Arquivo mensal: Setembro 2021

REFLEXÕES

Património cultural 28
Ruinas romanas da Raposeira
Ainda não vou dar por concluída esta série de estórias da História da ocupação romana neste velho território de Azurara. Há ainda espaço para dar luz e cor a situações insólitas, se não aberrantes, que nos passam pela frente. Acabo por manifestar uma certa desilusão que me ficou fruto da falta de entendimento por parte das autoridades concelhias ao longo dos anos em que se desenvolveram trabalhos de arqueologia no concelho. Também não se aperceberam do valor histórico e cultural que lhe tínhamos deixado nas mãos depois de tantas campanhas de escavações extenuantes. Não! Não entenderam nada ou muito pouco. Sei que há muito boa gente por este País, que não suporta a frontalidade, talvez porque estejam habituados a tirar partido dum certo servilismo dos que rastejaram por um qualquer lugar numa cadeira de gabinete. É esta infelizmente a realidade política e social que desvirtua a nossa democracia. Nunca foram, todavia, esses os meus horizontes e por isso faço esta análise com tranquilidade. Assim os anseios de um 25 de Abril luminoso e verdadeiro no desenrolar dos anos portugueses desvanecem-se e a desilusão instala-se. Em 1980 fundou-se a ACAB que conseguiu durante alguns anos demonstrar a sua força na defesa do Património Cultural e Arqueológico concelhio. Era um esteio forte… Mas há um estranho desígnio nesta terra, e talvez não seja caso único – o que se cria por paixão, por dádiva, por amor à causa, não é compreendido ou é aproveitado por outrem para seu próprio proveito…Talvez a orientação dada nos primeiros anos da sua actividade tenha gerado forças contraditórias que a corroeram. Assim a energia desta Associação na defesa do Património e da Cultura foi-se desvanecendo e é pena…Nem ela já tem capacidade de reacção perante as aberrações que se foram e vão constatando com o decorrer dos anos. Assim, também, a compreensão e o apoio que poderia ter sido prestado para ajudar a evitar o abastardamento das ruinas romanas da Raposeira não existiu. Foi pena. Até porque, arquivados nos seus armários ou prateleiras, devem existir muitos documentos escritos (Relatórios e publicações) e muito material arqueológico que lhe era anualmente facultado após cada campanha de escavações. Também isto terá de ser revisto e avaliado…por quem? Mal vai neste concelho uma certa linha cultural que se perde no Horizonte.

RECADO

DA ALDEIA PARA A CIDADE Querida cidade : 
Lavro neste inóspito solo de branco papel leivas de puras emoções , com o coração apertadinho e um nó na garganta que me sufoca . Muitas translações se efetuaram à volta do sol gerando estações de calor e frio e rotações com dias em ondas rítmicas de amor e noites de indecisos sentimentos e tu descaradamente me mentiste . Roubaste-me as minhas crianças na sua infância , idade de oiro , ludribiando a boa fé dos pais com falsas e ilusórias promessas de uma vida faustosa ,trabalho fácil e bem remunerado . Enganaste-os ao mesmo tempo que roubaste o meu futuro . A promessa da sua liberdade como sussurro de vento não passa da camuflagem de uma prisão sem muros num brumoso longe oriental . As minhas crianças brincavam livremente pelas minhas ruas despreocupadas e felizes com as calcitas de peitilho rotas no cu seguras apenas por uma alça porque a outra perdera o botão , a correr atrás de um arco de pneu , assobiando aos canoros passarinhos , gozando uma vida de liberdade e despreocupação . Tu oprime-las no quadradinho dos teus apartamentos , fechados nos seus quartos apegados a inertes jogos virtuais , sem conteúdo nem afecto . Quando descem para a garagem e entram no carro é para serem despejados em gigantescas escolas apinhadas de outros prisioneiros . As minhas crianças trepavam às árvores e corriam por caminhos em terra dura e pedregosa atapetados de calhaus e pedras roladas polidas pelas enxurradas , em direcção aos prados viçosos sob os raios de sol que as penetravam . A sua liberdade sentia-se em cada ofegante respiração deste ar puro e nos batimentos do seu corção . Aliciaste-os com melhor educação , mas aí os meus meninos crescem com medos , fobias e atrofias e demais doenças que tu lhes criaste . Crescem na desconfiança duvidando de toda a gente tentando ultrapassar ou serem mais espertos que os seus colegas ou vizinhos . Aqui as minhas crianças cresciam educadas no respeito aos mais velhos , estimavam-se entre si , cumprimentavam quem passava , sabiam dizer “ bom dia ,” boa tarde ” ou “ uma Santa noite vos dê Deus “ . Preocupavam-se em serem prestáveis . Predominava o puro e verdadeiro amor da liberdade e companheirismo . Aqui os meus meninos não necessitavam de psicólogos ou psiquiatras para tratar maleitas que são exclusivamente tuas , brumas flutuantes sempre próximas . O sábio silencio dos campos era a mais eficaz terapia , sob as bênçãos do sol e beijos de água . Ilusóriamente as pessoas que vivem na aldeia são “ uns atrasos de vida “ . Oh !!!… puro devaneio o teu , pois mal sabes que é apenas a melhor oportunidade para viver e garantirmos a sobrevivência dos nossos recursos naturais , económicos e ambientais . Vivemos o drama do aquecimento global , mas continuas a apinhar milhões de pessoas em reduzidos números de metros quadrados, a poluir espaços , rios e o ambiente ,contemplando serenos de longe a morte do sol . Porém achas uma coisa natural e que está tudo bem . Nós temos a infinitude dos campos e a majestade das montanhas , montes de som e vales de silencio que quando perpassadas pela luz do sol resplandecem como se fossem de oiro. Aqui tudo é mais saudável . Prefiro a minha insignificante pequenez e solidão coberta de brancas nuvens e estrelas hesitantes , que estar rodeado por milhares de pessoas , por carros de luxo , barcos de cruzeiro ou naves espaciais que por essas bandas proliferam como aqui os nossos cogumelos . Somos amantes desta verdadeira liberdade e nesta paz contruída , todos os dias os nossos corações em extase estremecem com o amor dos pinheirais circundantes , dos sítios ermos , dos cerros altíssimos e destes maninhos montes solitários.

SANFONINAS

O sal
Acalenta-me, de facto, esta luz alaranjada. Qual flâmula daquelas que, de pedra, se vêem nas esquinas dos telhados e nos jazigos dos cemitérios. «Candeeiro de sal dos Himalaias». Reza a publicidade, que fui ver depois de a Filipa no-lo haver oferecido, eu nunca tinha ouvido falado: «A cor alaranjada que emite ajuda a criar uma atmosfera equilibrada de tranquilidade, ideal para relaxar, meditar ou se concentrar». Pode ser sugestão, mas até estou propenso a acreditar que neutraliza mesmo esses tais iões positivos, prejudiciais ao organismo.
Ao invés, sobre os malefícios do sal tenho a cabeça cheia, como a de toda a gente: faz mal, não se pode abusar dele, um veneno!…
Do curso de História guardo duas recordações.
A primeira, relacionada com a importância do sal do estuário do Sado, bem posta em evidência pela professora Virgínia Rau – veja-se, a título de exemplo, o livro “Estudos sobre a História do Sal Português” (Editorial Presença, 1984).
A segunda causou-me espécie, porque sempre pensei em sal marinho e as salinas de Rio Maior ainda não haviam entrado no meu imaginário, embora soubesse vagamente da existência de sal-gema. Prende-se com o negócio de tribos da metade norte de África, segundo os Portugueses teriam descoberto: uma tribo trazia uma porção de sal, depositava-o no sítio combinado e retirava-se; vinham os da outra tribo, deixavam o dinheiro e iam-se embora; nunca se encontravam. Se a primeira ficasse com o dinheiro, considerava-se o negócio feito; se não, os segundos aumentava a parada. Era assim, dizia-nos o professor, porque o sal era deveras valioso e o segredo da sua origem precisava de se manter. Aliás, acrescentava, não esqueçam que a palavra ‘salário’ vem de sal, o equivalente a uma porção de sal.
Quanto aos Himalaias, lembram-me sempre o João Garcia, que escalou o Evereste. Quando, um dia, me encaminhava com ele para os estúdios da rádio onde o ia entrevistar, estacou de repente, olhou para a longa antena e perguntou: «Como é que vocês vão lá acima?». Nunca tal me preocupara. E compreendi, mais uma vez, como as ocupações que temos formatam, de certo modo, os nossos pensamentos. E como a presença destes – positivos ou negativos – formatam, queiramos ou não, o nosso dia-a-dia…

Rejuvenescer a agricultura e os agricultores (e contrariar a atração da cidade)


Dentro de um país pequeno como Portugal há uma grande assimetria, tanto na distribuição populacional como na distribuição de riqueza. E é um fenómeno que se tem vindo a agravar com a corrida às cidades e para o litoral, tal como os resultados provisórios dos Censos 2021 vieram comprovar.
Em apenas 20 anos, o mundo evoluiu: a tecnologia desenvolveu-se, a rede de estradas cresceu, a conectividade aumentou… mas é curioso ver que tudo isto incentivou o movimento para as zonas urbanas e para o litoral em vez de o equilibrar.
Quem já percorreu os circuitos pedestres ou a ciclovia em Viseu facilmente se apercebe das centenas de campos agrícolas e /ou matas abandonados. Esta realidade advêm da desertificação e da baixa rentabilidade de pequenas e médias explorações do sector primário o que conduz ao desinteresse e abandono das explorações. Mas a crescente empresarialização e profissionalização deste sector, no entanto, pode trazer alento a este cenário, sobretudo no setor vitivinícola.
O potencial agrícola de Portugal e a sua importância ficaram bem marcados neste dois últimos anos de pandemia. Valores de empreendedorismo e sustentabilidade são essenciais a uma sociedade inclusiva e próspera e devem ser incutidos nos sistemas de educação para mostrar aos mais adolescentes que a agricultura e a exploração florestal são demasiado importantes para serem abandonados.
Governo e autarquias podem e devem criar incentivos à população jovem, não apenas económicos, mas de envolvimento – deixando claros, desde cedo, os propósitos e os impactos que a sua intervenção pode ter. Mas mais ainda, devem oferecer benefícios fiscais atrativos a empresas e aos jovens para que se fixem no interior. Há também um potencial muito interessante por explorar que assenta em comunidades estrangeiras que procuram a nossa cidade, nomeadamente a comunidade brasileira, que tem um grande tradição agrícola e podia ser mais um fator de atratividade.
Por último, mas não menos importante, é a transformação do mercado de trabalho. Desta pandemia há várias lições a tirar e uma delas é não subestimar as infinitas possibilidades do digital. Tanto autarquias como privados devem aproveitar este momento e incluir este modelo de trabalho nas suas estratégias. Desde estruturas para albergar comunidades de trabalhadores remotos à recuperação de espaços para cowork, são muitas as ideias para revitalizar as zonas menos povoadas.
O desenvolvimento do Portugal rural é uma necessidade fundamental ao crescimento económico do país e à sua coesão territorial. Reduzir as assimetrias é um desafio que nos pode trazer grandes riquezas e que devemos abraçar com entusiasmo. Mas não pode partir apenas de nós, é necessária uma decisão governativa neste sentido. 
Largar o vício da cidade não é fácil, mas é fundamental para caminharmos a passos largos para um país mais equilibrado, mais justo e aproveitado em pleno.

REAL MOSTEIRO DE FORNOS DE MACEIRA DÃO


Recebi com agrado a notícia, publicada no último número do Jornal, que dá conta da visita do Fundador e Presidente da Administração do Grupo Vila Galé ao Real Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão.
Só me lembro de o ter visitado quando ainda era criança, mas tenho acompanhado algumas notícias a respeito do Mosteiro. De entre elas destaco a adjudicação da empreitada da I Fase das obras de conservação, por um valor superior a 400.000 euros.
Pelo Decreto nº 5/2002, de 19/2, o Mosteiro foi classificado como Monumento Nacional, nos limites de Vila Garcia, num vale entre os maciços de Santo António dos Cabaços e de Fagilde, com acesso pelo caminho municipal nº1441 e por um caminho público não classificado com cerca de 600 m junto ao regato das Freiras, a oeste da Capela de Nossa Senhora da Cabeça, freguesia de Fornos de Maceira Dão.
O Mosteiro é muito antigo, tendo sido fundado pelo abade D. Soeiro Teodorniz por volta de 1160. Diz-se que D. Afonso Henriques teria estabelecido e fixado os limites do novo couto, o que significa que ficou a gozar de proteção régia. “Coutar uma terra é escusar os seus moradores de hoste, e de fossade, e de foro e de toda a peita”. Quer dizer, o couto tem, entre outros, o significado de território imune por efeito de uma concessão régia.
Para a sua localização foi meticulosamente escolhida uma planície fértil, junto a um rio, permitindo não só a meditação, por ser um local sossegado, mas também o sustento dos monges. A este respeito, podem ler-se algumas passagens do livro “O Padre Costa de Trancoso”. O seu autor, Santos Costa, descreve a condenação do Padre Costa, por ter gerado 299 filhos em 53 mulheres e a sua condenação à morte “arrastado pelo rabo de cavalos e ao esquartejamento do seu corpo”. Porém, o Rei D. João II, concedeu-lhe o perdão, obrigando-o a “sair para mais de cinco léguas e professar a ordem secular e sem hábito de um Mosteiro do bispado de Viseu”, o convento das terras de Azurara, por se situar isolado “das tentações mundanas”.
Quando se dirigia às terras de Azurara, parou na povoação de São Cosmado para beber água numa fonte de chafurdo e perguntou qual o melhor caminho para o Mosteiro de Maceira Dão. Um camponês, que disse ser de Moimenta, acompanhou-o ao seu destino.
A respeito da vida do Mosteiro descreve, além do mais, o seguinte: “encontravam-se 11 monges brancos ou bernardos e 1 noviço. Vestiam hábito de lã, de cor branca, com mangas, capeirote e cogula. Por conta do Mosteiro havia 12 criados residentes, 100 ovelhas nos pastos, 4 juntas de bois, duas mulas de sela e 3 machos”. “O celeiro e a adega…estava bem recheado com toda a espécie de géneros necessários à manutenção da comunidade”. “Os bens do Mosteiro atingiam à volta de mil e seiscentos “números” ou folhas rústicas”. “Muitas das propriedades encontravam-se em limites de outros concelhos, como os de Algodres, Besteiros Folgosinho, Melo, Gouveia, Manteigas, Penalva, Sátão, Tavares, Trancoso, Viseu e Vouzela”. “Os bens estavam avaliados em 75 mil reais e as rendas constituíam uma boa receita, capaz de assegurar o sustento dos frades”.

A nova Revolução Industrial


Desde a descoberta do fogo, a invenção da roda e o desenvolvimento técnico da agricultura, que podemos falar em evolução, mas a primeira revolução industrial teve início apenas há 180 anos. A transição dos métodos de produção artesanais para maquinaria, os novos processos de produção de ferro, o uso da energia a vapor, a substituição da madeira pelo carvão, entre outros desenvolvimentos, marcaram a revolução industrial. Seguiu-se a adoção de barcos a vapor, navios, ferrovia e o crescente aumento das fábricas e da produção em larga escala, o que impulsionou fortemente o crescimento económico, sendo mesmo considerado o evento mais importante na história da humanidade.
A evolução continua. Seguem-se agora as cidades inteligentes, um mundo tecnológico, sempre ligado e que se move a alta velocidade. A introdução da quinta geração móvel vai permitir ligações rápidas, respostas imediatas e maior qualidade na informação. Considera-se que o 5G será o catalisador de uma nova revolução industrial.
Para ajudar a perceber como se concretizam todas estas transformações, a NOS partilhou já alguns exemplos do que poderá mudar com o 5G no setor do turismo. “O turismo será um dos principais setores a transformar-se com o 5G – desde a reserva de um hotel, às viagens de avião e à forma como conhecemos uma cidade ou País.”
A simples reserva de uma viagem num smartphone, a existência de robôs no aeroporto, que auxiliarão no check-in, à segurança do terminal, à limpeza e até entrega de comida, bagagens com sensores e mapas interativos, tudo contribui para um embarque mais rápido e tranquilo. Durante a viagem de avião, um melhor acesso à Internet ajuda a passar o tempo, principalmente em viagens longas.
Já no Hotel, o Wi-Fi também será melhorado, mesmo com lotação máxima. Regular a temperatura do ar condicionado mesmo antes de chegar ao quarto, entrar sem necessidade de cartão e ter disponível para consulta informação útil e personalizada ao gosto do cliente, também será uma realidade.
As barreiras linguísticas também vão desaparecer com a tradução automática de voz. Vai ser mais fácil encontrar um destino a visitar com informação precisa, mesmo em locais pequenos, receber sugestões de pontos de interesse na zona no smartphone e aceder à informação de transportes em tempo real. E como a informação é instantânea, a mobilidade urbana também vai beneficiar da nova tecnologia, permitindo uma gestão eficiente do trânsito e dos transportes. Futuramente, carros sem condutor facilitarão as deslocações dos turistas.
Através de apps será possível consultar os tempos reais de espera nos locais de interesse turístico e estes podem também gerir melhor a sua ocupação. E quando se tratam de ruinas, a realidade virtual e aumentada, permitirá revelar a construção existente no passado, bastando para isso apontar o telemóvel para o local. As visitas virtuais tornam possíveis as viagens mais improváveis ou aquelas que apenas conseguimos fazer à distância.
Se tudo isto parece ficção e apenas estamos a falar do sector do turismo, existe um mundo de outras aplicações possíveis noutros sectores de atividade à espera de serem descobertos.

CONSULTÓRIO

ESTE CALOR DE VERÃO!
Estamos quase no fim de Agosto mas o tempo continua bastante quente.
Um Verão que começou hesitante, mas que, agora, parece que não se quer ir embora!
Por isso devemos manter todos os cuidados para nos protegermos do excesso de calor e de nos preocuparmos, mais do que nunca, com as crianças e os idosos.
E quem sofre mais com o calor excessivo?
Os mais sensíveis à acção do calor são as crianças, os idosos, os doentes obesos e as pessoas que estão sob medicação crónica, em particular se se reúnem as seguintes condições: ambiente muito quente, actividade física intensa e pouca ingestão de líquidos.
Quais os sintomas?
Entre os primeiros sintomas encontram-se: enjoo, dor de cabeça, fadiga e náuseas.
O problema pode assumir maior gravidade se a pessoa, recentemente, teve diarreia ou vómitos, devido à elevada perda de líquidos que estas situações ocasionam.
Depois, a pressão sanguínea pode começar a baixar, os desmaios surgem, o pulso pode tornar-se mais débil, as pupilas a ficarem dilatadas e o doente apresentar palidez cérea.
A temperatura do corpo pode ultrapassar os 40º centígrados.
O que se deve fazer?
Aos primeiros sintomas de enjoo e desvanecimento, recomenda-se conduzir a pessoa para um lugar fresco, abrigado do sol, ficando deitada e com as pernas levantadas. Nunca sentada!
Depois devem administrar-se bebidas que favoreçam a rehidratação, como um café com água e açúcar, ou água com sal (uma colher de chá por cada litro de água). Deve tomar-se atenção ao estado de consciência do paciente pois, se estiver pouco consciente, pode engasgar-se e aspirar os líquidos para a árvore respiratória.
Uma vez que a temperatura corporal pode ultrapassar os 40ºC, é importante baixá-la com panos molhados em água fria ou colocando bolsas com gelo na cabeça, por curtos e repetidos períodos. Se isto não for suficiente, deve despir-se a pessoa e tentar banhá-la em água fria, mantendo-a fresca e molhada até que a temperatura regresse à normalidade.
A pessoa deve ficar em observação até à normalização dos sintomas.
Quando enviar ao médico ou a um serviço de urgência?
Se a pessoa é bastante idosa e padece de alguma doença cardíaca, apresenta cansaço e mal-estar pelo calor.
Se sofreu de desmaio, se tem pulso débil, pupilas dilatadas e/ou palidez.
Se necessita de administração de soros, de monitorização regular e cuidada da temperatura corporal, do ritmo cardíaco, pressão sanguínea e ritmo respiratório.
Prevenção
Evitar a exposição prolongada a temperaturas altas.
Ingerir muitos líquidos, de preferência contendo sais minerais, ou ligeiramente açucarados.
Se existir um factor de risco, ou sofrer de doença cardíaca ou respiratória, ter cuidado com as actividades em clima quente. Descansar periodicamente e beber muito (em poucas quantidades de cada vez!).

“VERÃO ESTRELAS” TEVE LUGAR NA SERRA DAS POUSADAS, COM CONCERTOS E SESSÕES DE OBSERVAÇÃO DO UNIVERSO ATRAVÉS DE TELESCÓPIO


O Município de Mangualde promoveu no fim de semana, de 6 a 8 de agosto, o evento “Verão Estrelas”. Realizado pela primeira vez este ano, “Verão Estrelas” realçou a beleza natural da Serra das Pousadas, em Guimarães de Tavares, o ponto mais elevado do concelho de Mangualde, tornando-a palco de três noites memoráveis com artistas locais de grande valor: Zé Júlio Figueiredo, Miguel Rodrigues e Francisco Sales. O evento contou com a presença de várias entidades do concelho.
O momento incluiu também sessões de observação do Universo através de telescópio, e projetadas em vídeo led, acompanhadas pelas sábias palavras do Professor Ângelo Fernandes, membro da Academia STEM Mangualde, que encantou o público com as suas explicações sobre o que estava a ser observado. Foram três aulas de astronomia que enriqueceram todos os presentes. Os participantes receberam ainda um kit oferta da União das Freguesias de Tavares que incluía uma chávena alusiva ao evento, onde no final da noite puderam tomar um acolhedor chocolate quente.
O projeto “Verão Estrelas” foi uma iniciativa do Município de Mangualde, promovido no âmbito do Projeto Intermunicipal “Cultura no Dão” cofinanciado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A organização esteve a cargo da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, que contou com a colaboração da União das Freguesias de Tavares e com a parceria da Academi@ STEM Mangualde.
O Município de Mangualde e a Biblioteca Municipal de Mangualde agradecem a todas as pessoas e entidades que ajudaram na organização e execução deste evento, nomeadamente, à equipa da BMM; Academia STEM na pessoa do Professor Ângelo; União das Freguesias de Tavares; Unidade Local da Proteção Civil da União das Freguesias de Tavares; Bombeiros Voluntários de Mangualde; Técnicos de som e luz da Ritmos Admiráveis, António Ferreira (Voz off), e a todos individualmente que tornaram possível a realização deste evento.
ACADEMI@ STEM MANGUALDE
A Academi@ STEM Mangualde é também um projeto promovido pela Câmara Municipal de Mangualde, através da CIM Viseu Dão Lafões, no âmbito da “Promoção do Sucesso Educativo Viseu Dão Lafões”, inserido numa aposta direcionada para “Apoiar os Contextos Educativos e Práticas Pedagógicas de Sucesso”, mas também um referencial para o planeamento de projetos com forte cariz local.

Biblioteca ambulante leva livros às aldeias da União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta


“LIVROS SOBRE RODAS” é um programa de cedência de livros aos fregueses da União das Freguesias recuperando o modelo das Bibliotecas Itinerantes
A Junta da União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta, ativa mais um serviço de proximidade, “LIVROS SOBRE RODAS” levando a toda a comunidade o livro, a informação e a recreação.  O projeto baseia-se na promoção e no desenvolvimento do gosto pela leitura e incremento do nível cultural dos cidadãos.
“LIVROS SOBRE RODAS” é um programa de cedência de livros aos fregueses da União das Freguesias de Mangualde Mesquitela e Cunha Alta recuperando o modelo das Bibliotecas Itinerantes.
Todas as segundas, quartas e sextas-feiras, a carrinha da Junta de Freguesia vai percorrer as aldeias da União das Freguesias, para promover o empréstimo de livros. A cedência dos livros será feita mediante o preenchimento de uma ficha de empréstimo e todo o processo adoptará as medidas de segurança sanitárias recomendadas pela DGS.

PLANO INCLINADO

Censo 2021
O Censo realizado em Maio de 2021, cujos resultados foram conhecidos no final do mês de Julho, são preocupantes.
É o retrato da decadência de um país. O Interior é preocupante. Está numa situação de “não retorno” no despovoamento.
Portugal nos últimos anos perdeu 220.000 pessoas, 2% em relação a 2011. E o resto do País também seguiu o mesmo trajecto, com raríssimas excepções, que não compensam a perda de população.
Debrucemo-nos sobre o nosso Concelho, Mangualde, no interior de Portugal, que pertence ao Distrito de Viseu.
Concelho de Mangualde
Para o estudo deste Concelho socorremo-nos dos dados oficiais, já publicados pelo Instituto Nacional de Estatística e pela Pordata (projecto da FFMS, base de estatísticas), que são os verdadeiros e não podem ser de forma alguma desvirtuados, porque são estes e não outros.
Consultamos também um estudo feito por Organismos Oficiais de Mangualde, em 2020, em que está incluída a Câmara Municipal e que também não deixam dúvidas sobre o estado actual do Concelho .
Diagnóstico Social do Concelho de Mangualde em 2020
A dinâmica demográfica do Concelho de Mangualde é sobretudo marcada pelo declínio populacional, pelo acentuado envelhecimento populacional, por mudanças ocorridas ao nível das estruturas familiares que sinalizam novas formas de vida em família e por um saldo migratório negativo, já que os residentes estrangeiros estão a abandonar o Concelho.
A população estrangeira com residência legal era em 2011 de 447 pessoas e em 2018 de 301, isto é, menos 46. Não encontramos dados actuais.
A sua proveniência era sobretudo de países europeus, por exemplo Ucrânia e do Brasil.
O decréscimo foi de -32,7%, muito superior ao verificado no Distrito de Viseu.
É esta a conclusão a que chega o supracitado estudo que referimos.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística e do Pordata a população do Concelho de mangualde era em 2019 de 18.564 indivíduos, sendo 9.615 (51%) do sexo feminino e 8.949 indivíduos do sexo masculino.
A População do Concelho de Mangualde decresceu desde 2011 ( Censo 2011), até 2019, oito anos, 1.372 habitantes. E neste último Censo em 2021, continuou a sua tendência decrescente, já que o Censo de 2021, deu 18.294 habitantes, menos 270 habitantes em cerca de dois anos.
O Emprego no Concelho de Mangualde
O emprego é uma vertente importante para a análise das condições económicas de uma Região.
É um meio privilegiado para a inclusão social pois constitui a principal fonte de rendimento das pessoas que trabalham e garante os meios essenciais para se possuir o mínimo de condições de vida.
A população empregada no Concelho de Mangualde é de 4.191 Homens e 3.169 Mulheres.
As Mulheres ainda continuam a ter mais dificuldades no acesso ao trabalho.
A evolução do emprego no Concelho de Mangualde deu-se para o Sector Terciário (Serviços), pois o Sector Primário (Agricultura) diminuiu.
Em 2001 a população empregada era de 8.656 pessoas. Em 2011 passou para 7.360.
O Concelho de Mangualde em 2017 tinha 1.939 empresas com Sede no Concelho.
As suas exportações eram de 396.885€ e as importações de 549.250€, isto é, um saldo negativo de -152.364€.
Os reformados são cerca de 5.189. Em 2011 existiam 1.189 pessoas desempregadas. Não encontramos números para 2021.
Entre os Organismos Oficias, a Câmara Municipal tem 256 funcionários, 149 Homens e 107 Mulheres.
Em 2018 Mangualde tinha 9 Instituições Bancárias e empregava 44 pessoas.
E havia 21 terminais Multibanco.
No Sector da Saúde Mangualde é o Concelho do Distrito que tem menos médicos por mil habitantes (1,9 / 2018).

O Plano Inclinado
A Região da Beira Alta, montanhosa, tem o seu ponto mais alto na Serra da Estrela, que atinge os 2.000 metros de altitude.
Daqui escorrem os rios para o mar dada a inclinação natural do terreno.
E atrás dos rios vão as pessoas, abandonando as suas terras, quase por tropismo, à procura das condições de vida que lhe não são dadas nas suas terras de origem.
Este fenómeno, esta atracção é quase natural e não havendo políticas nacionais, nem locais a sua tendência é para aumentar.
Estes movimentos populacionais, está estudado, são tão prejudiciais para as terras de onde partiram, como para as que os acolhem, pois estas não estão preparadas, não têm estruturas para os acolher condignamente.
Por isso Portugal, por falta de políticas apropriadas vai esvaziando o seu interior, que se despovoa e se desertifica.
No caso concreto do Concelho de Mangualde, que fica no sopé da Serra da Estrela, a tendência para a desertificação tem-se vindo a acentuar.
No ano de 1950 atingiu o seu máximo populacional, 25.340 habitantes.
Desde esse ano tem vindo constantemente a perder habitantes. O Censo elaborado em Maio deste ano de 2021 deu para Mangualde uma população de 18.294 habitantes.
Feitas as contas nestes últimos 71 anos o Concelho de Mangualde perdeu 7.046 habitantes o que equivale, mais ou menos, à população que vive na Cidade de Mangualde. É como se a Cidade se despovoasse. Ora isto, esta saída de habitantes, não é grave é gravíssima. E tem tendência a continuar, como se verifica entre o ano de 2011 e 2019 o abandono foi de 1.316 habitantes e entre 2019 e 2021 de 270. Tudo somado o Concelho perdeu em 10 anos 1.586 habitantes.
Património Histórico do Concelho
A história de Mangualde remonta às comunidades agro-pastoris do Neolítico, cujos testemunhos nos chegaram através dos monumentos funerários, monumentos megalíticos e nos achados de pedra polida ou trabalhada.
A pegada humana fez-se sentir e deixou as suas marcas, nos Dólmens, nos Castros, nas “Villas” romanas, Castelos e Torres medievais, Igrejas e Capelas, Solares, Alminhas, Cruzeiros e Edifícios rurais.
Este Património Cultural que liga o passado ao presente é muito abundante e importante para o Concelho de Mangualde.
Junta-se a este Património um outro não menos importante, o Artesanato, a Gastronomia, os Vinhos, os Queijos, os Doces conventuais e as Frutas.
O importantíssimo Sector dos Vinhos, a Marca Dão, com as suas castas tintas,Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro, Tinta Roriz e as brancas Encruzado, Bical, Cerceal e Malvazia Fina, são fundamentais para o futuro deste Sector tão promissor.
Medidas para contrariar este Plano Inclinado
As cidades da Beira interior estão a procurar inverter a desertificação.
Na cidade da Guarda vai nascer o primeiro “Porto Seco” do País. Aproveitando a sua proximidade a Espanha e à maior Fronteira nacional, Vilar Formoso, o cruzamento de duas auto estradas, A25 e A23 e duas Linhas de Caminho de Ferro, Linha internacional da Beira Alta e Linha da Beira Baixa, é de facto um local privilegiado para construir este “ Porto Seco”.
Beneficia do apoio do Porto de Leixões/Viana que pretende alargar a sua área de influência e de um investimento de 2 milhões de euros.
Este grande empreendimento no interior pretende criar vantagens a nível social e económico, aumentar a competividade das empresas da Região, criar emprego no interior, alargar o acesso à intermodalidade com poupanças significativas, reduzir os custos de armazenagem e paralização, reduzir os tempos de transporte, agilidade aduaneira, e muitas outras valências.
Por seu turno, Viseu está a lançar o “sonho” de Almeida Henriques com a criação da Zona Empresarial de Lordosa.
Nelas, ao lado de Mangualde investe na sua Zona industrial comprando em 2021, uma área de 26.000 m2 para ampliação da sua Zona Industria. A Zona Industrial de Nelas tem agora 65 hectares, comprados nos últimos 5 anos.
Tondela ampliou a sua Zona Industrial em 2020 com um investimento de 3 milhões de euros.
Mangualde parou no tempo. Anuncia em 2019 um grande projecto para a Criação da Zona industrial de Fagilde, aprovada pela CCR do Centro, uma investimento de 4,5 milhões de euros e que não passou de uma promessa eleitoral feita no último dia das eleições Autárquicas de 2019. Uma grande Mentira … Passaram 4 anos e nem um pinheiro foi cortado na anunciada Grande Zona Industrial, anunciada com pompa e circunstância, para muito breve, porque havia imensos investidores interessados.
Para onde foram esses investidores?
O Sector Turístico em Mangualde
O Concelho de Mangualde dispõe de uma capacidade hoteleira, 1 Hotel, 1 Estalagem, 4 Alojamentos Locais e 4 em Turismo em Espaço Rural.
Tudo isto dá 461 camas de alojamento.
Uma análise mais pormenorizada dá como principais clientes os turistas portugueses em larga maioria, os franceses, alemães e espanhóis.
O Concelho de Mangualde nunca aproveitou ter a principal Auto-Estrada internacional a passar junto da cidade. Mesmo à Porta…
Em cerca de 20 Kms que a Auto Estrada toca no Concelho, não há um único painel a chamar a atenção para a sua oferta turística. Tem fundamento ter um Painel na Ponte de Fagilde a indicar que começou o Concelho de Mangualde, e outro nas Chãs de Tavares a indicar o mesmo. E no Nó de Mangualde é indispensável. Desta forma os turistas passam a 120 Kms e vão para outros lugares.
Mangualde, através da A25 é o local mais próximo da Serra da Estrela. A Serra da Estrela é dos poucos Destinos Turísticos do Centro do País. Não há uma indicação…
Um Destino Turístico, para quem não sabe o que é, é um local onde existe uma coisa que para se ver tem de se ir lá. É o que acontece com a Serra da Estrela, o único local em Portugal onde há neve e estruturas preparadas para a sua usufruição.
Portanto justificava, na Auto Estrada A25, uma placa indicativa da Serra da Estrela.
Acresce ainda que este Destino Turístico é de Inverno, altura da baixa do turismo de Sol e Praia.
Uma distração completa!
A Industrialização como motor de arranque da Economia
Só a industrialização pode tirar Portugal da crise económica em que vive.
O Sector do Turismo tem sido a alavanca nos últimos tempos para o nosso desenvolvimento e para o PIB.
Mas, o turismo é uma indústria sazonal, dependendo de muitos factores, imprevisíveis e por isso corre mais riscos do que o Sector Industrial.
Mangualde tem de apostar forte no seu Parque Industrial. Mangualde não tem propriamente uma Zona Industrial.
Tem indústrias que se localizam no Concelho. Uma Parque Industrial é outra coisa bem diferente.
É uma plataforma de Serviços, onde os terrenos são Camarários, para poder fazer uma política de preços, escolha de empresas. Tal como no Turismo, onde é menos importante a quantidade, mas sim a qualidade dos turistas, nas empresas também tem de haver a escolha, as melhores, as que incorporam maior valor acrescentado, mais tecnológicas e que não venham pagar ordenados mínimos.