Arquivo diário: 1 de Outubro de 2020

Cultura Popular – Os Ranchos

aida correia
A era digital entra em força. Sem nos darmos conta a revolução digital já começou, antecipada, apressada por uma pandemia que todos tentamos escapar. A tecnologia evolui rapidamente ao serviço deste digital cada vez mais necessário.
E as nossas tradições? A cultura popular? Será que estão ameaçadas por esta nova era?
Quero acreditar que não. Temos que por a tecnologia e o tal digital ao serviço da nossa cultura.
A cultura popular, é do povo. É o que o diferencia. Dá o tom e a cor à sociedade. Resulta das suas crenças e do seus hábitos, que seguem as tradições usos e costumes do local onde se vive. São as manifestações que o povo recorda, produz e participa de forma ativa.
O nosso Almeida Garrett, na sua obra “O Romanceiro” dizia: “O tom e o espírito verdadeiro português, esse é forçoso estudá-lo no grande livro nacional, que é o povo e as suas tradições, as suas virtudes e os seus vícios, as suas crenças e os seus erros”. Palavras do Mestre!
Quando penso nisto, lembro-me dos Ranchos Folclóricos. Agrupamentos de carácter musical e coreográfico, por outras palavras, um grupo de pessoas simples que se junta e que têm o dom de fazer magia e nos levar numa viagem ao passado, representando as antigas tradições, os trajes populares e os artefactos mais usados nas suas atividades.
Transmitidos de geração em geração, os Ranchos Folclóricos são a personificação da nossa cultura popular e representam a identidade de uma comunidade.
A aldeia de Fagilde, na margem esquerda do Rio Dão, Concelho de Mangualde, tem o seu Rancho Folclórico -”Rouxinóis do Dão,” fundado em 1948 e reactivado desde 1994, é constituído por 50 elementos entre músicos, dançarinos e dirigentes.
Estes aspetos da nossa personalidade cultural, da nossa forma de ver, sentir e exprimir, criados pelo povo, ao longo de sucessivas gerações, constitui a nossa cultura não erudita, mas a popular.
Por esse facto temos a obrigação, o dever, de salvaguardar tudo aquilo que por herança recebemos, conservá-la e transmiti-la aos vindouros, para que se conservem e sobrevivam.
O escritor Stefan Zweig, figura da literatura mundial, escreveu num dos seus prefácios :- “Nós não devemos ocultar as coisas quando as vivemos, tomamos parte nelas. Devemos transmiti-las às gerações futuras para que possam continuar a aprender as lições dos seus ancestrais”.
Porém a tradição imóvel, não é tradição! As tradições, as tradições da nossa terra correm o risco de desaparecer. Só a criação de núcleos locais de defesa da cultura popular e a existência de instituições têm possibilitado a manutenção e até, em certos casos, um retomar das atividades. Temos que ter a capacidade de nos renovar constantemente, sem nunca nos perder-mos na evolução.

CONSULTÓRIO

dr. raul
ESTAMOS EM PLENA PANDEMIA!
Não há dúvida! Os números da COVID aumentam assustadoramente!
E entrámos no Outono, acabaram as férias, começaram as aulas, abriram os infantários e a vida laboral vai ter que continuar!
Num ano vulgar (sem epidemias ou pandemias) esta é a altura do ano em que costumam começar as constipações, as infecções respiratórias onde se inclui a Gripe!
A verdade é que estamos a viver um tempo diferente: anda por aí o Corona vírus! E, por isso mesmo, penso que esta época de Outono/Inverno poderá ser diferente das anteriores.
E tudo vai depender de Nós: de Nós cidadãos, pessoas individuais, e da Sociedade, em geral!
Se cada um de nós levar a sério as medidas de contenção, como o uso correcto da máscara, as medidas de higiene, o manter o distanciamento físico em relação às outras pessoas, o risco de contágio, não só deste Corona, como de outros vírus respiratórios - incluído o da Gripe – ou bactérias, diminuirá de uma maneira significativa.
Se assim for, e espero que assim seja, manifesto o meu optimismo em relação a esta época do ano! Espero que aconteçam menos constipações, menos infecções bacterianas, menos viroses respiratórias comuns, menos Gripe… e menos Covides!
Mas, é necessário, também, levar uma vida saudável sob o ponto de vista alimentar, nunca descurando a actividade física e tentando manter, também, em boas condições, a saúde mental e espiritual!
Outro aspecto é o da prevenção das infecções bacterianas e virais!
Principalmente para os mais idosos, para os portadores de deficiências da imunidade, para os debilitados torna-se imprescindível recorrer à VACINAÇÃO: seja contra as infecções respiratórias bacterianas banais, seja contra as pneumonias, seja contra as infecções respiratórias virais, como as constipações ou a gripe.
Para isso é muito importante que, atempadamente, recorram ao seu Médico no sentido de este lhes prescrever a imunoterapia adequada e que pode ir da administração, por via oral, de lisados bacterianos, à vacina contra a Pneumonia e, fundamentalmente, à vacina contra a Gripe.
Temos de saber viver com esta adversidade, adaptarmo-nos da melhor forma, protegermo-nos dos outros e proteger os outros, cumprir as regras da Autoridade de Saúde, não estar à espera de uma vacina contra este vírus, porque não vai aparecer nos tempos mais próximos, não entrar em descontrole ou em pânico com o aparecimento de notícias alarmantes e/ou contraditórias, não tomar por verdades todos os vídeos ou textos que surgem nas redes sociais, a maior parte das vezes apenas expressam pareceres sem qualquer fundamentação científica, ou são lá postos para causar dúvidas ou o pânico entre as pessoas! Não há dúvida que pior que a COVID é o COVIDIZER (que ouvi dizer…)!
Tenhamos todos, acima de tudo, MUITO BOM SENSO!

Apoio municipal PARA esterilização DE CÃES E GATOS

O Município de Mangualde lança um apoio municipal para financiar a esterilização de animais de companhia (cães e gatos) de famílias do concelho com baixo rendimento, num máximo de dois animais por família.
Para efeitos de elegibilidade, contemplam-se famílias cujo rendimento per capita não ultrapasse o IAS (Indexante dos Apoios Sociais no valor de 438,81€ no ano de 2020). Todos os interessados deverão contactar o Gabinete da Ação Social da Câmara Municipal de Mangualde para candidatura do apoio referido.

O Centro de Mangualde do Groupe PSA aciona campanha de vacinação contra a gripe para os seus colaboradores

O Centro de Mangualde, baseado na sua política de promoção da saúde e bem-estar, oferece a todos os seus colaboradores a possibilidade de vacinação contra a gripe sazonal.
Esta campanha, que se realiza na empresa há vários anos, tem como principal objetivo a prevenção da transmissão do vírus que poderá originar a gripe, permitindo ao colaborador ficar mais protegido. As vacinas serão administradas no serviço de saúde do Centro.
Em contexto de pandemia Covid-19, as vacinas antigripais são, este ano, ainda mais importantes e são recomendadas pela Direção Geral de Saúde (DGS) de forma a melhor despistar os sintomas semelhantes aos da doença Covid-19.
Recorde-se que, desde o início da crise sanitária originada pelo Covid-19, o Centro de Mangualde implementou o protocolo de medidas sanitárias reforçadas do Groupe PSA, colocando os seus colaboradores num nível de proteção muito elevado no seu local de trabalho, em conformidade com as normas estabelecidas.

“FEIRA DOS SANTOS” ADIADA PARA 2021

EVENTO não se realiza este ANO, mas voltará a animar, entre 6 e 7 de novembro de 2021, as ruas do centro da cidade.
A Câmara Municipal de Mangualde, tendo em conta a fase pandémica que o Mundo atravessa, decidiu não realizar a tradicional e secular Feira dos Santos, adiando o evento para 2021. O certame, que conta já com mais de 300 anos de existência, não se realiza este ano, mas voltará a animar, entre 6 e 7 de novembro de 2021, as ruas do centro da cidade, colocando em destaque o que de melhor se faz no concelho ao nível da gastronomia, vinhos, artesanato, agropecuária, máquinas e alfaias agrícolas, indústria, entre outros.
“Trata-se de uma decisão dolorosa, mas incontornável” começa por contextualizar o Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Elísio Oliveira. “Sacrificamos a realização da Feira dos Santos em prol de um bem maior, que é a defesa da saúde e da vida das pessoas, bem como a segurança de toda a sociedade. Esta decisão tem em conta o contexto epidemiológico que vivemos, com riscos de contágio crescentes, a retoma da atividade escolar e a aproximação do período do outono e inverno. Não podemos promover um ajuntamento de mais de 50.000 pessoas nos dois dias. Não seria responsável da nossa parte.”, conclui o Presidente.

UNIÃO DE FREGUESIAS DE TAVARES

20200930_101802
Nesta edição do Renascimento, fomos falar com Alexandre Constantino, Presidente da União de Freguesias de Tavares.
Numa conversa amena e esclarecedora, o Presidente, desta que é uma das maiores freguesias do concelho composta por 11 aldeias, falou dos projetos realizados e a realizar, bem como da freguesia em geral, mostrando que o desenvolvimento e a captação de novos pontos de interesse têm sido fulcrais para as Terras de Tavares.

RENASCIMENTO - Dr. Alexandre Constantino, é o Presidente da União de Freguesias de Tavares, uma das maiores do concelho. Fale-nos um pouco desta extensa freguesia. O que podemos encontrar a nível de património e equipamentos, etc.?
ALEXANDRE CONSTANTINO - A União das freguesias de Tavares é formada por 11 aldeias, com uma área de 35km2 e uma população aproximada de 1500 habitantes.
Possui uma grande riqueza ao nível do património natural arquitectónico e cultural que se expande por todo o seu território.
Para além das paisagens deslumbrantes de que temos o privilégio de usufruir, ao nível dos serviços possuímos um centro do dia, serviço médico, centro de apoio escolar, escola de música, espaço do cidadão, jardim-de-infância, escola do 1.º ciclo, posto de CTT, cemitérios, farmácia, supermercados, bombas de gasolina, cabeleireiros, oficina, táxis, talho, cafés, restaurantes, polidesportivos, comércio de têxteis e de calçado, utilidades de plástico, móveis e transporte de mercadorias.
No setor primário e industrial temos a laborar indústrias de têxteis, de madeiras, alambique para produção de aguardente, lagar de azeite, empresas de construção civil e obras públicas, queijaria, exploração e transformação de pedra, extração mineira, produção de leite e carne, cultura de mirtilos, morangos, pera seca, maça, vinho e framboesas.
Ao nível do património arquitetónico e ambiental possuímos 15 igrejas, casas senhoriais e brasonadas, o castro do Bom Sucesso, pelourinho, cruzeiros, alminhas, fontanários, assim como diversos parques desportivos e de lazer.
Possuímos ainda uma banda filarmónica centenária e mais de uma dezena de associações culturais e religiosas, dispersas pelas várias aldeias.
As nossas maiores riquezas são a nossa hospitalidade, as nossas tradições, a nossa história, que se refletem ao longo de todo o ano nas inúmeras atividades culturais e desportivas que se realizam um pouco por toda a freguesia.

RENASCIMENTO - Podemos afirmar, com base na imagem global que atrás descreveu, que a União das Freguesias de Tavares é uma freguesia capaz de cativar pessoas?
ALEXANDRE CONSTANTINO - A União das Freguesias tem características que me permitem afirmar sem qualquer hesitação que é capaz de proporcionar a todos os que cá residem ou nos visitam excelentes condições de vida.
Para além da excelência de todos os serviços que se encontram à disposição dos cidadãos, contamos ainda com uma localização privilegiada com acesso a boas vias de comunicação, as quais nos permitem deslocar sempre que necessário com rapidez e segurança.

RENASCIMENTO - A nível populacional, como se encontra a União das Freguesias de Tavares? A população está envelhecida? São mais os que saem do que os que nela se fixam ou pode dizer-se que é uma freguesia equilibrada?
ALEXANDRE CONSTANTINO - Ao nível populacional e à semelhança do que acontece no concelho, no país e na Europa, também vamos sentindo uma quebra demográfica, provocada pelo facto da taxa de natalidade ser inferior à de mortalidade, o que faz com que o número de nascimentos não seja suficiente para assegurar a renovação das gerações.
Esta quebra só não é mais significativa porque nos últimos anos a freguesia tem assistido ao retorno de algumas pessoas, que se encontravam no estrangeiro ou no litoral.
Assistimos também à fixação de alguns casais, mais novos, que decidiram trocar a vida na cidade e instalar-se na nossa freguesia.
Acredito que o problema da demografia está longe de ser apenas uma questão económica, é também e cada vez mais uma consequência das alterações da nossa sociedade, ou seja, uma questão cultural.

RENASCIMENTO - Agora, nesta data, que se encontra a cerca de um ano de novo ato eleitoral, diga-nos, realizou tudo o que se propôs para a Freguesia?
ALEXANDRE CONSTANTINO - Do ponto de vista do compromisso com o eleitorado e do programa eleitoral, realizámos tudo o que nos propusemos e dependia exclusivamente do nosso trabalho e orçamento.
Ao longo dos últimos sete anos procurámos satisfazer e resolver, sempre que possível, as necessidades e os problemas da freguesia.
Na nossa opinião, o maior legado é o saneamento financeiro que foi feito da freguesia, pois terminámos em julho de 2019 o pagamento de um conjunto de dívidas que herdámos e que já liquidamos no valor superior a € 180.000,00 encontrando-se outras a ser discutidas em sede judicial.
Desenvolvemos e melhorámos a rede de ensino com a aquisição de mobiliário equipamentos educativos, computadores, beneficiação das instalações e um leque de apoios como a oferta de material escolar, aulas de música, visitas de estudo e idas ao cinema e ao teatro.
Dotámos a freguesia de uma capacidade trabalho que não possuíamos, com a aquisição de ferramentas, equipamentos e maquinaria de trabalho.
Criámos a Unidade Local de Proteção Civil, a primeira do Distrito e uma das primeiras do país, com uma equipa de vigilância e de prevenção.
Do ponto de vista cultural, apoiámos todas as realizações culturais da freguesia, promovendo ou colaborando na organização e na logística de mais de 50 eventos anuais.
Realizámos mais de 35 000 atendimentos ao público, distribuídos pelo espaço de cidadão, CTT, médico e serviços da junta de freguesia.
Para além dos serviços há ainda realizações materiais que desenvolvemos: milhares de metros quadrados em calcetamentos e asfaltamento de ruas e passeios, melhoramentos e/ou requalificação de edifícios da junta de freguesias, de associações culturais e religiosas; manutenção e limpeza dos espaços e equipamentos públicos, beneficiação de caminhos rurais e sua manutenção, limpeza de baldios e faixas de gestão, reflorestação de espaços públicos e renovação ou criação de parques infantis.
Dispomos ainda de algum tempo para algumas obras que contamos realizar até ao final do mandato, pois não faz parte do nosso ADN enquanto junta estar parados, estagnar, resignar-nos.
Almejamos sempre mais, de forma a prestar os melhores serviços possíveis e contribuir para melhorar as condições de vida dos nossos cidadãos.
Uma freguesia que se queira dinâmica e ambiciosa tem sempre novas metas no horizonte.

RENASCIMENTO - Esgotos e água potável ao domicílio. Por norma, são sempre o calcanhar d’Aquiles nas localidades. Como está a freguesia? Encontra-se totalmente coberta pela rede de esgotos e água?
ALEXANDRE CONSTANTINO - A rede de abastecimento de águas tem sofrido melhoramentos significativos quer em termos de qualidade dos serviços quer em termos de qualidade da água, fruto dos investimentos feitos pelo Município nesta área um pouco por toda a freguesia, possuindo uma cobertura global.
O Município construiu já a ETAR de Chãs de Tavares e acreditamos que no próximo ano possa instalar mais uma estação elevatória e lançar o concurso de mais uma ou duas ETAR’s para a freguesia.
Em matéria de rede de esgotos e estações de tratamento dos mesmos, ainda temos um longo caminho a percorrer, no entanto estamos a construí-lo dando passos significativos de forma a resolver esse problema ambiental.

RENASCIMENTO - Outra grande lacuna e que tantos têm reivindicado. A reabilitação da Estrada de Travanca. Para quando a realização desta obra?
ALEXANDRE CONSTANTINO - A Estrada de Travanca é algo que envergonha qualquer morador da freguesia e do concelho.
Nós estamos na junta há sete anos e todos os dias lutamos para que a requalificação dessa estrada seja uma realidade.
A verdade é que nós enquanto junta já demos passos significativos para que isso pudesse suceder, fizemos dezenas de reuniões com o anterior e atual presidente de Câmara, e não perdemos uma oportunidade para pressionar a decisão do poder político nesse sentido.
Apesar de não ser responsabilidade da junta a sua execução, temos a responsabilidade moral que não rejeitamos e foi por isso que recuperámos parte do troço desta via recorrendo ao orçamento da freguesia (ligação entre a EM606 e EM1465 na povoação de Vila Seca).
Penso que no futuro, para bem de todos os moradores do concelho e de forma proteger as populações com menor poder reivindicativo, os partidos políticos deveriam colocar de lado os seus interesses e estabelecer um pacto de regime para definir os investimentos estruturais necessárias e fundamentais para o desenvolvimento e equilíbrio do concelho.

RENASCIMENTO - O ano passado veio a público alguma polémica por causa de um pavilhão que foi construído pela junta de freguesia. O que tem a dizer sobre isso?
ALEXANDRE CONSTANTINO - O pavilhão multiusos da freguesia é um equipamento que muito nos orgulha e creio que a todos os fregueses.
Na altura fomos acusados de “corrupção”, de ter feito uma obra para beneficiar um particular ou empresa, sem projeto, sem licenciamento e que violava o PDM.
Ora, o pavilhão foi construído num terreno doado pela família Lemos, Senhores Mário e Elisa Lemos, que está devidamente registado em nome da União das Freguesias.
A sua implantação foi feita em local permitido pelo PDM, zona de implantação de atividades económicas e cumprindo com todas as regras, afastamentos e áreas.
O projeto não carece de licenciamento por parte do Município, apenas necessita de um parecer, parecer esse que não é vinculativo.
Assim, ainda que pudesse haver algum erro administrativo ou processual, estávamos, como estamos, de consciência tranquila porque nunca fizemos nada para lesar os interesses da freguesia.
Relativamente à notícia da queixa-crime apresentada contra a freguesia, desconhecemos a mesma uma vez que até ao momento não fomos informados ou notificados por parte do Ministério Público sequer para prestar qualquer esclarecimento.
Foram também efetuadas três queixas ao Tribunal de Contas, duas relativas à construção do pavilhão e uma outra relativa a todas as empreitadas elaboradas pela freguesia desde o ano de 2013.
Relativamente às denúncias efetuadas ao Tribunal de Contas e após termos enviado todos os documentos relativos à construção do pavilhão e de todas as empreitadas realizadas pela junta de freguesia, foi proferido decisão de arquivamento.
Referindo e passo a citar “não se verificaram ilegalidades nem irregularidades”.

RENASCIMENTO - Por muito que se faça, há sempre mais a fazer. Que projetos tem para a freguesia que pretende desenvolver? Há algum projeto, para alguma aldeia em particular?
ALEXANDRE CONSTANTINO - Todas as aldeias são importantes para nós. Quando pensamos e projetamos algo, fazemo-lo de forma global, para que possa servir não só essa aldeia mas toda a freguesia e não exista uma redundância de serviços ou obras só porque uma aldeia tem algo e todas têm de ter possuir a mesma coisa.
Nesse sentido, brevemente apresentaremos mais projetos de cariz social, cultural e material e desenvolveremos a nossa capacidade de prestação de serviços com novas parcerias com outras instituições.

RENASCIMENTO - Nestas últimas semanas a freguesia veio também à ribalta, não pelos melhores motivos. Foram identificados alguns casos ativos de infeção por COVID19. Como tem sido viver com este facto e que acções têm sido tomadas?
ALEXANDRE CONSTANTINO - No que diz respeito aos casos de COVID-19 na freguesia, sempre que alguém vai fazer testes ou está infetado comunica o facto à junta de freguesia. Isso é uma prova do seu sentido de responsabilidade e de confiança na nossa junta, é algo que que muito nos orgulha.
Relativamente às medidas tomadas e que continuamos a implementar, porque o Vírus não tirou nem tira férias, não o fazemos nem fizemos a partir de gabinetes fechados, não abandonamos a nossa população.
Mantivemos sempre as nossas portas abertas, contrariando até algumas indicações do poder central, aumentámos substancialmente o nível de serviços prestados em função da crescente procura que tivemos.
Implementámos um plano de contingência com um leque alargado de medidas dividido em dois eixos:
1. Prevenção:
Desinfeção de ruas e locais de maior risco; produção e distribuição de kits de proteção individual a toda a população, contendo álcool gel, luvas, máscaras e viseiras; Elaboração de campanhas de sensibilização para os riscos e as medidas de segurança que todos devem respeitar; Comunicação às autoridades de eventuais desrespeitos das regras do estado de emergência; Criação de bolsas de voluntários para eventuais necessidades de apoio aos serviços da freguesia e da comunidade; Prestação de novos serviços aos cidadãos da freguesia; Criação de linhas de apoio; Apoio a todas as crianças em idade escolar da freguesia em todos os ciclos de ensino; Isenção de todas as taxas administrativas para todos os fregueses; Criação de locais para a realização de quarentena em todas as aldeias da freguesia; Suspensão de todas as atividades que envolvessem riscos; Encerramento de parques desportivos e infantis; Condicionamento do número de pessoas nas casas mortuárias propriedade da freguesia; Criação um sistema de apoio para os cidadãos da freguesia que necessitem de medicação e/ou bens de primeira necessidade; Criação de grupos nas redes sociais referentes a cada aldeia e à freguesia para facilitar a comunicação e transmissão de informação e colocação de dispensadores de álcool gel em locais públicos por toda a freguesia;
2. Apoio a casos de suspeita e/ou de infeção:
Acompanhamento na prestação de cuidados médicos, fornecimento de transporte, entrega de bens de primeira necessidade e outros, apoio nas tarefas burocráticas, apoio social e psicológico.
Para além destas medidas em vigor, continuamos atentos à evolução da situação e a todas as diretrizes que venham a ser emanadas pelas autoridades.

RENASCIMENTO - O que sentiu quando lhe informaram que havia casos de COVID19 na freguesia, quando a União de Freguesia de Tavares foi marcada, logo de início, como exemplo na prevenção do vírus?
ALEXANDRE CONSTANTINO - Após o aparecimento da pandemia assistimos, na generalidade dos municípios e das freguesias, a um esforço muito grande para conter a disseminação do vírus COVID-19.
Quando se refere à expressão servir de exemplo, não creio que seja a mais adequada, porque a maioria das juntas do país, cada uma à sua maneira, com as suas características, tentaram evitar a todo o custo a evolução da pandemia.
Nós fizemos e continuamos a fazer aquilo que entendemos que pode ajudar a nossa freguesia e não poupamos esforços para alcançar esse objetivo.
Quando me informaram dos casos de infeção por COVID-19, fiquei preocupado, com o estado de saúde dos infetados e com o possível contágio que pudesse existir.
A junta de freguesia tinha feito tudo o que estava ao seu alcance para evitar e retardar o máximo possível o aparecimento de casos.
Estávamos preparados para responder e ajudar a socorrer de imediato as necessidades que pudessem daí advir.

RENASCIMENTO - Como tem sido ser Presidente da União de Freguesias de Tavares?
ALEXANDRE CONSTANTINO - A figura do presidente da junta é a que está mais próxima do eleitorado, com a qual é mais fácil contactar, à qual a população transmite mais angústias e pede para resolver mais problemas.
Do ponto de vista político, económico e democrático o presidente de junta é o que tem menos poder, menos meios ao seu dispor, obrigando-o a reinventar soluções.
As exigências são muitas e diárias. Todos os dias há novos problemas e novas questões que é necessário resolver e exigem a atenção do presidente da junta.
Eu costumo dizer que para se ser presidente de junta é preciso uma boa dose de loucura e muito, mas muito, empenho e trabalho.
Ser presidente de Junta da União das Freguesias de Tavares tem sido um desafio constante, exige muito trabalho, sacrifícios pessoais e familiares, mas que é muito gratificante do ponto de vista institucional e pessoal.
Todos os dias sem exceção, e porque assumi esse compromisso com o meu eleitorado, faço tudo para dignificar o cargo.
É essa a minha obrigação.

RENASCIMENTO - E agora, uma pergunta, que temos mesmo que lhe fazer: vai recandidatar-se?
ALEXANDRE CONSTANTINO - A minha recandidatura é uma decisão que tomarei com a minha família em primeiro lugar, com todos os meus amigos e com todos os que me apoiaram e integraram as minhas listas nos últimos anos. Por isso e com todo o respeito que me merece o vosso jornal e os seus leitores, não tornarei pública a decisão que irei tomar sem o fazer primeiro com este grupo de pessoas.
Tudo a seu tempo.

RENASCIMENTO - Alguma outra consideração que queira deixar
ALEXANDRE CONSTANTINO - Não poderia perder esta oportunidade para deixar uma palavra de solidariedade, de força, para com as pessoas infetadas com o COVID-19 no concelho e para todos que de uma forma ou de outra viram a sua vida afetada por esta pandemia.
A todos muita força e coragem.
Tenho esperança que iremos ultrapassar este momento e iremos ficar bem.

DIFERENDO ENTRE TRÊS FUNCIONÁRIAS DAS CANTINAS ESCOLARES E A CÂMARA MUNICIPAL DE MANGUALDE

Nas últimas semanas, veio a público a notícia que a Câmara Municipal de Mangualde tinha impedido três funcionárias das cantinas escolares das Escolas Ana de Castro Osório e Gomes Eanes de Azurara de ocupar os seus postos de trabalho, em virtude da transferência de competências na área da educação.
De referir que, no âmbito da transferência de competências, a gestão das cantinas deixou de ser da responsabilidade da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE) que celebrava contrato com empresa que fornecia as refeições, e passou a ser da competência da Câmara Municipal.
No seguimento do exposto e após contarmos a Câmara Municipal, foi-nos remetido o seguinte esclarecimento:
“Relativamente à notícia sobre o facto de a Câmara Municipal de Mangualde impedir as trabalhadoras das cantinas das escolas EB Ana de Castro Osório e EB Gomes Eanes de Azurara de ocupar os seus postos de trabalho, urge esclarecer o seguinte:
- Em 28/6/2017 foi celebrado um contrato entre a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE) e a empresa ICA, na sequência de um concurso público desenvolvido ao nível nacional, destinado ao fornecimento de refeições confecionadas, sendo os refeitórios daquelas escolas o local onde esse fornecimento seria entregue;
- A duração desse contrato seria (e, efetivamente, foi) de 1/8/2017 a 31/8/2020;
- A partir de 1/1/2020, com a aceitação da transferência de competências na área da educação, assumido, ao abrigo do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 21/2019, de 30/1, na sua atual redação, ao Município de Mangualde passou incumbir a gestão dos refeitórios, optando, dentro desses seus poderes de gestão, por assegurá-la através do seu pessoal, e não, eventualmente, contratualizando com empresas privadas esse fornecimento de bens;
- Para esse efeito, em 25/8/2020 foi publicado na 2.ª série do Diário da República o concurso público de recrutamento de cozinheiros e ajudantes de cozinha, a termo certo, com caráter de urgência, uma vez que, contrariamente ao que parece resultar da notícia veiculada pelo Sindicato, só através de recrutamento por procedimento concursal, nos termos da Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas, bem como da Portaria n.º 125-A/2019, de 30/4, poderá este Município recrutar trabalhadores;
- Assim, não corresponde à verdade que tenha ocorrido qualquer “transmissão de estabelecimento” que sustente a tese apresentada pelo Sindicato, motivo pelo qual, dada a inexistência de enquadramento jurídico, o Município de Mangualde não poderia aceitar que, a partir de 1/9/2020 ocorresse qualquer integração das trabalhadoras para o Mapa de Pessoal, uma vez que, enquanto organismo de Direito Público, este Município encontra-se obrigado ao cumprimento do princípio da Legalidade, que inviabiliza a adoção de comportamentos – prática de atos – contrários à Lei, como seria o caso, caso aceitasse aquilo que a empresa tentou impor;
- Assim, também contrariamente ao noticiado, a única expectativa da empresa, relativamente à execução daquele contrato, seria que o mesmo teria início a 1/8/2017 e fim a 31/8/2020, data em que se obrigaram a desocupar os espaços onde os bens/refeições foram, durante a execução do mesmo, fornecidos, incumbindo-lhes, conforme decorria desse mesmo contrato, gerir o seu próprio pessoal – alocando, eventualmente, tais trabalhadoras a outros postos de trabalho, uma vez que o contrato acima referido lhes adjudicou o fornecimento das refeições a todos os refeitórios escolares da zona centro.”

VINDIMAS 2020

12042666_760119384113980_4829480286674769712_n
O resultado duma época de trabalho na vinha culmina com a vindima, que por norma, tem lugar no mês de setembro. Umas vezes, mais no início do mês, outras mais no fim, sempre dependente das condições climatéricas decorrentes.
Falamos com o Engº António Mendes, da Adega Cooperativa de Mangualde, que nos deixou um aspeto geral das vindimas 2020.
A maturação decorreu normalmente, sendo que a ocorrência de altas temperaturas e vento seco na primeira semana de setembro adiantou a maturação. No entanto, as vindimas decorreram na segunda quinzena de setembro como é habitual. O número de dias, neste caso particular da Adega de Mangualde, para a colheita também esteve dentro dos dias habituais tendo decorrido num espaço de 11 dias. Quando questionamos se a COVID 19, influenciou, nomeadamente no número de trabalhadores, as vindimas deste ano, o Engº António Mendes referiu não existirem para já indicadores para avaliar a falta de pessoal na colheita.
Em relação à qualidade, as expectativas para a colheita de 2020 são altas, uma vez que as uvas rececionadas se encontravam num excelente estado sanitário e com uma excelente relação açucar/ácidos. As temperaturas da vindima foram amenas o que também contribui para boas fermentações, daí os resultados obtidos nos primeiros mostos indicarem um excelente ano.
Comparativamente com ano anterior, a campanha deste ano terminou para a Adega Cooperativa de Mangualde com uma quebra de 28% que se deve essencialmente às geadas ocorridas no dia 1 de Abril e em alguns casos pontuais a problemas fitossanitários. Também os ventos referidos anteriormente, contribuíram para uma desidratação do cacho e consequente diminuição de peso.
Os efeitos que a Covid 19 teve na área dos vinhos, particularmente na Adega de Mangualde, também mereceram a nossa atenção, e neste campo, o Engº Mendes referiu que efetivamente existiu uma quebra nas vendas dos vinhos engarrafados. Salientou ainda, que já anteriormente em outras ocasiões se viveram cenários idênticos e houve necessidade de reagir e duma nova adaptação ao mercado. Atualmente a Adega tem controlado a questão dos stocks de vinho e vai acompanhar o mercado para perceber a melhor forma de o valorizar, convertendo-se este aspeto, numa mensagem de esperança e tranquilidade aos associados da Adega Cooperativa de Mangualde.

DR. ALEXANDRE ALVES

Foto Dr. Alexandre Alves
O Historiador - O Investigador

Mangualde pode orgulhar-se deste nome.
Alexandre José Alves Rodrigues nasceu em Mangualde em 8 de Dezembro de 1921, filho de Ernesto José Alves e de Amélia de Jesus Rodrigues.
Foi batizado pelo padre Vitorino Marques, na Igreja de S. Julião em Mangualde, em 21 de Março de 1922. Em 2021 comemora-se o seu centenário de nascimento. Faleceu em 28 de Dezembro de 2008.
Iniciou os seus estudos académicos na Escola Primária de Mangualde. Frequentou o Seminário Médio de Viseu, o Seminário de São José de Fornos de Algodres e o Colégio da Via Sacra em Viseu.
Em 1935/36 frequentou o Liceu Nacional de Viseu (actual Escola Secundária Alves Martins), regressando a Mangualde em 1936 para frequentar o Colégio de São José onde termina os estudos liceais.
Vai para Lisboa e ingressa no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.
Casa em 1 de Dezembro de 1951 na Igreja Matriz de Santiago de Cassurrães com a Professora D.ª Camila Maria Martins natural de Contenças/Gare.
Em breve se embrenhou nos estudos da História. Bebeu na fonte do Abade de Rabaçal e tornou-se investigador.
Desenvolve a sua paixão pela História e pela Arte. Passa os seus tempos livres no Arquivo Distrital de Viseu, onde conhece o escritor Aquilino Ribeiro e em pesquisas na Biblioteca Municipal de Viseu.
Leu e transcreveu milhares de livros e documentos avulsos manuscritos, sem dificuldade dado ser perito em Paleografia.
Contacta com muitos investigadores, marcantes na época, com quem troca informações e reflexões, entre os quais o Dr. Alexandre Lucena e Vale, Director da Revista Beira Alta, que mais tarde substitui, dirigindo a prestigiosa Revista ao longo de 28 anos.
Conhece o Dr. José Coelho, figura maior nos estudos históricos em Viseu. Consulta vários Arquivos (Câmara Eclesiástica, Museu Grão Vasco, Misericórdia de Mangualde e Viseu), onde procura documentação histórica.
Tem acesso a Arquivos pessoais (Casa de Anadia, Maximiano de Aragão), Fundos Paroquiais de Confrarias e de Irmandades.
Com todo este estudo e trabalho trouxe à estampa milhares de documentos inéditos.
O seu fascínio pela História e pela Arte levam-no a conhecer a nossa História e o nosso Património, principalmente da sua terra natal - Mangualde.
Procura evidenciar a sua Província, a Beira Alta, realçando o seu Património e a sua História.
A sua sede de saber, a sua curiosidade levou-o à Etnografia, à Arquitectura e à Arte.
A Arte é tudo - tudo o resto é nada, assim dizia Eça de Queiroz.
Escreveu e deixou uma vastíssima obra. Uma obra séria, escrita com rigor, exactidão e objectividade.
Deixou muitos livros e muitas Crónicas em vários jornais e revistas.
Em 1961 publicou no Jornal Renascimento :- Nossa Senhora do Castelo”. E nos anos de 1961 a 1964 Crónicas intituladas :- “ Mangualde de Outros Tempos”.
Por tudo o que fez pela sua terra - Mangualde- é merecedor de ter o seu nome na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves.
Ao Dr. Alexandre Alves, o nosso Bem Haja
A.F.

MANGUALDE – TURISMO

120107445_2691274281094108_960225760949521408_n
Em 21 de Novembro 2019 na sequência de uma reunião com o Engº Miguel Pais do Amaral (Conde de Anadia), Elísio Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, deu nota de uma grande convergência de visão estratégica para o concelho de Mangualde, tendo resultado, na altura, forte perspetiva de maior abertura do histórico e inigualável património que é o Palácio dos Condes de Anadia.
Agora, na sequência de nova reunião de trabalho no Palácio, o Presidente da Câmara deixa para satisfação dos mangualdenses o seguinte registo:
- O Palácio vai passar a estar aberto o ano inteiro e não apenas metade do ano.
- Os jardins também estão abertos a visitação.
- O Palácio está aberto à realização de provas de vinhos da quinta.
A explorar:
- Fazer escala, a partir do Palácio, alargando a visitação ao nosso património histórico e potenciar maior permanência e geração de valor no nosso território.
- Abertura da mata para visitação.
- Outras melhorias
A realizar:
“Open day” - Dia de visitação gratuita para os mangualdenses que assim o desejem, mediante inscrição (será divulgado quando tiver data estabelecida).
Mangualde uma terra de encantos e oportunidades que todos devem aproveitar.