Arquivo diário: 4 de Janeiro de 2021

EDITORIAL Nº 790 – 1/1/2021

Feliz Ano Novo
De repente o ano velho ficou para trás.
Cruzam-se as taças de champanhe e o fogo de artifício anuncia o novo ano. Bem vindo 2021!
E saiem desejos de Paz, de Amor, de Saúde em todas as línguas e em todos os paises.
Passar um ano é como atravessar uma ponte. De um lado fica tudo para trás, do outro abre-se um novo caminho. Uma espécie de morte e ressurreição. Um caminho aberto, desconhecido, para uma nova vida, uma nova esperança, uma brisa que sopra e nos trás a essência da vida.
Renovar sentimentos, sonhos e esperanças, mas, também de exame ao que fizemos mal, no que falhamos e procurar que seja melhor o novo ano.
Os anos que passamos são a nossa vida e a vida é uma dádiva, uma benção de Deus.
Que não nos falte neste novo ano, o pão de cada dia, o carinho, o amor e a paz. E que não nos faltem as forças, porque é preciso ser forte. Não se nasce forte. Aprende-se a ser forte.
Que todos sejamos melhores neste novo ano, mais humanos, mais dignos, mais honestos, mais verdadeiros no amor e na vida. O tempo é a nossa vida e a vida é todos os dias. O que passou, passou! O tempo não volta atrás.
O novo ano é uma viragem de esperança, de inspiração e de luta pelos nossos sonhos.
O facto de estarmos vivos dá-nos a oportunidade de mudar tudo aquilo que foi mau. Trace as suas metas. Alcance-as.
Transforme cada dia do novo ano numa nova página, memorável, do novo livro da sua vida.
Se agirmos na mesma proporção que pomos nos sonhos e nos desejos alcançaremos mais fácilmente a felicidade.
Que o novo ano nos traga alegria nos rostos, felicidade viva nos corações para que o amor se revele em cada instante.
A chegada de um novo anos trás-nos sempre uma grande diversidade de sentimentos.
Que os saibamos aproveitar. Feliz Ano de 2021.

IMAGINANDO

Parte 86
NÓS SOMOS NÓS PRÓPRIOS ?- Parte 2
Proponho ao leitor rever a parte 85, para que esteja dentro do tema e possa entender o conteúdo no seu todo.
Regressemos aos protagonistas do texto anterior.
Cristina, Miguel, Joana e Pedro.
Começo a observar esta repetição diária e o subconsciente de cada um a dizer.
Sim, é isto que tenho de fazer para poder sobreviver.
Chego a uma conclusão:
Já não estamos na qualidade de seres humanos, mas sim andróides programados para a escravidão e preparados para gerar dinheiro a uma Sociedade que nos obriga a um consumismo desenfreado para que haja lucro, bastante lucro. Este é o deus da Sociedade que a maioria serve e não se apercebe que estão sendo manipulados, bombardeados por tudo quanto é mídia, vivendo a obseção do ter e não SER, alimentando uma matrix que não se importa com nossa qualidade de vida, mas sim controlar-nos para os servir.
Porque os meios de comunicação social, não informam quem realmente somos?
Que somos seres multidimensionais, e a experiência a que nos propusemos foi que nossas consciências atinjam um patamar mais elevado, para adquirirmos paz profunda em nosso interior e possamos distribuir nossa maior riqueza. “O Amor Incondicional”. Amar o próximo como a nós mesmos. Nós viemos para evoluir espiritualmente. Este foi o nosso propósito.
Somos regidos pelas Leis da Natureza e como tal, fazemos parte dela. Tudo o que nos rodeia, somos nós. Somos combinações de sons, cores, musicas, matemática, figuras geométricas, que desconhecemos e necessitamos descobrir. Descobrirmos nossa própria essência.
Há uma longa caminhada e para sabermos quem somos, temos que perceber elementos fundamentais para que o conhecimento venha até nós.
Não somos a Cristina, Miguel, Pedro e Joana, como acima descrevi, mas sim parte da Essência da Cristina, Miguel, Pedro e Joana, que utilizam aqueles corpos para se experienciarem e evoluírem, revendo-se cada vez mais no que realmente são. Não para sermos máquinas impostas por uma matrix. Esse não é o trabalho a que nos propusemos, mas sim darmos vida à nossa multidimensionalidade, pela experiência humana. Sabermos que a passagem por esta Orbe é transitória e há que aproveitar mais uma oportunidade, para que através da evolução consciencial possamos elevar-nos a outras Dimensões.
A propósito, vou contar uma conversa entre um Mestre Tibetano e um famoso engenheiro:
O Mestre fez-lhe a seguinte pergunta:
Quem é você?
Prontamente, o Sr. Engenheiro começou a desbobinar o curriculum para que foi programado. Sou Engenheiro, formado numa das melhores faculdades do meu País, exercendo atualmente minha profissão numa grande Empresa multinacional a nível mundial, estando presentemente no seu País, representando-a para futuros empreendimentos e expansão da mesma.
O Mestre Tibetano, após ouvi-lo atentamente, voltou a perguntar-lhe:
Tirando tudo isso que mencionou:
Quem é você?
Claro que o engenheiro, em função do seu percurso desde o nascimento, foi educado em regras materialistas e não compreendeu que o Mestre lhe queria demonstrar que ele era Uma parte da Consciência Cósmica. Ele não é o Engenheiro que diz ser, mas uma Consciência que vem fazer uma experiência como Engenheiro naquele corpo físico, para levar consigo mais um ensinamento, terminando aquela experiência no acto do desencarne, e retornar ao Ser Multidimensional que é. Exerce aquela função sim, para que essa experiência lhe dê uma riqueza espiritual e pelo Amor incondicional, disponibilize a sabedoria ao serviço do UM. Não veio para dar importância à matéria densa, esquecendo a sua condição de Espírito.
Alexandre “O Grande” quando sentiu a aproximação da sua morte, ordenou aos súbditos três desejos quando partisse:
1º. Desejo-Que fossem os seus médicos a transportar seu corpo até à sepultura.
2º. Desejo-Todas as riquezas fossem colocadas em volta da sua sepultura.
3º. Desejo-Que seu corpo ficasse com os braços abertos.
Após ter proferido tais desejos, justificou a razão:
No primeiro desejo, quis demonstrar que nem os seus médicos o conseguiram salvar da morte, por isso era seu dever transportá-lo até à última morada.
No segundo desejo, afirmou que toda a fortuna que adquiriu nesta vida terrena pelo combate, conquistando e matando seus semelhantes de nada lhe valeram. Ele não a podia levar consigo.
Quanto ao terceiro desejo, quis dizer que partia de mãos vazias.
Este soberano, tal como muitos outros, viveram uma vida de Maya, segundo a tradição indiana, uma vida de ilusão.
Resultado: Nascemos com nada e lutamos uma vida inteira, para obtermos aquilo que nunca levaremos.
Continua

Balanço de 5 anos do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa

Quando Marcelo Rebelo de Sousa (MCR) tomou posse como Presidente da República no ano de 2016, com 52% dos votos dos portugueses, os Portugueses estavam à espera de um mandato diferente do seu antecessor, não esperavam era o folclore que se seguiu.
Em Julho de 2018 MRS reagiu ao alegado desvio de verbas doadas para Pedrogão Grande (incêndios de 2017) dizendo “Há que apurar o que funcionou mal”. No caso de Tancos (29 de Junho de 2017) e a posterior encenação da devolução, aparentemente ninguém sabia de nada. Também, aparentemente, foi devolvido mais material do que aquele que se julgava desaparecido! Já o caso da morte de Ihor, cidadão Ucraniano morto no Aeroporto de Lisboa por inspetores do SEF em Março de 2020, envergonha todos os Portugueses pela inércia e incúria do Estado Português. Em Dezembro de 2020, depois de nove meses de silêncio cúmplice, Marcelo abriu a caça ao Cabrita e depois apontou à Ministra da Saúde dizendo que o Governo enganou os portugueses quanto à vacina da gripe. Só foi enganado se o quis ser.
MCR falhou em muitas das suas competências presidenciais. Tornou dúbia a função presidencial. Banalizou-a e ridicularizou-a. Quando não se poupou nas selfies e nas exposições públicas impróprias e, talvez por vaidade, quis ser um influencer das redes mediáticas, com o argumento que queria ser o “Presidente dos afetos” relegando para segundo plano a sua missão de servir, que deveria sobrepor-se à preocupação com a própria imagem, em nome do povo e do interesse nacional. Narciso não teria feito melhor!
Num esforço evidente de se demarcar dos seus antecessores, Marcelo demitiu-se do dever de recato e contenção nas palavras, garantiu o que não podia garantir, falou e comentou demais e inoportunamente, ultrapassando a sua competência.
MRS não se posicionou de forma concreta e assertiva em relação aos temas estruturantes. Também deveria ter estimulado as reformas do Governo e as mudanças urgentes de que o país necessita. Para Marcelo, estagnação é sinónimo de estabilidade, a mãe do consenso, que tanto lhe interessa como recandidato. Como bem referiu Henrique Neto, “Marcelo nunca contribuiu para que os problemas do país se resolvessem“.
Apesar de ser um candidato natural do centro-direita não faltaram constantes “piscares de olho” à esquerda, por exemplo, em relação à pandemia, aceitou os moralmente ilegítimos “encontros” do PCP e mostrou-se complacente com as decisões da DGS, cujas determinações se têm apresentado mais como fretes ao Governo socialista, do que fundamentadas em conceitos de ordem técnica e científica. Foi muleta do Governo, subserviente e acérrimo apoiante de quase todas as políticas do Executivo, priorizando o “consenso” e não a Nação.
Geriu de forma desastrosa episódios graves ocorridos nas esferas social e política e compactuou com o “desgoverno”, permitindo que se instalasse um sentimento de desconfiança em relação aos órgãos de governação, Administração Interna, Forças de Segurança e Forças Armadas. Foi cúmplice de António Costa na substituição da Procuradora-Geral da República, do Governador de Banco de Portugal e do Presidente do Tribunal de Contas, com nomeações de duvidosa imparcialidade, para lugares que se pretendem independentes.
É neste reality show nacional, com tiques presidenciais, que MRS transformou a presidência numa barraca da feira franca. Dá vontade de dizer “mais uma paragem, mais uma viagem!”

Perspectivas em tempos de Covid 19


Muitas são as personagens que homenageiam e elevam os profissionais de saúde, com discursos eloquentes, colocando um tom emotivo nas palavras. No entanto são as atitudes que deviam servir o exemplo para dar algum alívio para quem está na linha da frente…. Deixo aqui expressa uma opinião de um enfermeiro de um hospital do Porto para demonstrar as emoções que muitos profissionais sentem:
“ (…) Se tenho medo? Acreditem que tenho muito…. Medo de ficar infetado e sobretudo de funcionar como um meio de disseminação da doença - de contagiar os meus colegas, os doentes e a minha família. Todos os dias vemos nas notícias o número significativo de profissionais de saúde atingidos pela doença. É impossível ficar indiferente.
Nesta luta todos os profissionais de saúde, desde médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes operacionais fazem o seu melhor para superar esta pandemia. Combatem diariamente este inimigo invisível, sozinhos e em equipa, com a responsabilidade lado-a-lado com o medo e a exaustão. Somos uma frente unida e estamos todos comprometidos a fazer a nossa parte neste enorme desafio…. Acreditem que é com muito orgulho e com sentimento de missão cumprida que saio do hospital no final de cada turno…pois sei que fiz algo de bom na vida de alguém!
Fico revoltado quando vejo nas notícias autênticas romarias nas ruas, as praias repletas de gente a apanhar banhos de sol, o cão que vai passear 10 vezes por dia à rua, as milhentas caminhadas em grupo e o jogo de sueca com os amigos no jardim…. A melhor homenagem é ficarem em casa com a vossa família e acreditem, que nós profissionais de saúde dava-mos tudo para estar com a nossa. Estes sacrifícios justificam que todos resistam á tentação de sair de casa sem um motivo urgente.
Por outro lado, no meio desta tempestade, surgem pessoas com um coração enorme e um sentido de solidariedade de outro mundo, que nos deixa a todos orgulhosos das nossas gentes. Agradeço a todos os que tem contribuído com comida, material de proteção, alojamento para profissionais e outras inúmeras ofertas que nos chegam todos os dias, tornando esta realidade difícil um pouco mais leve.
Os heróis não somos nós, são os doentes internados num quarto fechado sem visitas das famílias e, para eles, deixo uma palavra de força e de rápidas melhoras. (…)
https://averdade.com/opiniao/2020-04-06-COVID-19-Ser-enfermeiro-no-meio-desta-pandemia, é onde está o original desta reflexão.
Cada ano que passa o desejo é de esperança e boas novas, que este traga mais sabedoria e humanidade nestes tempos de convulsão social e económica.

REFLEXÕES

PATRIMÓNIO CULTURAL (14)
CITÂNIA DA RAPOSEIRA
Esta estória do Património Cultural é tão vasta que me levaria a desdobrar em muitos capítulos tudo o que me parece importante abordar para conhecimento das voltas e reviravoltas do passado. Vou tentando, embora possa sobrepor ideias ou até insistir em factos que me dançam na memória. E procurarei não perder o fio à meada. Estava em escrita anterior a trazer à liça a criação dos organismos oficiais que a partir de 1980 passaram a superintender nos trabalhos da pesquisa arqueológica. Foram realmente fundamentais na estruturação de todos os trabalhos dessa índole a nível nacional e logo assim no apoio à sua concretização neste sítio da Citânia da Raposeira. Aquilo que aqui teve início numa curiosidade imensa de conhecer o que se esconderia sob aqueles terrenos de hortas, lameiros e milharais, deveria tornar-se tarefa de carácter oficial e não apenas fruto do entusiasmo duma Associação (ACAB) ficando assim, como é óbvio, dependente do visionamento Superior e passando também a usufruir como todos os trabalhos deste carácter no país ao direito de ser apoiado fìnanceiramente pela CMM e IPPC. Só assim se tornaria uma estação arqueológica e não um espaço de mera improvisação.
Foi possível então, oficialmente, contar com o apoio logístico da Câmara e alguma participação financeira que iria compor a verba facultada pelo IPPC. Este percurso só foi iniciado quando já em 1986 se descobriram testemunhos suficientemente importantes. E assim, depois de muito labutar a revirar terras e a perder serões na elaboração do processo legal da actividade, sentímo-nos verdadeiramente motivados para nos lançarmos nesta tarefa sabendo que ano a ano se tornaria cada vez mais desgastante. Com as campanhas de 1986 a 1990 puseram-se a descoberto as principais estruturas, restos de muros e pavimentos que nos possibilitavam a visualização daquilo que se estava a definir como uma enorme habitação com os seus anexos. Foram campanhas de muito trabalho. Em cada mês de junho abriam-se inscrições para alunos do ensino secundário acima dos dezassete anos participarem em regime de voluntariado (contando sempre com uma pequena semanada, em dinheiro, para manterem o entusiasmo). E, depois do primeiro tempo de experiência, este campo arqueológico passou a campo de férias para os intervenientes, embora o trabalho fosse bem duro, era de certo modo original para o grupo de jovens, os quais para além do suor que o sol de Agosto lhes fazia escorrer era também um período de alegre e são convívio. Ainda os recordo a meio da manhã a gritarem “é malta! Hora da “Bóia”! Esta da “bóia “ foi divinal! E todos largavam as ferramentas numa corrida para a sombra das árvores, de farnel na mão! Belos tempos‼ Se algum deles ler estas memórias com certeza se emocionará, penso eu. Foi no tempo mais belo da sua juventude. Hoje já vou encontrando alguns, por aí, com os seus cabelos brancos a despontar… que direi eu!!!
Dezembro 2020

SANFONINAS

Que grande seca!…
Pronuncie-se ‘séca’, vocábulo que tem dois significados principais: o meteorológico, falta de chuva, e o do dia-a-dia, amiúde usado na nossa juventude (e não só!) quando o senhor fazia um discurso que nunca mais acabava e não usava formas de nos chamar a atenção: «ca ganda seca!»…
Neste aspecto – como noutros, obviamente – há que seguir os ensinamentos de Cristo: o pessoal só compreende se lhes falares terra-a-terra, se lhes souberes contar uma história! Não foram isso as parábolas evangélicas? E não estamos nós sempre a referir-nos à parábola do filho pródigo ou à do semeador?… E o que são as fábulas dos senhores Esopo, Fedro e La Fontaine? Pequenas histórias com uma ‘moral’ no fim!
Achei piada ao meu ortopedista, outro dia, quando – para me explicar os exercícios que deveria fazer para retomar a motricidade do braço direito – me falou em «mexa a sopa da esquerda para a direita e depois ao contrário», «varra a cozinha», «limpe o pó à secretária!». E fazia os gestos correspondentes. Não vou esquecer.
Sem histórias, um discurso é uma seca. Isso mesmo eu tentei explicar ao Provedor do Ouvinte da Antena Um neste Verão. Depois do noticiário das 9, havia sempre um minuto de conversa ou, se calhar mais, com um senhor da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Coitado do senhor! O que vale é que não era sempre o mesmo. O mesmo era sempre o que vinha no papel: as perguntas do jornalista e as respostas correspondentes. Ele era proibições disto e daquilo, ele eram recomendações da mais variada ordem para não se perturbar o combate ao fogo!… A gente já nem ligava e via-se mesmo que ambos os interlocutores já estavam fartos daquela lengalenga.
Ora, se de permeio viesse a história do incêndio do dia anterior, provocado por uma máquina ou por um cigarro, a história do bom combate havido há dois dias, porque a população alertou a tempo, o ouvinte até dizia: «Deixa lá ver como é que foi ontem e o que é que correu bem ou mal!».
¿E, aqui para nós, os incêndios são devidos a quê? ¿Não explicou já o Prof. Jorge Paiva que, para evitar o que chama de «piroverões» (verões ardentes), o que é necessário é: a re-humanização das montanhas, pôr lá gente; e, «após os incêndios, arrancar logo a toiça dos eucaliptos e replantar a área com arborização devidamente ordenada»?
Pois.

REGRESSO

VOLTEI … 
Depois de quase três longos meses, sózinho triste e mudo percorri a solidão, agora estou de volta. É verdade que pouco tempo passado depois de ter escrito o último texto comecei a sentir saudade. Aprendi que o tempo não é algo que possa voltar para trás, até um relógio parado trabalha certo duas vezes ao dia. Afastei-me, parei por algum tempo, em retiro ouvia a voz do vento e dos enxurros da água da chuva, montes de sons melodiosos e vales de extasiante silencio. Relaxei e restabeleci-me. Volto confiante com a saúde melhorada. Chegou o momento num palpitante rumor de claridade. Depois deste tempo sem escrever, apetece-me voltar. Sigo agora em frente por caminhos quase sempre compartilhados e de uma origem anímica e perfeita. Ganhei forças para vencer o obstáculo. Os sentimentos vêm e são coragem prá vida enfrentar com mais profundos olhos a saudade. O meu silencio nunca deixou de sempre vos falar e recordar. Perdi-me no tempo e regresso vestido de saudade dos meus amigos leitores. Com a alma lavada a mente e o corpo sãos. Regresso. Não sei por quanto tempo. Enquanto achar que faz sentido. Não sei com que periodicidade. Aquela que a vontade de o fazer der prazer aos meus estimados leitores e a azáfama dos dias e a saúde forem ditando. Só sei que estou feliz por regressar e por voltar a partilhar convosco bocadinhos das minhas vivencias e da minha vida. Saudosas são as imagens das flores, dos nossos campos, do nosso sol esplendoroso, do nosso sol ardente em que nas lavras se limpa o suor á manga da camisa arregaçada até ao cotovelo, da apoteose do sol poente, a neve e a chuva, o bom e o mau tempo, os nossos costumes e tradições, as nossas gentes. O que interessa é que haja cor e alegria, seja nas formas descritas ou noutras. Regressar é poder de novo respirar aquele odor que o húmus vivificante do nosso solo encerra. A minha alegria enorme é a de poder dizer: voltei …

JANEIRO


Tendo terminado o mês de Dezembro, entrámos num novo ano que começa, como todos os outros, com o mês de Janeiro. O ano que findou não deixou saudades, porque a pandemia tolheu os movimentos de grande número de pessoas de quase todo o Mundo. O novo ano significa uma certa esperança, pois sabemos que será ministrada uma vacina que constituirá o começo de um caminho que, embora longo, tenderá a livrar-nos de um vírus que tem feito muitas vítimas e nos tira a liberdade de movimentos.
O próprio nome do mês está em consonância com esses sentimentos de esperança. Se indagarmos sobre a origem da palavra janeiro, verificamos que esse nome foi consagrado ao deus Jano, um deus da mitologia romana, bifronte, ou seja, com duas caras voltadas em sentidos opostos, sendo uma dirigida para a frente, para o futuro, e a outra para trás, para o passado. Os romanos consideravam-no o deus dos começos, das entradas e das saídas. Jano era invocado, antes de outras divindades, no início de um qualquer empreendimento, por ser considerado protetor de qualquer “abertura” das portas dos edifícios, do começo do dia, do mês, do ano, da vida…Celebrava-se o seu culto na cidade de Roma. Com as suas duas caras contrapostas, vigiava as portas da entrada e da saída do Templo e, assim, a entrada e saída da passagem por onde transitavam os exércitos quando iam para o combate. Por isso, as portas que estavam sempre fechadas em tempo de paz, permaneciam abertas em tempo de guerra para que Jano os pudesse socorrer. Em suma, atribuía-se-lhe “poder sobre todos os começos”.
Em Roma existiam muitos santuários de Jano, geralmente nas encruzilhadas. Em sua honra foram erguidos vários arcos. Era festejado, de preferência, no primeiro dia do ano.
Janeiro é o primeiro mês do ano civil tanto no calendário Juliano como no calendário Gregoriano.
A palavra calendário provém do latim calendarium, que era o livro de contas que continha as calendas em que se deviam pagar os juros. O calendário juliano foi introduzido pelo imperador Júlio César no ano 46 a. C. O calendário gregoriano é de origem europeia, sendo utilizado pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII em 24 de Fevereiro de 1582. Entrou em vigor em Portugal na data determinada pela Santa Sé, por força de uma lei promulgada por Filipe I de Portugal. Na transição de um calendário para o outro, foram suprimidos dez dias do calendário juliano, mais propriamente os dias 5 a 14 de Outubro de 1582. Assim, de quinta - feira, dia 4 de Outubro, passou-se para sexta – feira, dia 15 de Outubro.
Ninguém ignora que os anos bissextos são aqueles que são divisíveis por 4. Porém, os anos seculares só são bissextos quando divisíveis por 400. O ano que findou foi, portanto, bissexto.

Página em branco


O novo ano chegou e é para todos sem exceção!
Inicia-se um novo ciclo, a oportunidade de um novo recomeço, renovação dos valores, novas ideias, novos pensamentos.
Abre-se uma nova pagina, em branco, pronta a ser escrita. Começar é a parte mais difícil do trabalho. Quando sonhamos, tudo parece fluir, acontecer sem esforço. Mas uma vez acordados, é preciso vencer os desafios, ultrapassar as dificuldades com determinação, sacrifício, vontade e acima de tudo imaginação. São melhores os sonhos do futuro do que as histórias do passado. Mas não devemos esquecer e deixar de agradecer aos anos passados sem os quais não chegariamos ao hoje. É esta a grande lição da vida, aprender com os erros do passado e nao voltar a cometê-los. São as escadas do passado que nos permitem elevar e chegar ao futuro
O Ano Novo é como um enorme livro em branco, com 365 páginas, para preencher todos os dias com sonhos e desafios. E somos nós que temos que escrever a nossa história. A vida não muda com o virar do ano! Um ano tem 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8.760 horas, 525600 minutos, à espera de serem aproveitados da melhor maneira possível. Aproveitar o nosso tempo, agora, fazer já, porque um dia não vamos ter tempo para fazer o que sempre sonhamos. Os sonhos nunca envelhecem. Estamos sempre a tempo de sonhar um novo sonho.
O conceito de felicidade é acima de tudo um estilo de vida que adoptamos. E talvez seja a hora de mudar. Que o novo ano seja a hora de mudar. Um exercício de reflexão. Definir objetivos e alcança-los! É tempo de procurar viver cada momento com felicidade.
O Novo Ano é para todos, e todos os povos do Mundo têm a oportunidade de celebrar o Novo Ano, com tradições e costumes sui generis, com muita imaginação e por vezes alguma loucura. Que a boa sorte nos acompanhe!
Uma uva passa por cada badalada à meia noite, saltar de uma cadeira com dinheiro na mão, roupa interior nova e azul sao algumas formas de atrair a boa sorte. O fogo artifício e pequenas fogueiras servem para afastar os maus espíritos das casas. Fazer barulho na noite de passagem de ano batendo com as tampas das panelas, atirar louça pela janela ou despejar um balde de água à meia noite, livram-nos das más recordações e das experiências desagradáveis do ano que terminou. Brindar sempre com álcool, dar um mergulho no mar, o toque dos sinos, entre tantas outras crenças, são muitas das tradições que os povos perpetuam na esperança de um Novo Ano melhor, cheio de sorte, saúde, dinheiro e amor.
A melhor maneira de prever o nosso futuro é criá-lo!
Qual a melhor meta para 2021? Ser Feliz.