Arquivo diário: 15 de Julho de 2021

TENHO UMA VIAGEM PARA O REINO UNIDO. QUE DIREITOS ME ASSISTEM APÓS O BREXIT?


Desde o dia 1 de janeiro do presente ano, que o Reino Unido passou a ser considerado um país terceiro à EU, apesar do acordo celebrado no dia 30 de dezembro de 2020. Que direitos nos assistem?

DOCUMENTAÇÃO

  • Apenas necessita de apresentar o passaporte a partir de outubro de 2021. Até 30 de setembro poderá apresentar apenas, o cartão de cidadão para poder viajar, validamente, para o Reino Unido.
  • Para estadias inferiores a 6 meses não necessita de visto para circular entre o Reino Unido e a UE.

SAÚDE

  • Tem direito a assistência médica durante o período de estadia temporária.
  • Certifique-se que tem um seguro de saúde que possa cobrir eventuais despesas médicas.

ALUGUER DE VEÍCULO

  • Poderá ser solicitado uma carta de condução internacional e um seguro adicional.

DIREITOS DOS PASSAGEIROS

  • Aplica-se o direito da UE, aos passageiros que partam do Reino Unido com destino a um aeroporto situado no território de um Estado Membro da UE com uma transportadora da UE.
  • Nos casos em que o voo seja operado por transportadoras que não sejam da UE, essa legislação deixa de ser aplicável aos passageiros. Contudo, o acordo celebrado entre as partes a 30 de dezembro de 2020, prevê que ambas as partes assegurarão medidas efetivas para proteger o acesso à informação, os direitos dos passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida, reembolso e compensações e um tratamento eficiente de reclamações.

VIAGEM ORGANIZADA

  • se adquiriu uma viagem organizada a uma agência localizada no Reino Unido mas que dirige a sua atividade ao mercado português, continua a beneficiar dos mesmos direitos previstos na legislação nacional.
    A DECO aconselha a informar-se, antes da realização da viagem, junto da embaixada portuguesa, sobre eventuais cuidados adicionais a ter em consideração. DECO

A VIDA NUM ROTEIRO DO MANGUALDENSE PEDRO COELHO

O autor Pedro Coelho nasceu em Mangualde em 1972. Licenciou-se em Sociologia na Universidade Nova de Lisboa e especializou-se em Coordenação de Necessidades Formativas. Foi formador de “Cidadania e Igualdade de Género” e concretizou o sonho de conhecer novas culturas, o que o levou a mudar-se para o Luxemburgo país onde vive e que defende ser o “ideal de uma sociedade”.
Com o confinamento, o autor recuperou muitas das suas reflexões sociológicas e sentiu que numa altura de crise pandémica como a que se vive era importante mostrar às pessoas que o fundamental do “Stay at home” era  o olhar para interior do EU, perceber o EU, modificar e aperfeiçoar.
A VIDA NUM ROTEIRO foi a apresentada em Mangualde no passado dia 28 de maio e no próximo dia 30, pelas 18H30, será a vez de ser apresentada em Viseu nos Cláustros do Museu Nacional Grão Vasco.
Em entrevista ao Renascimento Pedro Coelho, dá a conhecer um pouco do autor e da sua obra.

Quem é Pedro Coelho?
Sou uma pessoa normalíssima, com gosto e entusiasmo pelas Pessoas e pelas Sociedades. Desde as lides do associativismo que já sentia esta vontade de intervir, de participar com otimismo. Somos sempre um pouco de nós, mas somos também um pouco o reflexo do que os outros pensam de nós.
Mas sou e serei sempre um inconformista, um inquieto, um insatisfeito, um exigente de mim mesmo.  Continuo inquieto com as desigualdades.
Trabalha-se muito em Portugal e as pessoas não conseguem passados tantos anos da entrada na UE serem remuneradas com dignidade. Insatisfeito, por sentir que não consigo, apenas por palavras transformar o Mundo, o indíviduo.
Exigente com o que se passa no meu Tempo e nos Tempo que se avizinham. 
Sempre tive esta dimensão de ser uma pessoa franca, lúcida e ouvinte, dimensão que a minha educação me foi proporcionando, fazendo de mim uma pessoa aberta ao mundo.
Mas também tenho o meu lado divertido e disperso-me pelos meus gostos: adoro o Mar, adoro crianças, fazer caminhadas, gosto imenso de futebol, gosto de livros, gosto do simples.

Que idade tem, que ‘hobis’ tem na vida?
Tenho 48 anos. Sou Sociólogo, Sinto que sou um peregrino por viver fora de Portugal, no Luxemburgo.
Aqui devido à diversidade de nacionalidades, a minha vida pertence à Europa, pois os meus amigos mais íntimos, com quem partilho reflexões, dúvidas, alegrias e tristezas são portugueses, luxemburgueses, franceses, belgas, alemães e africanos. Por isso digo que sou um peregrino sempre a deambular entre Portugal e o Luxemburgo.
Aqui no Luxemburgo encontrei um País onde existem muitas oportunidades e onde o ideal de sociedade é apaixonante, aqui ninguém fica para trás.

Como vê a Sociedade de Hoje?
Preocupam-me estes tempos depois da Pandemia, preocupações pesadas (apesar de ser otimista, vontade de transformar, de mudar), acerca da Vida das pessoas, dos enormes contrastes sociais de Norte a Sul do país. Mas Amo ser Português, gosto dos portugueses, agora mais do que nunca, uma vez que estou a viver fora.
Quando falo com as pessoas sinto que dentro delas, lentamente, existe todo um mundo de palavras, que necessitam vir cá para fora.
Portugal está a necessitar de novos indivíduos, novos cidadãos que tenham uma linha de pensamento para Pensar Portugal nos próximos 20 a 30 anos. Educar, educar, educar é o caminho.

Como nasceu a ideia de escrever este livro?
Sempre fui muito ativo. As palavras foram uma maneira de me ligar aos outros. Sempre tive perguntas invisíveis, olhares de quem vai olhando atentamente, ouvir e ir atrás das palavras do outro e por entre as palavras desorganizadas da oralidade, da sociedade, a escrita é uma atividade contemplativa. As palavras, por vezes são música, música pura, as palavras são conceitos, são ligações difíceis de estabelecer com os pensamentos que queremos transpor para as folhas.
Escrever  é dar um pouco do nosso coração aos outros.
Com o confinamento recuperei muitas das minhas reflexões sociológicas e senti que numa altura em que vivíamos esta crise pandémica era importante mostrar às pessoas que o fundamental do “Stay at home” que o Mundo vivia, era  olhar para dentro do nosso interior, perceber o meu EU, modificar e aperfeiçoar. E assim nasceu o Livro que espero ser um bom instrumento para se ter junto à cabeceira da cama.
 
Porquê este título?
A VIDA NUM ROTEIRO é um título que pretende demonstrar aos leitores que a nossa Vida é construída por percursos. Cada um de nós, enquanto pessoas, deve construir o seu Roteiro que orienta, que guia a inquietação dos nossos dias. Não há tempo para as pessoas pensarem hoje em dia, tempo para parar. Como podes evoluir, como te  podes  potenciar mais, se não te aperfeiçoas? É um livro atual e que pode ser lido e relido vezes sem conta e com a certeza que aprendemos algo mais sobre nós e os outros.
 
De que fala?
Dividido em 15 Capítulos o LIVRO retrata temas actuais da Sociedade de Hoje. Fala de o individuo se conhecer melhor, a si mesmo, olhar para dentro, mudar, seguir em frente, cair mas saber que a queda provoca em nós um novo amanhecer e um novo levantar.

Porquê a sua apresentação na cidade de Viseu?
Sou um Beirão e pretendo apresentar o ROTEIRO por todos os concelhos para incentivar a Leitura, para incentivar a “olhar o EU” de cada individuo, poder debater questões e dar o meu exemplo. Já o fiz nas cidades de Mangualde, Santa Comba Dão e agora será a vez de Viseu e Coimbra abraçarem A VIDA NUM ROTEIRO.

Tem mais projectos na manga?
Sim tenho um projecto comunitário. Um sonho para melhorar o dia a dia das pessoas mais carenciadas, mas não queria ainda alargar-me muito sobre este trajecto que já esta a ser preparado.

“Mangualde – Patrimónios Municipais” foi apresentado publicamente este mês de Julho

Apresentação esteve a cargo de Jorge Sobrado,
que partilha a sua leitura nas páginas do Renascimento

Uma publicação é, muitas vezes, uma luta contra o esquecimento, contra os efeitos da erosão do tempo. Outras vezes um ato de amor. No caso de “Mangualde – Patrimónios Municipais”, da autoria de António Fortes, e Edição do “Renascimento”, ela é as duas coisas, na mesma medida. “Foi a pensar na beleza das pedras que brotou este livro”, diz a certa altura o autor.
Tive o gosto de apresentar publicamente esta nova obra, no passado dia 2 de julho, na Biblioteca Municipal de Mangualde. Nessa ocasião, tive a oportunidade de destacar que esta publicação – pequena em tamanho, mas expressiva em significado – constitui um “inventário amoroso” dos patrimónios mangualdenses, materiais e imateriais. Se o indelével José Mattoso confessava que “a minha visão da história humana é contemplativa”, não deve ser diminuído o valor de obras afetivas como esta – uma espécie de “viagem na minha terra” de António Fortes. Ela atravessa lugares de história e de memória, achados arqueológicos, tradições e estórias.
Se a cultura é de todas as inutilidades a mais útil, este inventário configura uma espécie de guia de viagem, um “livro de registo” útil, quer a um visitante motivado na redescoberta de Mangualde, quer a quem abrace a necessária tarefa da valorização cultural e turística do concelho. Que outro melhor recurso tem, por exemplo, o turismo de que uma boa história (desde que singular e bem contada)? Como construir identidade e atratividade locais sem raízes, sem tradições e memórias próprias?
A leitura desta obra surpreendeu-me e agarrou-me, precisamente, pelo poder das histórias aí contadas, quais revelações, ainda que de forma abreviada. São os casos da incrível “novela” cinematográfica desse Al Capone da Beira que foi João Brandão, do encantamento cénico da silenciosa mas colorida romaria de Santo António de Cabaços, da imponência do Real Mosteiro de Maceira Dão (ao abandono e em ruína acelerada, como faz notar António Fortes), do perfume eloquente do Palácio dos Condes de Anadia ou do magnetismo de figuras como Maximiano de Aragão.
Enquanto obra relativa a um “legado”, este livro de António Fortes suscita essa pergunta: o que fazer com estes patrimónios? Como travar o esquecimento e o despovoamento?
Deve perdoar-se ao autor, por tudo isto, as pequenas gralhas de edição, circunstância motivada pela pressa da partilha. Adiar e procrastinar são atos de desamor e, sabemo-lo por experiência própria, venenos conhecidos contra o património. Pode bem o leitor dedicar-se às justas correções.
Obras oportunas como “Mangualde – Patrimónios Municipais” são sempre um repto para alguma coisa mais, no futuro. Este trabalho, para ser levado a sério, deve dar origem a muitos outros trabalhos.

Apresentação do Livro “Mangualde-Patrimónios Municipais” na Biblioteca Municipal de Mangualde

Foi apresentado no passado dia 2 de Julho na Biblioteca Municipal de Mangualde o Livro “ Mangualde Patrimónios – Municipais”, que contou com a Presença do Dr. Elísio de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Dr. João Lopes, Vereador da Cultura, Dr. Jorge Sobrado, Vereador da Câmara Municipal de Viseu.
O Autor, António Fortes, ao apresentar a Livro, disse:

“Mangualde, antiga Azurara da Beira, está no coração da velha Província da Beira Alta.
Aqui na Beira Alta se fez Portugal, se moldou parte da sua história, terra de heróis, de grandes figuras que engrandeceram o País e o Mundo.
Beira Alta, na nervosa expressão de Fialho de Almeida - A mais bela e portuguesa das nossas Províncias, ou na frase doutrinante de Teófilo Braga - Centro Vital da Nacionalidade.
Aqui, bem no meio desta Província, nasceu e cresceu a Velha Azurara da Beira, hoje Cidade de Mangualde.
Esta terra foi berço de grandes figuras políticas, que há mais de um século defendiam ideias revolucionárias, no alvorecer da República.
Para a sua defesa nasceram muitos jornais, talvez a terra mais pródiga em publicações de cariz político.
Vejamos, segundo o escritor e historiador, Maximiano de Aragão, grande vulto da nossa Cultura, nascido em Fagilde/Mangualde: - Surge em 1867 de A. A. Mota Feliz a “Gazeta das Beiras”; “A Gazeta de Mangualde” em 1889 de Manuel Feliz; ”O Beirão”, 1887; “O Conspirador”, em 1889; ” O Novo Tempo” em 1889 de Alberto Osório de Castro; “O Povo Beirão” em 1891; “A Reação” de José Marques (meu bisavô) em 1891; “ Voz da Beira”, 1908 de José Pessoa Ferreira (meu tio bisavô) e “Correio de Mangualde” de Virgílio Marques (meu tio avô) em 1923.
Com estes antecedentes todos, eu estava destinado a pertencer a um Jornal de Mangualde.
Segue-se o “Renascimento” em 1927 e o “Notícias da Beira” em 1931.
O Jornal “Renascimento”, com a sua provecta idade, 94 anos, quase a completar um século de vida, assistiu às mudanças e acompanhou as pessoas que ao longo de tão largo período de tempo deram o seu melhor a esta terra, Mangualde.
E não podia ficar indiferente a tantos acontecimentos. Por isso a Edição deste Livro.
Pelas páginas deste vetusto Jornal passaram escritores, historiadores, investigadores, que deixaram as suas Crónicas e que hoje são parte da História de Mangualde.
Valentim da Silva, Poeta, Escritor e Diplomata, possuidor de uma larga cultura humanista, escolhe o Renascimento para publicar os seus laboriosos e eruditos trabalhos de investigação histórica.
Na sua morte o “Renascimento”, reconhecendo a sua afeição, prestou-lhe a mais digna e sentida homenagem com um número especial.
Também Alexandre Alves, Historiador e Investigador, que deu o seu nome a esta moderna Biblioteca, utilizou o “Renascimento” para publicar estudos, ensaios e Crónicas como “Mangualde de Outros Tempos” 1961/4 e “Nossa Senhora do Castelo” em 1961.
Amândio Marques, advogado, nascido em Mangualde, meu tio avô foi um dos grandes defensores do regionalismo, fundou no Porto a Casa da Beira Alta e publicou no Jornal Renascimento os seus livros – “Onde Nasceu Pedro Àlvares Cabral” e “Gil Vicente Beirão”. Seguindo uma tese de Valentim da Silva, Pedro Àlvares Cabral, nasceu na sua Casa de São Cosmado e Gil Vicente em Guimarães de Tavares.
Mais recentemente, nos dias de hoje, outras figuras da investigação continuam a publicar os seus trabalhos como é o caso da Arqueóloga Dr.ª Clara Portas, sobre as Ruinas da Raposeira e que convidei para fazer parte do Livro “Mangualde - Patrimónios Municipais”.
Mangualde tem um vasto Património construído e disperso por todo o Concelho.
É preciso conservá-lo e torná-lo conhecido. A Cultura não é um parente pobre do desenvolvimento económico. Muito pelo contrário é o primeiro pilar, o seu principal suporte.
A Cultura e a Arte são o maior Património de um Povo.
Eça de Queiroz dizia: - a Arte é tudo, sem Arte não há nada!
E a maior obra de Arte, a mais bela de todas, que com muito amor, oferecemos aos nossos filhos e netos, é o mundo!
O Mundo mudou muito, mas não mudou nem pode mudar o nosso passado.
Assim escreveu o grande Alexandre Dumas em “As Tumbas de Saint Denis”: -”Os Homens às vezes podem mudar o futuro … mas, nunca o passado”!
E o Escritor Evelyn Wang dizia: - “As únicas certezas que possuímos são as do passado”!
Não podemos ficar no passado. Temos de ter projectos para o futuro.
Os grandes projectos nascem sempre de sonhos!
E precisamos de ser ousados. O Padre António Vieira dizia: - “A ousadia é metade da vitória”!
As nossas cidades vão sofrer grandes transformações. Vão passar a ser tecnológicas, com ferramentas inovadoras, mas sempre aproximando a Região dos Cidadãos. Para isso é necessário investir nas Plataformas Digitais, criar espaços de Cidadão nas Freguesias. Fixar quadros qualificados e criar incubadoras de base científica e tecnológica.
Mas, ter sempre a Cultura como pilar de desenvolvimento. Ter a inteligência ao serviços de um futuro mais sustentável e mais equilibrado e saber fazer a ponte entre o passado e o futuro.
Hoje o mundo é global. O Turismo, essa “Sorte Grande”, como lhe chamou o Poeta Pedro Homem de Mello, representa uma fatia considerável das nossas receitas.
E é um aliado forte do nosso Património. Cultura e Turismo andam tão interligados, que sem Cultura não havia Turismo!
Mas, há as pessoas. As suas tradições, os seus costumes.
O Escritor Almeida Garrett no livro “O Romanceiro” publicado em 1847 dizia: - “O tom e o espírito verdadeiramente português, esse é forçoso estudá-lo no grande livro nacional, que é o Povo e as suas tradições, as suas virtudes e os seus vícios, as suas crenças e os seus erros”.
Por isso ao escrever o Livro “Mangualde-Patrimónios Municipais”, dediquei algumas páginas aos usos e costumes da nossa Região. Às suas tradições.
Os Ranchos Folclóricos são o sustentáculo das tradições. Como dizia Pedro Homem de Mello, um dos maiores defensores e grande divulgador do Folclore Português: - nos Ranchos conhece-se o verdadeiro rosto da gente portuguesa!
Os Ranchos Folclóricos são o espelho do nosso Povo, a nossa ancestralidade, as nossas verdadeiras origens!
Ou como dizia Walter Scott, um dos maiores Escritores Ingleses – “As canções são como o orvalho do Céu, no meio do deserto, refrescam o caminho!”
Este Livro é uma abordagem do nosso Património. Ficará para outro um estudo mais aprofundado.
Aqui, lembro o Grande Poeta Guerra Junqueiro. Junqueiro foi Poeta porque tinha que ser Poeta; Pela mesma razão que o pinheiro dá resina, ou a pereira dá peras. E foi Grande!
E afirmava: - “Escrevo os meus livros para mim e imprimo-os para o público; Procuro esquecer-me do livro feito para me lembrar únicamente do livro a fazer; É como cortada a seara, colhido o trigo, arroteia-se o campo e semeia-se de novo; A nossa Obra é o nosso Monumento”!
Virá seguramente um novo livro!
Ao escrever este Livro segui o que o Escritor Stefan Zweig disse num prefácio duma das suas obras: - “Nós não devemos ocultar as coisas quando as vivemos, tomamos parte nelas. Devemos transmiti-las às futuras gerações para que possam continuar a aprender as lições dos seus ancestrais”!
Essa foi a minha intenção!
Vou terminar agradecendo a:
Dr. Elisio Oliveira - Ilustre Presidente da Câmara de Mangualde, um bom amigo, o seu apoio.
Ao Dr. Jorge Sobrado, um amigo que comigo apresentou na Biblioteca Municipal de Viseu, quando era Vereador da Cultura, dois livros inéditos de Maximiano de Aragão, tendo feito os respectivos Prefácios.
Ao Dr. João Lopes , Vereador da Cultura, a sua prestimosa colaboração.
E à Dr.ª Maria João Fonseca, Directora desta acolhedora Biblioteca, todas as atenções que me dispensou.
Ao Serafim Tavares, companheiro de viagem, Proprietário e Director do Jornal Renascimento, que comigo carrega a cruz de levar por diante o Jornal Renascimento, nesta sua nova jornada, agradecer a liberdade e o apoio que sempre me deu na orientação e Direcção do Jornal.
O Renascimento e todos nós estamos com os olhos no futuro. Por isso, talvez o provérbio Àrabe tenha alguma razão de ser:- “Não é prudente olhar para trás, quando o caminho é para a frente”!
E deixar, numa frase que brota com toda a sinceridade do coração dos Beirões – o meu imenso BEM HAJA a todos que se dignaram assistir a este acto”.

MANGUALDENSE TIAGO MARQUES LANÇA O SEU PRIMEIRO ÁLBUM

Tiago Marques de 31 anos, residente em Quintela de Azurara, já anda pelo mundo da música desde 2015.
Em 2018 lançou o single “Je t’aime mon amour” e daí para cá, com o seu trabalho e dedicação tem conseguido levar o nome de Mangualde mais longe, permitindo-lhe ser conhecido e acarinhado pelos mangualdenses.
Chegados a meados de 2021, lança “Corpo e Alma”, o seu primeiro álbum, editado pela editora Vivadisco. Este trabalho, que mostra a evolução do artista Tiago Marques, além das plataformas digitais onde já está disponível e é possível assistir a dois videoclips, surge também em formato físico.
Um CD que inclui 11 músicas, das quais o já conhecido “Je t’aime mon amour”.
Este novo trabalho de Tiago Marques contou com o apoio do cantor mangualdense Zézito e com a Studio Song de Águeda.

Município de Mangualde Aposta em Projeto de Educação Alimentar


O Município de Mangualde, juntamente com o Agrupamento de Escolas de Mangualde, distribuiu a Revista “O Frutinhas” a cerca de 587 alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico do concelho. A iniciativa é uma aposta da autarquia na educação alimentar dos mais pequenos.
A Revista “O Frutinhas” é um projeto de colaboração entre o Gabinete de Educação da Câmara Municipal de Mangualde e o Agrupamento de Escolas de Mangualde e surgiu no âmbito da adoção de medidas escolares de acompanhamento do Regime de Fruta Escolar, de carácter obrigatório, durante o ano letivo 2020/2021, previstas na Portaria n.º 113/2018, de 30 abril.
Este projeto reúne trabalhos realizados, durante o mês de maio, pelos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico do Agrupamento de Escolas de Mangualde sobre fruta/hortícolas da lista de produtos elegíveis descritos na Portaria 94/2019, de 28 de março e sobre leite escolar.
Devido à forte adesão ao projeto, foram escolhidos pelo júri, composto por três professores do Agrupamento de Escolas de Mangualde, os 17 trabalhos que melhor se enquadravam no âmbito do projeto, dando assim origem à revista “O Frutinhas”.

Inauguração Parque Infantil – Santiago de Cassurrães


Foi inaugurado o novo Parque Infantil da Feirinha, em Santiago de Cassurrães. Este Parque Infantil foi um investimento de mais de 20.000€, e visa dar melhor qualidade às crianças da União das Freguesias Santiago de Cassurrães e Póvoa de Cervães, proporcionando momentos de lazer e convívio entre as crianças.
Na cerimónia de inauguração estiveram presentes o Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Elísio Oliveira e Rui Costa respetivamente, bem como o Presidente da Junta de Freguesia , Rui Valério, as professoras, auxiliares e os alunos da escola de Santiago de Cassurrães.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Mangualde “Depois da profunda requalificação de 3 parques na cidade, foi agora a vez de inauguramos um novo parque infantil em Santiago de Cassurrães. Para a próxima semana vão iniciar-se os trabalhos de construção de um novo parque infantil na escola de Moimenta de Maceira Dão. Também em Quintela de Azurara temos um parque infantil em curso. Outras melhorias serão feitas nos parques do nosso concelho. É mais uma manifestação de desenvolvimento global e de coesão no nosso concelho“.

Uma aldeia chamada Freixiosa:
a ideia de um mini-parque de lazer para a comunidade…

O Amor e a Dedicação à sua Terra
Não há muito tempo o Arquitecto José Perdigão, um bom amigo de Viseu, contava-me que conheceu um habitante da Freguesia da Freixiosa, que estava a fazer uma obra extraordinária.
A suas expensas estava a pavimentar ruas e a reparar muros na sua aldeia, para a tornar mais atraente e com melhores acessibilidades.
O meu interesse levou-me a procurar o Sr. José Costa, que em tempos passados emigrou para o Brasil e agora retornou ao seu torrão natal.
O Brasil fixou-se no imaginário português desde o Séc. XVIII. Era considerado o “Paraíso”, onde existia a “árvore das patacas”.
Durante mais de um século foi o “Eldorado” que fascinou muitos portugueses a abraçar uma aventura alimentada de esperança.
A emigração dos portugueses a partir do Séc. XVIII foi um facto marcante. Os portugueses espalharam-se por todas as latitudes, mas tendo sempre uma forte ligação à sua terra natal.
Portugal transformou-se na “terra dos adeuses” tantas eram as partidas, choradas e as saudades sentidas.
Os Portugueses procuravam onde a fortuna podia sorrir! E, felizmente sorriu para muitos emigrantes portugueses.
A aventura alimentada de esperanças correu bem para uns e mal para outros.
O emigrante, aí nesse “paraíso sonhado” aprendeu novos hábitos e também influenciou e muito o meio em que se inseriu.
Aí trabalharam décadas a fio para amealhar a sua almejada fortuna.
Arranjado um bom pecúlio o “brasileiro” regressa à sua terra de origem onde vai investir não raras vezes na intelectualidade, que virá a beneficiar as gerações seguintes.
Muitas vezes torna-se filantropo, ajuda a reconstruir Capelas, cria Hospitais e Asilos, preocupa-se com o seu semelhante.
Mas, onde gosta de investir é nas casas, nos palacetes, na recuperação de casas fidalgas arruinadas e abandonadas.
Esses Palacetes, muitas vezes conhecidas como “Casas de Brasileiros” marcam muito a nossa paisagem rural e urbana.
A Literatura oitocentista portuguesa consagrou muitas das suas páginas ao brasileiro que partiu pobre e regressou rico. Camilo Castelo Branco é um dos autores que mais escreveu.
O “brasileiro” que regressou rico, trouxe características da sua estada nas terras do Brasil. Fala um português acentuado, com pronúncia brasileira e usa frases e palavras que aprendeu no Brasil.
O Homem sempre gostou de viajar! Viajar é conhecer outros mundos, outras pessoas. É redescobrir-se, conhecer outras formas de estar na vida.
Mas, gosta de voltar às suas origens ao seu “torrão natal”.
O Senhor José Costa é um dos muitos exemplos dos bafejados da sorte.
Não resistiu ao apelo de uma coisa, desconhecida que vale mais que a riqueza e a volúpia. Às saudades, aos abraços que são verdadeiras cadeias de amor.
Regressou à sua terra Freixiosa, de ambientes românticos e lugares nostálgicos, de entardecer tranquilo onde o tempo desliza em comunhão com a natureza.
Regressou ao local onde o passado e a memória se cruzam.
Quem não gosta da sua terra não é digno de ter nascido nela!.
A nossa terra tem tal atracção que nos prende a alma e o coração!
O Poeta, que é um sonhador, olha para a sua terra não com os olhos da cara, mas com os olhos do coração e canta:
Minha terra, pequenina e grande!
Assim te vejo!
Fantasias de Poeta,
Amor, desejo.
Porque há olhos que vêem,
Penetram fundo
E olhos que sonham
E descobrem mundo.
O Sr. José da Costa é um exemplo de amor e dedicação à sua terra.

António Fortes

O que eu ainda gostaria de fazer por aqui, antes de ir embora…
Desde 2015 venho realizando trabalhos de melhorias no entorno da casa/propriedade, tendo como realização de destaque, até o momento, a requalificação do Antigo Caminho da Escola Primária, ocorrida em 2019, uma obra realizada com o objetivo de substituir aquele espaço degradado por um novo espaço pedonal, por onde as pessoas possam fazer caminhadas e apreciar a paisagem e, em especial, o amanhecer e o pôr do sol… E na sequência desses trabalhos, pretendo ainda avançar mais, tendo como objetivo final a construção de um espaço adicional, um mini-parque de lazer, uma área verde circundada por árvores, incluindo as famosas Sakuras japonesas (para apreciar as suas belas flores na primavera); ademais, instalar ali um pequeno conjunto de aparelhos de ginástica, um playground e, possivelmente, até uma quadra de esportes, além de alguns bancos de jardim. Este mini-parque (uns três mil m2) aproveitaria o fato de ser circundado ao fundo e por uma lateral pelo Caminho e, na frente em parte pela EN16, cujo passeio público seria melhorado em relação aquela obra de 2015, incluindo o seu alargamento. Haveria portanto duas entradas/saídas: uma pela lateral-fundos, através do Caminho, e outra pela frente, através da EN16.
Nota: seria necessário ainda agregar ao conjunto a instalação de duas mini-casas de banho (Masculino/Feminino), dois bebedouros (água potável) ao ar livre, umas duas cestas para coleta de pequeno lixo e, certamente, duas ou três luminárias (embora já haja iluminação pública no seu entorno). Quanto ao esgoto pode ser utilizada a fossa sanitária existente no quintal da casa (até que haja sistema público de esgotos na região). Naturalmente, o mini-parque teria que ser administrado (abrir, fechar, limpar, fazer pequenas manutenções, etc), provavelmente pela Junta de Freguesia, a partir de entendimentos com a CMM.
Observar que, tal qual o Caminho, esta área do “quintal anexo” que pretendo destinar à construção desse mini-parque, também apresentava uma série de problemas, além da topografia um tanto irregular da área (questão em grande parte já resolvida). Mas, além disso, há uma linha de águas pluviais (públicas) que passa por esta área do quintal anexo (já reconstruída e com a correção de seu curso) e, ainda, uma linha de postes de telefonia que a cruza em diagonal. Em ambos os casos, a inexistência daquilo que se poderia chamar de um “sistema viário básico” na aldeia, certamente, acabou por forçar ao longo do tempo esta situação. A recordar que justamente por esta razão (a não configuração de um sistema viário básico) também não há um sistema público de esgotos nesta parte da Freixiosa, o que torna necessária a existência de fossas sanitárias nos quintais das casas (como na minha); pois, ao contrário de linhas de águas pluviais e linhas de postes de telefonia, não seria possível passar redes públicas de esgotos através dos quintais das casas, claro! Mas mesmo quanto à rede de postes de eletricidade, ainda há um poste instalado num canto do quintal, junto ao muro lateral-fundos e ao lado de um antigo tanque que armazenava água proveniente de um poço existente do lado oposto… E os meus pais cultivavam toda a área à volta, com rega constante e tudo o mais, ó céus! De qualquer forma, pela configuração deste espaço tal como aqui descrito, eu já antevia, desde o inicio, a possibilidade de, eventualmente, vir a transformar parte desta área do quintal anexo em algo como uma praça pública verde com bancos de jardim, um local público de lazer. E com o decorrer do tempo, tal possibilidade de uso desta área foi ficando mais visível à medida que melhorias foram sendo realizadas no conjunto da propriedade e, sobretudo, no seu entorno.
Na nova configuração proposta para o uso da área da minha propriedade, a casa propriamente dita manteria como quintal apenas uma faixa lateral do espaço atualmente disponível, mais a área aos fundos e área do jardim à frente.
Naturalmente, apenas com os meus parcos recursos eu levaria ainda alguns anos para concluir esses trabalhos. E, ao final, todo esse espaço com o mini-parque instalado seria doado à Câmara Municipal de Mangualde que, claro, teria que aceitá-lo para torná-lo um espaço público de direito. Mas, caso não seja aceito pela CMM, terei que pensar em outra alternativa de uso. Portanto, o ideal seria fechar desde já um compromisso com a CMM, incluindo a possibilidade dessa doação do referido espaço ocorrer num prazo mais imediato, a partir do momento em que a configuração da área (principalmente a topografia) já estiver bem definida; a partir daí a própria CMM poderia encarregar-se de concluir os acabamentos do mini-parque. A única condição que coloco é que quero fazer uma homenagem póstuma a minha mãe, tendo o mini-parque como referência.
Quanto à casa, e a partir da definição do mini-parque e destinação do mesmo como área pública, eu poderia vender a casa ou, eventualmente, até doá-la a alguma entidade/organismo que possa agregar valor ao lugar/região, como, por exemplo, algum órgão estatal ou paraestatal ligado ao meio ambiente, de preferência vinculado à União Europeia.
E, então, este tiozão iria tocar o seu samba (ou seria o fado?) em outra freguesia, algures. Bem, se eu durar tanto…
José Costa
(o Zé Brasileiro, escriba acidental, de uma aldeia chamada Freixiosa)