Arquivo diário: 16 de Fevereiro de 2021

EDITORIAL Nº 793 – 15/02/2021

Portugal não pode ficar vazio
Ao atingir os 94 anos o Jornal Renascimento, vai dar um grande passo.
Um passo calculado, mas em frente.
Vai ter uma Delegação na Cidade de Viseu, Capital da Beira Alta.
Alargará não só o seu espaço, como também o seu conteúdo. Mais páginas para texto, mais páginas a cores, mais informação, melhor informação, novos colaboradores.
Anima-nos não só o verso de Pessoa-“ Deus Cria, o Homem sonha, a obra nasce”, como as mensagens recebidas, recentemente, do Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa – “O Jornal Renascimento, uma publicação feita por Portugueses em Mangualde, para Portugueses de todo o mundo”, como a da Senhora Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, quando nos incita a ser “Os ouvidos e a voz de Mangualde, de Viseu Dão Lafões e do nosso Interior” .
Ainda Almeida Henriques, Presidente da Câmara de Viseu que considera “ O Jornal Renascimento pertence a uma classe que defende a região onde se insere, amplificando as necessidades e feitos das suas gentes”, ou Elísio Oliveira, Presidente da Câmara de Mangualde que o distingue como sendo “ Um dos activos comunicacionais do nosso território, que regista, valoriza e partilha a informação local”.
Também Jorge Sobrado ao dizer “ O seu título ( Renascimento) é um exemplo, quanto o projecto de relançamento editorial em que se empenhou recentemente, uma afirmação de resistência e de amor à Região”. Não esquecendo José Perdigão, Grão Mestre da Confraria dos Enófilos do Dão, quando nos agradece-“ Pela longevidade e abertura de espírito, pelo contributo invulgar de perpetuar a memória da escrita, e de ser um espaço, onde qualquer leitor do presente, ou do futuro, tem a possibilidade de renascer”.
E muitos outros nos animam e estão com o Jornal Renascimento.
O Jornal Renascimento faz jus ao seu nome! Está a renascer para uma nova caminhada!
Criará uma página especial para as notícias da Cidade de Viseu. Não demoramos tempo, iniciamos o projecto hoje.
Mangualde será sempre o lugar da sua origem, onde está o seu coração e nunca será esquecida.
Porém, novos tempos e novos desafios se impõem.
A nossa Região, a Beira Alta, se nada for feito, continuará progressivamente mais desertificada e mais abandonada; a chave dará a última volta e fecham-se Serviços, Repartições, Escolas.
As populações, abandonadas procuram outras paragens onde possam governar a sua vida. O estrangeiro ou o litoral. O litoral também sofre com esta afluência, não está preparado, congestiona-se, deteriora-se a sua qualidade de vida.
O que o País precisava era de um crescimento harmonioso. Não há nenhum País que se possa desenvolver com tão gritantes desigualdades.
No fundo falta o Estado, o Estado falhou. A sua ausência e a falta de políticas acertivas.
Não são a deslocalização de Secretarias de Estado que resolve o problema. O Interior não precisa de governantes lá. Precisa sim de pessoas, que trabalhem, de crianças para não fechar escolas, Investimento e Empresas que dêm trabalho e riqueza à Região e ao País. Dar pequenos subsídios é como atirar migalhas aos pobres.
Também não são necessárias criar estruturas intermédias que criam entropias, nada resolvem e não servem para nada. E, são o albergue dos protegidos.
O que faz verdadeiramente falta são investimentos, melhoria de comunicações, ferroviárias, rodoviárias. Acabar com as portagens!
A Cidade de Viseu é um exemplo no interior. Não perdeu habitantes, tornou-se numa das maiores cidades do Interior, hoje com cerca de 100 mil habitantes, lidera uma Região, a Beira Alta, de que é Capital, uma área que vai do Douro à Estrela e tem meio milhão de habitantes.
Apostou forte nas novas tecnologias do conhecimento, tornou-se ou está em vias de ser uma Cidade Inteligente. Foi esta a sua estratégia para a captação de investimentos. Colocar a Inteligência ao serviço de um futuro mais sustentável.
E conquistou o lugar de Cidade com a Melhor Qualidade de Vida. Vive-se bem em Viseu!
O Jornal Renascimento quer fazer parte do progresso, do desenvolvimento, das novas tecnologias da Informação e Conhecimento e abre uma Delegação em Viseu.
Viseu acolheu esta ideia de braços abertos. O Jornal Renascimento saberá agradecer.

IMAGINANDO

Parte 89
O Poder do Subconsciente – Parte 2

Continuação…
Dando continuidade à Parte 1, comece a partir de agora a descobrir o seu maior tesouro,  ser feliz consigo próprio, para com o seu semelhante e tudo o que o rodeia. 
Que também é você.
Ao tomar consciência da potencialidade das profundezas da sua mente, tudo irá tomar forma no mundo exterior.
A sabedoria do seu subconsciente, irá atrair o seu parceiro ideal, o melhor negócio para si, passando a agir com amor e liberdade financeira, porque você tem esse direito.
Terá de entrar nessa frequência. A Frequência da alegria, do Amor Incondicional, Paz e Harmonia desligando-se daquela frequência do ” não sei se posso ter” ou que “o outro é o culpado de tudo o que me acontece”.
Passará da probabilidade, para a possibilidade.
O Universo são infinitas possibilidades.
Terá acesso à cura de seu próprio corpo físico, porque não se deve esquecer que tudo é mental e o poder infinito da sua mente irá proporcionar-lhe o melhor remédio para uma auto-cura, ajudando-o na solução de qualquer problema e consequentemente a causa de cada efeito, libertando a prisão da sua mente, livrando-o dos grilhões materiais e físicos.
Dado o contexto actual que o Planeta atravessa, nada como experimentar o potencial dentro de si. Expanda-o, mantendo sua consciência na frequência da alegria, porque só assim pode entrar nessa vibração. Creia que tudo lhe passa ao lado, porque transitou de uma Dimensão para outra.
Embora tenhamos uma mente, ela tem duas características diferentes:
A Mente Consciente, do Pensamento, que já foi citado em artigos anteriores, é 5% elétrico e a Mente Inconsciente, coração e expressão dos nossos Sentimentos, é 95% magnético.
Para uma melhor compreensão, vamos imaginar que nós somos os agricultores, e vamos plantar sementes, que podem ser boas ou ruins (Consciente-pensamento), num solo onde elas irão germinar e crescer (Inconsciente-Sentimento).
Conforme o produto plantado, assim nascerão as árvores ou plantas que lhe correspondem: Ou boas ou Ruins.
É assim que funciona nossa mente, por isso há necessidade de a controlar, para  que o produto do pensamento seja germinado com boa qualidade no solo do inconsciente.
É neste mundo interior e o conjunto dos pensamentos, sentimentos e emoções, que projetamos o Mundo Exterior.
‍A sua vida exterior será aquela que criou no seu mundo interior.
É aqui que fazemos nossas escolhas e podemos criar harmonia, abundância,  saúde,  alegria ou então, tristeza, dor, doença, escuridão.
Nosso poder de criação é tão forte que, e reforço, o leitor pode curar-se a si próprio ou modificar uma situação menos boa, que surja na sua vida.
Vou exemplificar, aquela situação  de desempregado que olha para um jornal e lê:
“Empregado precisa-se para operador de máquina”.
Qual a sua primeira reação?
Vou concorrer a este emprego, que até é da minha especialidade !
E logo pensa: Mas como eu, muitos também leram o anúncio. Será que vale a pena concorrer? E como me  irei apresentar? Como irei falar na entrevista? Nunca tive sorte na vida, não é agora que irei usufruir deste privilégio.
Está exatamente a colocar-se no lugar de vítima e pensando assim, pode ter a certeza que o emprego não vai ser dele.
Porquê?
Naquele exato momento está atraindo vibrações de baixa frequência e o Universo vai lhe dar isso mesmo, porque está vivenciando o medo, a dúvida. O Universo não fala línguas, apenas entende a imagem que no momento está projetada na mente e é isso que vai dar. Nunca devemos recear enfrentar o desconhecido.
Entretanto tem um clic:
A sua mente consciente faz uma rotação de 360 graus e  tudo o que anteriormente pensou, não passou de uma desastrosa ilusão. Como que num impulso, lê novamente o anúncio, projeta sobre ele toda sua boa energia e começa já a imaginar-se no local de trabalho dando todo o seu amor, agradecendo aquela bênção maravilhosa que lhe proporcionou o rendimento para o seu sustento imediato, dando já como realizado e agradecendo de imediato.
Mas quer ir mais além:
Eleva a consciência para a vibração da alegria, harmonia com seus companheiros e superiores hierárquicos, aplicando toda a sua criatividade para bem do Todo.
Concentrou sua atenção nesta vibração a tal ponto, que o subconsciente começou a aceitar a verdade daquele seu pensamento projetado.
E o que acontece?
A Mente Universal recebe o alerta. Aquela probabilidade de ter o emprego começa a ser aceite pelo Inconsciente,  que aguarda intervenção da Consciência Não-Local, para  colapsar o seu desejo.
Aí o emprego já é seu. Foi buscá-lo através da sua intuição, porque:
Intuição é você conversando com o Divino em si.
Continua

reflexões

Patrimonio Cultural (17)
Citânia da Raposeira
As campanhas de escavações sempre tiveram continuidade na larga área para norte do caminho rural. Nos anos de 1993, 94 95,96 foram feitas descobertas muito interessantes que nos permitiram compreender toda a dimensão daquela enorme casa. A questão da GRANDE CONDUTA estava por resolver e quando em 95 tentamos saber a sua dimensão para o outro lado do caminho nada ficou decidido.
Assim em 96 resolvemos ter um grupo de trabalho a terminar as descobertas da casa a norte do caminho e com outro grupo continuamos as pesquisas no terreno das aveleiras facultado por tempo limitado. Por mais cuidado que tivéssemos a proprietária achava que estávamos a destruir as árvores. Era portanto fundamental que colocássemos aqui a força de trabalho. Não tínhamos a mínima informação de que alguém nos trabalhos agrícolas tivesse encontrado algum pedaço de cerâmica ou qualquer peça romana que nos desse uma pista. Resolvemos então alargar a escavação nas imediações do já referenciado empedrado convexo. Foram descobertos alguns alicerces em pedra que sugeriam a existência de uma qualquer pequena construção. Depois à medida que alargávamos a área, surgiu--nos um conjunto de “alicerces” construídos com terras várias muito prensadas. Demarcavam um numero de espaços bem definidos que nos davam indícios de restos de pequenas casas. Porém não nos davam informações precisas naquele momento, havia necessidade de continuar a alargar a área a escavar. Aqui chegados a proprietária começou a mostrar o seu desagrado pela “nossa teimosia”. Valeu-nos o seu filho médico ( dr. Rui Sacadura) um bom Amigo, que era também um amante da arqueologia e intercedeu nas negociações. Assim estava assegurada a campanha. Com os trabalhos de escavação deixamos a descoberto um espaço de empedrado muito irregular entre dois muros perfeitos. Toda esta área que já estava descoberta neste terreno estava a deixar-nos surpreendidos. Era a confusão das estruturas de execução muito variada, e de aparência um tanto precária. O material retirado também não era elucidativo de qualquer datação. Talvez ainda não tivéssemos chegado às áreas de melhor leitura
Foi já na campanha de 1997 que se revelou uma grande e agradável surpresa. É que ao lado daquele empedrado entre dois muros, escavamos um largo espaço ligeiramente quadrangular que teria sido uma FORJA !!!! Ficamos maravilhados. Localizamos o sítio onde se fixaria a SAFRA, a boca dum indispensável FOLE, um tanque raso para água das têmperas, uma área com miríades de partículas de ferro, outras áreas indefinidas….. E uma LAREIRA !!! SEM dúvida que estávamos na presença de estruturas muito especiais que no seu todo constituiriam instalações para serviços de apoio à casa grande !!!! E fico agora por aqui …. PORQUE TUDO O QUE SE SEGUIU FOI REVELADOR DA IGNORÂNCIA E INSENSIBILIDADE DE QUEM GOVERNOU E TEM GOVERNADO ESTA AUTARQUIA. Vamos ter tempo de analisar decisões e negações nestas páginas, que contribuíram para anular, direi antes, APAGAR O QUE FOI A CITÂNIA DA RAPOSEIRA.
Fevereiro 2021

Critério para ser líder: Humildade!

Há momentos que nos emocionam, e provocam uma surpresa de tal maneira, que, sem prever os nossos olhos revelam rios de mágoa e angústia perante o que sentimos\ percepcionamos… Numa entrevista o General Ramalho Eanes, primeiro presidente da Republica eleito de forma democrática, convidado por uma das jornalistas mais incisivas da RTP (sendo valorizada pela sua mordacidade aliada a frieza das suas questões), promoveu uma comoção devido à humildade das suas declarações “nós velhos temos a obrigação suplementar de dar o exemplo” e “…mais quando chegarmos ao hospital, se for necessário, oferecemos o nosso ventilador ao homem que tem mulher e filhos”
Comove, porque não é uma personalidade que é narcisista e artificial! Não é conhecida a sua atitude de exibicionista e também se desconhece os milhares de assessores de imagem para agradar as elites e afins. Inclusive, é reconhecida a sua abnegação financeira, sendo dos poucos políticos que prescindiu de retroativos- quiçá o único! - da reforma militar. O Sr. Doutor Mário Soares, também pessoa muito humilde, quando era chefe do Governo, na altura em que General Ramalho Eanes era presidente, criou uma lei que não permitia a acumulação de reformas de um Presidente da Republica, relacionadas com o Estado. Ainda bem que surgiu uma outra pessoa abnegada, que também viria a ser Presidente da Republica que anulou essa lei. Sim o Sr. Prof. Cavaco Silva, prescindiu da sua reforma de ex-Presidente da Republica, valorizando a sua carreira como professor universitário demonstrada pela sua parca reforma! Teve, apenas, um lapso em divulgar que iria acumular outra reforma… que iria totalizar mais de 10 mil euros mês em reformas! Enfim, todos temos imperfeições e fraquezas, mas a soberba parece ser apanágio de que entra no grupo restrito da política! Por isso surpreende, quando surge alguém que pertence a esse círculo e demonstra humildade, uma característica quase extinta no âmbito político.
Sim, é vergonhoso os contornos desastrados das administrações de vacinas contra o Coronavírus a pessoas que não estão incluídas nos critérios, sendo aproveitadores natos do seu estatuto para obterem proveitos individuais! Colocarem os atores do costume (bombeiros\ polícias) em situação de risco para o “bem comum”, já é tão banal que gera indiferença. Mas todos somos responsáveis por estes elementos estarem a usufruir desta impunidade, por medo, retaliação, censura… Que estes sentimentos possam ser substituídos pela humildade de conhecer o melhor que desejamos ser!

SANFONINAS

Agrada-me a sua resistência…
Não é porque dietistas proclamem os seus elevados benefícios para a regulação intestinal, prevenção de ataques cardíacos e diminuição da vontade de comer. É porque também me agrada a luta que tenho de travar para a partir. Precisa-se de escolher bem o jeito, aperta agora, tenta outra posição… E vem depois aquele estalar dolente, rachado, como num estertor raivoso: «Eu não queria que me abrisses!»…
Habituei-me a comer duas ou três nozes enquanto a gente se arruma à mesa. E, para além dessa resistência que me agrada, confesso que não resisto a admirar a forma inteligente como o fruto por completo se torceu para aproveitar todos os recantos disponíveis. Inconcebível engenharia divina!


Outro dia, escrevia-me Júlia Nery: «Estou a ler os textos, saboreando conteúdo e escrita, “como quem trinca  bagos de romã sumarenta”». Também a romã me encanta. Aliás, sempre encantou o Homem, os Romanos quase lhe prestavam culto como manjar dos deuses… Encanta-me o trincar, mas encanta-me sobretudo ver como a Ana precisa de ter um cuidado enorme, ao descascá-la, para que nenhum bago se esmague, tão imbricados eles estão, tão bem aconchegadinhos!…
Tive a dita de ler em moço o livro «Belezas Ignoradas», do Dr. Thiámer Topth, professor da Universidade de Budapeste. Comprei a 2ª edição (Coimbra Editora, 1958), que ainda conservo, qual relíquia, a precisar de encadernação cuidada. Foi com ele que aprendi a adestrar o meu espírito de observação e a admirar tantas belezas que me passavam despercebidas. Comecei, inclusive, um dossiê de folhas soltas sobre animais, em que fui escrevendo tudo o que de curioso ia lendo. Sobre a aranha, por exemplo, um bicho que sempre me cativou, tenho manuscritas nove páginas!
Copiei do livro «Our animal neighbours», de Alan Devoe (McGraw-Hill, Nova Iorque, 1953, p. 228) a resposta a esta pergunta: como se explica que a aranha não fique pegada à teia como os insectos que ela quer apanhar? É que deixa sempre uma «zona livre», um terreno seguro onde ela se pode emboscar, sem qualquer risco de ficar agarrada! E eu ficara a saber, na página anterior, que a aranha fabrica um fio muito fino de que se serve para tecer os sacos onde guarda os ovos; outro, mais espesso, para apanhar as presas e, à medida que vai e vem na teia, continuamente produz um fio, que é o seu fio condutor! Pensava Ariadne que descobrira uma novidade quando dera ao seu apaixonado Teseu um fio para, desenrolando-o, ele se orientar na saída do labirinto de Creta!…

Ensino à Distância – Crónicas de um falhanço esperado

Romanos, séc. III a.C.: “Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa, nem se deixa governar!
A 9 de Abril de2020, o primeiro-ministro António Costa assumiu um compromisso. Leram bem. Não foi uma promessa. Foi um compromisso. “Aconteça o que acontecer”, no próximo ano letivo vai estar “assegurada a universalidade do acesso às plataformas digitais para todos os alunos do ensino básico e secundário” (António Costa, Abril 2020).
Em Janeiro de 2021, quando teimavam em não encerrar as escolas alegando que não eram foco de contágio, cedo se percebeu que a verdadeira razão era só uma. Os alunos não tinham os computadores que necessitavam e que haviam sido prometidos. As aulas online recomeçaram no dia 8 de Fevereiro sem que tal esteja cumprido. Lembram-se na campanha eleitoral ouvir falar em “Palavra dada é palavra honrada”? Pois…
Como se isto não fosse suficiente para cobrir qualquer um de vergonha, o próprio Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação, garante que nunca foi contra o ensino à distância e que essa acusação era até um “ultraje”, isto depois de o proibir no período de “férias letivas” de 22 de Janeiro a 5 de Fevereiro, e de ser notícia por todo o mundo! Conseguiu dizer isto sem se rir…
Por coincidência (!), no mesmo dia, o Ministério de Educação realizou 3 ajustes diretos no total 62,5 milhões de euros para entrega de equipamento informático (com prazos contratuais de 730 dias). Ou seja, sem concurso público. Só podia dar asneira, com férias letivas a serem “decretadas” como consequência de uma falta incompreensível de ação (no caso, aquisição de equipamentos informáticos prometidos num ano e adquiridos no seguinte).
Para além disto, a falta de indicações claras sobre os tempos letivos síncronos e assíncronos nos diversos anos letivos, está a levar à loucura pais, alunos e professores.
A insatisfação manifesta-se muitas vezes sob a forma de inúmeras queixas e reclamações, sobretudo face a medidas avulsas, sem critério, sem planeamento e sem congruência ou validade interna, tomadas pelo ME/Governo, em particular pela figura de um Ministro, cuja escolha resultou de um contundente e dramático “erro de casting” que só não tem um fim por teimosia do PM!
Também a gestão das escolas está novamente a ser posta à prova para resolverem os problemas criados pelo ME. Para além disso, aqueles que os deviam representar e /ou defender, continuam com “agendas políticas”, umas mais ocultas do que outras, sobrepostas à defesa isenta e apartidária dos interesses dos seus representados e dos alunos. É por isso que são olhadas com reserva e com desconfiança por grande parte dos professores.
Dessa forma, parece ser lícito inferir que, de um modo geral, os professores não confiam nem em quem os tutela, nem em quem, teoricamente, os representa… Restam, então, eles próprios, os encarregados de educação, os alunos e alguns municípios/autarcas que vão colmatando algumas falhas.

RAIZES

AS RAÍZES É QUE NOS PRENDEM 
Senti passar um vento misterioso que num torvelinho glacial do vento norte num instantâneo fechar d’olhos e num intimo fulgor de uma trágica rajada varreu algumas páginas dos meus contos , lendas , tradições e narrativas , escritas em sonhos emergentes numa simbiose de lágrimas , amor e prosas floreadas. Assemelhando cavaleiro andante de triste perfil e olhos lampejantes mantenho a forte convicção de que nelas pouco disse de significante da minha ligação à terra onde nasci , como indiferente pétreo vulto esguio, de ressequida alma sem amor , molhado em lágrimas de dor como chuva caída de nuvens pensativas e chorosas que num poder sublime e transcendente trespassou os andrajos de um mendigo. Mas por tão pouco ou insignificante que tivesse sido a minha lavra que em esvoaçante nuvem de sonho perante os meus olhos voou que mal a consegui vislumbrar numa centelha chispou , envolta num santo espírito de amor e mais serviu para me afundar mais as raízes , expô-las a nu , embelezadas daquela forma alegre e amanhecente , sobrelevando a razão causal da condição em que sempre me mostrei naquilo que sou , como sou e porque sou. Foram estas entrelaçadas raízes que me libertaram , alimentaram, me fizeram crescer com sonhos e paixões ardentes vindas dos quatro ventos . Deram-me o poder da felicidade do amor e da harmonia o valor da criação de raízes num só lugar . Acreditamos ter muitos amigos nos mais recônditos lugares e sítios maravilhosos por onde tenhamos passado , mas a criação de verdadeiras raízes não são em lugares mesmo que sejam de uma infinita transparência cristalina . Apenas podemos criá-las em pessoas e é por isso que no nosso íntimo segredo amamos nossas mães incondicionalmente quase sem o sabermos , mas só lhe damos conta desse amor no momento da derradeira separação . Para os nossos filhos os legados mais profundos que lhes poderemos dar são as raízes e as asas . Asas para voar, raízes para voltar e ter motivos para ficar acreditando saber qual o seu destino no mundo . Palavras ditas sem reflexão , inspiradas pela cólera são vozes que na solidão murmuram mas que não deitam raízes em parte alguma e em fisionomias trágicas numa doirada sombra dolorida , desdenhando , a aurora vai sorrindo com aquele riso claro e fecundo . Amo tudo que tem a ver com as minhas genuínas raízes que como dias criadores e maternais com um profundo respeito consagrado brilham num lampejo de alma que por magia nos desperta indecisos sentimentos que nos prendem claramente . É a ilustre nobreza das verdadeiras raízes que nós acolhemos com um beijo rezado e adoramos numa oração beijada . Vou morrer incurávelmente amante da minha terra.

As Tradições da nossa Terra

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Luís Vaz de Camões

Há pessoas eternas, com pensamentos, ideias, palavras, que nunca se esquecem, que nunca se desatualizam, são intemporais, apesar dos seus mais de 4 séculos de idade.
Os anos passam, tudo muda, tudo evolui, mas a cultura e as tradições de um povo são perenes. A tradição imóvel não é tradição. A tradição é pelo contrário uma criação incessante.
A Beira é uma terra antiga, secular, de tradições arreigadas, com um povo acomodado que vive no sossego das coisas, onde a vida corre ao ritmo das estações. Com uma cultura popular rica, são muitas as sua tradições, festas e romarias, artesanato e manjares típicos.
O artesanato, caracteristico das zonas rurais, transmitido de forma oral de geração em geração, de acordo com o modo de viver das gentes locais. Recordo em criança, de andar pelos caminhos da aldeia e observar as senhoras vestidas de preto sentadas nos degraus das escadas a bordar tapetes. Nunca mais vi… será que ainda existe alguém em Fagilde que o faça? Ou ter-se-á perdido essa tradição para sempre… Apesar de reconhecidos pelos Tapetes de Tibaldinho, estes tiveram no passado também expressão em Mangualde, na freguesia de Fornos de Maceira Dão.
Apesar da sua pequena dimensão, Portugal é um país repleto de uma enorme diversidade de festas e romarias. Na sua maioria com um caracter religioso, algumas adquirem dimensão nacional como a Feira de São Mateus. Será difícil encontrar alguém que nunca tenha ido à Feira de S. Mateus. Mas as romarias de pequena dimensão, para mim, são aquelas que nos dizem mais, que nos falam ao coração e pelas quais nos debatemos para manter.
Os Doces Conventuais, pode dizer-se que cada pequena vila ou cidade do país possui o seu próprio doce. A variedade de doces típicos é enorme e a sua origem está quase sempre na freiras, que possuíam os ingredientes, o tempo e a criatividade necessárias para criar novas receitas. E as gemas? De onde vinham tantas gemas? Para quem não sabe, as claras de ovo eram usadas para tratar da roupa e sobravam enormes quantidades de gemas. Os nossos queridos Pasteis de Feijão de Mangualde não fogem à regra. Mas há bolos e bolinhos, alguns menos conhecidos e igualmente típicos como os Farta Rapazes.
E a nossa gastronomia? Resultante de uma combinação mediterrânea e oriental, que a torna riquíssima e única no Mundo. São inúmeros os pratos típicos da nossa região que fazem as delícias de todos os que as provam.
As nossas tradições correm o risco de desaparecer. Só a criação de núcleos locais de defesa da Cultura Popular e a existência de Instituições, têm possibilitado a manutenção e até , em certos casos, um retomar das actividades.