Arquivo diário: 1 de Fevereiro de 2021

EDITORIAL Nº 792 – 1/2/2021

O Mundo volta a sorrir…
O ano de 2021 está a começar, mas os acontecimentos que entretanto ocorreram faz com que os lábios das pessoas deixem escapar um sorriso.
Este débil sorriso, não um riso largo, é um sintoma de alegria e de boas esperanças.
Todos sabemos que não há rosas sem espinhos; mas, porém, às vezes, os espinhos também têm rosas.
É necessário sorrir para que haja estrelas na escuridão, para reunir forças na angústia e ganhar coragem na reflexão.
Por isso, sorriso nos lábios e amor no coração! Sorrir e acreditar no caminho a seguir. O Sol está dentro de cada um !
O ano de 2021 começou com uma boa notícia. O inicio da vacinação contra este virus que nos virou do avesso. O extraordinário avanço tecnológico permitiu descobrir a vacina contra o novo virus em tempo record, mas não precipitado, que vai ter uma boa resposta.
Outro grande acontecimento foi a eleição de Joe Biden para a Presidência dos Estados Unidos. Tomou posse no passado dia 20 de Janeiro num cenário de guerra, em busca de uma paz. Foi a “ Vitória da Esperança sobre o Ódio” ! Para criar um novo dia na América que se reflete em todo o mundo. Uma América, grande e unida.
Num país como os Estados Unidos foi necessário reunir mais de 25 mil forças de segurança para que o acto de posse se realizasse num cenário estranho e assustador. Incrível, nunca visto!
Apesar de tudo, Joe Biden, 46.º Presidente, jurou sobre uma Bíblia ( de sua família de 1893) e leu as 31 palavras :- “ Juro solenemente que cumprirei fielmente as funções de Presidente dos Estados Unidos e farei o melhor que estiver ao meu alcance para preservar e defender a Constituição dos Estados Unidos”. E em boa parte do Mundo, os Chefes de Estado, acrescentam mais três palavras:- “ Assim Deus ajude”. Joe Biden é um Presidente Católico.
Inédito também foi eleger uma mulher Kamala Harris, de descendência afro-americana para Vice-Presidente. O Mundo vai mudando de vagar, mas muda!
O último grande acontecimento, este português, foi a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República por mais cinco anos.
Com a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, terminou a campanha eleitoral, que foi pobre, cheia de insultos, ódio e gosserias. Muita falta de princípios e de educação.
Talvez a campanha mais fraca e com candidatos de duvidosos predicados.
O povo português votou serenamente exercendo o direito e o dever de votar.
Até o tempo deu uma ajudinha, parando a chuva, o Sol apareceu envergonhado entre as nuvens, permitindo que o guarda chuva ficasse em casa “confinado”.
Afinal, terminou bem. E para finalizar, voltando ao início do texto, os Portugueses, pessoas de muito bom senso, costumam dizer :- “ O último a rir é o que ri melhor”!

IMAGINANDO

Parte 88
O Poder do Subconsciente – Parte 1
Analisemos o nosso subconsciente, e após uma profunda observação tentemos compreendê-lo como parte integrante do nosso Universo interior, partícula do Grande Universo Cósmico.
Como ambos são UM, estão em permanente sintonia e isso nos leva a uma certeza: Podemos operar diversos milagres no nosso quotidiano, desde que conheçamos o poder mágico do nosso Subconsciente.
Quando relacionamos porque um tem uma vida maravilhosa aplicando a lei do menor esforço e outro trabalhando arduamente e não passa de uma vida miserável, ou porque um é alegre e outro triste, algo nos faz pensar que sendo todos UM, qualquer coisa não está em sintonia.
O UM É PERFEITO
É um assunto que iremos desenvolver ao longo de alguns capítulos, porque nossa intenção será divulgar a todos os interessados, como interpretar a linguagem do Universo e compreender através de imagens o que elas nos dizem vibracionalmente.
TUDO NO UNIVERSO VIBRA. O UNIVERSO É VIBRAÇÃO
Para que haja uma concretização, terá que haver uma Intuição, ou Fé, porque só através dela podemos formalizar o colapso da Função de Onda.
Iremos ao longo dos capítulos explicar o processo científico de penetrar no reino do Poder Infinito dentro de nós, dando-lhe conhecimento das técnicas simples para usar o subconsciente, e possa concretizar todos os desejos de sua vida para que seja feliz, cheia de alegria e riquezas, utilizando esse poder para remover todos os obstáculos que diariamente surgem na sua frente.
Vamos ensinar-lhe, na nossa perspetiva como rezar, para que sua Oração possa ser atendida. Embora seja uma ajuda sempre presente, não a usemos como parte integrante da nossa vida só em momentos difíceis.
Uma resposta à Oração não se fundamenta naquilo em que acreditamos, mas sim quando a Mente Subconsciente responde ao pensamento da sua mente, porque esta é a soma do pensamento, sentimento e emoção.
A LEI DA VIDA É A LEI DA FÉ.
Devemos perceber que há Uma Mente Comum que tem o poder de operar milagres antesdo nosso nascimento, do surgimento do Mundo ou de qualquer Igreja.
Ela é Não-Local, por estar fora do nosso Espaço-Tempo. É atemporal.
‍Por isso as grandes verdades eternas e os Princípios de vida são anteriores a todas as religiões. Ela transforma todas as crenças limitantes.
Apenas se deve unir mental e emocionalmente a tudo de bom que deseja para si.
No entanto para que se torne realidade tem de persistir até que seu objetivo seja concretizado.
Começemos então por dar a conhecer o grande tesouro que se encontra dentro de nós e baseado na obra de  Joseph Murphy:
Façamos duas distinções; O Homem que tem fé e o que tem medo.
Como Somos o que atraímos pelo pensamento, o que tem fé irá sempre triunfar. E porquê? Ele sabe que dentro do seu subconsciente há um tesouro de grande magia, que opera grandes milagres. A maioria da humanidade desconhece esse precioso tesouro.O que tem medo não tem fé, e procura no exterior uma solução que nunca irá encontrar. Desconhece que ela está dentro de si.
Recordemos a frase escrita no Oráculo de Delphos na Grécia:
Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os seus Deuses, porque se o que tu procuras não encontrares dentro de ti mesmo, tu não encontrarás em lugar nenhum.
TUDO ESTÁ DENTRO DE NÓS E ESTE É O MAIOR SEGREDO QUE PRETENDEMOS DESVENDAR JUNTO DE VÓS. SOMOS UM MICROCOSMO. DENTRO DE NÓS ESTÁ A PARTÍCULA DO MACROCOSMO.
Continua

RELEXÕES

PATRIMÓNIO CULTURAL (16)
CITÁNIA DA RAPOSEIRA
No texto anterior parei no espanto que a tentativa da definição do percurso da GRANDE CONDUTA que, supostamente, passaria sob o caminho rural tivesse dado em nada. Como a sondagem que fizemos ao longo do muro dentro do terreno dum novo proprietário que nos facilitou o acesso, não trouxe à luz qualquer vestígio, contrariando toda a lógica, rogámos-lhe que nos deixasse alargar a escavação para sul na direcção possível daquela estrutura que parecia ter-se evaporado. No terreno havia uma plantação antiga de inúmeras aveleiras que dificultavam a orientação da quadrícula fundamental. Era ponto assente que qualquer trabalho ali realizado não poderia prejudicar as árvores. E já foi bem valiosa esta compreensão dos donos que não impediu a continuação da pesquisa. Fazendo verdadeiras contorções conseguimos marcar o espaço onde poderíamos continuar os trabalhos. Àquele tempo, princípios da década de 90, não era fácil obtermos todos os apoios necessários. Era preciso vencer obstáculos a nível autárquico, dos Organismos Oficiais, da população. Só com muito diálogo e apresentação de elementos comprovativos da importância da descoberta dum bem histórico que poderia trazer mais - valias, tanto na promoção da região, como na área do Saber. O que se estava a descobrir desde 1986 poderia ser encarado como uma riqueza patrimonial sem preço material.
Sempre na tentativa de encontrar a abençoada conduta alargámos a escavação para sudoeste e não mais encontramos os seus vestígios, mas…surgiu um largo empedrado. Pela sua forma convexa levou- nos a pressentir que seria uma espécie de cobertura abobadada de algum vão construído naqueles tempos longínquos. Não foi possível, todavia aprofundar a pesquisa neste ponto. As limitações financeiras da campanha e de tempo não nos facilitou, pelo que tivemos de continuar o estudo à superfície. Porém, algo nos ficou na imaginação – aquele empedrado não seria a cobertura de um depósito profundo para reserva de água? Os romanos sabiam resolver problemas que pareciam irresolúveis. Será que a conduta do lado de lá que nos desapareceu junto ao caminho, não teria sido continuada com tubos ou canadas de madeira que com o passar dos séculos apodreceram, mas ao tempo conduziriam a água para esse depósito? Já nunca mais teremos a resposta a estas questões, porque não tínhamos o poder de decisão plena para continuar. O nosso trabalho e o esforço desgastante nem sempre foi compreendido e isso também nos roubava energias. A capacidade de luta precisa de estímulos exteriores e não ser só o fruto da nossa força interior- mental e psicológica. Qualquer um que observe monumentos, onde quer que seja a sua localização geográfica e a sua dimensão, não consegue avaliar o esforço brutal que alguém desenvolveu ao longo da sua descoberta. Os canais de televisão dedicados à investigação da História da Humanidade, tornam muito clara a enorme e difícil tarefa de qualquer investigador. Continuaremos.

Janeiro 2021

E por falar em vacinas…


É uma redundância valorizar a vacinação, especialmente na época pandêmica que vivemos, quando o incumprimento e as desculpas infundadas são as medalhas dos finórios aversos ao confinamento! A medicina tem os seus limites para promover a qualidade de vida, mas não tem varinha de condão para desparecer toda a angústia e sofrimento provocadas pela rebelião de alguns individuos egoístas que desesperam por estar no domicílio para evitar a dessiminação desta doença que nos assola. Os convívios obscuros, as reuniões de grupo para aliviar a ansiedade são acompanhadas por discursos “O bicho a mim não me apanha!” ou “Só ataca os velhos e já é doente”. A diplomatica resposta que os políticos e personagens com poder de decisão detém sobre este assunto é sempre o mesmo : “Pensem no SNS. Que pode colapsar em poucas horas!”. E qual o retorno? Os resultados do aumento de infetados e mortes associadas são as consequências das recomendações ignoradas por muitos que consideram “um abuso a liberdade individual!”

A ilustração que complementa este artigo foi realizada por Quino, um caricaturista que analisava a sociedade comtemporanea pelos olhos da personagem Mafalda, uma crítica acérrima dos comportamentos humanos que diminuiam a condição racional do ser humano. No fundo o que define o ser humano dos restantes seres da Natureza é a sua racionalidade e valores intrinsecos, que potenciam o Ser Humano. Atualmente, é evidente a falta de empatia coletiva e irresponsabilidade individual que culminam nesta quebra de regras consecutivas. Sugere uma negligência natural para quem é mais fraco e desprotegido; um dessinteresse em quem tem familiares expostos à doença; um egoísmo pela sanidade mental prejudicando os outros!
Confio que milhões de pessoas são cumpridoras e diariamente zelosas por si e por outros, perigoso é quando essas pessoas se sentem injustiçadas pelo dever imposto pelo Estado ao observarem a impunidade de quem acha que só tem direitos e poucos deveres! Que a esperança seja a bandeira dessas pessoas, que na eventualidade de surgirem ideologias radicais, impere a positividade de ver o melhor que há em nós!

A 3ª vaga – o pesadelo português


O galopar dos números de infetados e de mortos deixa-me profundamente chocado. Nunca tive dúvidas de que quando a coisa desse para o torto, quando os números aumentassem, assustadoramente, quando já não houvesse lugar nas morgues, nos hospitais, quando os serviços colapsassem, a culpa era dos portugueses que não cumpriram. Curiosamente, os mesmos portugueses que, em Março, fizeram o milagre em que só os tontos e os imbecis acreditaram. Mas não sejamos inocentes, os jantares e encontros de Natal e Ano Novo tiveram um grande papel no que agora vivemos.
Deixem-se deste simulacro de confinamento.
Não estejam preocupados com os votos.
Façam um controlo rigoroso das medidas, prendam os infratores, se for preciso, fechem o País, se for necessário.
Mas, por favor, de uma vez por todas, com estes números, deixem-se de mediatismos e conferências de imprensa.
Espero que as medidas tomadas pelo Governo façam os efeitos desejados o mais rapidamente possível.
Também não deixa de ser irónico que políticos e/ou os programas televisivos com pessoas sem máscara, apelem a outros para ficarem em casa e protegerem-se segundo as medidas da DGS.
Portugal é o pior país do mundo no aumento de novos casos infetados e o segundo pior em número de mortes, por milhão de habitantes. Depois disto, o que virá a seguir?
Para Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, “dizer que a culpa é dos portugueses é admitir que um Governo não serve para nada. Dizer que a culpa é do Governo é isentar de responsabilidade cidadãos ou grupos de indivíduos que não sabem o que fazer à liberdade.”
Já para Pedro Santana Lopes, a sua preocupação com a governabilidade do país leva-o a refletir que “A expressão Governo de Salvação Nacional está gasta. Será, aliás, mais necessário não ser de salvação, mas sim de emergência. Governo de emergência nacional. Que, no caso, até é mundial. Trata-se de um imperativo de consciência, de um dever moral, de uma obrigação patriótica.”
No que diz respeito ao fecho das escolas para férias escolares, a partir do dia 22 de Janeiro, e o facto de ser sem ensino à distância, é uma decisão puramente política pois permite ao governo não ser imediatamente responsabilizado por mais uma promessa não cumprida, a da entrega dos computadores a alunos e docentes, e permite ganhar tempo distribuindo mais alguns computadores durante estas duas semanas e preparar os Agrupamentos de Escolas para o Ensino à Distância que se avizinha, pois, infelizmente, isto não vai passar em duas semanas.
Nota final:
A vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições Presidenciais, à primeira volta, evita-nos o sacrilégio de mais duas semanas de campanha eleitoral e de uma nova ida às urnas. Valha-nos isso!!!

SANFONINAS

Ser gente
A mensagem que Victor Brito hoje me enviou obrigou-me a teclar esta crónica. Assim num impulso íntimo – sem dúvida, motivado também pelos tempos que ora nos é dado viver.
Charles Plumb, o piloto saltou de para-quedas quando o seu bombardeiro foi abatido na guerra do Vietname, contava a mensagem, que será bastante conhecida já. Feito prisioneiro, só ao fim de largos anos logrou ser libertado. Um dia, já nos Estados Unidos, num café, alguém lhe perguntou:
– Você é Charles Plumb, o piloto que se salvou, não é?
– Sou, como é que sabe?
– Era eu quem dobrava o seu para-quedas! Parece que funcionou bem, não é verdade?
O piloto sentiu um baque. Nunca ligara importância a esse homem que lhe falava agora, tantos anos volvidos, com quem tantas vezes se cruzara e a quem, decerto, nunca dera os bons-dias!…
E surgiu-me, de novo, a história dos meus jovens vizinhos de cabelo multicolorido que me queriam oferecer um bonito banco de jardim: «Sabe, é que vocês são os únicos que nos dão os bons-dias!». Ainda hoje, a sua expressão me arrepia!…
Atropelam-se-me na memória palavras de reconhecimento e palavras de sincera discordância por parte de quem se cruza comigo. O gesto que fez bem, o gesto que marcou negativamente… Amiúde, mera expressão facial, duas ou três palavras… Ficaram na memória. Indelevelmente. Sinto-me responsável. E peço perdão por não ter sido oportuno. E fico contente quando me dizem, como há dias um amigo, ao telefone: «Não te apercebeste disso, mas a tua atitude deu-me alento». E a frase que alguém recebeu: «Bem haja pela sua enorme capacidade motivadora e por aquilo que ensina, talvez mesmo sem o saber».
A nossa responsabilidade enorme de cidadãos.
Evoco de novo aquele instantâneo na ilha Great Abaco, nas Baamas, em Maio de 1989. A equipa cruzou-se com uma senhora. Nós, uns estranhos. Saudou-nos num sorriso: «You welcome!». Sorrimos também. E tenho presente o sorriso do condutor do autocarro que passa pelo meu bairro, quando lhe aceno. E a saudação habitual, em Londres, ao motorista quando se entra no autocarro e lhe agradecemos à saída!… Sim, esse o mundo de comunidade em que eu quero viver!…
No final da mensagem, em que me respondia à pergunta se estavam bem, a minha amiga escreveu: «Tenho saudades de falar com Gente!». Acabei por lhe telefonar, no pressuposto de que… seria gente. E ambos fomos mais gente!

A CRIANÇA E O DIREITO DE BRINCAR


Lembro-me de ter ouvido uma notícia acerca de um pai que, na China, investira muito dinheiro para que o filho aprendesse a pilotar, com êxito, um avião. Preocupado também com o desenvolvimento intelectual do filho, providenciara para que pudesse aproveitar o tempo disponível a resolver exercícios de matemática. E para não descurar o seu aspeto físico levava-o a correr nu pela montanha nevada, com temperaturas que chegavam a descer a 13º negativos. Em suma, preocupava-se com muitos dos aspetos do desenvolvimento do filho, quando este era ainda uma criança com a idade de cinco anos.
Quem recebe a notícia fica não apenas perplexo, mas desenvolve um sentimento de comiseração em relação à criança pelo atropelo aos seus direitos.
A Convenção Universal dos Direitos da Criança foi aprovada em 20 de Novembro de 1989 e entrou em vigor internacionalmente em 1990. Até 1997 foi objeto de ratificação por parte de 191 Estados que a ela aderiram.
A Convenção encara a criança já não apenas como objeto de proteção, mas também como titular de um conjunto de direitos civis e políticos. Pela primeira vez, a criança é tida como titular de direitos e liberdades fundamentais, em que se prevê a necessidade de ser olhada com especial atenção, de modo a garantir o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade num ambiente familiar.
Um desses direitos é o direito de brincar. Hoje é consabido que a brincadeira constitui uma atividade fundamental para o desenvolvimento da criança. Brincar não é hoje considerado como uma pura perda de tempo, entendimento que havia ocasionado inúmeros prejuízos ao desenvolvimento harmonioso das crianças e jovens e constituiu durante muito tempo o principal obstáculo à erradicação do trabalho infantil.
Toda a criança tem o direito de viajar para o “país encantado” que a sua fantasia criar. É por meio do ato de brincar que aprende a conhecer melhor o outro, pois introduz a criança no quotidiano das relações sociais, aprende regras de convivência em grupo. Aprende também a lidar com as frustrações e a ultrapassar os seus limites.
Brincar é essencial para a sua saúde física e mental, faz parte do seu processo de formação como ser humano. Quando brincam as crianças recriam e repensam os acontecimentos da sua vida familiar e comunitária. Interiorizam determinados modelos de adulto, imitam alguém, imitam uma experiência vivida na família ou em outro ambiente, servindo, por vezes, de base o relato de um colega, as cenas vistas na televisão, no cinema ou as narrações de um livro.
Brincar tem uma função social, na medida em que contribui para que as crianças se integrem num determinado grupo, e uma função cognitiva, visto que ajuda o desenvolvimento mental. Por esta via, as crianças interagem com o meio, que passam a conhecer melhor, e desenvolvem a sua criatividade, a sua habilidade, a sua inteligência, a sua imaginação. Além disso, desenvolvem, a sua personalidade e têm oportunidade de se conhecerem melhor a si próprias, enquanto lhes é permitida a comparação com as outras crianças. Enquanto brincam compartilham mais, tornam-se menos agressivas e constroem um melhor relacionamento com suas famílias.
Em suma, enquanto brinca, a criança desempenha os mais variados papéis fictícios. Inventa, a brincar, a forma de executar as mais diversas profissões, de manifestar os seus sentimentos, de praticar vários jogos. Vai até onde a sua imaginação a consegue transportar.
Atualmente, os telemóveis e os computadores são duma importância para o desenvolvimento da criança que não podemos pôr em causa. No entanto, tudo o que é excessivo se torna pernicioso. É bom que os progenitores saibam orientar as suas crianças no sentido de poderem dosear convenientemente a sua utilização.

O LIVRO E A LEITURA


AS PALAVRAS VOAM, O ESCRITO PERMANECE (Verba volant, scripta manent) 

O prazer de ler e a leitura são experiencias fundamentais para a formação do leitor que gosta de ler e que sente necessidade da leitura. Através do livro e da leitura aprendemos a ler e a contar, a escrever e a pensar, a reviver lições da história admirar os avanços da ciência, a conhecer os grandes valores que regem a nossa sociedade. Aprendemos a sonhar os mundos, a alegria de rir e a tristeza de chorar, a tranquilidade de rezar ou a força de amar. Aprendemos a descobrir o que nos cerca e descobrirmo-nos a nós próprios. O livro e a leitura moldam definitivamente a nossa memória e identidade assim como a visão do mundo. Ler não é um mero passatempo, é um alimento intelectual que mantém saudável a mente. O livro é uma fonte de prazer insubstituível de informação. Os livros são objectos pequenos mas cheios de mundo (Romano Guardini). Lemos para aumento do domínio da linguagem e das suas criações, para nos expressarmos melhor oralmente e por escrito. Lemos para criarmos opiniões e tomarmos certas e sólidas decisões, para estarmos mais informados sobre o que nos rodeia, para superar a ignorância e tomar consciência do valor de liberdade de pensamento e da infindável capacidade do ser humano. Lemos para descobrir constantemente a expressividade da linguagem e as suas ilimitadas capacidades metafóricas e simbólicas. Quanto maior são as leituras maior é a capacidade de compreensão, de enriquecimento produtivo da memória. Lemos livros que falam de outros livros num permanente diálogo intertextual. Lemos como hábito silencioso, solitário e íntimo, por obrigação das circunstâncias ou razões profissionais, como simples e melódico passatempo ou como forma de divertimento de evasão espiritual e de refúgio e aconchego. Lemos por amor ao livro como objecto físico e artístico como sol que comungamos de joelhos, por acreditarmos ainda na imortalidade da palavra escrita como brisa que embala o nosso coração perante a inevitável passagem do tempo. Os prazeres e os proveitos da leitura são igualmente diversificados e indispensáveis nos momentos irrelevantes da nossa vida. E num espírito de clara realidade perdemos mais tempo na companhia de computadores, tablets e telemóveis e menos tempo com os livros. Sem livros e sem leitura, vivemos embalsamados num saudoso espírito que chora com a incapacidade de não conseguirmos legar para a posteridade as histórias das nossas vidas. Somos analfabetos mesmo tendo aprendido a ler, meros perfis espirituais ou ilusórios vultos de sonho.