Arquivo diário: 15 de Julho de 2021

EDITORIAL Nº 803 – 15/7/2021

Desafios Climáticos
A revolução nas cidades e nos transportes já começou. Ainda que vagarosa está a acontecer. Mas, está a andar mais depressa do que alguma vez se imaginou.
O que é um facto é que não podemos esperar por 2050 para nos libertarmos do carbono.
A transição energética já se iniciou com um financiamento comunitário de 100 milhões de euros.
As energias renováveis estão a ser implantadas por todo o lado. Portugal é já hoje o 4.º maior produtor mundial de energias renováveis. E o 4.º com a maior quota de veículos eléctricos.
A indústria automóvel vive a maior revolução de sempre.
Admite-se já o fim dos motores de combustão. Mas, a mobilidade mais limpa vai além dos automóveis.
Vai chegar aos transportes pesados, camiões, navios e aviões.
A ferrovia e a sua electrificação está na ordem do dia. Ligar cidades, mais uso da ferrovia no transporte de pessoas e cargas.
Estudos feitos recentemente mostram que o comboio emite 23 menos poluição que o transporte rodoviário e 32 vezes menos que o avião.
O transporte ferroviário está a renascer, as ligações nocturnas em comboios está a ser incrementada.
Portugal neste Sector parou no tempo. Com a pandemia suspendeu as ligações ferroviárias quer a Paris, quer a Madrid. Já passa mais de um ano e não se vislumbra o reatar das ligações.
Não há ligações a estas grandes Capitais. Regredimos no tempo.
Isolamo-nos cada vez mais. Somos ultrapassados por todos os outros países.
Portugal também se atrasou no investimento na ferrovia.
O Plano para a ferrovia anunciado em 2017 para estar concluído em 2020 não se concretizou. Está agora a iniciar-se!
Tudo isso se vai repercutir no futuro do País.
As políticas anunciadas para o investimento na ferrovia, não se verificou, foi o falhanço de uma política anunciada.
Na Península Ibérica a Cidade de Barcelona é um exemplo a seguir. Mais de 500 ruas com o trânsito condicionado. Ruas e cruzamentos ocupados com Praças, Jardins, Arte Pública, Ciclovias, ou Esplanadas.
Estamos no momento de pensar na “nova” Cidade, com menos poluição.
Uma “nova” mobilidade, um “novo” espaço público.
Não podemos desejar o regresso ao passado. Temos que superar, iniciar um novo ciclo de desenvolvimento sustentado.
Ultrapassar as últimas duas décadas de crises e de crescimento anémico.
Aproveitar bem os Fundos Europeus. Fazer investimentos reprodutivos. Criar riqueza, mais postos de trabalho, melhores salários para melhorar o nível de vida.
Apostar mais na nossa indústria, pois são as empresas que criam riqueza, postos de trabalho, que exportam e aumentam a entrada de divisas.
Não basta convergir com a Europa. Temos mesmo que crescer mais. Para não sermos ultrapassados por países que entraram na UE mais tarde que Portugal e que nos ultrapassaram ou estão em vias de ultrapassar.
Não devemos, nem queremos ser a lanterna vermelha do Pelotão dos 27.

IMAGINANDO

Parte 97

Elevação da Consciência

Parte 1
Quando temos noção da elevação de nossa Consciência?
Ao nos apercebermos que tudo o que nos rodeia é mental e ao nos interiorizarmos, vivenciamos a harmonia que abre o caminho para o que realmente somos:
Particula da Mente Cósmica.
Comungamos activamente com Entidades que estão para além do Espaço/Tempo. Um momento de expansão que ultrapassa a terceira dimensão.
Sentimos que a experiência que estamos realizando se torna mais um aprendizado e o que tomávamos por “realidade”, não passou de Maya “ilusão”.
Deixamos de dar voz ao Ego que até então nos condicionava e renascer para um novo mundo, para o “EU Real já na visão mais elevada à nossa 3ª. Dimensão”. Paramos com todas as loucuras.
Há uma outra visão:
Tudo o que está contido em nós e ao nosso redor, na medida em que podemos tocar, ver e sentir, se torna maravilhoso, porque usámos nossa criatividade.
Descobrimos que em nossos corações existe um “Anjo Dourado” e que Ele nos diz a todo o momento que não há um deus exterior, mas sim um “Deus que habita em nós” e que diariamente nos mostra a magia e a graça do Ser Divino ilimitado que na verdade somos.
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Qu1-Que somos Eternos e que a eternidade não tem passado, presente e futuro. Ela contém todas as possibilidades de tudo o que é, foi e será, porque a Eternidade é atemporal.
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To2-Tomamos noção da existência de uma Evolução e não como erroneamente as tradições espirituais e dogmas religiosos nos ensinaram, afirmando que Deus já tinha tudo criado, e que era suposto não haver Leis universais.
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Co3-Concluimos, que a humanidade após muitas experiências, compreendeu que “as leis Universais existem e a Mente Cósmica, opera dentro delas”.
A nossa elevação consciencial e através de registros fósseis, levou-nos a compreender o surgimento de criaturas unicelulares, que deram origem a criaturas multicelulares, surgindo posteriormente os invertebrados e vertebrados, a darem lugar aos primatas e seres humanos.
Continua…

Quando o humor vem de dentro!


Nas descrições mais romanceadas do comportamento das pessoas era habitual escutar “O Felismino tem um temperamento colérico, irrita-se por tudo e por nada”.
A Teoria dos 4 Humores, tem alicerces na Medicina Hipocrática, com mais de 2000 anos, sendo fascinante a associação com a Medicina tradicional e a Natureza. Resume-se em associar os elementos clássicos que constituem a matéria (Terra, Ar, Água e Fogo) aos temperamentos e personalidade das pessoas.
Uma pessoa melancólica, era denominada por “tristonha” ou “depressiva”, era influenciada pela Terra; uma pessoa sanguínea, era denominada por “bem-humorada” ou “tem bons ares” era influenciada pelo Ar; uma pessoa fleumática, era denominada por “pachorrenta” ou extremamente calma, era influenciada pela Água e por fim, uma pessoa colérica, era denominada por “mal-humorada” e até há quem diga “Tem maus fígados”, logo influenciada pelo Fogo.
Dou ênfase ao último temperamento, relacionado com o fígado, sendo característica de quem padece deste órgão a emissão de bílis de cor amarelada, quer através do vómito ou através das fezes, também de cor ocre. A bílis é produzida de forma contínua pelo fígado, sendo a vesícula biliar, localizada abaixo do fígado, o armazém deste fluído. O objetivo principal é degradar\ fracionar as gorduras que constam na digestão. É de referir que o fígado produz entre 600 a 1000 ml de bílis dia e a vesícula biliar contrai para expelir a bílis no trato digestivo.
Quase sempre existe sensação de enfartamento\ inchaço na zona abdominal, mais evidente à direita; vertigens ou tonturas, dores de cabeça, alterações visuais; cólicas e por vezes cor da pele amarelada (icterícia). Também quase sempre as pessoas que padecem destes sintomas têm sentimentos de ressentimento, indignação, amargura, que impulsionam a emoção da raiva, que é frequentemente escamoteada com depressão gerada pelo ressentimento contra alguém ou algo. A impulsividade, irritabilidade ocasionais são inoportunas, mas promovem mudanças, mesmo que inconvenientes, para o individuo. Por isso pessoas com este perfil, serem bons líderes e motivadores de uma equipa.
Quem é favorável da utilização da Medicina Tradicional Chinesa reconhece a influência do frio, calor, secura e humidade na recorrência de certas doenças, e mesmo a Medicina Ocidental valoriza a constância dos elementos exteriores ao organismo para manter a homeostasia. Os excessos e as deficiências nos comportamentos são as principais origens do surgimento das doenças crónicas.

REFLEXÕES

Patrimonio cultural (26)
Área romanizada no sopé do Monte Sra do Castelo
Na última reflexão, afastei-me um pouco do sopé do Monte recordando alguns achados romanos nos arredores da cidade de Mangualde, mercê de várias incursões em alguns terrenos, com a devida autorização. Não sendo estes meus escritos assentes em trabalhos de investigação sistemática, servem-me para de forma aligeirada focar o que poderiam ser largos espaços de estudos arqueológicos aprofundados no nosso concelho. Sabemos que ao longo da história do povo romano houve inevitavelmente a movimentação de Legiões a partir de Roma, para o Médio Oriente, Europa e Norte de África. Para garantir o seu poder nos territórios conquistados elementos dessas legiões fixavam-se em locais como força militar, a fim de dominar rebeliões por parte dos submetidos ao seu domínio. Assim iam erguendo inúmeros povoados de maior ou menor dimensão. Criaram “civitas” villae” “vicus” escolhendo as melhores zonas agrícolas assegurando os meios de sobrevivência e enriquecimento a partir da terra. O trabalho nestas quintas era executado pelo povo escravizado, que além do sustento dos novos senhores tinham de providenciar em todas as áreas da construção civil, religiosa e militar, bem como a produção de tudo o que era necessário ao dia a dia – desde roupas às alfaias agrícolas, objectos variados do cotidiano em metais, cerâmicas, vidros, tudo para assegurar as vivências domésticas, sociais e militares. Ao dominarem o povo da citânia do Monte da Sra do Castelo apoderaram-se de todo o território circundante. Aquele que hoje não passa de pequenas propriedades dos cidadãos actuais, mas também largas áreas, quintas nos arredores da cidade as quais teriam sido delimitadas por estes e depois outros povos invasores a partir da Era Cristã. Muitas aldeias de hoje terão tido a sua origem em “vicus”ou “villae”. Além dos sítios que já referi no anterior artigo, encontraram-se também testemunhos na quinta da Calçada, nas localidades de S. João da Fresta, Santa Luzia e Santo Amaro. Nesta última uma base de coluna romana figurava num jardim além de vestígios de construções. Do quintal alguém recolheu por processos desastrosos uma certa quantidade de moedas, que foram limpas por métodos inadequados e por via disso ficaram praticamente inutilizadas e sem valor histórico. Assim se foi e vai perdendo o espólio e a história deste concelho. Na década de 80 criou-se no Ministério da Cultura uma estrutura moderna olhando-se para a vasta área da Arqueologia como uma Ciência que teria por base a investigação académica e no terreno através de escavações arqueológicas em locais específicos. Criou-se o Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico (IPPAR) com acções muito eficientes através dos Serviços Regionais de Arqueologia (SRA) que superintendiam em todos os trabalhos de escavação em todo o País. A esses tempos se deve muito do que hoje existe musealizado ou a céu aberto. Mas com novas reestruturações do MC desapareceram os SRA. É pena, quando se criam estruturas profundamente válidas em determinado campo, logo aparecem umas cabeças iluminadas que arrasam tudo para começar de novo… com pernas tortas. Temos este destino…
Julho 2021

SANFONINAS

O toque
E dei comigo a pensar na importância do toque.
O toque entre os humanos, de que a pandemia nos arredou e ao qual, por isso, estamos cada vez a dar maior relevância. Compreende-se aquele grito, por vezes histérico: «Não me toques!». De violência doméstica. E «Ai, não me toques, que me desafinas», como se mui sensível piano fora e a gente pianos desses não quer. Tudo na conta, peso e medida. Uma carícia, sim! Que é aquele toque mágico, despertador de emoções, ternuras, enlevos…
Que se me perdoe o salto. É que todos os animais cá de casa – o labrador, os dois gatos e até o Baltazar, que é o cágado – todos eles adoram carícias! Pode não se lhes dar de comer, mas das carícias… não prescindem!
A magia do toque. O leve tocar de lábios. É como as imagens num jornal: vale mais que mil palavras. Obrigou-nos a pandemia às palavras. Estas, porém, sem aquele prazer do tacto acabam por nos deixar de falta. Decerto também será por isso que das sequelas pandémicas uma se não tem ouvido falar. Essa. Fica-se sem gosto, pode ficar-se sem olfacto; mas o tacto, senhores, isso é que nos maltratava mesmo! O pior é que não perdemos o tacto e proíbem-nos de o usar. Martírio como o de Tântalo; tinha água e quando a ia beber, a estapor esgueirava-se num ápice!… Assim, hoje. Não nos podemos tocar, só à cotovelada ou de punho cerrado. Saudade do aperto de mão e do seu puro significado: estou limpo, nada tenho na mão e quero apertar forte a tua, a selar a amizade que nos une. Como a ternura dos lábios…
Outros são os toques, hoje. As sirenes das ambulâncias e dos carros da polícia. As buzinadelas frenéticas, por dá cá aquela palha, os nervos à flor da pele, não há tempo para esperar. Os toques dos telemóveis. A todo o momento e em todos os lugares. «Desculpe, esqueci-me de o pôr no silêncio!» – quando há atenção de se pedir desculpa. E os botões precisam de ter sinal sonoro, para suprir outros silêncios, que a gente já não consente de ter – e deveria consentir.
Desses ‘toques’ sonoros há dois que particularmente me encantam. O da fonte que tenho na secretária com a água a cair sem salpicos, como nesse achego de lábios. Melopeia sem monotonia. O outro, o do relógio de sala, às meias e às horas. Toque brônzeo. Toque telúrico – que, apesar da forçada ausência de toques humanos, é grande no tempo a nossa dimensão!…

MEMÓRIAS ESBRANQUIÇADAS DE UM TEMPO SEM TEMPO

 Dá-me um abraço 

  • Amigo ! … quantas saudades desta longa ausência!… 
  • Dá-me um abraço. 
    Não há dia da nossa vida que não cumprimentemos alguém . Trocamos palavras banais e de circunstancia , vãs e com sentimento indefinido , com um sentir que não nos brota do fundo do coração . Tentamos ser gentis , amáveis sem sermos sinceramente verdadeiros . Encenamos , representamos um acto sem sentir profundo . Vivemos falsas sensações de proximidade através das redes sociais e não estamos realmente com os outros . Porque não o fazemos com um abraço ? Porque nos privamos dele se quando o damos ou recebemos sentimos uma tão extraordinária sensação . Os abraços foram feitos para expressarmos o que as palavras deixam a desejar . É incomensurável o bem-estar que um abraço pode proporcionar . Sentimos melhor a proximidade de um amigo , de um familiar como um ser semelhante a nós e sem falar reconhecemos naquele instante que estamos juntos no caminho em sintonia e comunicação . Descobrimos que ninguém está sozinho e que a vida poderá ser um eterno céu de primavera . quando estamos tristes ou em sofrimento procuramos o conforto de um abraço como uma pequena oração de fé de força e de energia . Quando sentimos o abraço como tónico salutar , um abraço bem apertado , sincero , amigo , que fala tantas coisas sem dizer uma só palavra , momento em que o tempo para e dentro dele cabe todo o universo . Um abraço … um abraço bem apertado do que ele é capaz ! … Ampara as nossas tristezas , combate-nos as incertezas , sustenta as nossas dores e as nossas lágrimas . Um abraço forte e cheio de ternura fortalece-nos o espírito , guarda os nossos segredos e gera cumplicidade . O abraço obriga-nos a estar de bem com nós próprios . Ajuda-nos a crescer . As crianças sabem-no melhor que ninguém , pois quando as magoam procuram de imediato o abraço reconfortante da mãe ou do pai e de uma forma instantânea os mais feios arranhões parecem ficar curados . Somos seres sociais , precisamos do reconhecimento embora silencioso de outro ser humano ; precisamos do toque para que a nossa vida faça sentido . Com o abraço realinhamos a nossa mente com o nosso corpo abracemos , tudo o que existe .  

Os combustíveis, o ISV e as ex-scut – o mito do fim da austeridade

O Ministro das Finanças João Leão afirmou no dia 7 de Julho numa audição parlamentar que “Portugal não voltará à austeridade“. Não sei se o Sr. Ministro sabe o significado da palavra austeridade mas a verdade é que os impostos têm subido e o contribuinte sente-o todos os dias, os automóveis são um exemplo flagrante: nos combustíveis, no ISV e nas ex-scut.
Os portugueses têm de trabalhar, em média, quase o dobro dos espanhóis para conseguir abastecer um depósito com 50 litros de gasolina. A taxa de esforço em Portugal não tem paralelo nos restantes países da Europa Ocidental e equipara-se às economias de leste (com rendimentos baixos). Portugal é o 3º país com a gasolina mais cara e o 6º país com o preço do gasóleo mais elevado entre os 27 países da União Europeia. Acresce que os países com gasolina e gasóleo mais caro que Portugal têm todos um poder de compra muito superior. Na verdade, comparando, a título de exemplo, o preço médio de venda ao público em 2008 e em 2021, conclui-se que a cotação do preço do petróleo está agora mais baixa, mas que o preço final é mais alto devido, sobretudo, ao aumento do peso do IVA e do Imposto Sobre os Combustíveis.
Em 2016, quando o preço do petróleo baixou de forma significativa, o executivo de António Costa subiu o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos para não perder receita, comprometendo-se a reajustar em baixa, no caso de o custo da matéria-prima voltar a subir. Tal compromisso, todavia, não foi cumprido.
Também durante este mês fomos brindados (ironia) com mais um aumento de impostos sobre as carrinhas com peso bruto de 3500 quilos e sem tração às quatro rodas. Basicamente, todas as viaturas fabricadas na PSA de Mangualde, até agora isentos de pagar ISV, passam a pagar 10% desse imposto.
No dia 1 de julho, entrou em vigor a Lei do Orçamento do Estado que prevê um desconto de 50% no preço das portagens das ex-SCTU. Esta proposta apresentada e aprovada com os votos contra do PS (Partido Socialista) era muito clara mas, num passe magia (ironia), como a receita iria baixar drasticamente, “em vez de aplicar uma redução de 50% sobre o preço que estava em vigor, veio a aplicar uma redução de 50% sobre o preço inicial das portagens, passando por cima de todos os descontos que entretanto tinham sido instituídos desde 2011” acusa Luís Garra, um dos elementos da Plataforma ​​​​​​​P’la Reposição das SCUT A23 e A25.
Esta falta de seriedade não cumpre o que foi decidido pela Assembleia da República mas, mais uma vez, o Governo do Partido Socialista, em vez de ser sério e honesto, continua a brincar com o contribuinte Português.
Podem-lhe chamar o que quiserem mas a verdade é que a austeridade está bem presente, na verdade, ela nunca acabou, muito menos nos (des)governos do punho cerrado de António Costa.

Pior ano do turismo, mas não para todos…

É inegável que a Pandemia afetou o turismo a nível Mundial, mas também resultou numa oportunidade para aqueles que a souberam aproveitar.
O ano de 2019 foi o melhor ano de sempre no turismo do Algarve. Portugal tem sido considerado um dos melhores destinos Turisticos Europeus e do Mundo e previa-se uma evolução natural neste setor nos proximos anos. A pandemia trocou as voltas, não só aos portugueses, mas ao mundo inteiro. Os dados oficiais revelam que 2020 foi o pior ano de sempre no que toca ao turismo. As regras impostas pelos governos dos vários países, restrições à circulação, aliado ao medo generalizado e ao desconhecido, fez com que o mercado estrangeiro em Portugal reduzisse 74% face a 2019. Verificaram-se perdas de 60 milhões de euros e 600 mil postos de trabalho em risco.
Ainda assim, foram 6,5 milhões de estrangeiros que se deslocaram a Portugal, somados aos 4 milhões de portugueses que fizeram pelo menos uma viagem turistica em 2020. E para onde foram? Que destinos escolheram estes 10 milhões de turistas estrangeiros e nacionais? Que locais foram considerados seguros em plena pandemia?
Curiosamente, a pandemia fez inverter as preferências turisticas. Na região norte, o interior do país atraiu 80% dos turistas, especialmente os nacionais, tendo tido um verão excelente com lotação esgotada, a superar os resultados de 2019 e a atingir taxas de ocupação nunca vistas. Com Lisboa e Porto estagnados, também o Alojamento Local cresceu em várias regiões do interior do país. Bragança, Vila Real e Guarda lideraram as taxas de ocupação. O Turismo termal e as regiões onde se inserem também registaram aumentos da procura e têm nesta nova realidade uma grande oportunidade para se afirmarem como destinos turisticos de saúde e bem estar, seguros e saudáveis.
Longe de multidões, os nacionais dão preferência a férias em família e escolhem as zonas do interior do país, à procura de segurança. O Turismo rural é o motor desta procura do interior. Um destino desmassificado, em unidades de alojamento turisticos de menor dimensão e que proporciona momentos de lazer e contacto com a natureza. É uma grande oportunidade, que tem que ser trabalhada de forma a não voltar ao que era. Uma tendência que tem que se manter e que depende essencialmente dos turistas nacionais.
Em pleno verão, prevê-se que 2021 seja ainda pior que 2020, com mais insolvências e aumento do desemprego. O que ainda nos reserva esta pandemia? Ninguém sabe responder ao certo, mas há uma coisa que todos sabemos, vai levar anos para recuperar e voltar aos níveis atingidos em 2019.
Com o plano de vacinação em curso e a “luz ao fundo do túnel”, à medida que o turismo recupera gradualmente, é imperativo que as as autoridades de turismo e o governo apoiem empresas de pequena escala, em áreas do interior do pais, reduzindo as desigualdades económicas e criando novos meios de subsistência, especialmente em áreas rurais.

CONSULTÓRIO

PERDA DA VOZ – AFONIA – E ROUQUIDÃO!

A perda da voz é devida, habitualmente, a uma inflamação da laringe, designada laringite.
Quais são as circunstâncias que, mais frequentemente, levam à perda da voz e como tratar?
Quando as cordas vocais são atingidas, a voz pode desaparecer
O nosso organismo é dotado de duas cordas vocais situadas na laringe. São as suas vibrações que dão origem aos sons. Se uma das cordas está lesada, a nossa voz pode atenuar-se ou, mesmo, desaparecer. Quando se perde a voz, frequente no inverno e também no verão, as cordas vocais deixam de vibrar ou vibram mal devido a uma inflamação da laringe (laringite).
Tusso e não tenho mais voz
Quando se tosse porque se está constipado, por exemplo, as cordas vocais podem estar atingidas, podem aumentar de tamanho e chocarem entre si. Isto porque a tosse repetida e persistente pode conduzir a um inchaço ou edema das cordas vocais modificando os sons emitidos. Como resultado, a voz modifica-se e torna-se rouca podendo mesmo levar a uma afonia (perda de voz).
Mas também, muitas vezes, a ingestão de bebidas muito frias pode levar a um fenómeno de inflamação das cordas vocais e suceder o mesmo!
Cantei ou gritei demais
Se há um exagero na utilização da voz as cordas vocais ficam fatigadas e inflamam-se. É o que se passa, por exemplo, após ter gritado a plena voz quando de uma manifestação (desportiva ou outra) ou quando se cantou durante horas a fio, agora que este tempo de verão pede diversão.
As cordas vocais ficam com dificuldade em vibrar e os sons emitidos são mais roucos e atenuados, ou pode, mesmo, ficar-se sem voz (afonia).
É grave?
Nada de pânico: o desaparecimento da voz é um fenómeno benigno que desaparece habitualmente ao fim de 24 a 48 horas, podendo demorar mais um ou dois dias, em casos mais extremos.
Em qualquer caso, uma rouquidão ou uma afonia que dure mais de uma semana deve levar a consultar o seu médico que o poderá enviar a uma consulta da especialidade. Este conselho é também indicado para as situações de voz bitonal ou voz de palhaço (voz a dons tons) ou de dor de ouvidos associada.
Se a rouquidão ou a afonia está associada a uma dificuldade respiratória, pode ser uma situação mais grave. Neste caso convém consultar rapidamente um especialista de otorrinolaringologia (ORL), em particular se se trata de uma criança, porque a sua laringe pode estar muito inflamada.
Que fazer em caso de rouquidão?
Não fale, as cordas vocais precisam de repousar, é imperativo! E, sobretudo, não tente murmurar porque o ar frio que entra pela boca agrava a situação.
Evitar ambientes frios – atenção ao ar condicionado muito frio no ambiente de trabalho, ou de diversão, e no carro. Atenção às bebidas frias!
Gargareje com água morna com sal ou com mel, várias vezes por dia.
Humidifique o ambiente do seu quarto de dormir.
Tome um anti-inflamatório (tipo ibuprofeno ®, por exemplo).
Como prevenir?
Se está na rua tente inspirar sempre pelo nariz. Assim, o ar inspirado, ao passar pelo nariz, é filtrado, humedecido e aquecido ou arrefecido, o que diminui o risco de inflamação
Não pense em cantar, gritar ou falar com voz mais alta e, ainda, durante muito tempo. Evite tomar produtos lácteos enquanto está assim – ajudam a manter as cordas vocais inflamadas.
Masque gengibre fresco e beba água com limão à temperatura ambiente.
Porque é que acordamos muitas vezes com a voz empastada?
De manhã, as cordas vocais podem estar mais distendidas, seja na sequência de ter ressonado toda a noite, seja porque respirou pela boca e não pelo nariz porque este está um pouco congestionado, seja porque tossiu uma boa parte da noite. As cordas vocais podem estar recobertas de muco acumulado durante a noite devido a um corrimento nasal posterior mais abundante. Resultado, ao acordar, a voz está mais grave o tempo suficiente até elas se limparem com as primeiras vibrações e retomem a sua forma normal.