor
No passado mês de outubro e início deste mês, ocorreu no nosso concelho de Mangualde, uma sondagem sobre os melhores candidatos a Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, incluindo os nomes de João Azevedo, atual Presidente, eu Serafim Tavares, Joaquim Messias, Rui Vaz e Fernando Campos. Destes nomes aqui referidos e depois de os ouvir, foi-me dito que não foram contatados para tal sondagem, assim como eu também não. Desconheço quem a encomendou, se o Partido Social Democrata, o Partido Socialista, o CDS - Partido Popular, o PCP ou outros.
Posto isto, quero dizer que: não sou candidato a nada. O futuro a Deus pertence. Afirmo o que já aqui disse na edição nº 681 de 15/3/2016, mas reitero a frase do povo “deve ser candidato aquele que tiver melhores provas na vida”.

Agora, vamos ao Orçamento de Estado para o ano de 2017 que já foi discutido na Assembleia da República.
A política Económica do atual Governo vai pelas ruas da amargura. Está no espelho deste orçamento.
Sem conseguirmos estabilidade económica, não atraímos investidores que possam acreditar em Portugal e assim, não saímos da recessão e a geringonça anda para trás. Cresceu mais a nossa vizinha Espanha sem Governo do que nós. Outros países, que enfrentaram circunstâncias idênticas à nossa, estão a crescer mais.
Este Governo prefere crescer pouco e manter o apoio das esquerdas, penalizando assim o crescimento a médio e longo prazo.
Se a estratégia do Governo é sobreviver, o país fica para trás e quem vai pagar a fatura somos todos nós. Fala em aumento de pensões, a verdade, é que não beneficia as pensões mais baixas, pelo contrário, joga com o tempo que falta para as eleições autárquicas. O estado quer fazer bonito para as próximas eleições e assim, faz lembrar Sócrates, que baixou o IVA antes das eleições para imediatamente a seguir o subir, causando custos irreparáveis para o país.
Governar um país, é mais do que governar uma Câmara Municipal, ou a própria casa, mas os incompetentes existem e, os que não sabem governar a sua casa, nunca devem governar o povo.

Abraço amigo

CONSULTÓRIO

dr. raul
A DOENÇA DE RAYNAUD - Porque é que os meus dedos ficam brancos com o tempo frio?
A doença de Reynaud é conhecida pela doença dos dedos das mãos, que ficam brancos, sempre que a temperatura ambiente baixa de forma significativa. Atinge 10 a 20% da população e é uma doença mais frequente nas mulheres do que nos homens.
Doença de Raynaud: uma má irrigação das extremidades
Se a causa exacta da doença de Raynaud continua desconhecida, o seu mecanismo está bem estudado. Trata-se de uma vasoconstrição excessiva dos vasos sanguíneos. Qual o significado? De um modo geral, assim que estamos expostos ao frio o nosso organismo reage tentando contrair as pequenas artérias situadas por baixo da pele. Este fenómeno, chamado de vasoconstrição, aumenta o afluxo de sangue para as veias e permite manter a temperatura interna do corpo, constante.
Nas pessoas que sofrem de doença de Raynaud a vasoconstrição é excessiva e bloqueia a circulação sanguínea. De notar que o frio não é o único factor desencadeador desta má irrigação dos dedos, geralmente está acoplado a um ambiente húmido. O stress seria capaz, também, de desencadear uma crise.
As mulheres entre os 15 e os 25 anos são as mais atingidas pela doença de Raynaud
A doença atinge as mulheres com uma frequência 4 vezes superior à dos homens. As primeiras manifestações aparecem entre os 15 e os 25 anos. Se os sintomas aparecem depois dos 30 anos, é melhor consultar um médico para se assegurar que não se trata de uma síndroma de Raynaud, forma secundária e mais grave da doença.
Branco, azul e/ou vermelho
No caso de um golpe de frio ou de um pico de stress, os dedos passam por 3 cores:
Branco – os dedos adormecem e podem dar a sensação de picadas
Azul – falta o oxigénio e o doente pode perder toda a sensação nos dedos
Vermelho – quando um doente passa de um ambiente frio para um quente, a dilatação dos vasos é muito brutal o que se traduz pelo aparecimento de uma vermelhidão. Esta fase pode ser dolorosa.
Em casos extremos a doença de Raynaud pode atingir as orelhas, o nariz e os lábios.
Contra a doença de Raynaud: proteger-se do frio
Se é difícil evitar os picos de stress existem, em contrapartida, meios simples de se proteger do frio:
usar meias de seda por baixo das meias clássicas.
Munir-se de aquecedores de mãos quando se sai à rua. Estes aquecedores não são mais do que sacos de gel aquecido, seja em água quente, seja no micro-ondas, e que libertam calor durante horas.
No verão devem evitar-se as mudanças rápidas de temperatura. No sentido de diminuir a amplitude do choque térmico, convém andar sempre com um agasalho leve e luvas de seda, em particular se anda para fora e para dentro em locais com ar condicionado refrigerado.
Se fuma, deve parar de fumar. O fumo do tabaco e a nicotina provocam uma constrição dos vasos sanguíneos aumentando, assim, o risco de crise.
A não fazer!
Se acontecer essa situação em que os dedos perdem a sensibilidade e fica difícil distinguir, pelo tacto, se um objecto está frio ou está quente deve evitar-se o mergulhar das mãos em água quente ou colocá-las sobre uma superfície quente, pelo simples facto de que podem surgir queimaduras sem se dar conta.
E-mail: amaralmarques@gmail.com

IMAGINANDO

francisco cabral
Parte 7
Conforme prometido e na minha imaginação, irei desenvolver as dimensões abaixo da terceira, ou seja a primeira e segunda dimensões:
Embora Dimensão seja uma frequência, a sua densidade será proporcional à vibração: Quanto mais baixa fôr a vibração, mais densa e materializada será na sua dimensão, a nível planetário.
PRIMEIRA DIMENSÃO:
A Nivel do Planeta: São entidades unidimensionais, que não têm qualquer conhecimento das consciências das Dimensões seguintes. Reagem através do frio e do calor. Incluimos por exemplo, lesmas, minhocas, etc. Nesta Dimensão, podemos considerar ainda, o Reino Mineral.
A Nivel Cósmico ou Universal:Como a Terra é praticamente ôca, através dos Pólos Norte e Sul, irradia do seu núcleo interno um Sol Central, que é formado pela condensação de electrons que mantém e sustém gravitacionalmente o nosso Planeta e que chegam do nosso Sol Físico (Sistema Solar). Na minha perspectiva, esta Dimensão é a responsável pelas outras dimensões seguintes, estando muito ligada ao Centro da nossa Via Láctea, através de um canal subespacial.
 Ainda e na minha imaginação, terá sido nesta Dimensão que se deu o BIG BANG. Ele não se extinguiu, está nessa frequência dimensional só que a biliões de anos-luz.
SEGUNDA DIMENSÃO
A Nivel do Planeta: Entidades Bidimensionais, que independentemente das sensações se comunicam pelos sentidos, embora não percebendo as dimensões seguintes. As suas consciências funcionam através de uma Alma Grupo, só se evidenciando, quando a vibração se torna mais subtil (Ex: Cão selvagem está na Alma Grupo e cão Doméstico devido à  presença constante com o ser Humano, na sua evolução distancia-se da Alma-grupo, isolando a sua própria Alma). Acontece com diversos animais como o cavalo, o gato etc..Estão na fase de preparação para a sua entrada na Terceira Dimensão.
Incluimos ainda o Reino vegetal.
A Nivel Cósmico ou Universal:Área que vai de 500 a cerca de 1300 Kms abaixo da crosta terrestre. Aqui começa a vida orgânica.
Esta Dimensão gera campos de energia, que normalmente chamamos de Linhas Ley. Linha Ley é uma malha de rede energética, que nos permite um fluxo de informações e a energia  numa sutilização mais pura, que corre tanto em cima como em baixo da Terra. Podemos dizer que é um sistema de sensores nervosos do Planeta. (Pitágoras foi o primeiro ocidental a dedicar-se ao estudo das Linhas energéticas que passam pelo Planeta). Digamos ser um grande  fluxo de energia, quando Entidades em conjunto se manifestam para o Todo em determinado local,(ex: incidência em locais com grande intensidade na Oração e Meditação. O pensamento em grupo tem uma grande função) forma-se aí um campo electromagnético, que focalizado no SER nos dá uma plenitude da Energia Una no seu máximo de  concentração. Podemos dizer que há um foco mais intenso da Energia Una. As Linhas Ley também podem ser definidas como um aspecto cristalino do fluxo electro-magnético, que cruza o planeta em forma de rede e que dá uma grande protecção, impedindo a manifestação da energia una em outros estados vibracionais.. Posso indicar locais no planeta onde se concentra maior intensidade no ponto do vértice triangular de rede das Linhas Ley: Stonehenge no Reino Unido, Pirâmides do Egipto, Machu Pichu no Perú, Monte Shasta na Califórna,  etc,.. Também como o que está em cima é como o que está em baixo, o corpo físico de um Ser Humano tem Linhas Ley. Ver tratamento à base de  Acupunctura.
Em nossa casas podemos utilizar as linhas Ley (Feng Shui).
Meus emails para quem queira dialogar:
fjcabral44@sapo.pt ou  fjcabral44@hotmail.com

A SITUAÇÃO PESSOAL E JURÍDICA DAS MULHERES

DR, JORGE
A capacidade para ser sujeito de direitos e obrigações, ou seja, o direito de personalidade, é reconhecido a qualquer ser humano e é adquirido a partir do seu nascimento.
Nos termos do disposto no artº 66º do Código Civil, a personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida.
O nascimento diz-se completo no momento em que o feto se separou inteiramente do ventre materno. A vida inicia-se com a respiração pulmonar da criança. Se o feto morrer no decurso do parto, não se verificou o nascimento completo e, portanto, não chegou a adquirir personalidade jurídica, o que significa que não houve aquisição de direitos.
O Código Civil anterior, de 1867, exigia ainda que a criança nascesse com figura humana. Este requisito, proveniente do direito romano, foi atualmente ignorado, por se reconhecer que não fazia sentido imaginar que pudesse nascer de uma mulher um ser que não fosse humano. Por outro lado, não se pode admitir que seja a conformação do ser o fator determinante da atribuição da personalidade.
Por outro lado, todos os seres humanos devem poder alcançar direitos iguais, independentemente do sexo. No entanto, se olharmos para trás, não necessitamos de recuar muito no tempo para verificar que a lei fazia alguma descriminação quanto aos direitos das mulheres. Desde logo no que concerne ao direito de votar, só algumas mulheres o obtiveram muito recentemente.
A este respeito dispunha a Lei nº 2015, de 28-5-1946 que a mulher portuguesa, sendo maior ou emancipada, tinha direito a voto nas eleições para deputados, nos seguintes casos:
1º - Quando possuísse como habilitações mínimas o curso geral dos liceus, o curso do magistério primário, o curso das escolas de Belas Artes, o curso do Conservatório Nacional ou do Conservatório de Música do Porto ou o curso de institutos industriais e comerciais.
2º - Quando fossem chefes de família e soubessem ler e escrever português ou, não sabendo, pagassem ao Estado e corpos administrativos quantia não inferior a 100$00 por algum ou por alguns dos seguintes impostos: contribuição predial, contribuição industrial, imposto profissional e imposto sobre aplicação de capitais.
3º - Quando, não sendo chefes da família, sendo casadas, soubessem ler e escrever português e pagassem de contribuição predial, por bens próprios ou comuns, quantia não inferior a 200$00.
Com estas exigências, que não eram aplicadas aos homens, não será difícil de imaginar quantas mulheres de então estavam impedidas de votar.
O primeiro País onde o direito de voto foi concedido às mulheres foi a Nova Zelândia e ocorreu no ano de 1893. Antes desta data, portanto, nenhuma mulher no Mundo podia expressar a sua vontade através do sufrágio. O exemplo da Nova Zelândia foi depois seguido por outros países, devido ao movimento das sufragistas.
A sua luta só veio a alcançar o êxito pretendido em 1918 como recompensa pelo importante papel que as mulheres desempenharam nos esforços da primeira Guerra Mundial, na retaguarda do conflito.
Atualmente a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 13º, determina que todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão do sexo.
Esta igualdade dos cidadãos perante a lei continua a não ser reconhecida em alguns Países, como é do conhecimento comum.
Todos tivemos ocasião de ler recentemente a notícia de que a Arábia Saudita teve as primeiras eleições abertas às mulheres. No entanto, a mulher continua a não gozar dos mesmos direitos atribuídos aos homens.
Segundo o Guardian, a Arábia Saudita é uma monarquia absoluta que limita ao máximo o papel da mulher na sociedade. Qualquer mulher necessita do aval de um homem para estudar, trabalhar e viajar. Contudo, diz El País que as jovens sauditas têm aproveitado a educação gratuita que o Estado promove, a qual inclui generosas possibilidades de estagiar no estrangeiro. Às mulheres é também vedado conduzir.
Ainda a respeito da descriminação das mulheres, tivemos ensejo de ler também que, na luta travada contra o denominado Estado Islâmico, o Curdistão passou a organizar um exército feminino com o fundamento de que os jihadistas receiam ser mortos por mulheres, pois acreditam que se tal acontecer não poderão alcançar o Paraíso nem as “prometidas” 72 virgens.
Mais recentemente, no dia 29 de Dezembro de 2016, um jornal diário português noticiava que, no Afeganistão, uma mulher foi decapitada apenas por ter “entrado em vila” sem o marido.
Devido à limitação do espaço, por aqui nos quedamos, quando é certo que muitíssimo mais haveria para referir a propósito da situação de inferioridade da mulher perante as leis de alguns Países.

SANFONINAS

dr. jose
SANGRIA DESATADA…
Desde pequeno que me habituei a ter tios e primos por Franças e Araganças. Sei que há familiares meus em Meknés (Marrocos); nunca os conheci, que para lá foram, de S Brás de Alportel, trabalhar nas pedreiras, quando o são-brasense João Rosa Beatriz, vice-cônsul de Portugal em Mazagão, lhes facilitou os vistos, na 2ª década do século XX. Lembro-me vagamente de minha avó falar também de parentes nossos na Argentina. Já mais tarde, nas décadas de 50 e 60, radicaram-se em Toronto, no Canadá, membros da família Encarnação e por lá fazem a sua vida. Primos direitos labutam na França e na Suíça.
Creio não haver família alguma minha conhecida, da minha geração, que não tenha filhos no estrangeiro. Este, no Qatar; aquele, na Austrália; aqueloutros em Macau, em Angola, na Inglaterra, na Bélgica, na Escócia, na Suécia, no Brasil… Como escreveu Júlia Néry, «que o português é semente que em qualquer terra dá fruto…»!
As telecomunicações destroem a distância, é certo; os voos mais baratos facilitam enormemente as deslocações – mas, diga-se o que se disser, é bem diferente o beijo doce enviado pelo skype do abracinho terno e quente em presença!...
Globalizámo-nos, justifica-se. Passo, porém, nos arredores de uma qualquer cidade do nosso interior. Para ali se planeou, com «dinheiros europeus», vistoso parque industrial, cujas maravilhas se proclamaram na Comunicação Social, presença de senhores ministros aquando do lançamento da 1ª pedra, discursos laudatórios mui fecundos em números a haver, promessa de centenas de empregos novos, juras de fixação das gentes, a evitar a fuga para as grandes cidades do litoral e, agora, para a estranja. Mas… os parques ficaram-se pelas infra-estruturas, ora a apodrecer sob o peso das intempéries, e os empregos não vieram!...
Sentimos na pele a ferida aberta da neta que também já partiu, do filho que é «português no mundo» e que Alice Vilaça até é capaz de vir a entrevistar pró seu programa na Antena 1…
Dói.
Sangria inestancável, desatada...
Formámos gente cujos elevados méritos são agora outros que os aproveitam.
Dinheiro deitado à rua!

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A frase vista de frente

O profeta Habacuc em Alverca da Beira
Sempre o Homem se sentiu levado a deixar rasto da sua presença, através da escrita, num local que particularmente o emocionasse. Vejam-se as gravuras de Foz Côa: o sítio convida à meditação, parece haver algo de especial no ar e o homem pré-histórico deixou-se inebriar pelo ambiente e não resistiu a gravar nos rochedos aquilo que lhe era mais familiar e necessário: os animais. Da mesma forma, em tarde estival, num parque, aquela árvore de casca rugosa incita o par de namorados a nela gravarem seus nomes dentro de um coração trespassado pela seta de Cupido…
Estuda a Epigrafia esses escritos que, em todos os tempos, documentam a passagem do Homem por um local agradável ou significativo para ele. E o que haverá de mais significativo e agradável do que o lar? Por isso, deparamos amiúde com frases gravadas, por exemplo, nos lintéis das portas. Frases que, mais tarde, com a difusão do azulejo, nesse suporte irão encontrar a localização ideal. «Bem-vindo seja quem vier por bem!»…
Nem sempre, porém, a leitura é assim tão fácil nem a interpretação acessível. Por vezes, até nos interrogamos se o carácter sibilino de algumas dessas frases não terá sido mesmo propositado, para despertar a curiosidade ou para não ser por todos compreendido. Aliás, até acontece que uma legenda possa estar há séculos bem à vista de todos e ninguém, ao pressentir tratar-se de um enigma, lhe ligar importância nem ter curiosidade.
Um dos objectivos do docente de Epigrafia é precisamente o de incitar os seus estudantes a nada deixarem passar, a serem curiosos até mais não. Daí que Filipe Pina, ao passar pela Rua de S. Sebastião e pelo Beco de S. Sebastião, em Alverca da Beira, do concelho de Pinhel, ao ver estranhas ‘garatujas’ no lintel da porta de uma das casas, não tenha hesitado: fotografou-as e enviou-mas. Em escrita cursiva de certa elegância, encimado a meio por uma espécie de estrela, o texto distribuía-se por duas linhas.
Estranhas, de facto, também a mim me pareceram, designadamente por estarem em cursivo, o que não é habitual em inscrições deste tipo, onde o uso das capitais é predominante. Consegui decifrar uma que outra palavra, consultei o meu amigo Padre Afonso Cunha, da paróquia de S. Brás de Alportel, e… lográmos chegar a uma conclusão: estávamos perante uma brevíssima passagem retirada da Bíblia, mais precisamente do capítulo III do livro do profeta Habacuc, como, aliás, expressamente ali se indica:
Stetit, et mensus est terram.
Habac. Tert(io) in Cap(itulo)
«Estacou e mediu a terra»
Habacuc, no 3º capítulo
A frase completa, em latim, segundo a versão da Vulgata (cap. 3, versículo 6), é a seguinte:
«Stetit, et mensus est terram; aspexit, et dissolvit gentes, et contriti sunt montes saeculi: incurvati sunt colles mundi ab itineribus aeternitatis ejus».
As traduções que se apresentam não são coincidentes nem seguem à letra o que lá está escrito. Da vida do profeta Habacuc nada se sabe, a não ser esse livro que a tradição nos legou. Aí, o profeta começa por se mostrar indignado ao verificar que os justos tanto padecem, enquanto os ímpios gozam a vida. Isso expõe a Deus, o Qual lhe responde que Judá será castigado: virão os Caldeus, que, instrumentos da cólera divina, pesada derrota lhe vão infligir. Perante essa resposta, o Profeta rejubila e reza, proclamando, no III capítulo, a força do Senhor. É precisamente dessa parte o trecho que foi gravado no lintel; e o texto completo que acima transcrevi pode traduzir-se assim:
«Estacou e mediu a terra; observou e dissolveu os povos e ficaram desfeitos os montes seculares: aplanaram-se as colinas do mundo pelos caminhos da sua eternidade».1
Ou seja, perante o avanço do mal, Deus manifestou o Seu poder, semeando a destruição. Uma divindade justiceira, portanto, que dá liberdade só até certo ponto, porque actua depois em toda a Sua plenitude.
Colocada sobre a porta da casa, a frase terá, por conseguinte, essa função de afastar as forças do mal.
Evidentemente que ficou célebre, séculos afora, esta frase de Habacuc e por isso a vamos ver frequentemente citada nos mais diversos contextos, sempre, todavia, com esta ideia de que Deus é protector e vencedor do mal. Limitar-me-ei, a título de curiosidade, a transcrever uma passagem da homilia de Ildefonso, cardeal arcebispo de Milão, na vigília em honra da aparição de Nossa Senhora em Lourdes, a 10 de Fevereiro de 1945, em compreensível (ao tempo) diatribe contra a doutrina comunista, apresentando, aliás, uma versão ligeiramente diferente da original:
«Per combattere questa speciale forma di occulto Satanismo, avversario non meno della Religione, che di tutte le Patrie, non c’è che Cristo. Egli solo può vincere Satana e incatenarlo ai suoi piedi, come ce lo spiega Abacuc nel suo Cantico: (Deus) stetit et mensus est terram; ante faciem Eius ibit mors. Et egredietur diabolus ante pedes eius…»2
Em conclusão:
Gentes e gentes passaram e continuarão a passar diante desta porta de Alverca da Beira. Só o olhar do epigrafista nela reparou com atenção e quis satisfazer a sua curiosidade, como aprendera a fazer. E assim, doravante, não apenas os proprietários da casa se sentirão mais aconchegados, como se saberá em Alverca que, um dia, em tempos longínquos, um homem culto quis, quase secretamente, mandar gravar à entrada de sua casa, uma informação sagrada e uma profissão de fé: Deus está aqui e de tudo se apercebe e saberá, portanto, dar o devido valor a quem realmente o merece.

1 Não corresponde exactamente ao que escrevi a tradução que vem na 3ª edição da Bíblia Sagrada (Difusora Bíblica, Lisboa, 1968, p. 1608): «Pára e faz tremer a terra. Olha e faz vacilar as nações. As montanhas eternas são reduzidas a pó. Desfazem-se as colinas antigas, Seus caminhos de sempre». Sem querer entrar em pormenores, que não vêm agora ao caso, observa-se que a tradução da Difusora utiliza as formas verbais no presente, quando o texto está claramente no passado.

2 «Para combater esta forma específica de oculto Satanismo, adversário não apenas da Religião, mas de todas as Pátrias, só temos Cristo. Só Ele pode vencer Satanás e agrilhoá-lo a Seus pés. Como nos explica Habacuc no seu Cântico: (Deus) estacou e mediu a terra; estará a morte d’Ele. E diante de Seus pés fugirá o diabo».